man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Holy Holy – When The Storms Would Come
A Austrália é o poiso dos Holy Holy, uma dupla formada por Tim Carroll e o guitarrista e compositor Oscar Dawson, dois músicos oriundos de Brisbane e Melbourne, respetivamente e, em tempos, professores de inglês no sudoeste da Ásia. Ambos mudaram-se para a Europa em 2011, com Carroll a fixar-se em Estocolmo, na Suécia e Dawson em Berlim, na Alemanha. Depois, num reencontro de ambos na primeira cidade, resolveram fazer música juntos, tendo sido criadas aí as primeiras demos em conjunto, depois aprimoradas já na Austrália e que deram origem a estes Holy Holy. Em 2014 o baterista Ryan Strathie juntou-se ao projeto assim como o baixista Graham Richie e o convidado especial Matt Redlich, um produtor conceituado com uma fixação única pelos primórdios do rock alternativo do século passado.
Os Holy Holy situam-se então, sonoramente, algures entre Neil Young, Crosby, Stills & Nash, Bruce Springsteen, Pink Floyd e Dire Straits, assim com outros projetos e bandas mais contemporâneoas, como os Midlake, Band Of Horses ou Grizzly Bear e esta miríade de influências está na base de When The Storms Would Come, o novo disco da banda, um conjunto de canções que misturam uma escrita clássica com o indie rock contemporâneo, em dez canções produzidas com um certo instinto, com particular crueza e cheias de melodias sublimes no modo como agregam guitarras poderosas e uma voz imponente com uma percussão densa e ritmada, com uma crueza distinta.
Disco moldado então pelo espírito do rock clássico, When The Storms Come Home inicia com Sentimental and Monday, canção inspirada num diálogo virtual entre Carroll e a sua namorada sueca e que fala daquilo que muitas vezes deixamos para trás quando tomamos opções de vida importantes. Depois, com a guitarra acústica e o piano que conduzem Outside Of The Heart Of It ficamos plenamente convencidos da energia nostálgica e algo vintage deste Holy Holy de olhos e ouvidos afiados e direcionados para aquele período setentista do século passado que hoje, claramente, orienta e está presente em alguns dos melhores trabalhos discográficos que juntam guitarras vibrantes com uma toada psicadélica indisfarçável. Aliás, a incrível mistura de influências que se confere no single You Cannot Call For Love Like A Dog, canção que soa com uma contemporaneidade única, mas que nas suas fundações contém algum do referencial sonoro criado há umas quatro décadas, em especial no que diz respeito ao modo como as guitarras e a bateria ampliam o cariz algo dramático da canção, comprova o modo como estes Holy Holy são exímios em conseguir confundir-nos com um celebração indulgente e inspirada dos melhores sons do passado sem ousar afastar-se do melhor clima indie do rock atual.
Depois de ter contactado inicialmente com estes três temas é que me dediquei, posteriormente, à audição integral do disco e a verdade é que durante a audição do mesmo aquilo que melhor transpareceu foi a leveza onírica das canções e uma clara busca do simples e do prático, assim como a precepção clara de que terá existido uma elevada fluidez no processo de construção melódica e uma inestimável honestidade na escrita e inserção das letras. Quer a crueza da guitarrra de History, a simplicidade pop apenas aparente da rica e intrincada Wanderer, uma canção sobre a beleza que está sempre adjacente a qualquer relação amorosa, o intrincado jogo que se estabelece entre um piano acústico e duas guitarras elétricas em Pretty Strays For Hopeless Lovers e a esponteneidade indisfarçável de The Crowd ampliam e atestam um resultado final que acaba, na minha opinião, por ser bastante assertivo e agradável.
É fácil concluir no final da audição de When The Storms Would Come que passou pelos nossos ouvidos um alinhamento de canções com um fôlego ímpar, tipificado por canções marcantes, que impressionam pela alegria e pelo modo poético, corajoso, denso e sofisticado com que os Holy Holy se deram a conhecer ao mundo logo na estreia. Espero que aprecies a sugestão...
01. Sentimental And Monday
02. Outside Of The Heart Of It
03. A Heroine
04. History
05. If I Were You
06. You Cannot Call For Love Like A Dog
07. Wanderer
08. Holy Gin
09. Pretty Strays For Hopeless Lovers
10. The Crowd