man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
PINS - Wild Nights
Holgate, Lois McDonald, Anna Donigan e Sophie Galphin são as PINS, um quarteto britânico oriundo de Manchester, que editou no passado dia nove de junho Wild Nights, onze canções com a chancela da insuspeita Bella Union e que, não mudando o curso da história do indie rock, devem chegar rapidamente aos teus ouvidos e com uma certa devoção, porque fazem parte de um disco que irá catapultar definitivamente este projeto para o merecido estrelato. Se estás virada para o guarda-fatos a escolher o vestido com que irás sair esta noite, se o trabalho entrou num impasse e precisas de ouvir algo que funcione um desbloqueador criativo e animado ou se conduzes numa estrada junto ao oceano num dia solarengo mas falta a banda sonora perfeita que irá completar esse cenário onírico, então as PINS são a escolha certa porque respirar ao som deste disco é saborear automaticamente um clima festivo sem paralelo e dar de caras com um compêndio sonoro que prende hermeticamente os nossos ouvidos, no modo como cria um universo familiar e cativante que facilmente nos enclausura.
Gravado no Rancho De La Luna, em Joshua Tree, nos Estados Unidos, por Dave Catching, Wild Nights encontra ecos na pop sessentista e no garage rock que começou a brotar nessa mesma década, sendo essa apenas a base de uma sonorisade que depois se materializa numa consistência e corpulência superiores a qualquer exemplo sonoro atual que se guie apenas por estas destas bitolas. Assim, numa banda britânica, mas que soa muito mais ao outro lado do atlântico, The Cramps, Velvet Undergorund, The Dandy Warhols e as mais contemporâneas Dum Dum Girls, parecem ser influências assumidas, que foram reveladas logo em Girls Like Us, o disco de estreia. esse trabalho, editado o ano passado, colocou alguma crítica imeditamente de olho nestas quatro rockers assumidas e Wild Nights confirma o elevado apetite para a destruição de uma banda quem traz fogo na venta, mas com estilo, classe e glamour.
A abrir com um portentoso fuzz de guitarra, um baixo vigoroso e uma percussão marcada, numa melodia épica por onde navega uma voz feminina invulgarmente grave e sensualmente abrasiva, Wild Nights tem em Baby Banghs um excelente exemplo desta raiva que condensada nesta amálgama de quatro rostos rock que espreitam em cada esquina de canções que sustentam a sua génese em guitarras que navegam entre os turtuosos sistemas circulatórios do psicadelismo e do noise mais post-punk. A toada aprimora-se em Young Girls, uma ode ao feminismo e um exemplo do modo hábil como as PINS expôem certos detalhes da vida comum e os transformam, na sua escrita, em eventos magnificientes e plenos de substância (What will we do when our dreams come true, young girls?).
A escrita das PINS tem essa faceta simultaneamente confidente e epifânica até porque, da exaltação do ócio criativo do negrume visceral que palpita em House Of Love e Molly até à apologia do amor em Dazed By You, são vários os exemplos do modo como estas miúdas exaltam romanticamente e com um charme algo displiscente mas feliz, a postura que têm em relação à vida, feita, geralmente, de dois pólos opostos. A pop animada e luminosa desta Dazed By You, tema onde salta ao ouvido o excelente improviso da guitarra e, em oposição, o clima mais sombrio e crú da experimental e psicadélica Oh Lord, expressam, sintomaticamente, este constante plasmar de paradoxos, um delicado balanço e uma contínua tensão oscilante entre o tédio, a raiva e a festa, o doce e o amargo e, enfim, entre o meramente quotidiano e aquilo que é naturalmente poético. Seja como for, caso subsistam dúvidas sobre o nosso campo preferido desta deriva sonora ou a faceta em que as PINS se mostram mais confortáveis, basta escutar-se o limbo existencial e meditativo que escorre do volumoso indie rock de Too Little Too Late para sermos agarrados pelos colarinhos e rapidamente integrados num disco com onze canções que podem tornar-se futuramente em clássicos intemporais, à boleia de uma verdadeira explosão de cores e ritmos que contam sentimentos reais e que podem atingir o outro ou qualquer um de nós. Espero que aprecies a sugestão...
1. Baby Bhangs
2. Young Girls
3. Curse These Dreams
4. Oh Lord
5. Dazed by You
6. Got It Bad
7. Too Little Too Late
8. House of Love
9. If Only
10. Molly
11. Everyone Says
Autoria e outros dados (tags, etc)
Editors - Marching Orders
Os Editors de Tom Smith estarão de regresso aos discos ainda este ano, mas Marching Orders, o novo tema divulgado pela banda, não fará parte do alinhamento desse trabalho. Esta balada cheia de sentimento e emoção e já com direito a um video realizado po Rahi Rezvani, tem objetivos de beneficiência. As vendas em formato digital e a edição física em vinil de 12", limitada a trezentos exemplares, reverterão para a Oxfam, uma organização internacional não governamental sedeada em Inglaterra e que apoia causas sociais, além de lutar contra a pobreza.
Marching Orders é mais um exemplo claro de um propósito dos Editors de se assumirem definitivamente como uma banda de massas e deixar de vez o universo mainstream para fazer parte da primeira liga do campeonato mundial do indie rock. Confere...