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Cave Story - Punk Academics

Domingo, 30.09.18

Os Cave Story de Pedro Zina (baixo), Ricardo Mendes (bateria) e Gonçalo Formiga têm novas histórias para contar, através de um registo de originais que é também um panfleto de estudos, intitulado Punk Academics e que viu a luz do dia à boleia da Lovers & Lollypops. É um alinhamento que disserta sobre a Punk Rock Academy mencionada no disco de 1997 A Society of People Named Elihu, do projeto Atom & His Package e que nos mostra alguns dos melhores atributos sonoros dos Cave Story, descritos dentro dos abrangentes limites definidos por um post punk pop experimental de elevado calibre.

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Sucessor do excelente West, o disco de estreia dos Cave Story editado há quase dois anos, Punk Academics solidifica e tipifica com ainda maior clareza a filosofia interpretativa deste projeto das Caldas da Rainha sempre aberto e pronto para novas sonoridades, mas que confessa sentir-se mais confortável a explorar os recantos mais obscuros de uma relação que se deseja que não seja sempre pacífica entre a mágica tríade instrumental que compôe o arsenal de grande parte dos projetos inseridos nesta miríade sonora, o baixo, a guitarra e a bateria.

Punk Academics começa a escorrer pelos nossos ouvidos e logo no timbre metálico e na distorção rugosa de Available Markets somos apimentados por um manto de fundo, algo lo fi empoeirado, que vai cobrir o registo até ao seu ocaso. O grande alicerce deste edifício conceptual que ficou tão bem plasmado nesse tema inicial é uma guitarra vintage, sempre disponível para adaptar-se, tema após tema, aos diversos pressupostos que sustentam quer o indie rock lo fi, quer o de cariz mais psicotrópico. Se em composições como Modern Face ou Some More Bodies ela parece recuar quase meio século até à génese dos The Rolling Stones e à irremediável crueza dos The Kinks, depois, ao ser exemplarmente acompanhada por uma secção rítmica vigorosa e assertiva, impressiona pelo modo como se entrelaça com o baixo em Offered Forms Of Escape, canção com um travo indisfarçável e que encontra raízes no cenário punk setentista britânico, à semelhança do single Special Dinners e da frenética composição Real Racing. Já Nickel Sports e Motioned são instantes em que esse mesmo punk, olha com especial gula para o nova iorquino, que foi dominado já na alvorada deste século por nomes de relevo como os The Strokes. Para terminar em grande, o tema homónimo do disco remata com tremendo bom gosto e entusiasmo o mapa sonoro de Punk Academics através de uma faustosa ode aquele experimentalismo psicadélico setentista, algures entre os Sparks e os The Television, percebendo-se aí a elevada abrangência de uma banda cada vez mais vanguardista devido ao modo como consegue assimilar todas estas heranças e criar um mapa sonoro que nos conquista e seduz, e que acaba por ser tremendamente atual, exatamente por experimentar tantas referências antigas. Espero que aprecies a sugestão...

13 Outubro – Arco 8 – São Miguel, Ponta Delgada
20 de Outubro – Club Vila Real – Vila Real
10 de Novembro – Carmo 81 – Viseu
24 de Novembro – Salão Brazil – Coimbra 
8 de Dezembro – Stereogun – Leiria

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publicado por stipe07 às 09:16

Caged Animals – Escape Artist

Quinta-feira, 27.09.18

Foi a dez de agosto que viu a luz do dia Escape Artist, o mais recente registo de originais dos nova iorquinos Caged Animals, uma banda oriunda do bairro de Brooklyn e liderada por Vincent Cacchione. Recordo que os Caged Animals emergiram das cinzas dos Soft Black, banda que Vincent partilhava com Zachary Cole Smith, dos DIIV, juntamente com a sua irmã Talya e Magali Charron e Patrick Curry. Atualmente Cacchione conta com a companhia de Magali, que também é sua esposa, na liderança dos Caged Animals.

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Escape Artist é um registo com uma história bastante curiosa. Na última digressão da banda pelo país natal, há um par e anos, a carrinha foi roubada e e no seu interior estava a única cópia de um disco terminado. Poucos dias depois Vincent soube que a mulher estava grávida, mesmo a pouco tempo de fazer trinta anos, uma idade sempre marcante. Esta sequência de eventos deixou o músico bastante pensativo e algo desorientado, mas com a ajuda preciosa de Magali colocou novamente mãos à obra e, inspirado por toda esta sequência inusitada de eventos, que inclui já um segundo filho, começou a incubar um registo que junta um intricado conjunto de gostos eclécticos retro e futuristas e que vão do experimentalismo lo-fi às insinuações folk new-wave, passando pelo rock e a soporífera chillwave, uma eletrónica cintilante que é rematada com uma voz que única e que parece, a qualquer momento, poder vir a explodir a emocionalmente

Começamos a escutar os detalhes percurssivos sintéticos inebriantes de These Dark Times e percebemos logo que esta canção leva-nos para o interior de um trabalho cujo conteúdo sonoro e lírico pretende funcionar como uma espécie de estímulo para que acreditemos sempre nos nossos desejos e na existência de algo superior a nós mesmos, mesmo que as adversidades pareçam querer dominar o nosso presente e enevoar o futuro. Depois no groove rugoso pleno de soul de Get It Through My Heart, no clima algo místico do saxofone de Wild Dances, na jazzística The Man Who Walked Alone, no piano demolidor que conduz o single Ghost Riding ou na pureza da folk de Lost In The Sand, somos definitivamente seduzidos por um disco arrebatador na sua simplicidade intimista e espiritual, uma sequência sonora perfeita para funcionar como estímulo para que acreditemos sempre nos nossos desejos e na nossa capacidade de viver numa contínua ilusão, uma qualidade intrínseca a todo o ser humano.

 Escape Artist estende-nos a mão para nos levar numa viagem de texturas felpudas e sintetizadores futuristas que embalam palavras esperançosas embrulhadas com tiques sonoros peculiares que misturam de tudo um pouco com uma exuberância caleidoscópica. Curiosamente, tendo em conta a trama acima descrita, é um registo que parece servir para nos fazer refletir sobre as agruras da maioridade através de uma retórica sonora que não deixa de se imbuir de uma ingenuidade e uma melacolia que só pode ser degustada por quem quer conhecer um mundo onde só cabem os adultos que nunca puseram de parte o seu lado mais infantil. Espero que aprecies a sugestão...

Caged Animals - Escape Artist

01. These Dark Times
02. Get It Through My Heart
03. Wildflowers
04. Night Dances
05. Making Magic
06. The Man Who Walked Alone
07. Solid Steel
08. Escape Artist
09. Ghost Riding
10. Chris Metallic
11. The Oak And The Shrub
12. Lost In The Sand
13. Shadows

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publicado por stipe07 às 21:09

Simon Love - Sincerely, S. Love x

Quarta-feira, 26.09.18

Três anos depois de se estreado nos discos com o muito apetecível registo pop It Seemed Like A Good Idea At The Time, o britânico Simon Love regressou no início deste mês de setembro aos lançamentos discográficos com Sincerely, S. Love X, dez canções abrigadas à sombra da Tapete Records e que além da superior bitola qualitativa da sua escrita, dão-nos a certeza de formarem uma sequência eloquente e grandiosa, proporcionada por um artista com uma linguagem sonora que até já foi influenciada por sonoridades mais cruas, mas que hoje subsiste, de modo bastante particular, à sombra de uma pop encharcada com melancolia e romance.

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Quase sempre conduzidos por um efusivo piano, adornado por cordas e sopros, nomeadamente trompetes e com muitos outros dos melhores ingredientes da mais genuina herança da brit popSincerely, S. Love x apresenta dez excelentes temas gravado nos últimos dois anos em Londres. É um disco que reflete, parece-me, um estado de espírito de quem vive numa espécie de crise de meia idade. Digo-o porque  na ironia de canções do calibre de The Ballad of Simon Love (I’ll never own a house) ou God Bless The Dick Who Let You Go, tema sobre as típicas agruras de uma vida a dois que não é, como todos sabemos, feita só de bons momentos, Simon expressa um modo de pensar habitual numa mente que tem de lidar diariamente com medos e dilemas, mas que, nem por isso, deixa de ser uma pessoa optimista e crente em relação ao seu universo pessoal. Aliás, de acordo com o press release do lançamento, o próprio Simon confessa toda esta trama sem qualquer tipo de complexo: Please, buy the álbum, my son eats like a horse and he need new shoes. Sincerely, Simon Love. Façam-no, porque certamente não se arrependerão, já que neste alinhamento todos os sons que se escutam, orgânicos ou sintéticos, posicionam-se, claramente, com um propósito bem definido e não é preciso ser um expert para se perceber essa filosofica interpretativa, bastando o charme das canções para nos elucidar, intuitivamente, acerca dessa permissa. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:49

TOY – The Willo vs Energy

Terça-feira, 25.09.18

Desde dois mil e dez os TOY têm vindo a ganhar uma reputação de banda íntegra, virtuosa e tremendamente criativa, com Tom Dougall, Maxim Barron, Dominic O'Dair, Charlie Salvidge e Max Oscarnold (desde dois mil e quinze) a oferecerem a uma base já sólida de seguidores um leque alargado de sonoridades que incluem o punk, o psicadelismo, o krautrock ou o post rock, sempre aliadas a um aturado trabalho de exploração experimental de técnicas de gravação feitas em estúdio.

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O próximo grande passo da carreira dos TOY será a edição de um novo álbum, já no início do próximo ano, um registo que irá marcar uma nova visão sonora ainda mais distintiva e original, agora à boleia da etiqueta Tough Love, a nova editora do projeto. Para quem conhece a discografia dos grupos, percebe esta progressão depois de ouvir The Willo e Energy, as duas novas canções acabadas de editar pelos TOY, em formato digital e em formato físico, este através de um vinil de doze polegadas, numa edição limitada a quinhentas cópias, duzentas delas em vinil transparente.

The Willo e Energy impressionam ainda mais porque são dois temas díspares e, por isso, uma prova cabal do elevado grau de ecletismo e de abrangência desta banda londrina. Na primeira conferimos sete minutos que nos levam numa inebriante viagem psicadélica ambiental, assente na astúcia acústica de Maxim e no orgão inspirado e elegante de Max. Já Energy é um contagiante frenesim elétrico, conduzido por um feroz riff de guitarra proporcionado por Dominic e um superior desempenho na bateria, a cargo de Charlie, num tema em que Max Dougall escreve sobre alguns rituais noturnos. Confere...

TOY - The Willo-Energy

01. The Willo
02. Energy

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publicado por stipe07 às 18:01

Sleep Party People – Lingering Pt. II

Segunda-feira, 24.09.18

Pouco mais de um ano após Lingering, o registo de originais que o projeto Sleep Party People do dinamarquês Brian Batz nos ofereceu no verão passado à boleia da Joyful Noise Recordings e que contava com as participações especiais de Peter Silberman dos The Antlers e Beth Hirsch na suavidade tocante de We Are There Together, cantora que emprestou a sua voz a alguns dos temas mais emblemáticos de Moon Safari, a obra-prima dos franceses Air, já está nos ecaparates Lingering Pt. II, disco que, de acordo com Batz, encerra um círculo artístico temático especifico em que o autor quis abordar, em dois momentos, a temática do intimismo.

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Alinhamento de continuidade relativamente ao antecessor, Lingering Pt. II oferece-nos nove canções que se mantêm na senda de uma dream pop de forte cariz eletrónico, amiúde rugosa e imponente, instrumentalmente arriscada e onde não falta imensa diversidade, principalmente ao nível das orquestrações e do conteúdo melódico. É uma filosofia de composição incubada por um músico que sempre gostou de se debruçar sobre o lado mais inconstante e dilacerante da nossa dimensão sensível e de colocar a nu algumas das feridas e chagas que, desde tempos intemporais, perseguem a humanidade e definem a propensão natural que o homem tem, enquanto espécie, de cair insistentemente no erro e de colocar em causa o mundo que o rodeia. Esta odisseia de dois capítulos intitulada Lingering acaba por ser o momento mais alto e afirmativo desta caminhada filosófica e estilística e nesta segunda parte, canções do calibre da sumptuosa e vibrante de The Fallen Barriers, da delicada Outcast Gatherings ou da interestelar Moving Cluster, são momentos maiores de um registo eminentemente experimental, que sobrevivendo também à custa de alguns dos detalhes fundamentais do indie rock atual, tem na eletrónica contemporânea e no cruzamento que esta efetua com campos tão díspares como o r&b ou paisagens mais eruditas e clássicas, a sua grande força motriz.

Lingering Pt. II mostra um Batz cada vez mais maduro e assertivo e apostado em servir de exemplo, acerca do modo como se pode ir saindo, pouco a pouco, daquele casulo instrospetivo e daquela timidez que enclausura muitos de nós, fazendo-o à custa de um ambiente sonoro que, numa espécie de dicotomia entre um lado mais orgânico e outro mais sintético, expressa com luminosidade, frescura e cor a segurança, o vigor e o modo criativamente superior como este projeto dinamarquês entra hoje em estúdio para compôr e criar um arquétipo sonoro que não tem qualquer paralelo no universo indie e alternativo atual. Espero que aprecies a sugestão...

Sleep Party People - Lingering Pt. II

01. 4th Drawer Down
02. The Mind Still Travels
03. The Fallen Barriers Parade
04. Moving Cluster
05. Renhoh 93
06. Outcast Gatherings
07. Push The Walls Aside
08. Towering Trees
09. Echoing Childhood

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publicado por stipe07 às 18:07

White Lies – Time To Give

Sábado, 22.09.18

White Lies - Time To Give

Pouco mais de dois anos após Friends, os ingleses White Lies de Charles Cave, Harry McVeigh e Jack Lawrence-Brown, que entretanto passaram a fazer parte da [PIAS] Recordings, preparam-se para colocar nos escaparates, lá para fevereiro do próximo ano, mais um registo de originais. É um álbum que servirá também para marcar os dez anos de carreira do grupo. Será um alinhamento de nove canções intitulado Five, que irá continuar a firmar o grupo num lugar de destaque no universo sonoro ocupado pelo revivalismo do post punk e do indie rock, se tivermos em conta o rock épico e esplendoroso de Time to Giveo primeiro single divulgado do disco.

Five foi gravado em Inglaterra e nos Estados Unidos da América, mais concretamente em Los Angeles, onde os White Lies estiveram em estúdio com Ed Buller, produtor de To Lose My Life e Big TV, os dois antecessores deste Five. Também participaram nas sessões de gravação o engenheiro de som James Brown (que já trabalhou com Arctic Monkeys e Foo Fighters) e o renomado produtor Flood, que também tocou sintetizadores e teclados em algumas canções. Quanto à mistura de Five, ficou a cargo do carismático e reputado Alan Moulder, que já tinha trabalhado com os White Lies nos dois primeiros capítulos da discografia do grupo. Confere...

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publicado por stipe07 às 16:41

Juliana Hatfield - Juliana Hatfield Sings Olivia Newton-John

Quinta-feira, 20.09.18

Juliana Hatfield Sings Olivia Newton-John é o mais recente álbum de estúdio da cantora e compositora americana Juliana Hatfield. Esta artista nasceu em julho de mil novecentos e sessenta e sete, em Wiscasset, no Maine, extremo nordeste dos Estados Unidos. Entretanto, mudou-se para uma cidade costeira de Massachusetts e aí começou a sentir uma forte atração pela música, nomeadamente pela cantora Olivia Newton-John. Acabou por se apaixonar pelo filme Grease, que viu várias vezes no cinema, descobriu os The Replacements já no liceu e, movida por estas duas fortes inspirações, foi estudar música para o Berklee College of Music em Boston, com o intuíto de montar uma banda, o que aconteceu quando se juntou a John Strohm e Freda Love e juntos fundaram os Blake Babies, em plenos anos oitenta. Agora, pouco mais de trinta anos depois desse curioso início de carreira, Juliana Hatfield homenageia a sua maior heroína musical com Juliana Hatfield Sings Olivia Newton-John, um disco com a chancela da American Laundromat Records e onde a artista nos oferece novas versões de alguns dos melhores clássicos da carreira de Olivia Newton-John, com a ajuda de Pete Caldes na bateria e Ed Valauska no baixo.

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Já com treze discos no seu cardápio, quer a solo quer gravados com outras bandas, Juliana Hatfield Sings Olivia Newton-John era o disco que faltava na carreira de Juliana Hatfield, para que ela se sentisse verdadeiramente realizada com a sua caminhada. Neste registo que também é de beneficiência (parte do valor do mesmo reverte para a fundação Olivia Newton-John Cancer Wellness & Research Centre) e que conta com a aprovação do companheiro de Olivia Newton-John, ainda vivo, encontramos verdadeiras obras-primas, assentes num folk rock que faz justiça e enobrece os originais, alguns deles com décadas de vida e que materializaram, na altura, um exemplar percurso discográfico de uma cantora que quebrou algumas barreiras nos anos setenta e oitenta do século passado.

Juliana soube encontrar um notável balanço entre aquilo que são os arranjos originais das canções de Olivia e o seu cunho pessoal artístico, não deixando de haver instantes em que é ténue a fronteira que separa o original da versão. A autora foi feliz a reinterpretar as canções, parecendo muitas vezes que a sua postura foi como estar num bar a cantar as canções que gosta para uma reduzida plateia. Exemplo flagrante disso é Xanadu, composição onde apenas se nota a ausência das segundas vozes relativamente ao original, mas outros momentos altos deste tributo são Physical e Dancin’ Round and Round, um dos momentos altos de Totally Hot, disco que Olivia lançou em mil nocvecentos e setenta e oito e um dos mais importantes da sua carreira. O tema homónimo deste registo também foi revisto por Juliana.

Tributo sincero e bem conseguido de uma artista relativamente a outra, Juliana Hatfield Sings Olivia Newton-John arrebata o ouvinte pela simplicidade melódica e pelo imediatismo e fidelidade de canções, que assumem, notoriamente, a visão sentida de uma fã em relação ao faustoso legado de uma compositra marcante na história da pop, da folk e da country norte-americana do século passado. Espero que aprecies a sugestão... 

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publicado por stipe07 às 14:15

Papercuts – Sing To Me Candy

Quarta-feira, 19.09.18

Papercuts - Sing To Me Candy

Quatro anos depois do excelente Life Among The Savages, os Papercuts estão de regresso às luzes da ribalta com uma digressão juntamente com os Beach House, que servirá para promover Parallel Universe Blues, dez canções que irão ver a luz do dia a dezanove de outubro, à boleia da Slumberland Records, a nova etiqueta deste projeto encabeçado por Jason Robert Quever e David Enos e oriundo de São Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos da América.

Sexto disco do cardápio dos Papercuts e primeiro na Slumberland, Parallel Universe Blues terá certamente um alinhamento com canções assentes no cruzamento feliz entre melodia e voz, com a escolha assertiva dos arranjos a nunca ofuscar o brilho que as cordas sempre tiveram no catálogo dos Papercuts, uma nuance que deverá continuar a estar muito presente, se tivermos em conta Sing To Me Candy, o mais recente single apresentado do álbum. A canção impressiona pelo hipnótico riff de guitarra distorcido e pelo modo como se faz acompanhar por alguns arranjos sintéticos, onde não falta uma componente lo fi e ruidosa, detalhes preciosos que ajudam a conferir uma tonalidade psicadélica a um tema cheio de personalidade, com uma produção cuidada e que nos aproxima do que de melhor propõe a música independente americana contemporânea. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:20

Ezra Furman - Transangelic Exodus

Terça-feira, 18.09.18

Foi à boleia da Bella Union que viu a luz do dia Transangelic Exodus, o quarto registo de originais de Ezra Furman, um cantor e compositor norte-americano natural de Chicago e que aos trinta e dois anos assina o seu disco mais maduro e consistente. De facto, Transangelic Exodus é um trabalho tremendamente expositivo e que resulta de uma entrega total de um músico a uma causa que é, sem tirar nem pôr, o querer mostrar ao mundo a sua identidade vincada, assumir-se perante nós como um ser humano que tem as suas fragilidades e os seus demónios, mas que também tem um lado muito corajoso e interventivo. Para levar a bom porto este seu objetivo, Furman personifica-se num anjo que ganhou asas e que está a aprender a viver com estes novos apêndices enquanto cura algumas das suas feridas mais profundas.

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Transangelic Exodus expôe as virtudes de Furman como cantor e criador de canções impregnadas com uma rara honestidade, verdadeiros tratados de indie pop, mas que também piscam o olho aquele rock psicadélico com uma aúrea oitocentista muito vincada. Ao fazê-lo, Furman sai definitivamente do armário, deixa de se esconder e através de uma pafernália diversificada de sons explosivos, mudanças rítmicas e estilisticas e de acertos melódicos, proporciona-nos mais um emotivo e exigente encontro com o seu âmago e com toda a intrincada teia relacional que estabelece com um mundo nem sempre disposto a aceitar abertamente a diferença e a busca de caminhos menos habituais para o encontro da felicidade plena. Em Psalm 151, um dos melhores momentos do registo, Furman escreve mesmo no feminino e assume de frente a sua indisponibilidade para manter-se por perto de quem não o entende ou não o aceita tal como é (But I’ve seen the broken halo, That she never wears, Hanging by the stairs, Angel, I’ll be your guardian if you’ll be mine(...) We’ll stay in Kansas city till the wound heals, The government went bad, we got a raw deal, A transangelic exodus on four wheels.

Sonoramente, Transangelic Exodus é um disco bastante dominado por uma voz que se faz acompanhar, geralmente, por sintetizadores, que amiúde dão as mãos a diferentes elementos percussivos, mas principalmente às cordas, o elemento sonoro predilecto deste compositor. Além da guitarra e da viola e do baixo, sublime em Compulsive Liar, tema em que Furman confessa ter, em tempos, mentido sobre o modo como lidava com a questão da identidade de géneros (And I can trace the habit, To when I was eleven, And I thought boys were pretty, And I couldn’t tell no one), violoncelos e violinos surgem nos nossos ouvidos, errantes, nomeadamente na subversão religiosa de God Lifts Up The Lowly, um tema que homenageia o divino e, de modo mais fulgurante, no profundo e intenso muro de lamentações a que sabe o rock clássico e algo paranóico de No Place e na alegria contagiante de Love You So Bad.

Registo cheio de composições profundamente autobiográficas, que ao invés de nos suscitarem a formulação de um julgamento acerca das opções pessoais do artista e da forma vincada como as expõe, optam por nos oferecer esperança enquanto se relacionam connosco com elevada empatia, Transangelic Exodus espanta pelo seu realismo e provoca no ouvinte aquela lágrima fácil, tal é a profundidade com que o autor desta magnífica obra discográfica relata histórias e eventos que suscitam tudo menos a indiferença. É, claramente, um retrato sincero de sentimentos e, mais do que isso, um alinhamento de canções que podem bem fazer parte de um manual de auto ajuda para quem procura forças para superar os percalços de uma vida que possa estar emocionalmente destruída, ou necessita urgentemente de assumir uma outra identidade. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 13:09

Django Django – Swimming At Night

Segunda-feira, 17.09.18

Django Django - Swimming At Night

Foi no início deste ano que os Django Django de Dave Maclean, Vincent Neff, Tommy Grace e Jimmy Dixon desvendaram Marble Skies, o último registo de originais desta banda escocesa natural de Edimburgo. O registo continha dez canções feitas com uma pop angulosa proposta por quatro músicos que, entre muitas outras coisas, tocam baixo, guitarra, bateria e cantam, sendo isto praticamente a única coisa que têm em comum com qualquer outra banda emergente no cenário alternativo atual.

Agora, nove meses depois, os Django Django estão prestes a regressar aos lançamentos discográficos, mas no formato EP, com um registo intitulado Winter’s Beach, que terá seis originais e que irá ver a luz do dia a doze de outubro à boleia da Because Music. Swimming At Night é o primeiro tema divulgado do EP, uma contagiante canção feita com uma dose divertida de experimentalismo e psicadelismo, onde sobressai o piano, as palmas e um refrão que convida inconscientemente ao sorriso e à diversão. Dirigido por Gemma Yin Taylor, o vídeo de Swimming At Night é também uma curiosa e colorida sucessão de imagens que vale bem a pena observar e que cola na perfeição com a sonoridade do tema. Confere...

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