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Fugly - Millenial Shit

Segunda-feira, 22.01.18

Pedro Feio, ou Jimmy, começou o projecto Fugly em 2015 quando se fartou de estar sempre atrás da mesa de mistura e começou a querer subir de vez em quando ao palco. Chamou Rafael Silver e, mais tarde, Nuno Loureiro para juntos formarem este grupo oriundo do Porto, que se estreou ainda esse ano com Morning After, um EP que já tem finalmente sucessor. O primeiro longa duração dos Fugly chama-se Millenial Shit, viu a luz do dia por intermédio da editora O Cão da Garagem e assume-se como uma espécie de disco conceptual que conta a história dos millennials, a Geração Y, os jovens nascidos entre os anos oitenta e noventa, época que culminou na maior taxa de nascimentos per capita. São a voz do emprego precário, dos estágios intermináveis, da abstenção política, dos direitos dos animais, do vegetarianismo, da erradicação dos estigmas populares, da preguiça, do aborrecimento, da legalização da marijuana, dos smartphones, da falta de emoção e capacidades sociais, da depressão antecipada, do controlo hormonal e do capitalismo forçado.

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Melhor do que ser eu a descrever o conteúdo de Millenial Shit é mesmo conferir também o que a banda tem a dizer acerca do seu conteúdo, através do press release do lançamento. Assim, tendo em conta a temática acima citada, Millenial Shit gira à volta do romance jovem, das noites loucas e espalhafatosas em que tudo de mau e bom acontece. O arrependimento causado por um dia seguinte cheio de perguntas sem resposta e todo o existencialismo associado. O alinhamento arranca a todo o gás com Hit the Wall, canção feita com uma voz exultante, guitarras banhadas por um audacioso reverb e um baixo vincado e pleno de ritmo que dá as mãos à bateria com elevada mestria. Depois, no punk direto e efusivo de Ciao (You’re Dead), na toada expressiva de Millennial Shit, no elevado acerto melódico com que guitarras e bateria se entrelaçam em Take You Home Tonight e na rugosidade rock de Yey, fica plasmado um modo muito próprio de expressar uma filosofia sonora interpretativa que mais do que mostrar uns Fugly presos por amarras ou balizas que enclausurem o arquétipo sonoro pelo qual se regem, clarifica o alargado e geralmente acelerado espetro rítmico que os define, já que quase sempre optam por criar músicas rápidas, com pouco tempo e que em poucos versos,  introduzem a história que pretendem contar. Delirium acaba por funcionar um pouco como contraponto a todo este ideário estilístico dos Fugly, Rooftop, Inside My Head e The Sun, com uma tonalidade um pouco mais diversificada e intrincada, dão esperança à personagem de poder mudar tudo, de começar de novo e perceber a lição que foi aprendida

Em suma, Millenial Shit contém uma rebelde euforia utópica que explora ao máximo a relação sensorial humana, com um som psicadélico, barulhento e melódico que atiça todos os nossos sentidos, provoca em nós reações físicas que dificilmente conseguimos disfarçar e, contendo belíssimas texturas, que não se desviam do cariz fortemente experimental que faz parte da essência destes Fugly, trespassam sempre o nosso âmago, fechando-nos dentro de um mundo muito próprio e místico, onde tudo flui de maneira hermética e algo acizentada, como convém a uma crise de identidade bem sucedida. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 17:24






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