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Sweet Baboo - The Boombox Ballads

Sábado, 03.10.15

Sweet Baboo é Stephen Black, um músico e compositor natural de Cardiff, no País de Gales e que lançou em abril de 2013, por intermédio da Moshi Moshi Records, Ships, o seu segundo disco, um álbum conceptual sobre o mar. Agora, dois anos depois, chegou aos escaparates The Boombox Ballads, o sucessor, que volta a mostrar um Sweet Baboo irrepreensivel no modo multicolorido como conjuga diversas influências, que vão da folk à synth pop e sempre num registo algo infantil e até despreocupado.

A elegância, a timidez e o charme são vocábulos certamente muito caros para a pesonalidade de Stephen Black, um músico e produtor que tem tanto de calculista e metódico, como de sensivel e intenso. As suas canções acabam não só por personificar esta aparente dupla personalidade, como também por respirarem o ar que emana deste cruzamento espetral entre dois pólos aparentemente opostos, mas que aqui se complementam para nos oferecer composições sonoras tão belas e grandiosas como será, naturalmente, o caldeirão de vivências e emoções que personificam e definem o autor.

As cordas e os violinos de Sometimes e o modo como na música ele confessa ser um homem de paixões, mas sem deixar que as mesmas o consumam e o aprisionem desmesuradamente (Sometimes I’ll say goodbye, leave you on your own a while, just be sure I’ll dream of your home coming smile), expõe, logo à partida, o lado confessional da música de Sweet Baboo e faz-nos perceber que The Boombox Ballads é um disco que poderá agradar pelo modo fascinante como mistura o teor instrumental e poemas profundos, que exaltam, quase sempre, o lado mais cândido do amor. O piano de You Are Gentle, a inserção dos instrumentos de sopro e o modo como, continuamente e de modo progressivo, Stephen exalta as qualidades da mulher abordada na canção, são um exemplo superior de um artista que sobrevive à custa de emoções fortes embrulhadas em temas simples, adornados com enorme versatilidade e um elevado pendor pop. Mas o caldeirão festivo e luminoso de You Got Me Time Keeping, sete minutos colocados estrategicamente no meio do álbum e que se dividem numa toada folk pop festiva inicial, que depois abranda para um instante baladeiro cheio de alma e, finalmente, progride para um final algo psicadélico e fortemente experimental, acaba por ser o tema que melhor agrega e define o receituário sonoro que Sweet Baboo nos oferece para que possamos curar não só aqueles males do coração que nos afligem, mas também para, terapeuticamente, nos ajudar a olhar em frente e a ver o lado mais sombrio da nossa existência numa perspetiva mais otimista e positiva.

Apesar de haver uma estranha sensação de vulnerabilidade nas canções de Sweet Baboo, como se a qualquer momento pudessem sofrer algum desvio no rumo sonoro que as sustenta, a verdade é que elas têm este efeito psicoativo acima descrito e que, também devido a esta faceta humanista da sua música, estamos na presença de um artista que pretende sair do nicho indie e alternativo, para procurar atingir um universo mais abrangente e onde reinam referências obrigatórias da história da música da segunda metade do século passado, algures entre Paul Simon, Randy Newman e Sinatra.

Até ao final, a rugosidade prfunda dos violinos e o modo insinuante como as teclas do piano se enrolam com eles em Two Lucky Magpies, o modo encantador como Baboo suplica por redenção em I Just Want To Be Good, à boleia de um irrepreensível falsete e o modo feliz como a folk algo jazzística de Walking In The Rain mistura o clássico e o contemporâneo, são apenas mais três composições de audição obrigatória e que provam que Stephen é um poço de criatividade melódica e que ao conjugar com mestria diferentes influências, não confere um cariz estanque aos temas, que têm a particularidade comum de serem conduzidos, geralmente, pela voz do músico e pelas cordas, cabendo à abundante secção de metais e a várias aparições de instrumentos de sopro um protagonismo também relevante. Toda esta conjugação de factores acaba por conferir pompa e imponência a The Boombox Ballads, ainda mais quando alguns arranjos algo kitsch resolvem aparecer, quase sempre sem aviso prévio, como sucede no curto tema homónimo.

Imbuído por uma intensa e indisfarçável sensualidade pop e sempre num evidente clima de ingenuidade e boa disposição, The Boombox Ballads contém uma coleção irrepreensível de sons inteligentes e solidamente construídos, que nos emergem em ambientes carregados de batidas e ritmos, numa verdadeira festa, certamente organizada com muito amor e que merece ser elogiada pela sinceridade e pelo charme cativante com que se atreve a desafiar todos os nossos sentidos. Espero que aprecies a sugestão...

Sweet Baboo - The Boombox Ballads

01. Sometimes
02. Got To Hang Onto You
03. You Are Gentle
04. Two Lucky Magpies
05. The Boombox Ballads
06. You Got Me Time Keeping
07. Walking In The Rain
08. I Just Want To Be Good
09. Tonight You Are A Tiger
10. Over And Out

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publicado por stipe07 às 21:53






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