man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Kinsey – My Loneliest Debut
Dezoito de setembro último foi o dia do lançamento de My Loneliest Debut, o registo de estreia do baterista, produtor, compositor e multi instrumentista nova iorquino Kinsey, onze canções produzidas pelo próprio músico e misturadas por Chris Athens e que agregam alguns dos mais interessantes detalhes que definem a indie pop contemporânea norte americana, nomeadamente quando se mistura com pilares fundamentais do rock setentista de século passado, uma simbiose magistralmente interpretada aqui, em composições como Wide Awake, o esplendoroso tema de abertura de My Loneliest Debut.
Kinsey oferece-nos, logo na estreia, um registo discográfico pleno de luz em forma de música, um disco cheio de brilho e cor em movimento, uma obra com um alinhamento alegre e festivo e que parece querer exaltar, acima de tudo, o lado bom da existência humana. Não é só o tema já referido que transborda alegria e majestosidade; A folk charmosa debitada pela viola de Dawn e, de modo mais animado, pelo banjo de Whipping Boy, as cordas reluzentes e o piano frenético da composição homónima, os tambores e novamente o piano, mas mais deambulante e soturno em Defender, ou os efeitos da guitarra que adornam o blues empolgante de I'm Home e o ruído envolvente de We Are Pipes, são composições que abordando a pop sobre as diferentes perspetivas que comprovam o elevado ecletismo do autor, nos fazem desertar por uma espécie de universo paralelo, que nos proporciona um presente feito com aquela felicidade incontrolável e contagiante que todos nós procuramos e que, ao longo da audição deste My Loneliest Debut, vão surgindo quer nas notas mais delicadas, quer quando as mesmas se mostram num modo particularmente explosivo, à medida que os instrumentos fluem naturalmente, sem se acomodarem ao ponto de se sufocarem entre si.
Em My Loneliest Debut vence aquela pop clássica e intemporal e que só ganha vida se houver quem se predisponha a entrar num estúdio de mente aberta e disposto a servir-se de tudo aquilo que é colocado ao seu dispôr para criar música, sejam instrumentos eletrónicos ou acústicos e assim dar origem a canções cheias de sons poderosos e tortuosos e sintetizadores flutuantes e vozes deslumbrantes. E Kinsey parece dominar a fórmula correta para o fazer, como se percebe por este álbum pop poderoso, sem cantos escuros, orquestral e extremamente divertido, que sem deixar de evocar um certo experimentalismo típico de quem procura, através da música, fazer refletir aquela luz que não se dispersa, tem a capacidade de a usar como instrumento privilegiado para inundar os corações mais carentes daquela luminosidade que transmite energia e que nos permite aceder a uma dimensão musical com uma assumida pompa sinfónica e inconfundível, onde tudo soa utopicamente perfeito. Espero que aprecies a sugestão...
01. Wide Awake
02. Dawn
03. Get Lost
04. Whipping Boy
05. Youth
06. My Loneliest Debut
07. Chateau Ludlow
08. Defender
09. I’m Home
10. We Are Pipes
11. Eat Your Heart Out
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PJ Harvey - The Wheel
Let England Shake (2011), o último registo de originais da britânica PJ Harvey, já tem, finalmente, sucessor. As onze canções que farão parte do alinhamento de The Hope Six Demolition Project irão ver a luz do dia a quinze de abril próximo e um dos temas já divulgado é The Wheel, canção que tem também já direito a um vídeo realizado pelo fotojornalista Seamus Murphy e que compila várias imagens da cantora, recolhidas entre 2011 e 2015 no Kosovo.
The Wheel amplia as enormes expetativas já criadas em redor do conteúdo de Six Demolition Project e, pela amostra, parece claro que PJ Harvey irá regressar a territórios sonoros mais elétricos, crus e rugosos, um retorno que, quanto a mim, se saúda. Confere...