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Work Drugs – Louisa

Segunda-feira, 09.11.15

Os Work Drugs, uma dupla de Filadélfia, estão de regresso aos discos com Louisa, o sucessor de Insurgents, o anterior longa duração de uma banda já com um assinalável cardápio e que se mantém bastante ativa e profícua, lançando um disco praticamente todos os anos, além de alguns singles e compilações, desde que se estreou com Blood, em 2010.

Tendo visto a luz do dia a três de agosto, Louisa, como seria de esperar, está impregnado com aquela sonoridade pop, um pouco lo fi e shoegaze. Numa espécie de mistura entre surf rock e chillwave, a dupla serve-se de guitarras cheias de charme, alguns efeitos sintetizados cheios de luz e uma bateria eletrónica bastante insinuante para criar canções que contêm um encanto vintage, relaxante e atmosférico. É um arsenal instrumental que dá sempre o tempero ideal às composições, que recebem aquele toque final com a postura vocal da dupla, quase sempre em eco e que muitas vezes, como se pode escutar em True Romance, funciona à luz de um encadeamento perfeito entre os registos dos dois músicos, que se vão revezando entre os versos de poemas que falam quase sempre do amor e da aparente simplicidade do nosso quotidiano. Já agora, este tema conta com alguns arranjos de sopros aboslutamente deslumbrantes e algo inéditos neste projeto de Filadélfia.

Logo no início, no movimento constante da guitarra de My Billie Jean e na pandeireta de Minor Flaws percebemos que este é um daqueles discos perfeito para se escutar em frente à praia enquanto saboreamos uma esplanada virada para o pôr do sol. Pouco depois, a bonita e dançável Another Life ou o charme urbano de Stars, canção com uma sonoridade algo retro que pisca o olho a alguns detalhes típicos do r&b e até da motown, são outros dois exemplos perfeitos de como Louisa contém um alinhamento perfeito para o abanar de anca constante, nem que o façamos no nosso íntimo e para nós mesmos. 

Ouvir Louisa é acompanhar esta dupla norte americana numa espécie de viagem orbitral, mas a uma altitude ainda não muito considerável, numa espécie de posição limbo, já que a maior parte das canções, apesar da forte componente etérea, são simples, concisa, curtas e diretas. Às vezes pressente-se que os Work Drugs não sabem muito bem se queriam que as músicas avançassem para uma sonoridade futurista, ou se tinham a firme intenção de deixá-las a levitar naquela pop típica dos anos oitenta. É certamente nesta aparente indefinição que reside uma importante virtude destes Work  Drugs, uma dupla que espelha com precisão o manto de transição e incerteza que tem invadido o cenário da pop de cariz mais alternativo e independente. Na verdade, quando se torna difícil inventar algo novo, a melhor opção poderá passar por baralhar e voltar a dar, de preferência com as cartas muito bem misturadas e os trunfos divididos, talvez num cenário de gravidade zero. Espero que aprecies a sugestão...

Work Drugs - Louisa

01. My Billie Jean
02. Minor Flaws
03. True Romance
04. Left At Redemption
05. The Diamond Life
06. Stars
07. Chase The Night
08. Another Life
09. In Dreams
10. Hey Nineteen
11. Just Like The Wind

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publicado por stipe07 às 18:21






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