man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Paper Beat Scissors - Go On
Vocalista, compositor e instrumentista, Tim Crabtree é o lider dos Paper Beat Scissors, um projeto que chega de Halifax, no Canadá e que lançou no passado dia catorze um novo registo de originais intitulado Go On. Esse álbum foi editado através da Forward Music Group/Ferryhouse e sucede ao disco de estreia, um homónimo lançado em 2012, que foi dissecado por cá.
Logo em Enough, o tema que abre o alinhamento de Go On, percebe-se a enorme sensibilidade e o intenso sentido melódico deste extraordinário músico e compositor. Detentor de um registo vocal também ímpar e capaz de reproduzir variados timbres e diferentes níveis de intensidade, Crabtree tem um dom que certamente já terá nascido consigo e que se define pela capacidade de emocionar com canções que carregam quase sempre uma indisfarçável emoção e uma saudável dose de melancolia, onde não falta, como se percebe em Lawless, uma dose de epicidade que faz todo o sentido quando o universo sonoro replicado procura replicar sentimentos fortes que exigem uma implacável e sedutora sensação de introspeção e melancolia mitológica.
As cordas e os sintetizadores, presentes neste disco com mais força, são os instrumentos que este músico canadiano utiliza para dar vida a poemas lindíssimos, através da inserção de diferentes texturas, orgânicas e sintéticas, muitas vezes em várias camadas de sons. When You Still é exímio no modo como nos oferece esse mosaico, num fundo dominado por uma bateria sintetizada hipnótica, que segura uma miríade de samples e sons, alguns deles particularmente rugosos, mas que não colocam em causa a estética delicada do projeto, graças também ao tal registo vocal doce e profundo.
Até ao final de Go On, se a folk etérea do tema homónimo é uma excelente rampa de lançamento para acedermos à dimensão superior onde os Paper Beat Scissors nos sentam, já o piano de Enfazed e a percurssão hipnótica e pulsante de Wouldn't fazem deste disco uma daquelas preciosidades que devemos guardar com carinho num cantinho especial do nosso coração.
Com um pé na folk e outro na pop e com a mente também a convergir para um certo experimentalismo, típico de quem não acredita em qualquer regra na busca pela perfeição, Tim Crabtree entregou-se à introspeção, sentiu necessidade de desabafar connosco e refletiu sobre si e o mundo moderno, não poupando na materialização dos melhores atributos que guarda na sua bagagem sonora, tornando-nos cúmplices das suas angústias e incertezas. Quase pedindo-nos conselhos, o autor deste disco único inicita à dança e à melancolia com texturas eletrónicas polvilhadas com um charme incomum e que nos embala e paralisa, em quase quarenta minutos de suster verdadeiramente a respiração.
Num disco equilibrado, que vai da introspeção à psicadelia mais extrovertida, Go On prima pela constante sobreposição de texturas, sopros e composições contemplativas, que criaram uma paisagem imensa e ilimitada de possibilidades. É um refúgio bucólico dentro da amálgama sonora que sustenta a música atual e que tem também como trunfo maior uma escrita maravilhosa. Quando o disco chega ao fim ficamos com a sensação que acabou-nos de passar pelos ouvidos algo muito bonito, denso e profundo e que, por tudo isso, deixou marcas muito positivas e sintomas claros de deslumbramento perante a obra, da autoria de projeto que vive da visão poética em que as tesouras representam a agressão e o papel algo suave e delicado mas, no caso destes Paper Beat Scissors, a delicadeza e a candura vencem a agressividade e a rispidez, se as canções do grupo servirem de banda sonora durante o combate fraticida entre estes dois opostos. Espero que aprecies a sugestão...
1. Enough
2. Lawless
3. When You Still
4. Wouldn't
5. Enfazed
6. Onwards
7. Altona
8. A Reprieve
9. Bundled
10. Go On
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Kitty Finer - No-One Needs To Know
Filha de Jem Finer dos The Pogues e com quem já teve a banda The Good, The Bad And The Ugly, juntamente com uma irmã, Ella Finer, Kitty Finer está a apostar definitivamente na sua carreira a solo com o lançamento de No-One Needs To Know, um single que a cantora escreveu e produziu juntamente com Noah Kelly e que se debruça sobre as atribulações e as dificuldades que as figuras públicas têm, nos idas de hoje, de passar despercebidas, já que basta serem identificadas para, à boleia das redes sociais, haver a possibilidade de nesse exato momento tornar-se massiva a informação do seu paradeiro e localização.
Baterista de formação, Kitty Finer aposta na soul de uma guitarra e na sua voz sedutora para propôr uma canção animada e bastante emotiva, que está disponível para download gratuito e que poderá antecipar um disco de estreia, já que a compositora encontra-se em estúdio a gravar. Confere...