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Oberhofer - Chronovision

Segunda-feira, 31.08.15

Depois de no início de 2012 ter revelado Time Capsules e um ano depois o EP Notalgia, Brad Oberhofer, um músico, compositor e multi-instrumentista de vinte e dois anos, natural de Tacoma e agora residente em Brooklin e lider dos Oberhofer, está de regresso em 2015 com Chronovision, um disco que viu a luz do dia a vinte e um de agosto, à boleia da Glassnote Records. Brad é um músico extremamente criativo e já com um assinalável cardápio sonoro na bagagem, juntando-se a ele nesta aventura Dylan Treleven, Ben Weatherman Roth e Pete Sustarsic.

Os Oberhofer impressionam, logo à partida, pelo modo como se mostram confortáveis e musicalmente assertivos dentro do género sonoro que escolheram e que não descurando as guitarras, também coloca alguma sintetização e o piano na linha da frente do processo de composição melódica, sendo a herança das últimas décadas do século passado a grande força motriz do cardápio sonoro que já criaram e também do alinhamento de Chronovision.

Memory Remains, o primeiro avanço divulgado de Chronovision, plasma o charme efervescente do líder, Brad Oberhofer, cuja voz impulsiona até aos píncaros da luminosidade uma canção plena de guitarras cheias de distorção e reverb e uma percurssão bastante vincada. Excelente porta de entrada para o álbum, esta canção é acompanhada nessa ode ao lado colorido e animado da existência humana, pela surf pop de Together Never, outro tema onde a voz adoçicada de Oberhofer impôe-se com extrema naturalidade, enquanto dissera acerca da morte de um amigo e de como estas e outras inevitabilidades não devem desviar o nosso foco da ânsia de ser-se feliz.

É realmente curioso constatar-se que sendo Chronovision um trabalho tão animado e resplandescente, liricamente se debruce sobre alguns aspetos menos bonitos da vida. Isso sucede porque este disco funciona para o autor como uma espécie de terapia, um instrumento de ajuste e de orientação para aquilo que ralmente improrta. Esta é a grande mensagem que a sonoridade vintage de Me 4 Me, ou o fuzz pop das emotivas Sun Halo e Someone Take Me Home, além dos dois temas citados anteriormente, nos oferece, convidando-nos a perceber que o otimismo deve reinar sempre e que mesmo nos instantes mais sombrios há sempre uma saída. Esta concepção sonora já era, aliás, a grande pedra de toque de Time Capsules II, o antecessor, um disco muito luminoso e assente em guitarras estonteantes e pianos e que falava de sentimentos simples, expressos com paixão e sinceridade. Apesar de muitas das canções falarem do lado menos bom do amor e de relações falhadas, eram cantadas com uma voz que acabava por lhes emprestar alegria e boa disposição.

Obra de catarse, assente no charme efervescente do líder que impulsiona o disco com uma ingenuidade cativante, Chronovision instrumentalmente sabe ao frenesim da exuberância juvenil, mas também mostra que Oberhofer se rodeou de musicos bastante treinados e que aperfeiçoaram muito as suas habilidades musicais, num alinhamento cheio de potenciais sucessos já suficientemente maduros para não serem levados demasiado a sério. Confuso? Espero que aprecies a sugestão...

1. Chronovision
2. Nevena
3. Together/ Never
4. Memory Remains
5. Someone Take Me Home
6. Sea of Dreams
7. Ballroom Floor
8. White Horse, Black River
9. Me 4 Me
10. Sun Halo
11. What You Know
12. Listen To Everyone
13. Earplugs

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publicado por stipe07 às 20:07






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