man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Black Market Karma – The Sixth Time Around
Depois de em 2012 terem editado Comatose, Coccon, e Easy Listening, três álbuns amplamente divulgados em Man On The Moon, os londrinos Black Market Karma, uma banda de rock psicadélico natural de Londres, formada por Stan Belton, Mike Sutton, Sam Thompon Garido, Mat Salerno, Louisa Pili e Tom Parker, voltaram aos discos em janeiro de 2014 com Upside Out Inside Down, mantendo-se assim na rota de um indie rock que aposta todas as fichas numa explosão de cores e ritmos, de modo simultaneamente denso e dançável, oferecendo-nos consecutivos compêndios de um acid rock psicadélico despido de exageros desnecessários, mas apoteótico.
The Sixth Time Around é a nova etapa desta demanda que parece não ter fim, o sexto capítulo de uma saga sonora abrigada à sombra de guitarras distorcidas e carregadas de alucinógeneos, com temas como Jokerjam ou Coming Down And About a revelarem duas faces de uma mesma moeda onde nomes tão consensuais como os vintage The Velvet Underground, Jesus And Mary Chain e Rolling Stones e outros mais contemporâneos, nomeadamente Black Rebel Motorcycle Club, The Horrors e os Brian Jonestown Massacre são eixos sonoros que balizam com precisão um caldeiraã psicadélico que condensa o melhor que há no shoegaze e no rock alternativo, com travos de folk e blues. Letárgico e com as habituais vozes etéreas, linhas de baixo bem vincadas, guitarras salpicadas com camadas de efeitos e distorções planantes e uma bateria cativante, The Sixth Time Around é um compêndio sonoro pleno de personalidade, onde não falta aquela aúrea melodicamente intensa e propositadamente contemplativa que tantas vezes carateriza o trajeto destes Black Market Karma, atraídos por um forte travo setentista que nos permite aceder a uma dimensão musical com uma assumida pompa sinfónica e inconfundível, sem nunca descurar as mais básicas tentações pop e onde tudo soa utopicamente perfeito. Espero que aprecies a sugestão...
01. The First Time Around
02. Timed Response
03. Coming Down And About
04. The Second Time Around
05. Jokerjam
06. When The Sound Comes Slow
07. The Third Time Around
08. Shakey Greetings
09. Mule Kick
10. The Fourth Time Around
11. Wherever You’d Like
12. At Either End (The Twin)
13. The Fifth Time Around
14. Always Everywhere
15. The Noise in Your Head
16. The Sixth Time Around
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Radiohead - Spectre
Disponível para download gratuito, Spectre é a mais recente obra sonora divulgada pelos britânicos Radiohead de Thom Yorke, um tema com uma dimensão sonora particularmente épica e orquestral, com o típico ambiente soturno que a banda tão bem recriou há quase uma década em In Rainbows.
Esta canção foi composta pela banda para tema principal do mais recente capítulo da saga James Bond, acabando por ser rejeitada pela produção e a tornar-se agora numa oferta natalícia do grupo de Oxford a todos nós, que ficamos em sentido cada vez que dão um sinal de vida. Já agora, adivinha-se disco novo dos Radiohead em 2016...
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Os melhores discos de 2015 (10-01)
10 - In Tall Buildings - Driver
Rico e arrojado, que aponta em diferentes direções sonoras, apesar de haver um estilo vincado que pode catalogar o cardápio sonoro apresentado, Driver tem um fio condutor óbvio, assente em alguma da melhor indie pop contemporânea, mas uma das suas particularidades é conseguir, sem fugir muito desta bitola, englobar diferentes aspetos e detalhes de outras raízes musicais, num pacote cheio de paisagens sonoras que contam histórias que a voz de Hall sabe, melhor do que ninguém, como encaixar. Este é um álbum essencial, recheado de paisagens sonoras simples e amenas, de algum modo descomplicadas e acessíveis, mas que não descuram a beleza dos arranjos e um enorme e intrincado bom gosto.
Bawl Cry Wail
All You Pine
Exiled
Unmistakable
Aloft
Flare Gun
I'll Be Up Soon
Cedarspeak
When You See Me Fall
Pouring Out
Com imensas canções que abrem de par em par uma enorme janela de luz chamada O Shudder, espreita-se para dentro e torna-se firme a evidência da firmeza sonora identitária dos Dutch Uncles, que apreciam abordar a pop indo um pouco além dos padrões comuns. Assim, exuberância e cor são sensações transversais ao ambiente de toda a obra, impecavelmente produzida, rica em detalhes curiosos e a exalar um charme que deve também imenso ao registo vocal em falsete de Duncan, que ajuda à aproximação entre a banda e o ouvinte, ao mesmo tempo que confere a densidade correta às letras, ajudando a que o conjunto final de muitas canções tenha vida e um pulsar que não nos passa despercebido.
Babymaking
Upsilon
Drips
Decided Knowledge
I Should Have Read
In n Out
Given Thing
Don’t Sit Back (Frankie Said)
Accelerate
Tidal Weight
Be Right Back
The Magic Whip é uma esplendorosa amálgama de todo o referencial identitário de um quarteto, que da britpop, ao experimentalismo ruidoso, passando pela eletrónica e pelo fascínio do lo-fi, criou canções que fazem parte do imaginário sonoro da civilização ocidental contemporânea. Em 2015 os Blur oferecem-nos uma ode nostálgica a toda a sua herança, mas também mostram estar familiarizados com as tendências mais atuais, sugerindo uma visão muito prória e claramente identificada com o adn identitário do quarteto, da pop e do indie rock atuais. Em suma, apresentam-se fortemente criativos, generosos e com vontade de continuarem a serem considerados uma referência obrigatória.
01. Lonesome Street
02. New World Towers
03. Go Out
04. Ice Cream Man
05. Thought I Was A Spaceman
06. I Broadcast
07. My Terracotta Heart
08. There Are Too Many Of Us
09. Ghost Ship
10. Pyongyang
11. Ong Ong
12. Mirrorball
Aero Flynn é de uma subtileza experimental incomum e, mesmo que à primeira audição isso não transpareça claramente, os temas estão carregados de sentimentos melancólicos; Cada música tem sempre algo de pessoal e há agregados sonoros que são já um referencial obrigatório de alguns dos melhores momentos ambientais deste ano e que personificam uma arquitetura sonora que sobrevive num domínio muito próprio e que dificilmente encontra paralelo no cenário musical atual.
01. Plates2
02. Twist
03. Dk/Pi
04. Crisp
05. Tree
06. Floating
07. Maker
08. Brand New
09. Moonbeams
6 - Here We Go Magic - Be Small
Com nuances variadas e harmonias magistrais, em Be Small tudo se orienta com o propósito de criar um único bloco de som, fazendo do disco um corpo único e indivisível e com vida própria, com os temas a serem os seus orgãos e membros e a poderem personificar no seu todo, se quisermos, uma sonoridade própria e transparente, através de um disco assertivo, onde os Here We Go Magic utilizaram todas as ferramentas e fórmulas necessárias para que a criação de algo verdadeiramente único e imponente e que obriga a crítica a ficar mais uma vez particularmente atenta a esta nova definição sonora que deambula algures pela big apple.
01. Intro
02. Stella
03. Be Small
04. Falling
05. Candy Apple
06. Girls In The Early Morning
07. Tokyo London US Korea
08. Wishing Well
09. Ordinary Feeling
10. News
11. Dancing World
Muitas vezes o inexplicável surge diante de nós e escorre pelos nossos ouvidos em forma de música e Sojourn peca e não merece sequer perdão pelo modo como desarma o ouvinte impossibilitando-o de utilizar expressões e vocábulos comuns e claramente entendíveis para descrever e classificar o seu conteúdo. Disco quase indecifrável e com uma linguagem pouco usual mas merecedora de devoção, é capaz de projetar nos nossos ouvidos uma tela cheia de sonhos e sensações que muitas vezes apenas pequenos detalhes ou amplos arranjos conseguem proporcionar. Na verdade, estes Glass Vaults oferecem-nos gratuitamente a possibilidade de usarmos a sua música para expor dentro de nós sentimentos de alegria e exaltação, mas também de arrepio e um certo torpor perante a grandiosidade de uma receita sonora cujos fundamentos lhes foram revelados em sonhos, já que só eles conseguem descodificar com notável precisão o seu conteúdo.
01. Intro
02. Life Is The Show
03. West Coast
04. Sojourn
05. Everyone’s An Artisan Now
06. Sacred Heart
07. Ancient Gates
08. Come And Be Beautiful
09. Slow Down
10. Your Blood
11. Don’t Be Shy
Disco muito coeso, maduro, impecavelmente produzido e um verdadeiro manancial de melodias lindíssimas, Individ é mais um tiro certeiro na carreira desta dupla de São Francisco e talvez o melhor álbum dos The Dodos até ao momento, não só por causa das suas caraterísticas assertivas, mas também por ser capaz de nos transportar para um universo particularmente melancólico, sensível e confessional.
01 Precipitation
02 The Tide
03 Bubble
04 Competition
05 Darkness
06 Goodbyes And Endings
07 Retriever
08 Bastard
09 Pattern/Shadow
Viet Cong é uma estreia em grande estilo de um coletivo irreverente e inspirado, uma irrepreensível coletânea que aposta numa espécie de hardcore luminoso, uma hipnose instrumental abrasiva e direta, mas melodiosa e rica, que nos guia propositadamente para um mundo criado específicamente pelo grupo, onde reina uma certa megalomania e uma saudável monstruosidade agressiva, aliada a um curioso sentido de estética. Esta cuidada sujidade ruidosa que os Viet Cong produzem, feita com justificado propósito e usando a distorção das guitarras como veículo para a catarse é feita com uma química interessante e num ambiente simultaneamente denso e dançável, despida de exageros desnecessários, mas que busca claramente a celebração e o apoteótico.
01. Newspaper Spoons
02. Pointless Experience
03. March Of Progress
04. Bunker Buster
05. Continental Shelf
06. Silhouettes
07. Death
2 - Deerhunter - Fading Frontier
Fading Frontier é um daqueles registos discográficos onde a personalidade de cada uma das canções do alinhamento demora um pouco a revelar-se nos nossos ouvidos, mas é incrivelmente compensador experimentar sucessivas audições para destrinçar os detalhes precisos e a produção impecável e intrincada que as distingue e que sustenta a bitola qualitativa de um disco incubado por um grupo que vive no pico da sua produção criativa, porque exige e consegue navegar sem parcimónia em diferentes campos de exploração. A imprevisibilidade é, afinal, algo de valor no mundo artístico e Bradford Cox, uma dos personagens mais excêntricas no mundo da música de hoje, continua a jogar com essa evidência, a seu favor, à medida que apresenta diferentes ideias e conceitos de disco para disco, tendo, neste caso, excedido favoravelmente todas as expetativas e criado um dos álbuns essenciais do ano.
01. All The Same
02. Living My Life
03. Breaker
04. Duplex Planet
05. Take Care
06. Leather And Wood
07. Snakeskin
08. Ad Astra
09. Carrion
1 - Yucatan - Uwch Gopa’r Mynydd
Tendo na algibeira este álbum que conceptual e estilisticamente se fecha dentro de um campo próprio, intensamente místico e imerso num plano sonoro gracioso e sendo devidamente apreciados, estes Yucatan poderão ser acusados formalmente e posteriormente sentenciados, sem possibilidade de recurso, de serem responsáveis por uma nova geração de ouvintes se voltar a aproximar da música erudita ou de quaisquer outras formas de experimentação sonora, que incluem tantas vezes estranhos mas produtivos diálogos sempre passíveis de existir neste imenso mar de possibilidades chamado música. São discos como estes que impelem qualquer amante e crítico musical a nunca virar a cara à luta, nem se deixar absorver pelo desalento da incompreensão.
01. Ffin
02. Cwm Llwm
03. Word Song
04. Halen Daean A Swn Y Mon
05. Ochenaid
06. Llyn Tawelwch
07. Angharad
08. Uwch Gopa’r Mynydd
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Os melhores discos de 2015 (20-11)
Aproxima-se o final do ano e o momento de fazer o balanço discográfico de 2015. Como é habitual, Man On The Moon começa hoje a publicar a lista daqueles que considera terem sido os vinte melhores discos do ano, abrindo as hostilidades com os lançamentos discográficos posicionados da vigésima à décima primeira posição. Confere...
20 - Moon Duo - Shadow Of The Sun
Shadow Of The Sun é o terceiro tomo de uma saga que merece figurar já nos anais dos melhores percursos discográficos da última década, mais uma coleção de nove excelentes canções e que elevam os Moon Duo para um patamar superior de qualidade e de inedetismo quando se compara este trabalho com tudo o que a dupla apresentou até então. Esta é uma irrepreensível coletânea de rock psicadélico, proposta por um casal que aposta numa espécie de hipnose instrumental pensada para nos levar numa road trip pelo deserto, com o sol quente na cabeça, à boleia das cordas, da bateria e do sintetizador, uma viagem lisérgica através do tempo, até há quase meio século, em completo transe.
01. Wilding
02. Night Beat
03. Free The Skull
04. Zero
05. In A Cloud
06. Thieves
07. Slow Down Low
08. Ice
09. Animal
19 - Vetiver - Complete Strangers
Vetiver é mestre a misturar harmoniosamente a exuberância acústica das cordas com a sua voz grave, mas suave e confessional, sendo este um álbum ameno, íntimo e cuidadosamente produzido, além de arrojado no modo como exala uma enorme elegância e sofisticação. As canções deste disco falam do nosso interior com clareza e ressuscitam o que de melhor a mente humana pode sentir, sendo a sua audição uma experiência ímpar e de ascenção plena a um estágio superior de letargia. Os lindíssimos acordes que nos vão surpreendendo ao longo do álbum dão-nos a motivação necessária para acreditarmos que vale a pena esse sacrifício desgastante de calcorrear a vida real, desde que haja portos de abrigo como este durante o percurso, trabalhos discográficos que nos dão as pistas certas para uma vivência existencial plena e verdadeiramente feliz.
01. Stranger Still
02. From Now On
03. Current Carry
04. Confiding
05. Backwards Slowly
06. Loose Ends
07. Shadows Lane
08. Time Flies By
09. Edgar
10. Last Hurrah
18 - Courtney Barnett - Sometimes I Sit And Think, And Sometimes I Just Sit
Respirar ao som deste disco é saborear automaticamente um clima festivo sem paralelo e dar de caras com um compêndio sonoro que não poderia ter melhor nome, já que nele Courtney prende hermeticamente nos seus punhos e transmite depois para as letras e finalmente, para o modo como as canta, o turbilhão ruminante de uma qualquer mente quotidiana, criando um universo familair e cativante que facilmente nos enclausura. São onze canções que podem tornar-se futuramente em clássicos intemporais, uma verdadeira explosão de cores e ritmos, personificada num disco arrebatador e real, sobre sentimentos reais, mudanças que surgem para balançar o que parecia estável, sobre problemas que vêm de dentro para fora e que podem atingir o outro ou qualquer um de nós.
Elevator Operator
Pedestrian at Best
An Illustration of Loneliness (Sleepless in NY)
Small Poppies
Depreston
Aqua Profunda!
Dead Fox
Nobody Really Cares if You Don't Go to the Party
Debbie Downer
Kim's Caravan
Boxing Day Blues
17 - Overlake - Sighs
Sighs é um excelente disco e um dos seus maiores atributos é ser ainda apenas a base de algo ainda maior que esta banda irá desenvolver. Aqui encontras dez canções que quer estejam assentes numa pop com traços de shoegaze ou num indie rock carregado de psicadelia, trazem sempre consigo uma sobriedade sentimental que pode servir de contraponto em instantes mais sombrios e de cariz lo-fi, mas também para marcar a intensa aúrea vincadamente orgânica e, por isso, fortemente sensual que envolve os Overlake e para mostrar, com ousadia, a verdadeira personalidade do agregado sentimental que carateriza este grupo.
01. First
02. Disappearing
03. Not Enough
04. Back To The Water
05. Fell Too Far
06. Your KS
07. We’ll Never Sleep
08. Our Sky
09. Is This Something?
16 - Foreign Diplomats - Princess Flash
Com nuances variadas e harmonias magistrais, em Princess Flash tudo se orienta com o propósito de criar um único bloco de som, fazendo do disco um corpo único e indivisível e com vida própria, com os temas a serem os seus orgãos e membros e a poderem personificar no seu todo um groove e uma ligeireza que fazem estremecer o nosso lado mais libidinoso, servidos em bandeja de ouro por um compêndio aventureiro, mas também comercial, que deve figurar na prateleira daqueles trabalhos que são de escuta essencial para se perceber as novas e mais inspiradas tendências do indie rock contemporâneo, além de ser, claramente, um daqueles discos que exige várias e ponderadas audições, porque cada um dos seus temas esconde texturas, vozes, batidas e mínimas frequências que só são percetíveis seguindo essa premissa.
01. Lies (Of November)
02. Comfort Design
03. Queen+King
04. Color
05. Flash Sings For Us
06. Lily’s Nice Shoes!
07. Beni Oui Oui
08. Mexico
09. Guns (Of March)
10. Crown
11. Drunk Old Paul (And His Wild Things)
15 - Beach House - Depression Cherry
A pop experimental dos Beach House está cada vez mais elaborada e charmosa. E Depression Cherry é tudo menos um disco igual a tantos outros ou um compêndio sonoro comum. Nele viajamos bastante acima do solo que pisamos, numa pop com traços de shoegaze e embrulhada numa melancolia épica algo inocente, mas com uma tonalidade muito vincada e que sopra na nossa mente de modo a envolvê-la com uma elevada toada emotiva e delicada, uma receita que faz o nosso espírito facilmente levitar e que provoca um cocktail delicioso de boas sensações.
01. Levitation
02. Sparks
03. Space Song
04. Beyond Love
05. 10:37
06. PPP
07. Wildflower
08. Bluebird
14 - The Jungle Giants - Speakerzoid
Speakerzoid é um inventido e luxuriante compêndio de canções que entre o indie rock, o hip hop e a pop psicadélica, nos oferece uma sonoridade geral heterógenea e uma groove viajante com uma estética mais próxima de uma certa pop negra avançada, fazendo-o com uma vibração excitante, numa revisão da psicadelia que busca pontos de encontro com o rock clássico. Cheio de espaço, com texturas e fôlegos diferentes e onde é transversal uma sensação de experimentação caseira, Speakerzoid clarifica as novas coordenadas que se apoderaram do departamento de inspiração deste quarteto, mostrando uns The Jungle Giants cada vez mais heterogéneos e abrangentes.
01. Every Kind Of Way
02. Devil’s Play
03. Kooky Eyes
04. Lemon Myrtle
05. What Do You Think
06. Mexico
07. Creepy Cool
08. Not Bad
09. It Gets Better
10. Together We Can Work Together
11. Tambourine
12. Work It Out (Bonus Track)
Cheio de espaço, minimal e carregado de sintetizadores impregnados de efeitos, com texturas e fôlegos diferentes e onde aquela sensação de experimentação caseira ainda bem presente, além de letras simples e até algo vagas, Currents clarifica as novas coordenadas que se apoderaram do departamente de inspiração de Parker, sendo o resultado da sua nova ambição em se rodear com uma aúrea resplandescente e romântica e de mostrar uns Tame Impala renovados e cada vez mais heterogéneos e abrangentes.
01. Let It Happen
02. Nangs
03. The Moment
04. Yes I’m Changing
05. Eventually
06. Gossip
07. The Less I Know The Better
08. Past Life
09. Disciples
10. Cause I’m A Man
11. Reality In Motion
12. Love/Paranoia
13. New Person, Same Old Mistakes
Vacant Pagé é um disco cheio de emoções fortes, inédito no modo como dificulta uma catalogação rigida e bem balizada, intemporal no cruzamento transversal que faz entre os mais variados espetros do universo sonoro indie, delicado na invocação de sentimentos felizes, divertido na forma como esbanja ritmo e sensualidade e jovial no modo como pode conquistar na nossa prateleira discográfica aquele recanto especial onde se guardam aquelas coleções de canções que chamamos para a parada dos nossos momentos mais genuínos, muitas vezes ocupados na busca por uma musicalidade amena, coberta por uma aúrea de sensibilidade e fragilidade romântica indisfarçáveis.
Negative Space
Flesh Meadows
N.E.R.V.E.
Going Nowhere
Crooked
Retrograde
Silent Stone
Hung Out To Dry
Slip Slidin' Away
In Due Time
11 - Pond - Man It Feels Like Space Again
Querendo estar mais perto do grande público e serem comercialmente mais acessíveis, nesta parada psicotrópica explicitamente aberta ao experimentalismo que é Man It Feels Like Space Again, além de não colocarem em causa a sua própria integridade sonora ou descurarem a essência do projeto, propôem mais um tratado de natureza hermética e não se cansando de quebrar todas as regras e até de desafiar as mais elementares do bom senso que, no campo musical, quase exigem que se mantenha intocável a excelência, conseguem conquistar novas plateias com distinção. Os Pond sabem como impressionar pelo arrojo e mesmo que incomodem em determinados instantes da audição, mostram-se geniais no modo como dão vida a mais um excelente tratado sonoro do melhor revivalismo que se escuta atualmente relativamente ao rock psicadélico do século passado. Espero que aprecies a sugestão...
01. Waiting Around For Grace
02. Elvis’ Flaming Star
03. Holding Out For You
04. Zond
05. Heroic Shart
06. Sitting Up On Our Crane
07. Outside Is The Right Side
08. Medicine Hat
09. Man It Feels Like Space Again
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The Sweet Serenades – Animals
Os suecos The Sweet Serenades são uma dupla natural de Estocolmo, formada em 2002 por Martin Nordvall e Mathias Näslund, mas já se conhecem há vários anos, sendo amigos de longa data desde 1991. Depois de terem editado quase no ocaso de 2012 o estrondoso Help Me!, através da Leon Records, um selo da própria banda, estão de regresso com Animals, um alinhamento de dez canções que viu a luz do dia no início do passado mês de outubro. O grupo estreou-se nos discos em 2009 com Balcony Cigarettes, rodela que continha On My Way, Mona Lee e Die Young, três canções que, à época, fizeram furor no universo musical indie e alternativo. Esse último tema fez parte da banda sonora da Anatomia de Grey e reza a lenda que gastaram os royalties muito bem gastos; Martin foi ao dentista, Mathias comprou um cão e investiram numa rouloute, para passar o tempo, escrever canções e discutir assuntos pertinentes relacionados com a existência humana.
Um dos atributos maiores desta dupla sueca é ser dona de uma sonoridade muito própria e estilisticamente vincada, apropriando-se de algumas das melhores caraterísticas da pop nórdica oitocentista e do indie rock de século passado, com um toque identitário muito próprio e impregnado com uma beleza e uma complexidade tal que merece ser apreciado com devoção. Escuta-se When The Man Calls e testemunha-se com exatidão todos os atributos que esta dupla tem cultivado na sua discografia, através de uma canção que contém a impressão firme de todas as nuances que caraterizam o som do grupo e que são transversais a toda a sua discografia.
Assim, um baixo com um groove e um efeito muito próprio, que, neste Animals, coloca todas as fichas na condução de temas como Fireworks ou In The Dark e uma guitarra enérgia mas cativante e abraçando diferentes géneros e estilos, já que é irrepreensível no modo como ilumina, por exemplo, Come Out And Play e como aproxima os The Sweet Serenades do punk rock mais obscuro e contemplativo em Ready For War, são os dois grandes alicerces desta matriz particularmente intensa e sem paralelo. No entanto, sintetizadores aditivos, inspirados em canções como In The Dark ou no homónimo e uma bateria enérgica e indomável, são outros ingredientes de que esta dupla se serve para nos oferecer melodias cativantes, alegres, aditivas, divertidas e luminosas, daquelas que se colam facilmente aos nossos ouvidos e que nos obrigam a mover certas partes do nosso corpo. Mesmo em momentos mais soturnos e melancólicos, como Too Late To Dance, canção que ocnta com a participação especial de Karolina Komstedt na voz, os The Sweet Serenades não se entregam por completo à tristeza e também criam canções que apesar de poderem ser fortemente emotivas e se debruçar em sonhos por realizar, não colocam em causa o espírito cativante de uma música simples e intrigante, feita de intimismo romântico e que integra uma espantosa solidez de estruturas, num misto de euforia e contemplação.
O que aqui temos é, no fundo, uma pop despretensiosa, que apenas pretende levar-nos a sorrir e a ficar leves e bem dispostos e que, por esse e tantos outros motivos que só uma audição dedicada explica, reforçam a justeza da obtenção por parte destes The Sweet Serenades de uma posição de maior relevo, reconhecimento e abrangência junto do público em geral. Espero que aprecies a sugestão...
01. Come Out And Play
02. Fireworks
03. In The Dark
04. Ready For War
05. When The Man Calls
06. Never Gonna Stop
07. Too Late To Dance
08. Echoes
09. Animals
10. Stand By Me
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Kowalski – The Kowalski Archives: 2007 – 2009
Louis Price, Paddy Coon, Tom O'Hara e Paddy Baird são os Kowalski, uma banda irlandesa por cá há cerca de uma década e que acaba de editar uma coleção de canções, disponível para download gratuito, ou com a possibilidade de doares um valor e que faz uma espécie de súmula de alguns dos melhores instantes da fase inicial de uma carreira amplamente reconhecida no país de origem do grupo, mas que carece de uma visibilidade internacional que seria bem merecida.
Mestres em escrever sobre sentimentos e emoções, plasmadas em letras profundas e intensas, que debruçando-se sobre as relações humanas podem, potencialmente, ser fonte de identificação para qualquer um de nós, os Kowalski testam a nossa capacidade de resistência à lágrima fácil com vitórias e derrotas para ambos os lados, mas sempre com a impressão firme no lado de cá da barricada de estarmos perante uma banda extremamente criativa, atual, inspirada e inspiradora e que sabe como agradar aos fãs.
The Kowalski Archives: 2007 – 2009 é, portanto, uma amostra clara do modo como este quarteto abriu as hostilidades de uma carreira que tem dado uma elevada primazia a detalhes tipicamente pop, com as teclas e alguns arranjos sintéticos a surgirem com insistência no edifício das canções, mas sempre agregados à guitarra e a belíssimos efeitos, com um forte cariz etéreo. No entanto, não se pense que o indie rock puro e genuíno não faz parte do cardápio do grupo; Se Phil Cansus é um portento sonoro épico conduzido por guitarras cheias de distorção, Top Body Shot segue a linha com uma superior dose de eletrificação, com Untitled 1, uma das minhas canções preferidas deste disco, a ser aquele indispensável tratado de dream pop que justifica imensas loas a este alinhamento, uma canção que não fica a dever nada aos melhores intérpretes atuais deste subgénero musical.
Outro exemplo maior desta primazia de elementos tipicamente pop de uma coletânea registada maioritariamente ao vivo e com várias sessões intimistas,mas impecavelmente produzido, é Stinck Of Change, outro sinal genuíno do modo assertivo como os Kowalski escrevem com a mira bem apontada ao nosso âmago, plasmando todas as sensações positivas provocadas por esse processo de criação sonora que, no caso deste grupo, deverá ser um momento reconfortante de incubação melódica, também um dos ingredientes indispensáveis para que comecemos a olhar para este grupo com um olhar mais abrangente e dedicado. Espero que aprecies a sugestão...
01. Oh My Good God (Courtyard Sessions – Nov 2007)
02. Stink Of Change (Courtyard Sessions – May 2008)
03. Untitled 1 (Live From Vence – Jan 2009)
04. Phil Cansus (Oh Yeah – Apr 2008)
05. Little House (Courtyard Sessions – May 2008)
06. Jennifer Stringer (Courtyard Sessions – May 2008)
07. New York Games (Courtyard Sessions – Nov 2007)
08. Top Body Shot (BBC live – Feb 2007)
09. Another Plan (Blueroom Live – Sept 2007)
10. What’s In The Bag Boss? (Blueroom Live – Feb 2007)
11. Dawn (Blueroom Live – Mar 2008)
12. Untitled 3 (Live From Vence – Jan 2009)
13. Untitled 2 (Live From Vence – Jan 2009)
14. Untitled 4 (Live From Vence – Jan 2009)
15. Like You Too (Blueroom Live – Mar 2008)
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Mando Diao – Leave No Trace Behind
Os suecos Mando Diao andam por cá desde 2001 e ganharam enorme notoriedade após o lançamento do segundo álbum Hurricane Bar. Conheci-os em 2009 quando, em Give Me Fire, se podia ouvir Gloria e Dance With Somebody, dois temas que os colocaram definitivamente no meu radar. Três anos depois, impressionaram-me novamente graças a Infruset, um disco cantado integralmente em sueco e que marcou uma transformação sonora na banda, até então fortemente influenciada pelo rock de garagem norte americano, mas a virar agulhas para um som mais límpido e sensível, além de não renegarem as suas origens.
Leave No Trace Behind, um novo tema disponibilizado pelos Mando Diao e composto para o projeto Let The Baltic Sea Life, que pretende chamar a atenção para os graves problemas ambientais que assolam o mar Báltico, é mais um passo em frente nesta inflexão sonora brilhante, oferecendo-nos uns Mando Diao sagazes no modo como conseguem captar a essência emocional particularmente melancólica das paisagens que o país de origem da banda oferece ao mundo, à boleia de uma melodia plena de groove, mas também serena, luminosa e bastante introspetiva. Confere...
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Cage The Elephant – Tell Me I’m Pretty
Lançado no passado dia dezoito de dezembro pela RCA Records, Tell Me I'm Pretty é o quarto álbum dos norte americanos Cage The Elephant, uma banda formada por Matt Schultz (voz), Brad Schultz (guitarra), Jared Champion (bateria), Daniel Tichenor (baixo) e Lincoln Parish (guitarra) e oriunda de Bowling Green, no Kentucky. Este novo disco dos Cage The Elephant foi produzido por Dan Auerbach e conduz-nos por uma verdadeira road trip, à boleia das cordas, da bateria e do sintetizador, uma viagem lisérgica através do tempo, até há quase meio século, em completo transe e hipnose.
Da psicadelia à dream pop, passando pelo shoegaze e agora também pelo chamado space rock, são várias as vertentes e influências sonoras que podem descrever a sonoridade dos Cage The Elephant, que atravessam o momento mais confiante, criativo e luminoso da sua já respeitável carreira. O baixo impetuoso e o riff de guitarra imponente de Dry Baby empurram-nos para um ambiente muito próprio, simultaneamente denso e dançável, em pouco mais de quatro minutos que são um verdadeiro compêndio de um acid rock eletrónico despido de exageros desnecessários, mas apoteótico.
Fica dado o mote para um registo com elevado efeito soporífero, mas também acessível e do agrado de um público mais abrangente, como se percebe logo em Mess Around e Sweetie Little Jean, canções que mantêm o fuzz da guitarra da primeira canção, mas onde também sobressai a luminosidade folk de algumas cordas com um espírito particularmente jovem e bastante beliçoso, que nos recordam o período aúreo da pop sessentista. E a verdade é que com estes temas iniciais ficam logo plasmadas as verdadeiras intenções dos Cage The Elephant, que, não caindo na tentação de complicar, mostram-se mais corajosos e abertos a um saudável experimentalismo que não os inibe de se manterem concisos e diretos, mas que mostra novos atributos e maior competência no modo como separam bem os diferentes sons e os mantêm isolados e em posição de destaque, durante o processo de construção dos diferentes puzzles que dão substância às canções.
01. Cry Baby
02. Mess Around
03. Sweetie Little Jean
04. Too Late To Say Goodbye
05. Cold Cold Cold
06. Trouble
07. How Are You True
08. That’s Right
09. Punchin’ Bag
10. Portuguese Knife Fight
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Os Melhores Discos de 2015: As Escolhas dos Leitores
Aproxima-se o final do ano e o momento de fazer o balanço discográfico de 2015. Como é habitual, este blogue irá publicar a lista daqueles que considera terem sido os vinte melhores discos do ano, mas em Man On The Moon os leitores também tiveram direito a opinar sobre este assunto.
Para esta edição especial de Os Melhores Discos de 2015: Lista dos Leitores, o blogue propôs aos seus seguidores e leitores que votassem naqueles que consideraram terem sido os cinco melhores discos nacionais e internacionais de 2015. Essa votação poderia ser feita até ao passado dia dezoito de dezembro (sexta-feira), por email.
Como apenas três leitores participaram no evento, o blogue considera justo divulgar a votação de cada um deles, em vez de fazer um levantamento dos trabalhos mais citados. Seguem as três listas recebidas e em breve divulgarei qual dos três foi o grande vencedor deste concurso, a escolher por sorteio.
Luis Ferreira
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Bed Legs - Vicious
Oriundos de Braga, Fernando Fernandes,Tiago Calçada, Helder Azevedo e David Costa são os Bed Legs, uma banda que começou por criar um certo e justificado burburinho à boleia de Not Bad, um EP editado no início de 2014 e que continha cinco canções que justificaram, desde logo, a ideia de estarmos perante uma banda apostada em calcorrear novos territórios, de modo a entrar, justificadamente e em grande estilo, na primeira divisão do campeonato indie e alternativo nacional.
Dois anos depois os Bed Legs estão de regresso com o longa duração de estreia. Disco de certo modo concetual já que, de acordo com o press release do lançamento, conta a história de uma noite estranha naquele bar onde entras enganado, mas do qual não queres sair, Black Bottle é o nome desse novo compêndio do grupo, nove canções que, de acordo com Vicious, a primeira amostra divulgada, estão impregnadas com o clássico rock cru e envolvente, sem máscaras e detalhes desnecessários, mas onde não faltam arranjos inéditos e uma guitarra nada longe do rock de garagem e daquele blues rock minimal e duro, mas também a piscar o olho a uma salutar vibe psicadélica. Nestes Bed Legs é viva e evidente mais uma prova que se o rock estiver em boas mãos tem capacidade que sobra de renovar-se e quantas vezes for necessário. Brevemente divulgarei a crítica desta certamente espetacular estreia discográfica. Confere...