man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Steven Wilson – Hand. Cannot. Erase.
Lançado no final de fevereiro através da Kscope Records, Hand. Cannot. Erase. é o quarto álbum da carreira de Steven Wilson, um disco gravado durante o mês de setembro do último ano num estúdio em Londres, onde o artista se rodeou dos músicos que o têm acompanhado nos últimos anos e tendo sido produzido pelo próprio é um dos trabalhos que mistura rock progressivo e eletrónica mais exuberantes e bem conseguidos dos últimos tempos.
Músico já consagrado e com uma carreira distinta e ímpar, Wilson ganhou enorme notoriedade com The Raven That Refused To Sing (And Other Stories), o antecessor deste Hand. Cannot. Erase., um trabalho que contém uma pesada herança e que era aguardado com enorme expetativa, a qual, foi inteiramente correspondida, tal é a grandiosidade e o elevado nivel qualitativo deste novo compêndio de onze canções, que se estendem para lá da hora de duração.
Álbum conceptual, Hand. Cannot. Erase. fala sobre a história verídica de uma mulher que se quis isolar do mundo em Londres até ao dia da sua morte. Esteve três anos sozinha, a viver na capital de Inglaterra e ninguém deu pela sua falta, apesar de ter familiares e amigos, com Steven a criar a sua versão desta personagem autêntica, colocando sentimentos e emoçoes suas na mesma e, dessa forma, materializando uma homenagem muito pessoal e sentida a uma pessoa que teve finalmente um reconhecimento inesperado e que, deste modo, por muitos desconhecidos será dificilmente esquecida.
Stevem Wilson é exímio e convive confortavelmente com o esplendor e a grandiosidadde e não tem receio de arriscar e de misturar a eletrónica, com outras sonoridades, fazendo-o com enorme dinâmica e com uma evidente preocupação pela limpidez sonora. Logo, na intro First Regret, o piano eletrónico mostra que está pronto para assumir as rédeas de todo o disco e a riqueza melódica e a assertiva conexão entre belas paisagens acústicas e instantes de fulgor progressivo em 3 Years Older, convencem-nos da elevada bitola qualitativa de um disco, mesmo que depois seja sucedido pela toada mais pop do tema homónimo, um dos momentos mais discretos do disco,
Com a participação especial da israelita Ninet Tayeb, Perfect Life e Routine voltam a colocar o disco na rota exata, com o jogo de vozes entre os dois protagonistas dos temas a criar uma agradável atmosfera. Se a primeira canção, por variar imenso nas harmonias que contém, requer tempo e várias audições para se entranhar, numa receita que se repete, adiante, na épica, obscura e eletrónica Ancestral, canção com um longo e intrincado instrumental e que também conta com Ninet, já a sentimental, triste e densa Routine, conquista-nos no imediato pelo modo como materializa a vida rotineira da homenageada, atraves de uma letra forte e um aumento progressivo do ritmo e da cadência até um auge pesado e angustiante, sendo particularmente feliz o modo como a dupla expressa a gama complexa de emoções que a temática e a letra da canção exigem.
Chega-se a Home Invasion e finalmente as guitarras encontram o seu instante de protagonismo, não só no modo como dão corpo e rugosidade à`canção, mas também através de uma articulação feliz com os teclados, que se repete no instrumental Regret # 9, uma canção que encaixa na perfeição no momento do disco e com uma melodia que nos conta mais do que mil poemas sobre esta mulher só e esquecida.
Até ao final, a atmosférica Ascendan Here On e a emotiva Happy Returns, encerram de modo otimista e esperançoso um álbum que não deve ser visto de modo redutor, ou seja, apreciado apenas pelo conteúdo sonoro, mas que deve servir como alerta e consciência para milhares de outras mulheres e homens, de várias idades e de todos os estratos sociais, que vivem absorvidas por uma solidão que pode tomar várias formas e expressar-se de diferentes modos, com Steve Wilson a provar em cada canção, de modo distinto, criativo e envolvente, ser atualmente um nome fundamental e incontornável do universo sonoro em que se insere. Espero que aprecies a sugestão...
01. First Regret
02. 3 Years Older
03. Hand Cannot Erase
04. Perfect Life
05. Routine
06. Home Invasion
07. Regret #9
08. Transience
09. Ancestral
10. Happy Returns
11. Ascendant Here On…
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The National – Sunshine On My Back
Com a participação especial de Sharon Van Etten, Sunshine On My Back é o novo single dos norte americanos The National de Matt Berninger e uma possível amostra do próximo álbum, o sétimo, desta banda oriunda do Ohio.
Sunshine On My Back foi registada durante as gravações do sexto álbum Trouble Will Find Me, de 2013 e como Scott Devendorf, o baixista da banda, já tinha informado em outubro que estavam a gravar novo material para um disco, estas suspeitas podem muito bem vir a confirmar-se. O tema obedece à zona de conforto sonora estabelecida pelos The National desde a estreia, a mostrarem desejo de se manterem num universo algo sombrio e fortemente entalhado numa forte teia emocional amargurada, na qual se enredaram, lirica e sonoramente, principalmente desde que em 2003 apresentaram Sad Songs for Dirty Lovers. Confere...