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Gaz Coombes – Matador

Terça-feira, 15.09.15

Quem esteve atento à luta fraticida pelo domínio da brit pop durante a década de noventa, recorda-se imediatamente da dupla Blur vs Oasis e depois acrescenta-lhe os Suede e os Pulp, os The Charlatans e talvez os Supergrass, sem dúvida o grupo britânico mais negligenciado nessa altura. Gaz Coombes, antigo líder desta banda britânica, estreou-se numa carreira a solo em 2012 e em boa hora o fez com o fabuloso Here Come The Bombs. Pouco mais de dois anos depois desse início prometedor, Coombes regressou mais uma vez à boleia da Hot Fruit Recordings, com Matador, um disco produzido pelo próprio autor e gravado no seu estúdio caseiro em Oxford.

Matador conta com as participações especiais de Loz Colbert, baterista dos Ride e Charly Coombes e evidencia elevadas ambições sonoras, quer estruturais, quer estilísticas, com um elevado sentido pop e de modo mais profundo e heterogéneo, não só relativamente à estreia, como à propria carreira dos Supergrass, que desde sempre balizaram vincadamente o seu adn sonoro.

Liberto das amarras conceptuais que o formato banda muitas vezes impôe, Gaz Coombes tem a possibilidade de a solo deixar fluir livremente o seu apurado sentido estético, com um interessante grau de criatividade e inedetismo, até. Logo na abertura de Matador, os efeitos ecoantes de Buffalo e o suspiro minimal do teclado, ao deixarem-se, pouco depois, dominar pela majestosidade da bateria e das distorções da guitarra, mostram uma relação pouco vista entre eletrónica e rock progressivo, com o universo muito específico dos conterrâneos Radiohead a ser, certamente, uma referência e uma baliza no momento de percorrer vias mais experimentais e menos óbvias, sem descurar um intenso sentido melódico.

Com um início tão prometedor, torna-se impossível virar os ouvidos a um disco que nos oferece tantos lugares diferentes, uma ambição salutar e diferentes texturas e possíveis leituras das mesmas. Em 20/20, por exemplo, apreciamos uma música que subsiste num agregado de guitarras melodiosas, uma percussão cheia de variações que pretendem vincar uma epicidade muito própria, um baixo minimal mas omnipresente e outros arranjos de cordas, de mãos dadas com uma voz capaz de converter uma arena inteira a uma causa impossível. Depois, no frenesim do piano de The English Ruse, no clima acústico delicioso e emotivo de Oscillate, no intimismo do single Detroit e em momentos mais soturnos e melancólicos, como To The Wire, canção com um travo gospel indisfarçável, ou Seven Walls, um instante sonoro mágico, que navega entre a luz e a escuridão e o sintético e o orgânico, Gaz Coombes não se entrega nunca à monotonia e mostra ser sábio a criar temas que apesar de poderem ser fortemente emotivos e se debruçarem em sonhos por realizar, também servem para mostrar que é perfeitamente possível criar um disco que seja intrigante, sem deixar de ser acessível.

Se os Supergrass não sobreviveram à evolução e não se adaptaram, pelo menos Gaz Coombes não virou a cara à luta, absorveu as novas pinceladas mais eletrónicas e desprovido da responsabilidade coletiva que é fazer parte de uma banda onde há o dever de partilha artística, escreveu novamente excelentes canções pintadas com um experimentalismo pop que merece toda a nossa atenção. Espero que aprecies a sugestão...

Gaz Coombes - Matador

01. Buffalo
02. 20/20
03. The English Ruse
04. The Girl Who Fell To Earth
05. Detroit
06. Needle’s Eye
07. Seven Walls
08. Oscillate
09. To The Wire
10. Is It On?
11. Matador
12. One Of These Days
13. This Time Tomorrow

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publicado por stipe07 às 17:22

City Calm Down – Rabbit Run

Terça-feira, 15.09.15

City Calm Down - Rabbit Run

Jack Bourke, Sam Mullaly, Jeremy Sonnenberg e Lee Armstrong são os City Calm Down, um quarteto australiano oriundo de Melbourne e que se prepara para a estreia nos lançamentos discográficos com A Restless House, um álbum que vai ver a luz do dia a seis de novembro, através da etiqueta I OH YOU.

Rabbit Run é o primeiro avanço divulgado de A Restless House, uma canão que assenta os seus pilares instrumentais e melódicos em algumas das caraterísticas fundamentais do indie rock alternativo de cariz mais sombrio, que fez escola em finais da década de setenta do século passado e que tem atualmente nos nova iorquinos The National um dos expoentes máximos. Se a voz dos City Calm Down nos recorda claramente a postura de Matt Berninger, já os instrumentos clamam pela simplicidade, mas à medida que a teia sonora se diversifica e se expande, dão vida a um conjunto volumoso de versos sofridos, sons acinzentados e um desmoronamento pessoal que nos arrasta sem dó nem piedade para um ambiente épico e nostálgico que se recomenda. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:53






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