man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Hayden – Hey Love
Sábado, 09.05.15
Já com uma longa e respeitável carreira de praticamente duas décadas, iniciada em 1995 com Everything I Long For, Hayden, um músico canadiano de Thornhill, no Ontário, está de regresso aos discos com Hey Love, o oitavo disco deste músico com quarenta e quatro anos, que viu a luz dia através da Arts & Crafts.
Sucessor do aclamado Us Alone (2013), Hey Love é um disco bastante intimista, uma longa carta de amor, cheia de esperança e afeto e que dura as treze canções de um compêndio que vagueia entre o grunge, o rock alternativo e, principamente, um alt country emotivo e épico, claramente plasmado em Nowhere We Cannot Go, o grande destaque do trabalho. Nesta canção podemos apreciar um triunfante piano, um sintetizador inspirado e uma guitarra luminosa a conjurarem entre si para criarem uma obra de arte sonora aboslutamente obrigatória.
Cantar sobre o amor e fazer desse sentimento a pedra de toque de um álbum, que assim se torna conceptual, exige paz de espírito interior e uma enorme clarividência em relação ao sentimento e uma relativa experiência física, sensorial e sentimental acerca do mesmo. Hearts Just Beat, a canção que abre o alinhamento de Hey Love, compila todas estas sensações, dilacera e expôe ao ouvinte com requinte e sem concessões o modo como Hayden sente e vive o amor, preparando-nos adequadamente para o restante alinhamento e colocando-nos frente a frente com um homem adulto e vivido e que não quer ter segredos para quem o quiser ouvir.
Outro destaque deste disco é a justaposição instrumental que se pode apreciar em Troubled Times (If it’s not one thing it is another, These are sure troubled times), canção que sabe a alguns dos melhores instantes da pop dos anos oitenta. Mas as cordas de Happy Birthday, Comeback To Life e de Time Ain’t Slowing Down For Us, assim como o doce borbulhar de pequenos detalhes sintéticos que brotam de Nothing Easy Feels This Good, o piano insinuante de Orange Curtain Light e, pricncialmente, um falsete transversal a todo o alinhamento e que encontra paralelismo óbvio com o conceito do disco, são também preciosos detalhes que demonstram a maturidade e o elevado bom gosto criativo deste músico de exceção. Já agora, e no plano da voz, o tema homónimo também exige audição dedicada, por causa do modo como expôe com extrema languidez um curioso diálogo entre o lado mais confortável e o mais disconexo do amor, com o falsete de Hayden e os coros a assumirem os papéis que lhe dão vida e substância (It’s been so rough, we have been through more than enough, But without this love, there would be no reason for either of us).
Situar-se no esplendor de maturidade da existência, transportar a herança de uma carreira de vinte anos generosa e qualitativamente elevada e possuir um enorme bom gosto no modo como se escreve e se expôe sentimentos é a triologia que cria a tempestade perfeita em que assenta Hey Love e a forma como o amor é descrito e exaltado, como o mais belo dos sentimentos. Obrigatórias para quem ama ou acha que ama sem paralelo e, principalmente, para quem quer encontrar ou redescobrir um sentimento perdido algures numa anterior ecruzilhada da sua existência, estas treze canções dão-nos pistas concretas sobre como se consegue ser mais feliz num mundo que nem sempre perdoa o mínimo deslize. Espero que aprecies a sugestão...
01. Hearts Just Beat
02. Troubled Times
03. No Happy Birthday
04. Nothing Easy Feels This Good
05. Time Ain’t Slowing Down For Us
06. Orange Curtain Light
07. Come Back To Life
08. Nowhere We Cannot Go
09. Hey Love
10. If More Things Go Wrong
11. Five Seasons
12. Just Come Out Tonight
13. Shelter