man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Mile Me Deaf - Eerie Bits of Future Trips
Oriundos de Viena, os austríacos Mile Me Deaf já têm sucessor para Holography, um trabalho que viu a luz do dia no início de maio de 2014. Agora, passado um ano, a nova coleção de canções deste quarteto intitula-se Eerie Bits of Future Trips e podes escutá-la no bandcamp do grupo, onde está igualmente disponível toda a sua discografia, podendo ser adquirido através da Siluh Records.
Um músico chamado Wolfgang Möstl é o lider destes Mile Me Deaf, sendo ele quem escreve e compôe a maioria das canções. No entanto, não se trata propriamente de um projeto a solo até porque ao vivo os Mile Me Deaf apresentam-se como um conjunto coeso, com vários músicos e que não sofre grandes alterações desde 2008, ano em que se estrearam nos lançamentos.
Quanto à música e a este disco em particular, os Mile Me Deaf são exemplares no modo como deambulam entre dois pólos aparentemente opostos já que, se sugerem um rock de garagem, cru, progressivo e lo fi, exemplarmente replicado em canções como Off the Core, também nos oferecem uma pop mais adoçicada, como comprova a divertida e luminosa Digital Memory File e o sensual travo a cabaret de Extended Fraud. Seja como for, a tónica é colocada, primordialmente, em sonoridades mais densas e encorpadas, com a percussão vibrante e a relação frutuosa que se estabelece entre um curioso da guitarra e o reverb da voz em Capable Ride e, principalemtne, na pulsante Seekers, a remeter os Mile Me Deaf para um salutar experimentalismo lisérgico, que se estende no abraço entre o sintetizador e a bateria em Trips. O fuzz psicadélico também não falta à chamada a ficar palsmado na longa Headnote#1, tema que impressiona pela relação progressiva que, neste caso, se estabelece entre o baixo e a bateria.
Mas, como já referi, os Mile Me Deaf também não descuram paisagens sonoras mais amenas, com a indie pop descomprometida que temas como Living In A Shrinking Hell ou a divertida Pose and Move claramente comprovam. A primeira é um dos grandes destaques de Eerie Bits of Future Trips, uma canção com uma tonalidade muito vincada e onde Wolfgang consegue, através da voz, envolver-nos numa elevada toada emotiva e delicada, que faz o nosso espírito facilmente levitar e que provoca um cocktail delicioso de boas sensações.
Trabalho mais negro e sombrio que o antecessor mas, de certa forma, sonoramente mais intrincado e trabalhado, Eerie Bits of future Trips são dez canções escritas quase na sua totalidade em estradas, com excertos que foram inicialmente gravados com recurso a smartphones e outros recursos tecnológicos portáteis onde a herança dos anos oitenta e do rock alternativo da década seguinte estão bastante presente e com o processo de construção melódica a não descurar uma forte vertente experimental nas guitarras e uma certa soul na secção rítmica, o que só abona a favor deste projeto austríaco que contém uma forte componente nostálgica, mas também algo descomprometida. Espero que aprecies a sugestão...
1. Digital Memory File
2. Extended Fraud
3. Capable Ride
4. Living In A Shrinking Hell
5. Trips
6. Off The Core
7. Zodiacs
8. Seekers
9. Pose And Move
10. Headnote#1
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Deerhunter – Snakeskin
Após um hiato de dois anos, os Deerhunter de Bradford Cox já têm sucessor para os muito aclamados Halcyon Digest e Monomania. É já em outubro que vai ver a luz do dia, à boleia da insuspeita 4AD, Fading Frontier, o sexto e próximo disco desta banda nova iorquina, um trabalho poroduzido por Ben H. Allen III (Animal Collective, Washed Out) e que será mais um agregado de canções que irão certamente contar com transições entre o harmonioso e o caótico, sempre com um pano de fundo sonoro cru e pujante.
As guitarras sujas e o som assertivamente rugoso de Snakeskin constituem o primeiro avanço divulgado de Fading Frontier, tema que transporta consigo, além da sonoridade rock setentista, um funk psicadélico particularmente alegre e bastante dançável, com as distorções e os ruídos de fundo constantes, que já são uma imagem de marca dos Deerhunter, testada desde o versátil Microcastle (2008), a conduzirem a canção por um ambiente claramente festivo. Confere...