Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Toro Y Moi - What For?

Sábado, 11.04.15

Toro Y Moy é o extraordinário projeto a solo de Chazwick Bundick, um músico e produtor norte americano, natural de Columbia, na Carolina do Sul e um dos nomes mais importantes do movimento chillwave atual, fruto de uma curta mas intensa carreira, iniciada em 2009, onde tem flutuado num oceano de reverberações etéreas e essencialmente caseiras. Sempre em busca da instabilidade, o produtor conseguiu no experimental Causers of This, de 2010, compilar fisicamente algumas das suas invenções sonoras e esse disco tornou-se imediatamente numa referência do género musical acima citado, ao lado de trabalhos como Life of Leisure dos Washed Out e Psychic Chasms de Neon Indian.

No ano seguinte, em 2011, surgiu Underneath The Pine, o sucessor e a leveza da estreia amadureceu e ganhou contornos mais definidos,com vozes transformadas e diferentes camadas sonoras sobrepostas, ficando claro que, a partir desse instante, Toro Y Moy ficaria ainda mais íntimo da pop, mas sem abandonar as suas origens. A psicadelia, o rock e a eletrónica começaram a surgir, quase sempre numa toada lo fi, nascendo assim as bases de Anything In Return, o terceiro disco de Chazwick, lançado no início de 2013. Agora, dois anos depois, Toro Y Moi chega a What For?, o quarto tomo da sua carreira, lançado no passado dia sete de abril pela Carpark Records, amadurecido e a piscar o olho ao hip hop e ao R&B mais retro, assim como ao discosound dos anos oitenta, fruto da recente relação musical com Tyler The Creator e Frank Ocean, além de se aprofundar uma já cimentada curiosa relação com a eletrónica, também muito presente no seu outro projeto paralelo intitulado Les Sins.

Os carros de corrida passam lá em baixo, no asfalto quente, enquanto dois pisos acima, junto a uma marina, plumas e biquinis confundem-se e ancas abanam sem pudor ao som do charme sofisticado do indie rock festivo de What You Want, canção que mistura cordas com efeitos flamejantes, numa receita que se estende, de modo mais sedutor a Buffalo e nos coloca na linha da frente de um universo particularmente radioso e onde vintage e contemporaneidade se confundem de modo provocador e certamente propositado. É uma cúpula entre rock e eletrónica, quente e assertiva e que ao longo do alinhamento vai convocando para a orgia outros sub-géneros da pop, que vão aguardando pacientemente a sua vez de entrar em cena, estendidos numa almofada junto à piscina, enquanto saboreiam mais um copo e apreciam um final de tarde glamouroso. Lá em baixo, no asfalto quente, a corrida aproxima-se da sua fase decisiva.

A cadência lo fi empoeirada e romântica da guitarra e do piano de The Flight  e de Ratcliff, com o fuzz da distorção particularmente assertivo a destacar-se na última e o ambiente cinematográfico que escorre do doce mel minimal a que sabem as teclas sintetizadas de Yeah Right, são outras amostras do requinte melancólico com que Toro Y Moi nos dá as mãos, para nos levar com ele rumo às profundezas de um imenso oceano de hipnotismo e letargia, com elevada carga poética. Ao invés a luminosa e festiva Empty Nesters e a ode aos primórdios do discosound que escorre do efeito sintetizado sexy de Lilly não deixam vacilar o propósito claramente celebratório e fisicamente provocador que What For? procura replicar, com o groove do baixo, o descontrole apenas aparente da guitarra e o tom agudo da voz de Chazwick em Spell It Out a induzirem ainda mais na direçao ascendente o espetro climático do ambiente que rodeia tudo aquilo que a nossa imaginação quiser moldar e que será forçosamente algo excitante e com um certo teor libidinoso.

A toada descontraída e amena de Half Dome e Run Baby Run mostram-nos o pôr do sol, enquanto lá ao longe se celebra no pódio montado bem no centro da primeira reta do asfalto e aproximam-nos do ocaso de um disco onde cada música tem sempre algo de pessoal e tudo se sustenta de maneira adulta, como se o R&B de Frank Ocean e até detalhes de veteranos como Prince se derretessem no meio de sintetizadores e batidas irregulares. What For? comprova, uma vez mais, a força de Bundick, com fôlego renovado e a estabelecer uma multiplicidade de novos caminhos, testando sonoridades e experimentações sem recear ser apontado de ser uma espécie de terrorista sonoro, já que este é um artista que só se justifica quando vive de transformações. Espero que aprecies a sugestão...

1. What You Want
2. Buffalo
3. The Flight
4. Empty Nesters
5. Ratcliff
6. Lilly
7. Spell It Out
8. Half Dome
9. Run Baby Run
10. Yeah Right

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 21:46

Howling - Stole The Night

Sábado, 11.04.15

Howling - Stole The Night

RY X e Frank Wiedemann são os Howling, um projeto sedeado em Berlim e que aposta numa mistura entre o indie rock e a eletrónica ambiental, cheia de soul e sentimento e que se irá estrear nos discos com Sacred Ground, um trabalho que irá ver a luz do dia no início de maio.

O baixo mágico de Stole The Night é a surpreendente revelação mais recente de um álbum que tem a chancela da  Monkeytown Records e da autoria de uma dupla que tem surpreendido por essa Europa fora, com excelentes atuações em clubes de relevo, estando prevista uma passagem pelo Lux, em Lisboa, poucos dias depois da edição de Sacred Ground. Confere...

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por stipe07 às 14:28






mais sobre mim

foto do autor


Parceria - Portal FB Headliner

HeadLiner

Man On The Moon - Paivense FM (99.5)

Man On The Moon · Man On The Moon - Programa 570


Disco da semana 176#


Em escuta...


pesquisar

Pesquisar no Blog  

links

as minhas bandas

My Town

eu...

Outros Planetas...

Isto interessa-me...

Rádio

Na Escola

Free MP3 Downloads

Cinema

Editoras

Records Stream


calendário

Abril 2015

D S T Q Q S S
1234
567891011
12131415161718
19202122232425
2627282930

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.