man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Funeral Advantage – Body Is Dead
Boston, no Massachussets, é o poiso vital dos Funeral Advantage e Body Is Dead o disco de estreia de mais uma banda que aposta num ambiente sonoro fortemente etéreo e melancólico, para criar um álbum tipicamente rock e esculpido com cordas ligas à eletricidade, mas com canções cheias de uma fragilidade incrivelmente sedutora e alicerçadas numa certa timidez que não é mais do que um assomo de elegância contida, uma exibição consciente de uma sapiência melódica.
Escritas e gravadas por Tyler Kershaw e misturadas por Ian Van Opijnen, as dez canções de Body Is Dead contaram ainda com a voz de Chelsea Figuerido em alguns dos temas e a receita da arquitetura melódica de todas elas é bastante homogénea e transversal a todo o alinhamento. Trata-se de um indie rock pulsante e insinuante, mas com um charme lo fi único, alicerçado num registo vocal quase sempre sussurrante e até, em alguns casos, pouco perceptível, mas bastante encantador, além de guitarras com efeitos e distorções intrigantes e enleantes e uma percussão bastante vincada, sem ter uma tonalidade exageradamente grave. É, no fundo, um rock sujo e lo fi, uma espécie de surf rock com um pé no post punk e onde também abundam boas letras que nos oferecem uma atmosfera sonora épica, positiva, sorridente e bastante dançável.
Body Is Dead começa a todo o gás com a sorridente e otimista Equine e o frenesim encantador de Sisters a mostrarem, com esplendor e intensidade, uma atitude descontraída e jovial que contraria, de certo modo, o nome algo sombrio da banda. Depois, Should Have Just é um convite direto e preciso ao acto de encarar estes últimos dias de verão com esperança, enquanto ficamos envoltos numa intensa aúrea vincadamente orgânica e, por isso, fortemente sensual, que nos despe de todo aquele mistério, tantas vezes artificial, onde frequentemente nos refugiamos, para que não tenhamos receio de mostrar, com ousadia, a verdadeira personalidade do agregado sentimental que nos carateriza, enquanto não chega aquele inverno que nos leva tantas vezes à reclusão.
Até ao ocaso de Body Is Dead, a viagem deslumbrante que nos oferece a guitarra de Gardensong, o experimentalismo soturno de That's That e o esplendor sentimental que exala de todos os acordes da oitocentista Then I'll Look, são outros instantes obrigatórios deste alinhamento, exemplos que mostram que, logo no disco que estreia, os Funeral Advantage sabem a fórmula exata para temporizar, adicionar e revolver o seu arsenal instrumental, como se as canções fossem um puzzle e assim originarem, a partir de uma aparente amálgama de vários sons, peças sonoras sólidas e que comunicam com o nosso íntimo com particular beleza e superior preciosismo. Espero que aprecies a sugestão....
01. Equine
02. Sisters
03. Should Have Just
04. Gardensong
05. Back To Sleep
06. That’s That
07. Cemetery Kiss
08. Then I’ll Look
09. You Sat Alone
10. Body Is Dead