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Insecure Men – Insecure Men

Quarta-feira, 28.02.18

O ano de 2015 estava a ser complicado para Saul Adamczewski, fruto de uma espiral errática de comportamentos relacionados com o consumo de substâncias psicotrópicas que lhe fizeram perder ou colocar em causa, entre outras coisas, o lugar de guitarrista nos carismáticos Fat White Family. A viver em Londres no apartamento de um amigo, acabou por encontrar a salvação num conjunto de canções que foi compondo e que agora vêem a luz do dia através da Fat Possum, através do projeto Insecure Men, que partilha com Ben Romans-Hopcraft, seu amigo de infância e líder dos Childhood.

Insecure Men tem como principal atributo esse curioso travo a uma altiva alienação lisérgica, muito marcada não só nas vocalizações de Saul, mas também, e principalmente, na pafernália de arranjos e efeitos que vão pairando em redor de onze canções que se sustentam, ora nas cordas ora nas teclas, sempre com aquela necessária dose de exotismo que exigem composições sonoras que pretendem homenagear aquela pop vintage de início da segunda metado do século passado e que tanto inspira esta dupla.

Canções como a intimista Subaru Nights ou a vibrante e solarenga Teenage Toy estão repletas de inspirados arranjos, distorções enleantes e de toda uma pafernália de detalhes e efeitos, qur orgânicos quer sintéticos, que conferem ao clima inicial de Insecure Men uma toada bastante impressiva e cativante. Depois, quer no exercício narcisista de Saul em I Don’t Wanna Dance (With My Baby), quer no intimismo falsamente(?) confessional de All Women Love Me, deliciamo-nos com uma inspirada ode à capacidade que cada um de nós tem, caso queira, de exalar aquele charme que não deixa ninguem indiferente à nossa passagem. Depois, em Cliff Has Left The Building, Mekong Glitter e Whitney Houston & I, os Insecure Men inspiram-se diretamente em alguns ícones da cultura pop contemporânea, nomeadamente Cliff Richard, Gary Glitter e Whitney houston, como parece ser óbvio, não só para homenagear, mesmo que seja com uma elevada dose satírica, mas também para provarem que se mantém particularmente vincada a capacidade de Saul em apresentar os seus pontos de vista, de modo livre e divertido, sem ser ofensivo, sobre outras personagens tão ou mais controversas que ele, mesmo que isso possa ferir algumas suceptibilidades mais puristas. Curiosamente, Heathrow e Saddest Man In Penge acabam por ser a cereja no topo do bolo desta filosofia de abordagem incisiva ao universo que rodeia os Insecure Men, já que a primeira satiriza aquele modo de ser british que sempre marcou a classe média inglesa e a segunda inspira-se no período em que Saul viveu com a sua mãe, gastando tudo aquilo que ganhava no seu emprego da altura com a já referida adição a substâncias menos lícitas.

Instrumentalmente habilidoso e repleto de sons modulados e camadas sonoras sintetizadas que lhe conferem uma toada geral bastante espectral, Insecure Men consegue transmitir, com uma precisão notável, sentimentos que frequentemente são um exclusivo dos cantos mais recônditos da alma de muitos de nós e que Saul não tem receio de expôr. Aqui fá-lo através de uma fresca coleção de canções pop, que além de explanarem a sua pessoal inclinação quase genética para o confronto inofensivo, demonstram a sua enorme capacidade criativa e de auto exaltação algo enganadora, porque não serve um propósito narcisista, mas de crítica ao mainstream. A capa propagandística do álbum, que retrata o músico como uma espécie de líder norte-coreano, é um excelente exemplo e uma boa ilustração de todo este modus operandi. Espero que aprecies a sugestão...

Insecure Men - Insecure Men

01. Subaru Nights
02. Teenage Toy
03. All Women Love Me
04. Mekong Glitter
05. Heathrow
06. I Don’t Wanna Dance (With My Baby)
07. The Saddest Man In Penge
08. Ulster
09. Cliff Has Left The Building
10. Whitney Houston And I
11. Burried In The Bleak

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publicado por stipe07 às 18:43

Father John Misty – Mr. Tillman

Terça-feira, 27.02.18

Father John Misty - Mr. Tillman

Depois do excelente Pure Comedy, lançado na primavera do ano passado e que teve posição de destaque na lista dos melhores álbuns desse ano para esta redação, além de ter valido um Grammy para o autor há algumas semanas, os fãs nacionais de Father John Misty terão certamente mais motivos para se regozijar em 2018, já que muito provavelmente este músico norte-americano editará um novo álbum este ano e porque lá para junho estará no NOS Primavera Sound, no Porto.

De facto, Jonathan Wilson, um habitual colaborador na produção dos discos de Father John Misty, referiu recentemente que esta personagem criada e interpretada por Josh Tillman, antigo baterista dos Fleet Foxes já gravou e misturou um novo trabalho e dele deverá fazer parte Mr.Tillman, a mais recente canção divulgada por Father John Misty. Assente num luminoso e harmonioso enlace entre cordas e teclas, é um tema carregado de ironia e de certo modo provocador, já que na letra somos colocados na perspetiva de um empregado de hotel que questiona o comportamento algo excêntrico do próprio Misty durante uma estadia no albergue. Confere...

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publicado por stipe07 às 21:03

Holly Miranda – Mutual Horse

Segunda-feira, 26.02.18

Depois de um excelente homónimo de estreia lançado em maio de 2015 e do EP Party Trick editado exatamente um ano depois, a norte-americana Holly Miranda acaba de deixar a sua habitual zona de conforto assente numa pop de cariz eminentemente clássico, para se aventurar em ambientes mais progressivos, ecléticos e experimentais, através de Mutual Horse, catorze canções que vêem a luz do dia através da Dangerbird Records e que atestam o elevado vigor intepretativo de uma intérprete que se arrisca já, apesar do ainda parco conteúdo da sua discografia, a figurar nas listas dos artistas mais influentes e criativas da atualidade.

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A América vive tempos difíceis, de angústia e de falta de esperança no futuro e isso acaba por ser um manancial para quem compôe com o objetivo de despertar consciências e de mexer de alguma forma com o âmago do ouvinte. Holly Miranda parece ter tido essa permissa bastante presente na hora de criar canções e os temas do seu novo álbum, Mutual Horse, têm esse travo a um certo intimismo depressivo, mas que não deixa de constituir, também devido a essa filosofica catárquica, uma ode ao otimismo e à esperança. Canções como a charmosa e altiva Wherever You Are, a fulgurante Golden Spiral ou a intuitiva Exquisite, que conta com a participação especial vocal de Kyp Malone dos TV On The Radio, podem ser usadas por todos aqueles que sendo contemporâneos a Holly, partilham dos seus dilemas e receios, não só como manifestos sonoros de protesto relativamente à ordem vigente, mas também como fontes de inspiração para a descoberta de rumos alternativos que permitam a participação ativa de cada um dos ouvintes na construção de uma América mais justa e crente acerca do seu futuro e positiva em termos de crenças, valores e oportunidades.

Cordas, sopros e elementos percussivos, ora sintéticos ora orgânicos, são, então, a força motriz instrumental deste Mutual Horse, um disco onde não falta uma vasta miríade de luxuriantes efeitos e detalhes, ferramentas com um poderoso potencial impressivo e que nos esclarecem acerca do modo como esta compositora se sente mais sorridente e disponível do que nunca para a exaltação, como é o caso de To Be Loved ou On The Radio, uma canção cujo conteúdo mostra com avassaladora mestria a simplicidade absolutamente sedutora e intemporal que já carateriza a música de Holly Miranda.

Mutual Horse eriça com contundência o nosso lado mais sensível, é um oásis de cândura e suavidade, mas também um terreno fértil de alerta e de despertar do lado mais angustiante da nossa consciência individual e coletiva, um álbum que representa, claramente, um virar de página para um universo mais eloquente e transcendental por parte de uma das intérpretes mais inspiradas e influentes do cenário musical contemporâneo. Espero que aprecies a sugestão....

Holly Miranda - Mutual Horse

01. Wherever You Are
02. Golden Spiral
03. To Be Loved
04. On The Radio
05. All Of The Way
06. Towers
07. Exquisite (Feat. Kyp Malone)
08. Mr. Fong’s (Feat. Shara Nova)
09. Do You Recall
10. Let Her Go
11. When Your Lonely Heart Breaks
12. Sing Like My Life
13. Gina
14. Mt. Hood

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publicado por stipe07 às 20:42

First Aid Kit – Ruins

Sexta-feira, 23.02.18

A Suécia foi sempre berço de projetos graciosos e embalados por doces linhas instrumentais, letras mágicas e vocalistas dotados de vozes hipnoticamente suaves. Hoje regresso à dupla feminina First Aid Kit, formada pelas manas Johanna e Klara Söderberg e talvez uma das melhores personificações de toda esta subtileza e amenas sensações que percorrem a produção musical da fervilhante Estocolmo. Seis anos depois do excelente The Lion’s Roar, o sempre difícil segundo disco, e quase quatro do também apetecível Stay Gold, elas estão de regresso com Ruins, dez temas que mantêm a força de uma pop distinta, quase sempre acondicionada em cenários melódicos eminentemente acústicos e onde algumas das principais linhas orientadoras da country e da folk norte-americana têm papel determinante. O facto de o disco ter sido gravado durante um período de clausura na cidade dos anjos em plena costa oeste dos Estados Unidos da América, além de potenciar esse cunho sonoro fortemente identitário relativamente a uma área geográfica bastante específica, também explica o conteúdo lírico de um alinhamento criado por duas artistas nórdicas mas que encontram no outro lado do atlântico o seu oásis inspirador.

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Ao quarto disco as First Aid Kit comprovam que estão no auge da sua maturidade e do crescimento musical, na forma como exploram uma sonoridade sempre sóbria e adulta, que enriquece tremendamente um catálogo sonoro cada vez mais envolvente, climático e tocado pela melancolia. Logo em Rebel Heart, na nuance do efeito da guitarra e no timbre vocal da dupla, percebe-se qual será a trama instrumental do álbum e o elevado nível qualitativo da mesma. E, ao longo do alinhamento, os instantes que provam o referido elevado índice de maturidade são díspares, com o travo emotivo e intimista das teclas de It's A Shame, o charme oculto no odor psicadélico de Distant Star, a cândura da letra do imponente single Fireworks, o travo algo setentista e lisérgico que exala do sereno dedilhar da viola de To Live A Life, canção que seduz e afaga com doçura, a comprovarem toda uma complexidade de abordagens felizes à folk que, numa mistura de força e fragilidade, nas vozes, na letra e no instrumentação, se equilibram sempre de forma vincada e segura.

E já que falámos no registo vocal que tanto impressinou logo na primeira composição, ao longo de Ruins o jogo de vozes entre ambas as protagonistas é, claramente, um dos aspetos que mais sobressai. A produção está melhor do que nunca, com a banda a aperfeiçoar tudo o que já havia mostrado anteriormente, também na componente lírica e sem violar a essência das First Aid Kit, que adoram afogar-se em metáforas sobre o amor, a saudade, a dor e a mudança, no fundo tudo aquilo que tantas vezes nos provoca angústia e que precisa de ser musicalmente desabafado através de uma sonoridade simultaneamente frágil e sensível, mas também segura e equilibrada.

Produzido por Tucker Martine, Ruins é mais um marco fortemente impressivo na carreira deste projeto sueco e acabará por ser um dos melhores álbuns da dupla independentemente da composição do seu catálogo sonoro definitivo, não só pela forma como as duas irmãs apresentam de forma mais sombria e introspetiva a sua visão sobre os temas que as tocam e, principalmente, pelo modo maduro e sincero como tentam conquistar o coração de quem as escuta, usando melodias doces que despertam sentimentos que muitas vezes são apenas visíveis numa cavidade anteriormente desabitada e irrevogavelmente desconhecida do nosso ser. Espero que aprecies a sugestão...

First Aid Kit - Ruins

01. Rebel Heart
02. It’s A Shame
03. Fireworks
04. Postcard
05. To Live A Life
06. My Wild Sweet Love
07. Distant Star
08. Ruins
09. Hem Of Her Dress
10. Nothing Has To Be True

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publicado por stipe07 às 18:47

The Monochrome Set - Maisieworld

Quinta-feira, 22.02.18

Já com um percurso de quatro décadas, os The Monochrome Set liderados pelo cantor de origem indiana Bid (pseudónimo de Ganesh Seshadri), ao qual se juntam o guitarrista Lester Square e o baixista Andy Warren, são uma das bandas mais subestimadas da história da música britânica. Nasceram nos início dos anos setenta do século passado e começaram a ganhar fama no final da era punk, optando, sonoramente, por uma vertente eminentemente arty dentro daquele rock de cariz mais nostálgico e sombrio. O nome do grupo inspira-se nas pinturas monocromáticas de Yves Klein e alguns dos títulos das suas músicas mais emblemáticas, como Alphaville e Eine Symphonie des Grauens, sugerem uma ligação a grandes obras primas de Jean-Luc Godard e F. W. Murnau). Em mil novecentos e setenta e nove lançaram uma série de singles pela Rough Trade que são agora peças de colecionador, seguidos pelas primeiras obras primas, Strange Boutique (1980) e Love Zombies (1980). Três anos depois mudaram para a Cherryl Red Records onde lançaram Eligible Bachelors (1982) e “The Lost Weekend” (1985). Agora, mais de três décadas depois, editam uma súmula desse período intitulada 1979 – 1985: Complete Recordings, o documento perfeito do capítulo inicial da história dos The Monochrome Set, que teve sequência com mais quatro discos na década de noventa e outros dois já no novo século. Juntamente com essa súmula, o trio acaba também de editar, à boleia da Tapete Records, um novo registo de originais intitulado Maisieworld, sucessor de Platinum Coils (2012) e Super Plastic City (2013), um registo sobre o qual me debruçarei já de seguida.

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Intemporais e merecedores de rasgados elogios, sendo fonte de inspiração para nomes como Graham Coxon, os Franz Ferdinand ou Edwin Collins, os The Monochrome Set continuam amostrar-se paicularmente incisivos no modo comose servem da clássic tríade guitarra, baixo e bateria para esculpir canções que mostram ser verdadeiras espirais sonoras ora rugosas e algo climáticas, ora dançantes e capazes de fazer sobressair o nosso lado mais festivo e exaltante. Assim, Maisieworld apresenta-se como um verdadeiro frenesim rock que encontra continuidade segura da melhor herança da banda no groove cósmico dos efeitos da guitarra e do ritmo intermitente da bateria de Shallow, na solenidade pop dos arranjos de sopros e das cordas distorcidas de Cyber Son, no punk vigoroso do baixo que abastece Mrs Robot e na toada new wave da guitarra e dos metais de Give Me Your Youth, só para citar alguns dos momentos mais inspirados e inebriantes de uma sucessão de músicas que, conforme descreve o press release do lançamento, destacam a natureza volátil, caprichosa e instável de The Monochrome Set. Novas portas conduzem a corredores até agora inexplorados com saxofones, trombones e trombetas, onde estranhos órgãos deslizam sobre nós, em que um grunhido baixo surge nos nossos tornozelos e um banjo deformado atravessa-se no nosso caminho. Vozes divertidas cantam a natureza orgânica frágil, os sonhos e esperança tristes que nos entretém e as sombrias decisões que tomamos. Cenas de uma imaginação diferente rasga-nos e refaz o nosso retrato na fantasia de outro. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 18:19

Birds Are Indie - Come Into The Water

Quarta-feira, 21.02.18

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Os conimbricenses Birds Are Indie de Joana Corker, Ricardo Jerónimo e Henrique Toscano, transmitem com as suas composições sonoras um rol de emoções e sensações únicas, sempre com intensidade e minúcia, mas também misticismo e argúcia e geralmente com uma serenidade extraordinariamente melancólica e bastante contemplativa. Para nosso deleite, eles regressam este ano aos discos e muito em breve, mais propriamente a vinte de abril próximo, à boleia da Lux Records de Rui Ferreira.

Come Into The Water é o mais recente avanço divulgado desse novo alinhamento de temas do trio, uma luminosa, contagiante e animada canção que conta com a participação especial de João "Jorri" Silva (a Jigsaw, The Parkinsons) na guitarra-baixo. Tematicamente debruça-se sobre alguém muito friorento que quer ganhar coragem para dar um mergulho. O vídeo, filmado por Bruno Pires, na cidade natal do projeto, mostra-nos que pelos vistos é possível irmos à praia dentro da nossa própria casa. Confere Come Into The Water e as datas dos concertos de promoção ao novo disco que os Birds Are Indie já marcaram. Se andarem perto de ti não desperdices a oportunidade.

- 17 Março - Gijón - Toma 3

- 18 Março - Oviedo - La Salvaje

- 19 Março - Santander - Cajas de Música

- 20 Março - Léon - Belmondo

- 19 Abril - Évora - Sociedade Harmonia Eborense

- 20 Abril - Lisboa - Teatro do Bairro

- 17 Maio - Aveiro - Gretua

- 18 Maio - Porto - Maus Hábitos

- 7 Julho – Ovar – Casa do Povo

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Stephen Malkmus And The Jicks – Middle America

Terça-feira, 20.02.18

Stephen Malkmus And The Jicks - Middle America

O ex-Pavement Stephen Malkmus continua a construir um inatacável percurso com os The Jicks que cobre de alegria todos os apreciadores do verdadeiro rock n'roll, ao mesmo tempo que circulam rumores mais ou menos consistentes de que os Pavement poderão reunir-se de novo lá para 2019. Seja como for, basta ouvir Middle America, o novo single deste músico norte-americano, para se perceber que Malkmus tem boas razões para conseguir manter sempre uma elevada bitola qualitativa nos seus lançamentos, desta vez através de uma canção que replica com autenticidade a zona de conforto em que Malkmus se movimenta, aquele típico indie rock dos anos noventa, com alguns detalhes que abraçam o jazz e o blues. O resultado final é uma melodia aditiva, comandadas invariavelmente pela guitarra, acompanhada por uma letra com um elevado sentido de humor e descontração. Ainda não se sabe se esta Middle America fará parte do alinhamento de um novo disco de Stephen Malkmus, que, a confirmar-se, seria o sucessor do excelente Wig Out The Jagbags, editado em 2014 Confere...

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publicado por stipe07 às 10:43

Montero – Performer

Sábado, 17.02.18

É inegável que com o virar do século a Austrália tornou-se, por razões nem sempre fáceis de destrinçar, um viveiro para o germinar de projetos sonoros que misturando rock, pop e psicadelia de forte travo glam vintage, acabaram por conquistar ouvintes além fronteiras e, em certos caso, o estrelato mundial. Os Tame Impala são, obviamente, o grupo mais bem sucedido, mas os POND, os King Gizzard and the Lizard Wizard de Stu Mackenzie, os The Jungle Giants, Jagwar Ma, Underground Lovers, The Ocean Party ou os Coloured Clocks, entre outros, também merecem destaque, sendo agora acompanhados por Montero, um projeto da autoria do aclamado artista Bjenny Montero, de regresso aos discos com Performer depois do enorme sucesso conseguido com o seu disco de estreia The Loving Gaze (2013), que continha o single Adriana, um dos temas com maior airplay esta década nas rádios australianas.

Perennial "Performer" Montero returns with new album, Performer (ta-dah!), out next month on Chapter Music

Escrito entre Londres e Atenas e produzido por Joey Watason (POND, Tame Impala), Performer está impregnado com uma tremenda sensibilidade pop e recheado de temas com uma epicidade incomum e um fulgor que instiga e faz mover quase de modo instintivo quem se predispõe à escuta dedicada. É um alinhamento de dez temas que se assume como uma espécie de ode ao melhor revivalismo neopsicadélico, sendo bons exemplos dessa permissa o aurea dos sintetizadores que abastecem Montero Airlines e a majestosa Tokin’ The Night Away e o intenso downgrade sonoro, fortemente lisérgico, cósmico e imponente do tema homónimo, mas também a vibe etérea tremendamente lisérgica de Aloha, o clima vibrante de Runnign Race, a amplitude e a luminosidade cósmica de Caught Up In My Own World, e o charme luxuriante de Vibrations, sendo estes apenas alguns exemplos do modo como este registo é exímio a confundir-nos com um celebração indulgente e inspirada dos melhores sons do passado sem ousar afastar-se do melhor clima indie do pop rock atual.

Performer impressiona pela alegria e pelo tom poético, corajoso, denso e sofisticado de canções com uma beleza ímpar e até certo ponto onírica. No seu todo, assume-se como um agregado coeso e inspirado de composições que, num misto de pop, eletrónica e pequenas experimentações próximas do rock, transmitem um rol de emoções e sensações expressas com intensidade e minúcia, misticismo e argúcia e sempre com uma serenidade extraordinariamente melancólica e bastante contemplativa. Através dele Montero enche-nos com um espaço sonoro pleno de texturas e fôlegos e onde é transversal uma sensação de experimentação nada inócua e que espelha o cimento das coordenadas que se apoderaram do departamento de inspiração deste músico, compositor e cartoonista, sendo o resultado da ambição do mesmo em se rodear com uma áurea resplandecente e inventiva e de se mostrar ainda mais heterogéneo e abrangente do que na estreia. Espero que aprecies a sugestão...

Montero - Performer

01. Montero Airlines
02. Aloha
03. Caught Up In My Own World
04. Running Race
05. Performer
06. Quantify
07. Vibrations
08. Tokin’ The Night Away
09. Destiny
10. Pilot

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publicado por stipe07 às 13:51

TIPO - Novos Ofícios

Sexta-feira, 16.02.18

Quando em 2015 Salvador Menezes, consagrado membro fundador dos You Can't Win, Charlie Brown, decidiu tirar uns dias de descanso, nunca imaginaria que iria nesse breve interregno incubar um dos mais curiosos projetos a solo do panorama musical nacional atual. Servindo-se de um casio com mais de três décadas do tio, de uma guitarra com três cordas dos anos noventa da irmã, da bateria do irmão e do seu baixo, computador e voz, criou quatro temas, nascendo, assim, TIPO.

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Agora, dois anos depois, com um novo emprego, a viver numa outra casa, com três discos dos You Can't Win, Charlie Brown em carteira e já com a paternidade a fazer parte da sua existência, TIPO tem já temas suficientes para se aventurar no formato longa-duração, um registo intitulado Novas Ocupações que irá ver a luz do dia a dezasseis de março, por intermédio da Pataca Discos. Co-produzido por Afonso Cabral, Luís Nunes e Salvador Menezes e contando também com alguns convidados, nomeadamente Tomás Sousa na bateria, dele já foram retirados três singles, sendo o mais recente Novos Ofícios. Neste tema TIPO apela ao nosso lado mais sentimental, já que usa um sample do coração da sua filha para dar a pulsação a um tema etéreo e enternecedor sobre a emancipação e a maternidade. Outro detalhe da canção é a postura vocal onde é dado um maior destaque aos falsetes. Confere...

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publicado por stipe07 às 20:36

Beach House – Lemon Glow

Quinta-feira, 15.02.18

Beach House - Lemon Glow

Quase três anos depois da dose dupla que foi Depression Cherry e Thank Your Lucky Stars, o quarto e o quinto discos da dupla Beach House, lançados em 2015, parece que este projeto sedeado em Baltimore, no Maryland, formado pela francesa Victoria Legrand e pelo norte americano Alex Scally tem novo disco em carteira.

De facto, os Beach House acabam de divulgar uma nova canção intitulada Lemon Gow. tema que tem aquela toada simples e nebulosa, bastante melódica e etérea, plena de sintetizadores assertivos e ruidosos e guitarras com efeitos recheados de eco, que mantêm intacta a aura melancólica e mágica de um projeto que vive em redor da voz doce de Victoria e da mestria instrumental de Alex e se aproxima cada vez mais de algumas referências óbvias de finais do século passado. Confere...

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publicado por stipe07 às 17:38


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