man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Walking Shapes – Taka Come On
Agressivos, rugosos e permanentemente ligados à corrente, assim são os Walking Shapes, uma banda norte americana, oriunda da cidade que nunca dorme e formada por Nathaniel Hoho, Jesse Alexander Kotanksy, Dan Krysa, Christopher Heinz e Jake Generalli. Taka Come On é o registo de originais de estreia deste quinteto, treze canções e mais dois temas adicionais, que viram a luz do dia à boleia da No Shame e que foram incubadas em Brooklyn, numa casa situada em Kingsland Avenue, pertença do artista plástico Joseph Grazi, ponto de encontro de músicos, atores e outras pessoas ligadas a diferentes quadrantes do universo artístico.
Gravado no Soho, em plena Nova Iorque e produzido por Gus Oberg, Taka Come On vive do esplendor das guitarras, geralmente distorcidas e ruidosas, mas há espaço também para uma mistura assertiva com a viola acústica, como é o caso de Saturday Song, uma das melhores canções do disco e com vários acordes que dispensam amplificação, assim como os violinos que passeiam pela lindíssima balada acústica Find Me. Na sequência, a emotiva e insinuante (no) também conta com a inserção de alguns efeitos e um riff de guitarra áspero e corpulento, mas os acordes acústicos espalhados ao longo do tema, conferem-lhe uma alma e uma emotividade ímpares e amainam um pouco toda a raiva que transborda do corpo da canção.
Ao longo do lainhamento de Taka Come On multiplicam-se os exemplos desta ímpar dicotomia, pouco vista e, por isso, merecedora do maior realce. O andamento vibrante e frenético de Milo's Shell transborda energia e eletrificação, mas há um dedilhar de fundo indsisfarçável que sobressai com nitidez e nem o baixo encorpado de In The Wake consegue tirar a primazia às guitarras na condução melódica de outra composição com um elevado nível de epicidade e sentimento.
Os Walking Shapes tocam um indie rock cru e pulsante, sem amarras e concessões e são diretos e arrojados no modo como viram as agulhas para um universo eminentemente punk, sem perder o norte, mesmo nos momentos mais contemplativos e intimistas, com a já citada Find Me a ser o momento mais alto dessa faceta mais sentimental da música deste quinteto. Eles exploram novos territórios sonoros com o baixo e a guitarra sempre no limite do vermelho, com uma também clara vertente experimental, onde rock e eletrónica se cruzam, dedilhados e eletrificados com particular mestria.
Em suma, em Taka Come On há abertura, arrojo, disposição para o choque e não há momentos de desnecessária complexidade. Desse modo o resultado final soa de forma muito consistente e bem definida e que confere aos Walking Shapes uma identidade sonora com um cunho muito próprio, que consegue falar sobre a melancolia e impressiona pela grandiosidade instrumental das canções e, acima de tudo, pela capacidade que elas têm de comunicar connosco. Espero que aprecies a sugestão...
01. Woah Tiger
02. Milo’s Shell
03. Find Me
04. Winterfell
05. In The Wake
06. Mussolini
07. Let It Will
08. Saturday Song
09. (No)
10. Feel Good
11. Measure For Measure
12. Chinatown
13. The Right Time
14. Pool (Bonus Track)
15. Black Eye (Bonus Track)