man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
My Morning Jacket – The Waterfall
Os norte americanos My Morning Jacket de Jim James já têm sucessor para o aclamado Circuital (2011) e regressaram aos discos a quatro de maio com The Waterfall, um trabalho produzido novamente por Tucker Martine (The Decemberists, Modest Mouse, Neko Case). Gravado maioritariamente em Stinson Beach, na Califórnia, mas também noutros locais como Portland ou a cidade natal da banda e com a luz do dia a ser possível com a chancela da insuspeita ATO Records, em parceria com a Capitol Records, The Waterfall é mais um marco obrigatório na carreira desta banda já veterana mas ainda fundamental no universo sonoro norte americano.
Os My Morning Jacket sempre impressionaram pela amplitude e grandiosidade do seu som e a camada sonora conduzida por teclas de Believe (Nobody Knows) é um notável resguardo que emoldura e carimba com precisão essa herança, não defraudando, logo à partida, os mais fiéis seguidores da banda. Sempre com a cartilha fundamental da melhor folk debaixo do braço e de mente aberta para se irem adaptando às novas tendências, estes já veteranos do indie rock demonstram em 2015 e à boleia desse tema que querem a continuar a ser uma referência e que o cérebro de Jim James se mantém particularmente inventivo e refrescante.
Além deste clássico indie rock orquestral do tema de abertura, há outros géneros sonoros que são bastante caros a estes My Morning Jacket e que demonstram neste disco manter-se intocável a vontade e a capacidade criativa deste quinteto de Louisville, no Kentucky, para a renovação constante do seu ambiente particular, sem colocar em causa as permissas essenciais que identificam e tipificam o seu som específico. Por um lado, há a soul que se mostra inebriante nas guitarras de Compound Fracture e algo smbria na balada Only Memories Remain, mas também essa folk que lhes é tão querida, acústica introspetiva e pastoral em Like A River e a piscar o olho ao tipico blues sulista em Get The Point. Na verdade, quer a soul quer a folk são por aqui os subgéneros dominantes; Acabam por balizar os opostos em que os My Morning Jacket se movem e revelam-nos que The Waterfall jorra perante os nossos ouvidos uma verdadeira jornada sentimental e realística pelos meandros de uma américa cada vez mais cosmopolita e absorvida pelas suas próprias encruzilhadas, uma odisseia heterogénea e multicultural oferecida por um projeto visionário que encarna atualmente um desejo claro de renovação, explorando habituais referências dentro de um universo sonoro muito peculiar e que aposta na fusão de vários elementos de uma forma direta, mas também densa, sombria e marcadamente experimental. A própria psicadelia também faz a sua aparição e até com um certo esplendor, quer em Big Decisions e na pop setentista e lisérgica de Thin Line, mas também em Spring (Among The Living), canção onde o esplendor das cordas distorcidas e os arranjos de percussão inéditos e outros recursos sonoros de cariz orquestral, exprimem um renovado olhar no modo como a banda reflete as tendências atuais mais bem aceites pelo público.
Impecavelmente produzido, particularmente inspirado e situado num elevado nível qualitativo no que concerne à visão caleidoscópica que plasma em relação ao indie rock atual, The Waterfall é rico não só porque não receia abusar dos detalhes que salvaguardam alguns dos melhores aspetos da herança sonora do grupo que concebeu este disco, mas também porque se mostra poderoso no modo como cruza diversos espetros sonoros com impressionante bom gosto e segurança. Percebe-se claramente que os My Morning Jacket apreciam navegar em águas turvas, fazendo-o com impressionante mestria e que se sentem confortáveis ao deixar-se embrenhar num certo caos, sempre controlado e claramente ponderado, rico, exuberante, oferecendo-nos assim canções que borbulham um forte sinal de esperança e de renascimento, sementes que vão provavelmente conquistar para o grupo novos públicos. Espero que aprecies a sugestão...
01. Believe (Nobody Knows)
02. Compound Fracture
03. Like A River
04. In Its Infancy (The Waterfall)
05. Get The Point
06. Spring (Among The Living)
07. Thin Line
08. Big Decisions
09. Tropics (Erase Traces)
10. Only Memories Remain
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Beck - Dreams
Depois de seis anos de solidão, o músico que no início da década de noventa atuava em clubes noturnos vestido de stormtrooper e que da aproximação lo-fi ao hip-hop de Mellow Gold e Odelay, passando pela melancolia de Sea Change e a psicadelia de Modern Guilt, nos habituou a frequentes e bem sucedidas inflexões sonoras, regressou em 2014 com dois discos, um deles chamado Morning Phase, o décimo segundo da sua carreira e que viu a luz do dia por intermédio da Capitol Records. Falo, obviamente, de Beck Hansen, uma referência icónica da música popular das últimas duas décadas, um cantor e compositor que tantas vezes já mudou de vida como de casaco e que agora, com a divulgação de um novo single intitulado Dreams, se prepara, com um novo fôlego na sua carreira, para mais um recomeço.
O lançamento de Dreams, canção que fará parte do alinhamento do próximo disco de Beck, coincide com o regresso do cantor aos palcos, com o próximo espetáculo a ser já na próxima quinta-feira, dia dezoito, em Londres, com os The Strokes. De acordo com Beck, o sucessor de Morning Phase será um trabalho completamente diferente e misturará garage rock com dance music. Confere...