man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Lou Barlow – Brace The Wave
Baixista dos Dinosaur Jr. e vocalista dos Sebadoh, o norte americano Lou Barlow, um músico oriundo de Greenfield, no Massachussets e considerado um dos grandes gúrus do indie alternativo desde a década de noventa, tem também uma profícua carreira a solo que acaba de conter mais um disco no seu cardápio. O novo álbum deste autor e compositor notável intitula-se Brace The Wave e chegou às lojas a quatro de setembro através da Joyful Noise Recordings, sendo a primeira obra solo de Barlow desde o lançamento de Goodnight Unknow, em 2009.
Resultado de uma jornada de seis dias no estúdio com o produtor Justin Pizzoferrato, responsável pelos mais recentes discos de Dinosaur Jr, Brace The Wave marca o regresso do autor a um universo mais recatado, através de uma folk intimista, nostálgica e contemplativa e que tem nas cordas do ukelele a principal arma de arremesso, mas onde também não falta uma curiosa exuberância vocal, logo plasmada em Redeemed, canção agridoce que abre com entusiasmo, inspiração e apurada veia criativa um disco que explora a fundo as diversas possibilidades sonoras de um instrumento de cordas com uma tonalidade única e uma capacidade incomum para ajudar quem souber ser exímio no seu manuseamento, a transmitir sentimentos e emoções com uma crueza e uma profundidade simultaneamente vigorosas e profundas.
Sempre com a folk na mira, a incubar da mente incansável de um músico maduro e capaz de nos fazer despertar com um simples dedilhar de cordas aquelas recordações que guardamos no canto mais recôndito do nosso íntimo e que em tempos nos proporcionaram momentos reais e concretos de verdadeira e sentida felicidade, ou, no sentido oposto, de angústia e depressão e a necessitarem de urgente exercicío de exorcização para que consigamos seguir em frente, Barlow é capaz de nos colocar a olhar o sol de frente com um enorme sorriso nos lábios, com a inebriante e àspera Moving ou a delicada Wave, mas também desafia o nosso lado mais sombrio e os nossos maiores fantasmas no convite que nos endereça à consciência do estado atual do nosso lado mais carnal em Pulse e no desarme total que torna inerte o lado mais humano do nosso peito na realista e racional Repeat. Mesmo quando Barlow comete o pecado da gula e se liga à corrente em Boundaries, fá-lo com um açúcar muito próprio e um pulsar particularmente emotivo e rico em sentimento, não deixando assim, em nenhum instante de Brace The Wave, de ser eficaz na materialização concreta de melodias que vivem à sombra de uma herança natural claramente definida e que, na minha opinião, atinge um estado superior de consciência e profundidade nos acordes únicos e lindíssimos da confessional C + E.
Brace The Wave é alma e emoção traduzidas à voz e ao ukelele, como documento sonoro ajuda-nos a mapear as nossas memórias e ensina-nos a cruzar os labirintos que sustentam todas as recordações que temos guardadas, para que possamos pegar naquelas que nos fazem bem, sempre que nos apetecer. Basta deixarmo-nos levar pelos sussurros do autor, para sermos automaticamente confrontados com a nossa natureza, à boleia de uma sensação curiosa e reconfortante, que transforma-se, em alguns instantes, numa experiência ímpar e de ascenção plena a um estágio superior de letargia. Espero que aprecies a sugestão...
01. Redeemed
02. Nerve
03. Moving
04. Pulse
05. Wave
06. Lazy
07. Boundaries
08. C + E
09. Repeat
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Fleeting Youth Records Vol. 3
Uma das etiquetas mais interessantes do cenário indie norte americano é a Fleeting Youth Records, editora que é já uma presença habitual neste espaço de crítica e divulgação musical, fruto de uma relação profícua para ambas as partes. Liderada por Ryan Fyr, a etiqueta lançou no início do verão, no seu bandcamp, a terceira compilação do seu cardápio, intitulada Fleeting Youth Records Vol. 3.