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Robot Princess - Teen Vogue LP vs Action Moves EP

Segunda-feira, 13.04.15

Oriundos de Brooklyn, Nova Iorque, os Robot Princess são Beau Alessi, Daniel D. Lee, Peter Ingles, Joe Reichel e Catherine Anderson, uma das novas apostas da Fleeting Youth Records, uma etiqueta essencial para os amantes do rock e do punk, sedeada em Austin, no Texas.

Os Robot Princess gravaram Teen Vogue, o disco de estreia, nos estúdios Serious Business, em Nova Iorque, há um par de anos, mas esse trabalho nunca viu a luz do dia, ou qualquer tipo de edição, quer física, quer digital. Recentemente, Catherine Anderson, membro da banda, produziu mais um punhado de canções do grupo, que resultaram num EP intitulado Action Moves.

Com estes dois trabalhos em mãos e com a Fleeting Youth Records a apostar seriamente nos Robot Princess, chegou finalmente a hora de um dos segredos mais bem guardados do indie rock nova iorquino ver música a chegar aos escaparates, com a edição em conjunto do álbum e do EP, que viram a luz do dia em formato digital e cassete a vinte e quatro de março.

Wake Me Up When Everyone Is Dead não tem segredos para todos os apreciadores do melhor indie rock, cru e lo fi, que pisca o olho ao grunge e esse é, desde logo, um excelente atributo de uma canção que nos transporta eficazmente para o interior do universo sonoro que tipifica estes Robot Princess. Uma bateria cheia de mudanças de ritmo, guitarras que desafiam o red line mas que também sabem ponderar os efeitos e a distorção e uma voz que tanto busca um registo rugoso, como procura soar doce como o mel, são alguns dos truques deste coletivo.

Logo a seguir, em Violent Shooting Stars, um tema particularmente melódico e que sobressai pelo inspirado jogo de vozes que contém e pela riqueza instrumental e diversidade de ritmos e emoções que transborda, numa exuberância pop bastante recomendável, fica claro que estes Robot Princess planam em redor de permissas sonoras fortemente experimentais e onde tudo vale quando o objetivo é arregaçar as mangas e criar música sem ideias pré-concebidas, arquétipos rigorosos ou na clara obediência a uma determinada bitola que descreva uma sonoridade especifica. Amateur Surgery segue esta permissa exuberante e festiva, mas Teen Vogue ou Super R-Type, numa toada mais nostálgica e pausada, também servem como porta de entrada para o clima identitário dos Robot Princess que, devido ao efeito da guitrarra, à subtileza da bateria e ao timbre das cordas, já se aproximam aqui do habitual edificio melódico que sustenta o formato canção mais acessível, mas sem deixar de se manter fiéis ao espírito inicial. O próprio baixo de You Or Your Sister, dividindo o protagonismo com a guitarra, que se destaca durante o refrão, ajuda a cimentar essa apenas aparente dicotomia entre experimental e acessível, indie rock alternativo e rock clássico, com o nível de desordem sonora a servir única e exclusivamente para colocar a nú um apenas aparente caos. Tudo foi claramente ponderado pelos Robot Princess e o próprio punk rock desgarrado e acelerado de Broke Dentist não desmorona o edifício sóbrio anteriormente edificado, que se mantém até ao fim sustentado por una arquitetura sonora genuina e atrativa, assimilável por qualquer ouvudo com minimo bom gosto, mas sem perder um saudável travo irreverente e beliçoso, dentro de limites bem definidos , apesar de parecer, em determinados momentos, que vale (quase) tudo.

Já perto do ocaso, o alinhamento prosegue, quase sem se dar por isso e Walking Someone Else's Dog, uma magnífica canção que flutua entre o indie rock mais anguloso e aquele que aposta num forte cariz experimental, já que no tema, além de um maravilhoso falsete, sobressai uma percussão com um elevado pendor jazzístico e o travo psicadélico, experimental e progressivo de The Cancer Joke, assim como o rock épico e monumental de My Hands Are On Fire e o músculo de Action Park, entrelaçado por uma bateria que se estende livremente pela melodia, sem cadência rítmica homogénea, são outros extraordinários instantes do álbum, que entre o experimental, o cru, o rugoso, o lo fi e o atmosférico, seduzem e emocionam, como é exigível a un género sonoro que procura sempre expôr sem desvios ou concessões algumas da típicas angústias, dilemas ou dúvidas existenciais de quem vive na ténue fronteira que separa a adolescência da vida adulta.

O indie rock genuíno, feito sem truques, sabe melhor quando vai direto ao assunto e, como referi no início, este quinteto nova iorquino não complica quando compõe com particular profundidade sentimental e interessante sentido melódico, sem descurar todos os atributos ruidosos que se exigem a uma banda que quer fazer-se notar pelo vigor e pela postura irreverente. Os Robot Princess devem ser imediatamente acescentados à lista daquelas bandas que merecem atenção redobrada, uma expisição abrangente e, mais importante que tudo isso, uma audição dedicada. Espero que aprecies a sugestão...

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publicado por stipe07 às 18:50






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