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Cold Showers - Matter of Choice

Terça-feira, 08.09.15

Formados em 2010 ao sol da Califórnia, os norte americanos Cold Showers prometeram altos voos logo no início da carreira com uma série de singles editados à sombra da Mexican Summer e da Art Fag, mas foi com a Dais Records, em 2012, que lançaram o álbum de estreia, um trabalho intitulado Love and Regret. Esse disco levou-os numa digressão juntamente com os The Soft Moon e os Veronica Falls e agora, três anos depois, chega aos escaparates Matter of Choice, o sempre difícil segundo disco.

O período aúreo do punk rock mais sombrio foi, sem dúvida, os anos oitenta e depois de no final da década anterior os Joy Division terem escancarado uma porta enorme para um universo ilimitado de possibilidades, nomes como os Cure, os Depeche Mode ou os The Sound, entre outros, atravessaram esse portal, com o rock e a eletrónica a balizarem percentualmente de modo diferenciado o estereótipo sonoro de cada projeto, mas com aquela toada sombria e nostálgica a servir de ponto comum a esta aposta em canções que contavam quase sempre com um uso assertivo de sintetizadores, uma percussão sintética ou orgânica, quase sempre veloz, um baixo pulsante e vigoroso e guitarras plenas de efeitos algo elaborados, além de um registo vocal muitas vezes manipulado de modo a ecoar com uma certa gravidade e escuridão. E esta acaba por ser a receita destes Cold Showers, uma homenagem sentida e feliz aos sons melancólicos dessa década, assim como a todo o clima sentimental oitocentista, onde não faltavam também letras consistentes, que confortavam e destruiam o coração num mesmo verso. 

A toada hipnotizante da sombria e charmosa She Hangs On, canção que fala do desejo e de como ele tantas vezes nos consome e desfoca, oscila entre uma certa subtileza experimental percussiva e uma clara busca de algo mais comercial ao nível dos efeitos, o que faz dela uma escolha nada inocente para abertura de Matter of Choice, já que pode personificar uma súmula significativa do conteúdo do restante alinhamento. Depois, a visceral e efervescente Only Human, tema com uma toada mais lo fi, com a distorção da guitarra e um efeito sintetizado futurista e suportarem a voz manipulada, aprofunda o cariz progressivo e vigoroso desta mistura entre rock e eletrónica, que atinge o auge em Plantlife, canção cujo frenesim flui livre de compromissos, rebocada por guitarras extasiantes, um baixo poderoso e um efeito sintetizado retro, numa espécie de meio termo entre o rock clássico, a eletrónica, o shoegaze e a psicadelia.

O alinhamento de Matter of Choice acaba por ter uma homonegeidade que se saúda amplamente, com o disco a rugir nos nossos ouvidos e a deixar-nos à mercê do fogo incendiário em que se alimenta. A monumentalidade instrumental e vocal de de Crowds, a epicidade frenética, crua e impulsiva de Ceasefire e a sensualidade lasciva de Undone agitam ainda mais a nossa mente e forçam-nos a um abanar de ancas intuitivo e capaz de nos libertar de qualquer amarra ou constrangimento que ainda nos domine.

Apesar do número reduzido de canções que constam do seu alinhamento e de se escoarem em pouco mais de meia hora, Matter of Choice é uma obra grandiosa e eloquente, um disco a preto e branco, mas pleno de ruido, com tudo aquilo que de melódico o ruído pode tantas vezes conter e que pode ser também um elemento importante para criar um ambiente de rara frescura e pureza sonora. No caso dos Cold Showers é também um potenciador e um agregador de sonoridades que surgiram há décadas e se foram aperfeiçoando ao longo do tempo e ditando regras que hoje consagram as tendências mais atuais em que assenta um punk rock progressivo com um cariz fortemente nostálgico e contemplativo, mas também feito com uma majestosa sapiência melódica, bom gosto e vitalidade. Espero que aprecies a sugestão....Cold Showers - Matter Of Choice

01. She Hangs On
02. Only Human
03. Plantlife
04. Crowds
05. Whatever You Want
06. Ceasefire
07. Undone
08. Crowds (Redux)

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publicado por stipe07 às 19:17

Rosemary Baby - Nothing Can Stop Us

Terça-feira, 08.09.15

Bruno Rosmaninho, um antigo chefe de cozinha e ao qual se juntaram David Neto , Johnny Dinamite, Zé Vasconcelos, Ivo Claudino, Luís Grade Ferreira e Mário Amândio, constituem o núcleo duro dos Rosemary Baby, um projeto que se estreou nos lançamentos discográficos há dois anos com o Ep The First Time, à boleia da NOS Discos, o que significa que se encontra disponível para download legal e gratuíto.

Agora, no verão de 2016, deverá chegar aos escaparates o segundo registo do grupo e Nothing Can Stop Us é o primeiro single divulgado do mesmo, uma canção que, de acordo com o press release do lançamento, foi escrita para nos lembrar a nós próprios da dificuldade que foi, que é, e que será este caminho que temos para percorrer juntos enquanto família. Misturam-se as vidas, misturam-se os objectivos, mas a força que precisamos está aqui, na música. É esse o sentimento que Rosemary Baby quer passar ao público, de não desistir no momento em que lhes é dito que é impossível lutar pelos sonhos. O sonho só termina quando páras, quando não tens mais forças e esperança.

Com uma instrumentalização exuberante e luminosa, um baixo corpulento, arranjos eletrificados e teclas e sopros que se misturam numa espécie de indie pop caleidoscópica, Nothing Can Stop Us inflete num arco írís de ritmos, sons e incontáveis referências que borbulham enquanto se desenvolve uma canção que pode ajudar estes Rosemary Baby a conseguirem afirmar-se entre os valores seguros da música nacional. Confere...

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publicado por stipe07 às 14:30






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