man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Warhaus – We Fucked A Flame Into Being
Warhaus é o alterego artístico e projeto a solo de Maarten Devoldere, um dos líderes dos belgas Balthazar e que acaba de editar We Fucked A Flame Into Being, um alinhamento abrigado à sombra da PIAS América e sem a preocupação clara em seguir determinados cânones e regras pré-estabelecidas. A capa que Maarten veste nos Warhaus não é um outro caminho balizado pelo músico rumo ao estrelato e ao sucesso comercial, mas antes um marco de ruptura com o catálogo dos Bathazar, em dez canções que exalam uma elevada maturidade, quer melódica quer instrumental, um caso evidente de acerto criativo relevante no sempre profícuo cenário musical belga.
We Fucked A Flame Into Being é um título particularmente feliz para um alinhamento que exala sensualidade e lascívia por por todos os poros. No timbre da percussão, no sussurro grave e sedutor da voz de Maarten e no negrume crú e vintage de I'm Not Him sentimos logo todos os nossos poros inquietarem-se e quando as cordas se anunciam de modo insinuante ficamos desde logo rendidos a este diálogo de engate em que não são precisas muitas palavras ou um discuro demasiado elaborado para nos deixarmos possuir e enrolar por este disco.
Apreciar devidamente We Fucked A Flame Into Being é aceitar esta cópula necessariamente húmida, intensa, apaixonada e sentida entre música e ouvinte, numa relação de completa submissão da nossa parte a um rock clássico exemplarmente temperado por uma nostalgia blues, arrebatadora em The Good Lie, que num ambiente ora sombrio e nostálgico, ora explicitamente sexual, como sucede no vai e vem impiedoso de Against The Rich, encarna uma clara manifestação de diferentes pistas para quem busca numa relação não apenas a pureza sentimental, mas também aquelas sensações mais orgânicas e imediatas, que podendo ser emotivas ou amargas, sãos as que tantas vezes melhor nos mostram como é bom estar vivo e perceber que tudo em nós funciona e faz sentido.
A cereja no topo do bolo de We Fucked A Flame Into Being é, quanto a mim, Leave With Me, canção com uma vibração ímpar e que emerge com toques de grandiosidade nos sempre incautos caminhos do rock mais melancólico e minimal, mas merece também entrega total da nossa parte o fuzz da guitarra e o c'mon do refrão da mais soturna e exigente Memory, o ardor intimista das cordas e dos tambores de Wanda e o sentimentalismo minimalista de Bruxelles, uma ode de amor a uma cidade que vive um presente algo conturbado, mas que é um exemplo europeu de integração e de liberdade, também ao que o amor em todas as suas possíveis dimensões diz respeito, uma cidade onde não és julgado pela tua religião, orientação sexual ou condição social, mas apenas pelo modo como respeitas uma multiplicidade cultural e sociológica que deveria ser exemplo para tantas outras cidades e culturas da nossa contemporaneidade.
O clima sonhador e etéreo de Time And Again, como que personifica aquele momento em que após longos e saborosos minutos de intenisdade física precisamos de deixar que o nosso corpo recupere de todo o torpor em que se encontra, no reconforto de um sono profundo, encerrando assim um alinhamento que explora não só o orgânico, mas também os recantos mais obscuros das relações, especialmente aquelas que se desejam que não sejam sempre pacíficas, criado por um músico com um charme inconfundível e sem paralelo no universo alternativo atual. Espero que aprecies a sugestão...
01. I’m Not Him
02. The Good Lie
03. Against The Rich
04. Leave With Me
05. Beaches
06. Machinery
07. Memory
08. Wanda
09. Bruxelles
10. Time And Again
Autoria e outros dados (tags, etc)
Everything Everything – I Believe It Now
Em estúdio a gravar o sucessor de Get To Heaven (2015), os britânicos Everything Everything de Jonathan Higgs, Jeremy Pritchard, Alex Robertshaw e Michael Spearman estão de regresso aos lançamentos com I Believe It Now, um single encomendado pelo canal desportivo BT Sport e que não se sabe se fará parte do alinhamento do quarto disco do quarteto, ainda sem data de lançamento prevista.
Piscando o olho, ao longo da carreira, a um vasto leque de influências que vão da dream pop ao rock progressivo, passando pela eletrónica, o R&B e o indie rock contemporâneo, os Everything Everything oferecem-nos nesta I Believe It Now um tratado de indie rock, feito com uma percussão vincada, um baixo pleno de groove, uma guitarra particularmente melódica e um registo vocal em falsete exemplarmente replicado por Higgs. Confere...