man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The KVB – Mirror Being
Nicholas Wood e Kat Day são o núcleo duro dos londrinos The KVB, mais uma banda a apostar na herança do krautrock e do garage rock, aliados com o pós punk britânico dos anos oitenta. Mirror Being é o mais recente registo de originais da dupla, um álbum com dez canções lançado há algumas semanas pela Invada Records e que sucede ao aclamado EP Out Of Body, editado o ano passado.
Escritos e gravados entre Londres e Berlim no ano passado, logo após as sessões de Out Of Body, os dez temas de Mirror Being são instrumentais e experimentações analógicas que foram sendo captadas pela dupla ao longo desta etapa inicial da carreira, iniciada em 2012 com Always Then, ao qual se seguiu os trabalhos Immaterial Visions e Minus One, antes do já referido EP. Já agora, a banda encontra-se a gravar em Bristol o próximo registo de originais que deverá ver a luz do dia lá para o final do ano.
Este compêndio algo abstrato deve ser escutado e entendido como apenas uma aparente junção de vários sons dispersos que os The KVB foram criando ao longo do tempo e que fizeram-nos o favor de não deixarem que se perdessem. E ao apreciar este alinhamento percebe-se que a dupla esmera-se na construção de canções volumosas e que se deixam conduzir por um som denso, atmosférico e sujo, que encontra o seu principal sustento nas guitarras, na bateria e nos sintetizadores, instrumentos que se entrelaçam na construção de canções que espreitam perigosamente uma sonoridade muito próxima da pura psicadelia.
Com vários instantes sonoros relevantes instrumentalmente, Dys-Appearance e, principalmente, Obsession, são os momentos altos deste agregado, canções conduzidas pelos sintetizadores, mas onde não falta um baixo vibrante e que recorda-nos a importância que este instrumento tem para o punk rock mais sombrio, com a diferença que os The KVB conseguem aliar às cordas desse instrumento, cuja gravidade exala ânsia, rispidez e crueza, uma produção cuidada, arranjos subtis e uma utilização bastante assertiva da componente maquinal. Pouco depois, Fields inflete um pouco as pisadas deixadas pelos temas anteriormente referidos, já que além de conter uma guitarra carregada de fuzz e distorção, insinua os nosso ouvidos com alguns samples vocais impercetíveis mas que conferem ao tema uma toada orgânica inédita em Mirror Being, além da abundância de arranjos delicados feitos com metais minimalistas.
Enquanto muitas bandas procuram a inovação na adição de uma vasta miríade de influências e tiques sonoros, que muitas vezes os confundem e dispersam enquanto calcorreiam um caminho que ainda não sabem muito bem para onde os leva, os The KVB parecem ter balizado com notável exatidão o farol que querem para o seu percurso musical, atirando-nos para ambientes eletrónicos onde os teclados têm o maior destaque, construindo diversas camadas sonoras, quase sempre entregue a um espírito desolado e que nos remete para os sons de fundo de uma típica cidade do mundo moderno. Também por isso, Mirror Being é um excelente documento sonoro como ponte da primeira etapa da carreira da dupla e com algumas dicas que nos permitem teorizar com alguma exatidão o que aí vem já nos próximos meses. Espero que aprecies a sugestão...
01. Atlas
02. A Tenuous Grasp
03. Dys-Appearance
04. Obsession
05. As They Must
06. Fields
07. Poetics Of Space
08. Chapter
09. Mirror Being
10. Descent
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Low - Lies
Desde a última década do século passado que os Low de Alan Sparhawk, Mimi Parker e Steve Garrington têm vindo a impressionar-nos com a sua pop emotiva e sedutora e Ones And Sixes, o próximo disco deste grupo norte americano oriundo de Duluth, promete ser mais um marco significativo na sua carreira.
Ones And Sixes chegará aos escaparates a onze de setembro através da Sub Pop e Lies, o mais recente tema divulgado do trabalho, impressiona pelo modo como as vozes de Sparhawk e Parker se entrelaçam, à boleia de uma melodia etérea, melancólica e bastante contemplativa. Esta é uma daquelas canções que dá vontade de colocar em modo repeat e usufruir, relaxadamente e vezes sem conta. Confere...
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