man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Jaguwar - Crystal
Uma das novas coqueluches da Tapete Records são os Jaguwar, projeto que nasceu em Berlim, na Alemanha, um trio formado inicialmente por Oyémi e Lemmy em 2012 aos quais se juntou Chris dois anos depois. Editaram dois Eps através da americana Prospect Records e tocaram ao vivo numa série de países como Inglaterra, Dinamarca, França, Sérvia, Alemanha, entre outros, partilhando o palco com nomes tão importantes como os We Were Promised Jetpacks, Japandroids e The Megaphonic Thrift, entre outros.
A estreia na Tapete Records será a doze de janeiro de 2018 com Ringthing, o longa duração de estreia do grupo. São dez canções que nasceram depois de o trio, armado com um impressionante leque de aparelhos de efeitos, guitarras, baixos e amplificadores e apoiado por um prodigioso abastecimento de café e cigarros, ter-se instalado nos estúdios Tritone Studio em Hof, na Baviera. Delas já se conhece Crystal, canção que se insere naquele universo sonoro que mistura rock e pop, com uma toada noise e um elevado pendor shoegaze. Já com direito a vídeo, o tema assenta numa guitarra rugosa e plena de efeitos metálicos, acompanhada por uma bateria falsamente rápida, e esta dupla é a mesma que vai ser depois o grande suporte das canções, em volta da qual gravitarão diferentes arranjos, quer orgânicos, quer sintéticos, geralmente com um teor algo minimal. Confere...
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Björk – Utopia
Uma das caraterísticas mais marcantes da carreira da islandesa Björk é não só mostrar o quanto o cenário musical do país de onde é originária é inspirador, mas ela ser também, por si só, uma verdadeira fonte de inspiração para imensos artistas. Recentemente envolvida em algumas questões polémicas, nomeadamente devido ao apoio público incondicional que tem dado a causas que defendem a liberdade de expressão sexual, principalmente nos Estados Unidos e depois de ela ter também confessado ter sido vítima de assédio há alguns anos, Björk, crítica acérrima de Trump, sente-se mais inspirada do que nunca e, em consequência disso, Vulnicura, o álbum que lançou há pouco mais de dois anos, já tem sucessor. O novo disco da artista islandesa chama-se Utopia, viu a luz do dia a vinte e quatro último, via One Little Indian Records, e constitui uma ode ao otimismo e à esperança, porque é isso que estes tempos algo negros e difíceis clamam, depois do antecessor ter sido um disco intimista e algo depressivo, que se focou muito no termino da relação amorosa da autora com Matthew Barney, um reputado artista plástico americano.
De facto, o que não falta em Utopia são ideias e sugestões para um mundo melhor e o venezuelano Arca, produtor deste disco, é um elemento preponderante para o deslumbre que se sente com toda a pafernália de sons, detalhes e efeitos que vão cirandando em redor da voz de uma Björk que parece ter encontrado de novo motivos para olhar com optimismo para o mundo que a rodeia. Se The Gate, o terceiro tema do disco é, de acordo com a própria autora, a canção que melhor retrata as diferenças entre Vulnicura e Utopia, muito por causa do modo como Björk posiciona o seu registo vocal no meio de uma vasta miríade de luxuriantes efeitos e detalhes eminentemente sintéticos e com um poderoso potencial impressivo, logo na luxuriante secção de metais que vai sobressaindo em Arisen My Senses percebe-se que a compositora islandesa sente-se mais sorridente e disponível para a celebração. Logo depois, em Blissing Me, somos confrontados com uma canção cujo conteúdo mostra que esse desiderato será alcançado com a habitual simplicidade absolutamente sedutora e intemporal que carateriza a música desta expoente da cultura sonora contemporânea. É uma lindíssima canção assente em belíssimos arranjos e pinceladas acústicas que se cruzam com um registo vocal ternurento, uma composição que narra o amor feliz e incondicional que dois seres viciados pela internet sentem um pelo outro e que vinca, definitivamente, aquela que será a filosofia sonora do restante alinhamento de Utopia.
Até ao ocaso deste trabalho, quer na extensa e espiritual Body Memory, uma canção que conta com a extraordinária participação especial de seis dezenas de vozes feminimas, quer na complexidade orquestral de temas tão envolventes como Tabula Rasa, uma composição que eriça com contundência o nosso lado mais sensível, ou de Losss, um oásis de cândura e suavidade, assim como de Claimstaker, uma ode ao amor tremendamente retemperadora, somos absorvidos sem apelo nem agravo por um álbum que representa, claramente, uma espécie de renascimento e de virar de página para um universo mais eloquente e transcendental por parte de uma das intérpretes mais inspiradas e influentes do cenário musical contemporâneo. Espero que aprecies a sugestão....
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Noel Gallagher’s High Flying Birds – Who Built The Moon?
O ideário sonoro dos gloriosos anos noventa está ainda bem presente entre nós após duas décadas desse período aúreo de movimentos musicais incríveis como a britpop que, do lado de cá do atlântico, fez na altura frente ao grunge e ao indie rock norte americano, num período temporal que massificou definitivamente o acesso global à música. E os Oasis foram um dos nomes fundamentais da arte musical em terras de Sua Majestade nessa época, liderados pelos irmãos Gallagher que continuam a fazer questão de alimentar uma relação lendariamente conturbada. E agora fazem-no através das suas carreiras a solo, com ambos a editarem discos em nome próprio no ocaso de 2017. O primeiro foi Liam, o mais novo, com o seu registo de estreia As You Were e agora chega a vez de Noel, juntamente com os seus High Flying Birds, através de um trabalho intitulado Who Built the Moon?, que viu a luz do dia já neste mês de novembro.
Produzido por David Holmes, Who Built The Moon? deve grande parte dos méritos do seu conteúdo ao trabalho deste produtor algo desconhecido do universo índie e que se esforçou ao máximo por conseguir domar, com aparente sucesso, o natural ímpeto de Noel para compôr de acordo com o seu adn e, consequentemente, o adn dos Oasis. E esse é um dos maiores méritos que este álbum tem, o facto de mostrar um Noel a ser impelido para fora da sua zona de conforto criativa, com as distorções, a heterogeneidade instrumental e a vasta miríade de efeitos da vibe psicadélica Fort Knox, o tema inicial do disco, a fintarem quem estava a contar com a habitual receita da banda que esteve no trono da britpop durante cerca de uma década.
A partir daí, esse distanciamento torna-se ainda mais assertivo ao som de Holy Mountain, o primeiro single divulgado deste Who Built The Moon?, uma canção impetuosa e com uma vasta miríade de influências, que vão da britpop, ao rock mais ácido e experimental setentista, passando pelo rock alternativo da década seguinte e aquela toada pop algo sintética do mesmo período, com um espírito bastante festivo e dançante, mas também à boleia do sedutor experimentalismo de It's A Beautiful World e do instrumental Wednesday, da grandiosa secção de sopros que abastece o ritmo vibrante de Keep On Reaching e do rock sujo e empoeirado presente no tema homónimo.
Who Built The Moon? assenta grande parte da sua filosofia numa ideia de espontaneidade e liberdade, uma estratégia que pressupõe desde logo um aumento do fator risco relativamente à herança sonora do autor. Mas este é, sem dúvida, um risco calculado, um desafio que incubou canções com o indispensável apelo radiofónico e aquele som de estádio que Noel precisa para sustentar com firmeza a promoção ao vivo do registo, mas também composições com uma elevada bitola qualitativa no que concerne à demonstração da capacidade intuitiva do Gallagher mais velho de criar trechos melódicos quer apelativos quer criativos, mesmo que pareçam conceptualmente distantes. Espero que aprecies a sugestão...
01. Fort Knox
02. Holy Mountain
03. Keep On Reaching
04. It’s A Beautiful World
05. She Taught Me How To Fly
06. Be Careful What You Wish For
07. Black And White Sunshine
08. Interlude
09. If Love Is A Low
10. The Man Who Built The Moon
11. End Credits (Wednesday Part 2)
12. Dead In The Water (Live At RTE 2FM Studios, Dublin)
13. God Help Us All
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Viva Brother – II
Depois do prometedor disco de estreia editado em 2011, um trabalho intitulado Famous First Words que colocou desde logo a crítica mais atenta em sentido, os britânicos Viva Brother quebraram finalmente um hiato de meia década, que incluiu uma falsa declaração de separação pelo meio, com II, o segundo registo originais deste projeto oriundo de Slough e formado por Leonard Newell, Frank Colucci, Samuel Jackson e Josh Ward.
Com a herança da melhor britpop na mira, mas sem descurarem alguns detalhes que lhes conferem o desejável cariz inédito, nomeadamente um elevado arrojo melódico e um acerto no modo como conjugam cordas com sintetizadores, os Viva Brother acabam neste II por se diferenciar de outros grupos ingleses do género, como os We Are Scientists, The Pigeon Detectives, The Rascals ou British Sea Power, que surpreenderam o mundo com os álbuns de estreia e depois afundaram-se no sempre difícil segundo disco, já que conseguem ampliar a boa impressão que deixaram no primeiro trabalho. De facto, os Viva Brother conseguem dar aqui um novo impulso à carreira, sendo audível que o fazem a tentar encontrar um equilíbrio entre os trunfos que apresentaram há mais de meia década e os novos rumos que tentam dar à sua carreira e que visam ir ao encontro de uma toada mais épica, destemida e grandiosa. Em suma, há aqui um paralelismo com o próprio futuro da música rock indie e alternativa e os desafios que atualmente se colocam a este género, com bandas a optarem por uma toada mais rugosa e direta e outras por uma maior aposta nos arranjos e na heterogeneidade instrumental. Que fazer com as guitarras? Usar acordes essencialmente eletrónicos, ou abusar de solos parecidos com as bandas de hard rock dos anos 70?
É esta a dicotomia que movimenta II, evidente em canções contagiantes como Rose, tema com um refrão que é digno da melhor escola britânica, mas também no esplendor e no groove das cordas de A Little Soul, uma daquelas canções para serem cantadas bem alto e principalmente Bastardo, single já extraído de II e que coloca logo as batidas eletrónicas lado a lado com as guitarras, numa dança que nunca desafina até ao final. E depois há Womankind, aquela canção que acaba por desafiar mais o ouvinte no modo como lhe possibilita apreciar todo o vasto leque de influências e estilos que os Viva Brother pretendem abraçar no disco.
Um dos aspetos que também merece ser referido na análise deste alinhamento é o modo como a instrumentação é organizada, quase sempre, de forma crescente, com os refrões a serem geralmente enérgicos e esplendorosos. Depois, a boa voz de Newell acaba por potenciar no disco a tal aura britpop. Em suma, se o grupo continuar assim e optar por trilhar este percurso de equilíbrio é certo que ainda teremos mais bons discos dos Viva Brother daqui em diante; Amadurecer é necessário e estes britânicos fazem-no com perspicácia. Espero que aprecies a sugestão...
01. Rose
02. A Little Soul
03. Womankind
04. Bastardo
05. I Don’t Wanna Be Loved
06. The Black Pig
07. Silver Silk
08. Bad Blood
09. Alive And Unwell
10. A Day In The Life Of You
11. Brainchild
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Fugly - Millenial Shit
Pedro Feio, ou Jimmy, começou o projecto Fugly em 2015 quando se fartou de estar sempre atrás da mesa de mistura e começou a querer subir de vez em quando ao palco. Chamou Rafael Silver e, mais tarde, Nuno Loureiro para juntos formarem este grupo oriundo do Porto, que se estreou ainda esse ano com Morning After, um EP que já tem finalmente sucessor. O primeiro longa duração dos Fugly chama-se Millenial Shit, verá a luz do dia por intermédio da editora O Cão da Garagem e o tema homónimo é o mais recente single divulgado do registo, uma canção também já com direito a um excelente vídeo.
De acordo com o press release de lançamento deste single e de antecipação do álbum, os FUGLY seguem o seu percurso em busca do caos e da excentricidade frenética do noise e do garage, bem como a cura para a ressaca, sendo os millennials a Geração Y, os jovens nascidos entre os anos 80 e os anos 90, época que culminou na maior taxa de nascimentos per capita. São a voz do emprego precário, dos estágios intermináveis, da abstenção política, dos direitos dos animais, do vegetarianismo, da erradicação dos estigmas populares, da preguiça, do aborrecimento, da legalização da marijuana, dos smartphones, da falta de emoção e capacidades sociais, da depressão antecipada, do controlo hormonal e do capitalismo forçado. Confere...
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Man On The Moon faz hoje 25 anos.
Clássico intemporal e, no meu caso, um lema e um manual existencial, Man On The Moon, a canção da minha vida, viu a luz do dia, em formato single, a vinte e um de novembro de mil novecentos e noventa e dois, faz precisamente hoje, dia vinte e um de novembro de dois mil e dezassete, vinte e cinco anos. Composição que dá nome a este blogue e ao respetivo programa de rádio na Paivense FM e para alguns uma espécie de alcunha minha, já que é rápida a associação que fazem entre esta música e a minha pessoa, tem um significado muito próprio para a minha história pessoal, já que foi e ainda é a banda sonora principal dos últimos vinte e cinco anos da minha vida.
Recentemente, à publicação New Musical Express, Bill Berry, o baixista dos R.E.M., explicou de modo muito detalhado toda a história que envolve esta canção, desde o modo como ela nasceu e foi concebida, até ao ideário que pretende transmitir, terminando na descrição sobre o modo como o icónico vídeo dessa canção foi idealizado e concebido.
Terminada no último dia de gravações de Automatic For The People num estúdio em Seattle, Man On The Moon, uma obra de arte índie, começou por ser uma demo instrumental intitulada C to D Slide, criada numa guitarra pelo baterista Bill Berry, á qual Michael Stipe juntou, mais tarde, uma das suas melhores letras. E fê-lo por exigência dos restantes membros da banda que achavam que aquela melodia tinha uma história muito significativa para contar.
Assim, com conceitos como crença, jogo, dúvida, conspiração e verdade na mente e com Andy Kaufman, um entertainer famoso e controverso na América dos anos setenta que Stipe admira profundamente, a servir de fio condutor de todos eles, Michael colocou-nos a todos a pensar no que seria a nossa vida hoje se Charles Darwin não tivesse tido a coragem de colocar em causa algumas verdades insofismáveis ou se, no pacote das mesmas e de modo mais alegórico, se a aterragem na lua, a passagem de Moisés por um mar vermelho seco ou a morte de Elvis e do próprio Kaufman, realmente sucederam. E ele fez isso com o propósito claro de nos mostrar que mais importante que a aleatoriedade do jogo (Monopoly, twenty-one, checkers, and chess... Let's play Twister, let's play Risk) todas essas teorias ou questões metafísicas que muitas vezes nos turvam a visão e nos tolhem a mente, é aquilo que guardamos dentro de nós e a força que temos para acreditar nas nossas virtudes e, desse modo, nunca desistirmos de atingir os nossos maiores sonhos que define o nosso destino.
If you believe there's nothing up his sleeve, then nothing is cool.
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Fujiya And Miyagi – Different Blades From The Same Pair Of Scissors
Com já uma década e meia de atividade e assumindo-se, meia dúzia de discos depois, como um dos projetos mais relevantes do cenário indie britânico, pelo modo exímio como misturam alguns dos melhores aspetos do rock alternativo com a eletrónica de cariz mais progressivo, os Fujiya And Miyagi resolveram em 2016 deixar um pouco de lado o habitual formato álbum para se dedicarem à edição de dois EPs, mas depressa regressaram à primeira forma com um homónimo editado no início deste ano e que, diga-se de passagem, acaba por ser uma espécie de súmula desses anteriores lançamentos, que mostraram que este quarteto está cada vez mais apostado numa relação estreita entre o krautrock inaugurado nos anos setenta e as tendências atuais da pop movida a sintetizadores, sem nunca descurar a presença do baixo e da guitarra no processo de criação.
Agora, alguns meses depois de Fujiya And Miyagi a dupla regressa com a edição de um tema intitulado Different Blades From The Same Pair Of Scissors, uma canção cuja versão original viu a luz do dia em 2008 para a iniciativa Nike Running Series e que chega até nós pela Strange Tongues, a própria etiqueta da banda. Com ela, os Fujiya And Miyagi divulgam também a versão integral das seis canções que juntas compôem o tema que dá nome ao lançamento. São, portanto, quarenta e três minutos que acabam por ser uma junção de várias composições, todas elas assentes num espaço de delicioso diálogo com heranças e referências de outros tempos e que remetem-nos, essencialmente, para a sintetização oitocentista, mas também para a melhor herança da eletrónica alemã.
É obrigatório ouvir a canção Different Blades From The Same Pair Of Scissors no seu todo, até para se perceber a homogeneidade que foi conseguida no agregado que contém. E depois é fulcral escutar as suas diferentes partes, não só para se clarificar o processo de recorte e colagem, mas também a identidade de cada trecho. Assim, se Chichikov e Sick & Tired sobrevivem através da simbiose entre as batidas, a voz sussurrada de Best, uma guitarra impregnada com diversos efeitos planantes e o groove de um teclado enganadoramente minimal, em temas como In ou Tic Tac Toe o baixo e as guitarras não esbatem uma declarada essência vintage, mas também acabam por encontrar eco em muitas propostas indie atuais já que se movem, com mestria, pelo meio da elegância do groove e do ritmo dos teclados que nos balançam entre a pista de dança e paisagens mais contemplativas. Depois, Paper Airplanes, uma canção que cresce apoiada em batidas sincopadas e que clama por um momento de êxtase que nunca chega, oferece-nos uma toada mais rock e orgânica que este projeto nunca descurou apesar da sua raíz eminentemente sintética.
Pensado para nos acompanhar numa corrida ou num treino físico, Different Blades From The Same Pair Of Scissors acaba por ser também uma súmula interessante e bem idealizada de todo o conteúdo que sustentou a eletrónica nos últimos trinta anos, atráves de trechos bem estruturados, devidamente adocicados com arranjos bem conseguidos e que não dispensam a vertente orgânica conferida pelas cordas e pela percussão, tudo envolto com a habitual pulsão rítmica que carateriza a personalidade deste projeto, que nos deixa a pensar porque é que nos dias de hoje os Fujiya And Miyagi não são, por exemplo, mais assiduamente banda sonora de ginásios e de outros espaços de exercitação física e desportiva. Espero que aprecies a sugestão...
01. Different Blades From The Same Pair Of Scissors
02. In
03. Chichikov
04. Paper Airplanes
05. Sick And Tired
06. Tic Tac Toe
07. Out
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Tame Impala – Currents B-Sides And Remixes EP
Dois anos depois de Currents, um disco onde os Tame Impala de Kevin Parker continuaram a explorar o universo muito pessoal e privado do grande mentor do projeto, mas de um modo mais pop, dançante e eletrónico que os discos antecessores, eis que voltamos a ter novidades deste projeto australiano, um ep intitulado Currents B-Sides And Remixes. São cinco canções, três inéditos e duas remisturas de dois temas fulcrais de Currents, uma da autoria de Gum para Reality In Motion e outra dos belgas Soulwax para Let It Happen.
A nostalgia e o modo como são apresentados com uma contemporaneidade invulgar alguns sons do passado, continua a ser uma pedra de toque importante na discografia dos Tame Impala, conhecidos por nos transportar até aos dias em que os homens eram homens, as raparigas eram girl-groups e a vida revolvia em torno da ideia de expandir os pensamentos através de clássicos de blues rock, com os Cream ou Jimmy Hendrix à cabeça. E o primeiro inédito deste ep, List Of People (To Try And Forget About) reflete de modo clarividente esse propósito de oferecer ao ouvinte uma visão muito particular do universo que os Tame Impala adoram recriar, sonoramente sustentado em constantes encaixes eletrónicos durante a construção melódica, aos quais se junta um almofadado conjunto de vozes em eco e guitarras mágicas que se manifestam com uma mestria instrumental vintage única. Depois, em Powerlines, a aposta acaba por recair em texturas mais sintéticas e experimentais, exemplarmente sintonizadas nas sobreposições e mudanças de ritmo do tema, com eletrónica e psicadelia a darem as mãos de modo a descobrir novos sons, dentro de um espetro eminentemente pop. Finalmente, Taxis Here pisca um pouco o olho à soul do R&B e à eletrónica mais ambiental e à nostalgia deste genero, num ambiente sonoro que se aconchega nos nossos ouvidos e que se cola à pele com o amparo certo para que se expresse na canção a melíflua melancolia que Parker certamente quis que dela deslizasse. Quanto às remisturas, têm o natural objetivo de aproximar os Tame Impala ainda mais do circuito disco, com a aposta a recair naquele típico groove viajante lisérgico que tão bem recriam, sem que a identidade dos autores das novas versões seja colocada em causa, com destaque para a faixa revista pelos Soulwax e que contém todos os habituais tiques das remisturas feitas pelos belgas.
Acervo que merece toda a atenção por parte dos apreciadores deste género sonoro muito peculiar, Currents B-Sides And Remixes é um excelente complemento ao conteúdo de Currents, um naipe de canções com texturas e fôlegos diferentes e onde aquela sensação de experimentação caseira está presente, ampliando a aura resplandecente e romântica de uns Tame Impala cada vez mais heterogéneos e abrangentes. Espero que aprecies a sugestão...
01. List Of People (To Try And Forget About)
02. Powerlines
03. Taxi’s Here
04. Reality In Motion (Gum Remix)
05. Let It Happen (Soulwax Remix)
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Björk – Blissing Me
Uma das caraterísticas mais marcantes da carreira da islandesa Björk é não só mostrar o quanto o cenário musical do país de onde é originária é inspirador, mas ela ser também, por si só, uma verdadeira fonte de inspiração para imensos artistas. Recentemente envolvida em algumas questões polémicas, nomeadamente devido ao apoio público incondicional que tem dado a causas que defendem a liberdade de expressão sexual, principalmente nos Estados Unidos e depois de ela ter também confessado ter sido vítima de assédio há alguns anos, Björk, crítica acérrima de Trump, sente-se mais inspirada do que nunca e, em consequência disso, Vulnicura, o álbum que lançou há pouco mais de dois anos, prepara-se para ter sucessor já dentro de dias.
O novo disco da artista islandesa chamar-se-à Utopia, irá ver a luz do dia já dia vinte e quatro, via One Little Indian, e será, de acordo com a própria autora, uma ode ao otimismo e à esperança, porque é isso que estes tempos algo negros e difíceis clamam. Supostamente irá conter algumas ideias e sugestões para um mundo melhor, o que deverá ser mesmo uma realidade tendo em conta Blissing Me, o novo single divulgado do disco, cujo conteúdo mostra que esse desiderato será alcançado com a habitual simplicidade absolutamente sedutora e intemporal que carateriza a música desta expoente da cultura sonora contemporânea. Falo de uma lindíssima canção assente em belíssimos arranjos e pinceladas acústicas que se cruzam com um registo vocal ternurento, uma composição que narra o amor feliz e incondcional que dois seres viciados pela internet sentem um pelo outro. Confere...
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The Wombats – Lemon To A Knife Fight
Os ingleses The Wombats estão de regresso aos discos depois do excelente Glitterbug de 2015, um disco que se notabilizou por oferecer canções cheias de guitarras aceleradas, inflamadas com letras divertidas, sempre com um audível elevado foco na componente mais new wave do indie rock. O novo álbum desta banda de Liverpool formada por Matthew Murphy, Daniel Haggis e Tord Øverland-Knudsen chama-se Beautiful People Will Ruin Your Life e vai ver a luz do dia a nove de fevereiro do próximo ano.
Lemon To A Knife Fight é o primeiro tema divulgado desse que será o quarto registo de originais dos The Wombats. É uma canção que sem renegar a luminosidade das cordas, aprofunda uma relação da banda cada vez mais próxima do trio com a pop mais radiofónica. Confere...