man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Only Real - Jerk At The End Of The Line
O projeto britânico Only Real estreou-se nos discos através da Virgin/EMI em final de março com Jerk At The End Of The Line e Pass The Pain e Cadillac Girl, um álbum produzido por Dan Carrey e Ben Allen e os dois avanços primeiros divulgados do trabalho, mostraram desde logo que Niall Gavin, o grande mentor deste projeto, é um fazedor nato de canções que mostram o indie rock como um trunfo explorado positivamente até à exaustão e um artista que domina diferentes vertentes e se expressa em múltiplas linguagens artísticas e culturais, sendo a música mais um dos códigos que ele utliza para expressar o mundo próprio em que habita e dar-lhe a vida e a cor, as formas e os símbolos que idealizou.
Na verdade, a antecipação dessas duas canções deixou logo avisada a crítica e os potenciais fãs para o furacão que estaria prestes a entrar pelos nossos ouvidos, em pleno início de primavera. E basta ouvir, logo após Intro (Twist It Up), o teclado planante, a percussão tropical e a voz grave que dominam Jerk para perceber que, realmente, essa exaltação inicial tinha sentido, já que Only Real comunica connosco através de um código específico, tal é a complexidade e a criatividade que estão plasmadas nas suas canções, usando como principal ferramenta alguns dos típicos traços identitários de uma espécie de pop ácida e psicadélica, inspirada em alguns dos detalhes identitários da britpop mais genuína, com uma considerável vertente experimental associada e que ganha um realce ainda maior quando, logo de seguida, em Yesterday, as guitarras distorcidas e turvas têm a capacidade de proporcionar uma aúrea algo mística e ampliada, não só à voz, como também, no fundo, à própria mensagem das canções.
Estando dado este mote logo nos intantes iniciais do disco, fica claro para o ouvinte que Jerk At The End Of The Line exalta cenários e sensações que se expressam com particular envolvência e que expõem sentimentos com genuína entrega e sensibilidade extrema e com uma expressividade única e claramente intencional. Niall é fortemente irónico, sem ser sarcástico, tanto pisca o olho à energia juvenil de um Damon Albarn em início de carreira como aos The Streets auto-depreciativos, mas mantém sempre impecável o seu adn identitário e um charme que dispensa amarguras e abraça a lisergia, sem apelar, mesmo que implicitamente, a qualquer tipo de reforço psicotrópico para ser devidamente apreciado.
Only Real homenageia, no fundo, uma vasta miríade de nomes conterrâneos e mais ou menos contemporâneos, exaltando as virtudes da escola musical indie britânica, sendo possível conferir nuances típicas de projetos como os Gorillaz e de artistas como os já citados ou um Jamie T no seu cardápio. Todo o arsenal bélico instrumental e já acima referido na sua grande parte, com que ele nos sacode, traduz, na forma de música, a mente criativa que nele vive e que parece, em determinados períodos, ir além daquilo que Niall vê, pensa e sente, nomeadamente quando questiona alguns cânones elementares ou verdades insofismáveis do nosso mundo, sendo os próprios tons neon da capa do disco, uma representação feliz das diferentes colagens de experiências assumidas por Only Real, um talento prematuro que soube aproveitar o melhor da sua juventude e da sua criatividade nesta estreia verdadeiramente auspiciosa. Espero que aprecies a sugestão...
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