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Wild Belle – Giving Up On You

Quarta-feira, 23.09.15

Wild Belle - Giving Up On You

Depois de uma parceria com os Major Lazer no tema Be Together, a dupla norte americana Wild Belle de Natalie Bergman e Elliot Bergman, acaba de apresentar Giving Up On You, o primeiro single daquele que será o segundo álbum do projeto. Esse trabalho, ainda sem data prevista de lançamento, irá suceder a Isles, uma estreia em grande da dupla, que continha canções como Another Girl e Keep You.

Giving Up On You tem tudo aquilo que define aquela pop irrequieta e inspirada na sonoridade retro dos anos oitenta, através de uma bateria eletrónica inquieta, guitarras eficientes, palmas e saxofones. Realce também para o modo airoso como Natalie repete o verso I’m giving up on you na canção, como se fosse particularmente experimentada na saída airosa de relacionamentos difíceis. Confere...

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publicado por stipe07 às 18:00

Brave Baby – Electric Friends

Terça-feira, 22.09.15

Christian Chidester, Jordan Hicks, Keon Masters, Steven Walker, Wolfgang Zimmerman são os Brave Baby, um coletivo norte americano oriundo de Charleston, que se estreou nos lançamentos discográficos em 2012 com Forty Bells, um disco que viu a luz do dia à boleia da etiqueta local Hearts and Plugs e que foi produzido pelo próprio Zimmerman, o baterista da banda. Agora, três anos depois, chegou finalmente o sucessor, abrigado pela mesma editora, um trabalho intitulado Electric Friends e que em onze canções nos oferece um indie rock caleidoscópico, atravessado por um feixe multicolorido de sensações e sabores sonoros, uma verdadeira odisseia heterogénea e multicultural oferecida por um projeto visionário que encarna e explora habituais referências dentro de um universo sonoro muito peculiar e que aposta na fusão de rock, com a pop, a psicadelia e um certo funk algo jazzistico, de uma forma direta, mas também marcadamente experimental.

É evidente a sensação de prazer que qualquer apreciador profundo de um espetro musical mais lisérgico sente ao escutar os loopings e espirais que adornam Daisy Child, as guitarras que debitam distorções intensas e inebriantes, um baixo eloquente e uma voz dose que extravasa uma intensa sensação de empatia e simpatia connosco e ainda mais recompensador se torna depois, perceber que estas são permissas essenciais que identificam e tipificam o som específico destes Brave Baby. Em Find You Out está lá, de novo, o esplendor das cordas, com o baixo ainda mais imponente, mas agora firmado por sopros e por outros recursos sonoros de cariz geralmente sintético, que exprimem um modo curioso e bastante criativo averca de como a banda olha para as tendências atuais e faz uma mescla com o período aúreo do rock experimental, de plena década de setenta do século passado, de modo a conseguir um resultado final bem aceite pelo público. Mesmo quando em Ancients o clima épico e ancestral da canção é sustentado por uma camada instrumental rugosa e uma bateria frenética ou em Atlantean Dreams, a opção inicial passa pelo hipnotismo sintético do efeito fabuloso que introduz um tema que depois inflete para uma exuberância jazzística, algo clássica até, onde não faltam efeitos percussivos de metais e teclas de piano flamejantes, existe sempre a busca consciente e bem sucedida de apresentar detalhes que encarnem uma ligação estreita entre a psicadelia e o rock progressivo, através de um sentido épico pouco comum e com resultados práticos que, como se percebe, são realmente ricos e extraordinários.

Mas são outros mais e imensos os exemplos do modo como os Brave Baby em vez de se fecharem no seu próprio casulo, parecem estar muito atentos à realidade atual, enquanto se mostram particularmente inspirados e num elevado nível qualitativo na visão caleidoscópica que plasmam em Electric Friends do indie rock atual. O som de fundo orquestralmente rico que dá vida à alegoria funk pop Larry On The Weekend, um tema que não receia abusar dos detalhes eletrónicos e dos detalhes metálicos é outro sinal claro desse avanço, que a riqueza dos arranjos sombrios das cordas vintage de Be Alright, ou o clima descontraído da viola que deambula por Hare Krishna evidenciam.

Num álbum heterógeneo onde se cruzam diversos espetros sonoros com impressionante bom gosto e onde um certo caos, sempre controlado e claramente ponderado, rico, exuberante e impecavelmente produzido, os Brave Baby oferecem-nos onze canções que explodem num forte sinal de esperança e de renascimento, sementes que vão provavelmente conquistar para o grupo novos públicos. Espero que aprecies a sugestão...

Brave Baby - Electric Friends

01. Daisy Child
02. Find You Out
03. Plastic Skateboard
04. Octopus J
05. Atlantean Dreams
06. Be Alright
07. Electric Friends
08. Ancients
09. Larry On The Weekend
10. Hare Krishna
11. Call It

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publicado por stipe07 às 14:29

Arcade Fire – Get Right vs Crucified Again

Terça-feira, 22.09.15

Arcade Fire - Get Right - Crucified Again

Enquanto não chegam novidades acerca de um novo disco, os canadianos Arcade Fire preparam-se para o lançamento de The Reflektor Tapes, um documentário que irá chegar às salas de cinema e que, conforme o título indica, debruça-se sobre a última digressão da banda, após a edição de Reflektor, o último álbum do grupo.

Mas antes do documentário ver a luz do dia, a banda anunciou um vinil de sete polegadas, com dois temas inéditos, Get Right e Crucified Again. Acaba por ser uma versão final, de estúdio, de duas canções que a banda tocou durante essa digressão e que podes obter digitalmente, ou na edição em vinil, a partir da próxima sexta-feira.

 

 

 

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publicado por stipe07 às 14:14

Benjamim - Auto Rádio

Segunda-feira, 21.09.15

Depois do Walter Benjamin, o Luis Nunes resolveu ser só Benjamim, escrever em português, montar arraiais na pacatez de Alvito, deixando Londres para trás e nessa linda vila alentejana montou um estúdio de gravação, por onde têm passado alguns músicos e projetos nacionais que têm merecido amplo destaque por cá, neste espaço de crítica e divulgação sonora.

Benjamim também abriu as hostilidades em relação à sua nova carreira a solo e Auto Rádio surge como o primeiro passo de um percurso cheio de anseios e expectativas e que até já resultou numa espécie de Volta a Portugal, materializada numa sequência de concertos de norte a sul do nosso país, durante trinta e três dias seguidos e que, nas palavras do próprio Benjamim, foi a digressão mais extensa e intensa que já aconteceu em Portugal, tendo passado por festas populares, associações culturais, festivais, bares, esplanadas, no meio da rua, num castelo, coretos e tabernas onde Benjamin tocou para todos os tipos de público que se pode encontrar. Gonçalo Pôla, amigo do músico, encarregou-se do registo foto-videográfico desta empreitada e elaborou um diário de estrada, um documento visual e sonoro precioso, não só para a percepção mais nítida do conteúdo musical e conceptual de Auto Rádio, mas também como documento de estudo de uma outra realidade muitas vezes ignorada do universo dos concertos no nosso país e de como é possível conceber espectáculos de música nos locais mais inusitados.

Antes de olhar com algum cuidado para o alinhamento de Auto Rádio é interessante elucidar acerca das motivações e das fontes de inspiração de doze canções que misturam rock, folk e a indie pop de cariz mais experimental. De facto, Auto Rádio debruça-se sobre as memórias que Benjamim guarda de relatos que o seu pai fazia do tempo que passou em Angola, de onde veio após a revolução dos cravos e, mais recenteemnte, de algumas histórias que Quinito, um amigo alentejano de Benjamim, lhe confidenciou, dos tempos que passou na Guiné, onde esteve destacado como militar no tempo da guerra colonial. Depois, a crise, relatos sobre a Invicta de onde a mãe é natural, o amor e carros a acelerar pela marginal de uma qualquer cidade são também ideias expostas com enorme bom gosto, uma ímpar sensibilidade e um intenso charme que parecem não se importar de transmitir uma óbvia sensação de despreocupação, algo que espalha um inconfundivel sentimento de qualidade, ainda maior pela peça em si que este disco representa, principalmente para o autor.

Benjamim confessa que as suas influências vão do Duo Ouro Negro à Lena d'Água, passando pelos Beatles, os Beach Boys e Bob Dylan. Influências à parte, confesso que o que mais me agradou na audição de Auto Rádio foi uma certa bipolaridade entre a riqueza dos arranjos e a subtileza com que eles surgiam nas músicas, muito de forma quase impercetível, conferindo à sonoridade geral do disco uma sensação, quanto a mim, enganadoramente, minimal. Na verdade, temas como Eu Quero Ser o Que Tu Quiseres e Do Céu e da Terra, estão cobertas por uma aúrea de sensibilidade e fragilidade romântica indisfarçáveis e depois, o bom gosto dos arranjos de cordas de O Quinito foi para a Guiné e a criatividade ímpar de Metereologia, explicam-se devido aqueles simples detalhes que, muitas vezes com uma toada lo fi, fazem toda a diferença no cariz que a canção toma e nas sensações que transmite.

Disco extraordinariamente jovial, que seduz pela forma genuína e simples como retrata eventos e relacionamentos de um quotidiano rotineiro, Auto Rádio está imbuído de uma enorme beleza melódica e estilística. É um documento que se escuta com enorme fluidez, onde existe um encadeamento claro entre os vários temas e uma noção de sequencialidade única, mesmo aqueles que parecem opostos no conceito e na ideia que procuram aflorar. Variado, portanto, nas temáticas que aborda, leva-nos à mesma, num abrir e fechar de olhos, do nostálgico ao glorioso, numa espécie de indie-folk-surf-suburbano, feito por um dos mestres nacionais de um estilo sonoro com nuances e características muito particulares. Confere a entrevista que Benjamim concedeu a Man On The Moon e espero que aprecies a sugestão...

Eu Quero Ser O Que Tu Quiseres

Tarrafal

Sintoniza

Os Teus Passos

O Quinito Foi Para A Guiné

O Sangue

Meteorologia

Volkswagen

Rosie

Do Céu E Da Terra

Auto Rádio

O Exílio

Depois do Walter Benjamin, o Luis Nunes resolveu ser só Benjamim, escrever em português, montar arraiais na pacatez de Alvito, deixando Londres para trás e nessa linda vila alentejana montar um estúdio de gravação, por onde têm passado alguns músicos e projetos nacionais que também tenho destacado no meu blogue e que falam sempre muito bem do tempo que passaram aí contigo. Agora, com uma banda, chegou a vez de olhares para a tua própria carreira e Auto Rádio surge como o primeiro passo de um percurso para o qual já criaste algum tipo de anseios e expetativas?

O primeiro passo surgiu em Dezembro com a morte do Walter Benjamin. Tinha de me libertar das amarras de um projecto que tinha há muito tempo e que, com o tempo, foi deixando progressivamente de fazer sentido, principalmente nesta fase em que voltei a morar em Portugal. As expectativas eram muitas mas mais no sentido dos desafios que toda esta mudança iria despertar, do que em termos de recompensa.

Antes de olharmos para o conteúdo de Auto Rádio deixa-me perguntar-te… Porque resolveste fazer uma espécie de Volta a Portugal, materializada numa sequência de concertos de norte a sul do nosso país, durante trinta e três dias seguidos?

Por muitas razões. Em primeiro lugar queria levar a música às pessoas, aproveitando agora o facto da mensagem das canções ser muito mais directa por causa da proximidade da língua, em segundo lugar queria aprender a cantar estas canções e habituar-me à mudança de língua, queria ser confrontado com todos os meus medos de frente – mudar de inglês para português é bem mais difícil do que parece. Por último, queria fazer algo que nunca tivesse sido feito e poder começar esta nova fase da minha vida com força e perceber como é que as pessoas reagiam às canções, independentemente do contexto. Ainda não conheci ninguém que se lembre de uma tour tão extensa e intensa em Portugal. Tocámos em festas populares, associações culturais, festivais, bares, esplanadas, no meio da rua, num castelo, coretos e tabernas para todos os tipos de público que se pode encontrar. Foi a viagem mais fixe que fiz com amigos – poder aliar a música a isso é um privilégio.

E como surgiu a ideia da presença do fotógrafo Gonçalo Pôla, que tem a cargo o registo foto-videográfico da empreitada e a elaboração de uma espécie de diário de estrada, que podemos acompanhar numa página da internet?

O Gonçalo é a pessoa que acompanhou este projecto mais de perto desde o início, foi a pessoa com quem mais desabafei acerca de todo este processo, algo que não foi mesmo nada fácil. Também foi ele que fez o vídeo de “Os teus passos” e foi juntos que começámos a imaginar a Volta a Portugal em Auto Rádio. Eu e o Gonçalo temos vários projectos sonhados que queremos concretizar, um deles é fazer um filme e isso tornou a presença dele absolutamente obrigatória nesta aventura toda.

Olhando então para o disco… De memórias remotas do Portugal colonial, que te chegaram aos ouvidos pelo teu pai, que regressou à metrópole em 1974 e por filmes super 8 que ele trouxe na bagagem, seja pelas histórias de um amigo teu alentejano chamado Quinito, que lutou na Guiné, ou as paisagens de Portugal, do Porto e até o amor, é imenso e intenso o ideário lírico e sonoro de Auto Rádio. É simples esta opção pouco ficcional e quase autobiográfica de escreveres sobre aquilo que te rodeia, em vez de inventares, na íntegra, histórias e personagens imaginárias, com as quais nunca terás à partida de te comprometer?

Eu gosto de inventar histórias aldrabando as minhas. Acho que nunca é simples escrever, seja sobre uma pessoa que conheces ou sobre o teu carro, mas eu acabo sempre por me comprometer com as personagens das minhas canções. Como é que alguma vez poderia agora vender o meu carro? Não dá, já está no coração.

Achei curiosas algumas das influências sonoras que referes, nomeadamente nas redes sociais, que vão do Duo Ouro Negro à Lena d'Água, passando pelos Beatles, os Beach Boys e Bob Dylan. Influências à parte, confesso que o que mais me agradou na audição de Auto Rádio foi uma certa bipolaridade entre a riqueza dos arranjos e a subtileza com que eles surgiam nas músicas, muito de forma quase impercetível, conferindo à sonoridade geral do disco uma sensação, quanto a mim, enganadoramente, minimal. Talvez esta minha perceção não tenha o menor sentido mas, em termos de ambiente sonoro, aquilo que idealizaste para o álbum inicialmente, correspondeu ao resultado final, ou houve alterações de fundo ao longo do processo?

Eu queria um disco absolutamente bipolar, isto sou eu a voltar ao zero, a reaprender a escrever canções e a experimentar com todos os sons que tinha à mão. Mudei a minha vida toda e construí o meu estúdio só para poder fazer isso. Claro que a cada dia que passou as coisas mudaram, essa é a parte mais entusiasmante de fazer um disco – é uma viagem em que o caminho nunca é muito claro, apesar de o destino já estar traçado pelas canções.

Além de ter apreciado a riqueza instrumental, o encadeamento e a sequencialidade entre as músicas e também a criatividade com que selecionaste os arranjos, gostei particularmente do cenário melódico destas tuas novas canções, que achei particularmente bonito. Em que te inspiraste para criar as melodias?

Acho que me deixei ir, quis fazer canções pop que é o que gosto de fazer. Inspirei-me em milhares de coisas diferentes, desde histórias a discos que ouço. Acho que a história acaba por influenciar  as melodias, a música tem que bater certo com o que dizes senão ninguém acredita.

Auto Rádio foi produzido por ti. Esta opção acabou por surgir com naturalidade ou já estava pensada desde o início e foi desde sempre uma imposição tua? E porque a tomaste?

Bem, eu sou produtor de outros discos e produzir é uma coisa que eu adoro fazer, apesar de nem sempre ser fácil estar a cantar e a produzir o mesmo disco. Mas este foi um disco mesmo difícil de deitar para fora, houve muita resistência à mudança por parte das pessoas que normalmente acompanhavam o Walter e as ideias que andavam na minha cabeça tinham que ser executadas exactamente de acordo com aquilo que eu imaginava. Para isso tive de tomar as rédeas do projecto com pulso de ferro e muita determinação, a certa altura deixei de mostrar as canções e comecei a ignorar por completo as opiniões de quase toda a gente. Senti que se caso eu fosse contra uma parede, então seria de acordo com as minhas convicções claras, sem pedir a culpa emprestada. Isso também era fundamental para o início desta fase, queria lançar uma semente que era minha para no futuro poder construir a partir daí. Dito isto, tive toda a ajuda de toda a gente, mesmo dos mais cépticos. É absolutamente normal um processo deste tipo gerar controvérsia e só assim é que é fundamental criar. O António Vasconcelos Dias, que toca comigo, foi um braço direito fundamental no que toca à produção, não só pela ajuda mas como por ter acreditado e dado uma força enorme. Bem como o Gonçalo e o Nuno Lucas. O Joca (João Correia, bateria) estava mais desconfiado e é por isso que eu o adoro, obrigou-me a provar-me a mim próprio o tempo todo. Ele é um músico do outro mundo e a opinião dele não dá para ignorar, ainda para mais é como um irmão e é absolutamente sincero com tudo.

Confesso que fiquei particularmente surpreso com a simplicidade do artwork de Auto Rádio, que, pelos vistos, mostra o Volkswagen referido no oitavo tema do disco. Como surgiu a ideia e a oportunidade de contar com o João Paulo Feliciano, da Pacata Discos na conceção do artwork?

Bem, o João Paulo é o líder da Pataca Discos e se alguém percebe de artwork é ele. Portanto a ideia e a oportunidade eram as coisas mais naturais do mundo. Havia outra ideia para capa que foi discutida com alguma paixão mas que ficou pelo caminho. Confesso que gosto de estar numa editora em que se discute porque as coisas são feitas com sangue, todos nós damos tudo para que as coisas fiquem de acordo com o que acreditamos. É uma editora de carolas e isso vale tudo no mundo, é cinematográfico. O João Paulo é um grande amigo há muitos anos e é uma honra poder tê-lo como editor e poder contar com a mão dele para o artwork. Como não?

Por falar em Pacata Discos, esta editora é a casa de alguns dos nomes fundamentais do universo sonoro musical nacional. É importante para ti pertencer a esta família que vai do jazz, ao fado, passando pela pop, o indie rock e a eletrónica?

Claro. Somos uma família bem alargada. Eu adoro poder ter amigos e colegas tão talentosos com quem tanto aprendo e que têm sempre disponibilidade em ajudar com o seu talento infinito. Isto para além de que estares num catálogo forte é importante e sinto que foi algo que fomos construindo juntos.

Adoro a canção O Quinito Foi Para A Guiné. Aliás, quando estiveres novamente com ele por aí, conta-lhe que o autor deste blogue lhe agradece particularmente pelo modo como te inspirou nesta música. E tu, tens um tema preferido em Auto Rádio?

Vou dizer-lhe, ele vai ficar vaidoso. Vai mudando mas durante muito tempo foi a Volkswagen. É um bocado como escolher o filho preferido, é difícil e ainda não tenho distância suficiente.

Para terminar, o que te move é apenas esta espécie de mistura entre rock, folk e a indie pop experimental, ou gostarias ainda de experimentar outras sonoridades? Em suma, o que podemos esperar do futuro discográfico do Benjamim?

Eu gosto de não ter preconceitos em relação à música. Durante muito tempo fui posto na prateleira da folk por causa de um disco do Walter Benjamin e se há coisa que eu pretendo é fazer uma quantidade enorme de discos diferentes. Eu quero experimentar tudo.

Obrigado pela entrevista e, principalmente, pela tua música!

Obrigado eu! Um abraço!

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publicado por stipe07 às 18:10

Painted Palms – Horizons

Domingo, 20.09.15

Depois de me ter debruçado em 2011 no EP Canopy e o ano passado no álbum Forever, estou de regresso aos Painted Palms para divulgar Horizons, o mais recente trabalho desta banda norte americana, natural de São Francisco, formada pelos primos Chris Prudhomme e Reese Donohue. Editado no passado dia quatro de setembro pela Polyvinyl Records, Horizons foi misturado por Eric Broucek, engenheiro da DFA. Refiro-me a um trabalho que da pop psicadélica de há cinco décadas atrás, passando pela eletrónica de final do século passado, é um disco excitante e multifacetado, um trabalho que procura meditar sobre as constantes mudanças que a sociedade contemporânea nos exige e como muitas vezes parece não ter fim esta busca constante, levada a cabo por todos aqueles que vivem insatisfeitos porque querem sempre mais e melhor.

Há algo na música destes Painted Palms que nos deixa num constante sobreaviso, uma espécie de eminência de perigo, um pessimismo incontrolável mas, ao mesmo tempo e como se isso fosse possível, de alguma forma sedutor. A eletrónica madura e encorpada de Disintegrate, talvez o destaque maior de horizons, permite-nos fazer uma ponte assertiva  entre a pop ambiental contemporânea e o art-rock clássico, numa epopeia de quatro minuos e meio onde se acumula um amplo referencial de elementos típicos desses dois universos sonoros e que se vão entrelaçando entre si de forma particularmente romântica e até, diria eu, objetivamente sensual. E a verdade é que ao longo de Horizons abunda a sobreposição de texturas, sopros e composições jazzísticas contemplativas, uma paisagem imensa e ilimitada de possibilidades, um refúgio bucólico dentro da amálgama sonora que sustenta a música atual.

Escuta-se a forte comoção latente de Waterfall e antes, logo no início, o punk blues enérgico e libertário de Contact, a insanidade desconstrutiva em que alicerçam as camadas de sons que dão vida a Painkiller e a incontestável beleza e coerência dos detalhes sintetizados que nos fazem levitar na sequência final feita com Gemini e Glaciers, para se conferir, num mesmo bloco autoral, os diferentes fragmentos que os Painted Palms foram convocar à pop e ao indie rock, os dois universos sonoros que os rodeiam e com os quais se identificam, com um elevado índice de maturidade e firmeza, para se perceber o bom gosto como apostam nesta relação simbiótica, enquanto partem à descoberta de texturas sonoras. E a verdade é que esta dupla parece confiar plenamente no seu instinto criativo e transborda uma vontade quase obsessiva de atingir a perfeição, talvez para provar a ela própria que o caminho que escolheu é o adequado para que a praia sonora onde se querem deitar nunca seja consumida por uma maré de dúvidas e hesitações sonoras implacáveis. 

Em suma, em Horizons os Painted Palms praticam o exercício de buscar referências de décadas passadas e procurar acrescentar os seus próprios elementos para compor uma obra musical que, no cômputo geral, carrega um enorme charme na forma como se equilibra entre o perigo de uma derrocada e a capacidade particularmente vincada de conjugar eletrónica e psicadelia, com um certo relevo e singularidade. Espero que aprecies a sugestão...

Painted Palms - Horizons

01. Refractor
02. Contact
03. Gemini
04. Glaciers
05. Echoes
06. Control
07. Disintegrate
08. Waterfall
09. Painkiller
10. Tracers

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publicado por stipe07 às 21:29

The Drink - No Memory

Sábado, 19.09.15

Os britânicos The Drink de Dearbhla Minogue, Daniel Fordham e David Stewart estão de regresso aos discos apenas onze meses após o espetacular disco homónimo de estreia, com Capital, o título do novo trabalho desta banda Londrina, gravado numa antiga quinta de produção suína, entretanto convertida em estúdio, nos arredores de Sheffield. De recordar que esse trabalho de estreia resultou de uma compilação dos três primeiros Eps do grupo e permitiu aos The Drink andar em digressão, com passagens pelos festivais Green Man e End Of The Road, abrir concretos para Toro Y Moi e participar no mítico programa da BBC 6, apresentado por Marc Riley.

Canção que fala do passado e de como ele tantas vezes nos consome e desfoca, No Memory, o primeiro avanço divulgado do disco e que encerra o seu alinhamento, oscila entre uma certa subtileza experimental percussiva e uma clara busca de algo mais comercial ao nível dos efeitos, o que faz do tema uma escolha nada inocente para chamariz do álbum. Há uma forte vertente experimental nas guitarras e uma certa soul na secção rítmica e no baixo sedutor, excelentes tónicos que potenciam o modo como Dearbhla Minogue sopra na nossa mente e a envolve com uma elevada toada emotiva e delicada, que faz o nosso espírito facilmente levitar, algo que provoca um cocktail delicioso de boas sensações. Capital irá ver a luz do dia a treze de novembro à boleia da Melodic Records. Confere No Memory e o artwork e o alinhamento de Capital...

 

1. Like A River
2. You Wont Come Back At All
3. Potter's Grave
4. Roller
5. Hair Trigger
6. I Can't Sleep
7. The Coming Rain
8. I'll Never Make You Cry
9. Month Of May
10. No Memory

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publicado por stipe07 às 10:52

Joseph Arthur – Days Of Surrender

Sexta-feira, 18.09.15

Editado no final da última primavera, Days Of Surrender é o novo registo de originais de Joseph Arthur, um músico e compositor que nasceu em Akron, no Ohio, em setembro de 1971 e já com uma longa carreira discográfica, iniciada no início deste século e que conta com quase duas dezenas de lançamentos, com destaque para o anterior, um trabalho intitulado Lou e que serviu de tributo a Lou Reed, uma das grandes referências de Arthur.

A passear entre o rock alternativo, o indie pop e a folk, este músico norte americano aposta, quase sempre, em composições que são verdadeiras peças melódicas recheadas com um turbilhão de emoções. E o alinhamento de Days Of Surrender não escapa quer às próprias opções instrumentais de Arthur sempre ricas e exuberantes e interpretadas pelo próprio, praticamente na íntegra, mesmo em palco, quer à evidência acima referida, sempre com uma preocupação clara por parte do autor em realçar o cariz intimista e singelo das suas canções, com arranjos e letras que falam por si.

Days Of Surrender ilumina a nossa mente e afaga os ouvidos logo no início, com os timbres de cordas bastante marcados de Pledge Of Allegiance e de Mystic Sister e o piano grave de Maybe You, a serem temas que colocam a nú a receita predileta de Arthur. Independentemente da primazia instrumental de cada um dos temas, raramente faltam alguns efeitos, percussivos ou atmosféricos, quase sempre com uma origem sintética, mas que nunca colocam em causa o vincado sabor orgânico de canções com as quais poderá haver uma identificação clara por parte do ouvinte, tal é a clareza e a acutilância com que Arthur versa sobre assuntos do quotidiano de qualquer comum mortal, sempre com uma vincado convite à reflexão profunda sobre os mesmos. Break, por exemplo, é uma canção agridoce, criada com inspiração e apurada veia criativa e que explora a fundo as diversas possibilidades sonoras da viola, com uma tonalidade única e uma capacidade incomum para quem souber ser exímio no seu manuseamento, como é o caso, ser capaz de a dedilhar para transmitir sentimentos e emoções com uma crueza e uma profundidade simultaneamente vigorosas e profundas. Mesmo quando o instrumento é eletrificado e deixado um pouco à sua sorte e a um andamento algo boémio, como sucede em Hold A Hand, ou opta por um frenesim agitado, como é o caso de Innocent Man, em vez do perigo do descontrole e da perca de homogeneidade no alinhamento, assiste-se à obtenção de um estado superior de consciência e profundidade, na abordagem temática da canção, que nos convida a um urgente exercicio de exorcização de todas as amarrras que o amor, como sentimento libertador, ainda coloca a muitos de nós.

Joseph Arthur tem conseguido sobreviver airosamente à erosão dos anos e estas suas novas canções soam ainda mais atuais e profundamente harmoniosas. São, no fundo, novas pinturas sonoras, carregadas de imagens evocativas que já conferimos em outros tempos, mas pintadas com melodias acústicas bastante virtuosas e cheias de luz e arrumadas com arranjos meticulosos e lúcidos, que provam a sensibilidade do autor para expressar tudo aquilo que sustenta a memória e o coração de muitos de nós. Espero que aprecies a sugestão...

Joseph Arthur - Days Of Surrender

01. Pledge Of Allegiance
02. Maybe You
03. Mystic Sister
04. Break
05. Come Back When You’re Poor
06. Isolate
07. Hold A Hand
08. I Don’t Know The Way
09. Innocent Man
10. Come Inside
11. Take You There
12. If I Could I’d Get Out

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publicado por stipe07 às 21:29

The Libertines - Anthems for Doomed Youth

Quinta-feira, 17.09.15

Onze anos depois do último registo de originais, os britânicos The Libertines, de Peter Doherty, Gary Powell, John Hassall e Carl Barât, têm finalmente um novo trabalho nos escaparates. Anthems for Doomed Youth, o terceiro registo de originais do grupo, chegou às lojas a quatro de setembro, por intermédio da Harvest e foi produzido por Jake Gosling.

Com o título inspirado num poema do século XIX com o mesmo nome da autoria de Rudyard Kipling, assim como Gunga Din, o primeiro single divulgado e que já teve direito a um vídeo realizado por Roger Sargent e que mostra o quarteto a deambular pelas ruas do Red Light District, na Tailândia, Anthems For Doomed Youth é um novo impulso para uma banda que atravessou o novo milénio em plena euforia, num percurso particularmente ascendente, mas também repentino que, como não podia deixar de ser, implodiu por dentro devido a dois egos conflituosos, o de Doherty e o de Barât e os problemas com a droga e a justiça que o primeiro enfrentou. Mesmo assim, os dois primeiros trabalhos dos The Libertines foram justamente considerados importantes e conjunturais no modo como colocaram de novo a Inglaterra que a olhar novamente para o punk rock mais cru e de garagem, que começou a criar escola em finais dos anos setenta do sécu,lo passado, depois da pop e da eletrónica e o trip-hop terem dominado as tabelas de vendas na última década do século XX. Hinos como Can't Stand Me Now ou Up the Bracket marcaram uma geração e deixaram, desde então, sedentos todso aqueles que ao lnogo de mais de uma década suspiraram pelo regresso deste projeto que se não for por mais, merece todo o nosso apreço e consideração pelo modo como se dedicaram ao punk com uma intgridade e uma originalidade incomuns.

Se não fosse para continuaram a ser relevantes, aposto que os The Libertines não ousariam um regresso após um hiato tão prolongado. E, na verdade, se havia essa permissa no espírito do quarteto quando entrou em estúdio, na Tailândia, para gravar esta nova fornada de canções, então podem dar-se por felizes com o resultado final. Não se duvide que Anthems For Doomed Youth é do melhor e mais consistente indie punk rock que se pode escutar atualmente, plasmado logo na rugosidade revoltosa de Barbarians, tema que recorda os mais esquecidos da eloquência festiva que transbordava da já citada Can't Stand Me Now, mas também nos riffs e nas distorções convincentes e inebriantes que temas como Glasgow Coma Scale Blues ou a angulosa e agressiva Fury Of Chonbury nos oferecem. Depois, se Heart Of The Matter faz uma súmula eficaz e fluída do período mais aúreo do punk, aquela ligeireza algo adolescente, descomprometida e até pueril que desliza da divertida Gunga Din, da emotiva e acústica Iceman e da boémia Fame and Fortune, reafirmam a alma de um estilo muito vincado que se aconchega em paisagens musicais familiares porque reaplicam aquela fórmula que no período aúreo dos The Libertines nos fez lançar um olhar lancinante sobre as suas propostas e ainda as revestem com uma roupagem mais contemporânea, perceptível em alguns arranjos de cordas particularmente bem sucedidos. Aliás, as variações melódicas e os devaneios que se conferem na guitarra que conduz a folk do tema homónimo deste trabalho, são um excelente exemplo da ponte quase invisivel que o grupo estabelece entre a sua herança e este presente, como se o tempo não tivesse passado por eles, mas também como se eles não tivessem ficado presos lá atrás.

Anthems For Doomed Youth é um regresso vigoroso e feliz dos The Libertines às luzes da ribalta, não para fazerem figura de corpo presente e mostrarem que ainda existem, mas com o intuíito claro de quererem ser de novo referência e bitola. É um recomeço que se saúda, iluminado por canções que se escutam com um renovado prazer mas que também merecem ser dissecadas com algum detalhe, pelas novas nuances sonoras que contêm e pelo modo assertivo como foram criadas dentro do espetro sonoro em que a banda se insere. Espero que aprecies a sugestão...

The Libertines - Anthems For Doomed Youth

01. Barbarians
02. Gunga Din
03. Fame And Fortune
04. Anthem For Doomed Youth
05. You’re My Waterloo
06. Belly Of The Beast
07. Iceman
08. Heart Of The Matter
09. Fury Of Chonburi
10. The Milkman’s Horse
11. Glasgow Coma Scale Blues
12. Dead For Love
13. Love On The Dole
14. Bucket Shop
15. Lust Of The Libertines
16. 7 Deadly Sins
17. Over It Again

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publicado por stipe07 às 23:17

DIIV - Dopamine

Quinta-feira, 17.09.15

Os DIIV (lê-se Dive) são um grupo do nova iorquino Zachary Cole Smith, músico dos Beach Fossils e que tem como companheiros de banda neste projeto Andrew Bailey (guitarra), Devin Ruben Perez(baixo) e Colby Hewitt (bateria). O disco de estreia chamou-se Oshin e viu a luz do dia há pouco mais de três anos através da Captured Tracks, mas já tem sucessor.

Is The Is Are, o novo trabalho dos DIIV, foi escrito na íntegra por Zachary, gravado em Brooklyn e chegará lá para fevereiro de 2016 à boleia da mesma etiqueta. Dopamine, o primeiro single divulgado do registo, é uma trip deambulante proporcionada pelas guitarras e a voz melódica do autor e onde o rock alternativo de cariz mais lo fi se confronta amigavelmente com uma pop particularmente luminosa e com um travo a maresia muito peculiar, mais comum em projetos do outro lado da costa americana. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 14:08

Gold Celeste – The Glow

Quarta-feira, 16.09.15

Eirik Fidjeland, Petter Haugen Andersen e Simen Hallset são os Gold Celeste, um trio norueguês oriundo de Oslo e que sustenta a sua sonoridade na pop psicadélica que encontra a sua génese na reta final segunda metade do século passado, já que se alimenta de uma paleta refrescante e colorida de efeitos de guitarras, cuja origem remonta às três últimas décadas desse período, uma percussão vibrante, um baixo compacto, sintetizadores e orgâos incandescentes e um doce e celestial falsete. O grupo editou a onze de setembro The Glow, um extraordinário tomo de onze canções que viram a luz do dia através da etiqueta local Riot Factory Records, uma das mais reputadas do universo indie escandinavo.

Em The Glow os vários temas do alinhamento florescem e ganham vida própria num ambiente tipicamente lo fi, sem hesitações, de modo espontâneo e, aparentemente, sem artifícios exteriores particulares, além do arsenal instrumental acima descrito. É uma verdadeira trip sonora tumultuosa, mas também aditiva, com as canções a tentarem, a todo o custo, sair da espécie de colete de forças lo fi em que se encontram enclausuradas, em busca de um sol que, neste caso, poderá ser nefasto, já que se as iluminar em demasiado irá retirar-lhes a crueza e o reverb que molda a personalidade de um trabalho que tem nesta penumbra constante o seu atributo maior.

Envolvente, quente, épico, mas também intimista e acolhedor, este disco oferece-nos, portanto, um tratado de pop psicadélica, pleno de fuzz e reverb e que define o som dos autores num patamar superior de lisergia, enquanto flui de modo homogéneo e no universo próprio da banda e da sonoridade em que se insere, rebocado também pela mestria vocal de Eirik.

Temas como a estratosférica e exuberante Can Of Worms, a  contemplativa e experimental You And I, canção que ressuscita alguns detalhes que elevaram nos anos noventa nomes como os Mercury Rev ou os próprios The Flaming Lips a um grau superior de devoção, o charme acústico de But A Poem, o festim hipnótico em que se desmultiplica a percussão e as cordas até atrairem para junto de si um intenso som sintetizado em Is This What You Can Not Do? e que encarna uma faceta mais pop na intensa e eloquente The Start Of Something Beautiful, ou o cariz sedutor da planante The Dreamers, convidam-nos a conferir uns Gold Celeste que procurar recriar uma luta constante entre sons e melodias intrincadas, ao mesmo tempo que demonstram o dom de serem capazes de fazer música com uma quase pueril simplicidade. E, no fundo, este último aspecto é, quanto a mim, a melhor receita que este trio encontrou para demonstrar uma formatação adulta e a capacidade que possui de reinventar, reformular ou simplesmente replicar o que de melhor têm alguns projetos bem sucedidos na área sonora em que a banda se insere.

Assim, The Glow é mais um trabalho que faz uma espécie de simbiose entre a pop e o experimentalismo, temperado com variadas referências típicas do shoegaze e da psicadelia e carregadas de ácidos. No fundo, é uma espécie de caldeirão sonoro feito por mais um grupo que sabe como recortar, picotar e colar o que de melhor vai sendo sugerido hoje no chamado electropsicadelismo. Espero que aprecies a sugestão...

Gold Celeste - The Glow

01. Can Of Worms
02. But A Poem
03. Open Your Eyes
04. The Dreamers
05. Grand New Spin
06. Time Of Your Life
07. Pastures
08. Is This What You Can Not Do
09. You And I
10. On The Brink
11. The Start Of Something Beautiful

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publicado por stipe07 às 18:04







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