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Landfork - Koreatown Station

Terça-feira, 26.05.15

A viver atualmente em Calgary, no Canadá, Jon Gant é Landfork, uma espécie de alter-ego de um músico que tem na chamada synth pop uma grande paixão. Por isso, a sonoridade do projeto assenta num forte predomínio da eletrónica e dos sintetizadores. Descobri-o quando editou em agosto de 2013 Nights At The Kashmir Burlesk, um trabalho que sucedeu a Tiománaí, o disco de estreia do projeto, editado em outubro de 2011. No passado dia oito de julho de 2014 Landfork editou Trust, o seu terceiro álbum e já está de volta com Koreatown Station, o quarto tomo de uma exemplar carrreira discográfica onde a mistura lo fi e os sintetizadores que definiam a magia da pop há uns trinta anos atrás, são reis e senhores do respetivo conteúdo.

Parece fácil vislumbrar o período aúreo da synth pop dos anos oitenta à boleia da aúrea nostálgica que circunda a música de Landfork. Basta escutar-se a toada épica e reconfortante de Wild Love ou o charme de Staring At The Movie, para se perceber o modo como o autor se movimenta confortavelmente pelos meandros da pop mais introspetiva, mas a percussão frenética da bateria, o efeito em eco da voz e os flashes sintetizados de California Gold ou o sintetizador rugoso de Running Wild, continuando a replicar com enorme bom gosto os traços identitários e mais melancólicos da pop de cariz eminentemente eletrónico, também mostram vigor e um interessante apelo às pistas de dança, não faltando aqui material sonoro capaz de nos fazer abanar a anca. 

Koreatown Station acaba por viver da busca de equilibrio entre estes dois pólos previsivelmente opostos, com o núcleo duro do trabalho a ser um enorme oceano de sons e ecos que nos convidam à auto análise interior, mas que também não descuram a busca de sons de outras latitudes mais quentes. O processo de composição melódica acaba por se sustentar tendo os teclados como maiores protagonistas, em redor dos quais foram surgindo diferentes efeitos e arranjos, muitas vezes dominados por cordas e por uma percussão bastante inspirada.

Com a espiral sintetizada e o baixo de Can't Stop a piscarem já o olho a alguns dos traços identitários da génese do punk rock mais sombrio e o tema homónimo a espreitar ambientes mais progressivos e pesados, o groove e a natureza contagiante do arsenal instrumental de Grey Bandana acaba por funcionar como uma súmula deste agregado de tendências, quer rítmicas, quer melódicas que revivem o que de melhor se podia escutar há uns bons trinta anos, feitas por um artista que além de tocar todos os instrumentos de base, também manuseiam o sintetizador.

Afundado num colchão de sons eletrónicos e que satirizam de certa forma a eletrónica retro, feita com VHS, Landfork leva-nos num passeio divertido, mas também introspetivo, cheio de charme e bom gosto por uma década ímpar no cenário musical conjugando e recriando com distinção o que de melhor foi feito numa época em que era proporcional o abuso da cópula entre os sintetizadores e o spray para o cabelo. Mas em abono da verdade, também fará algum sentido afirmar que poderão estar aqui algumas pistas interessantes sobre o próximo de parte da eletrónica. Espero que aprecies a sugestão...

 

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publicado por stipe07 às 21:15






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