man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Split Screens – Before The Storm
Oriundo de Pine Plains, nos arredores de Nova Iorque, Split Screens começou por ser um projeto a solo saido da mente criativa do músico Jesse Cafiero (I started Split Screens as a solo project, to explore the tension between what we are and what we want to be) sendo o nome Split Screens inspirado na técnica cinematográfica que te permite visulizar na tela dois acontecimentos que sucedem em simultâneo em dois locais diferentes, o que, de certa forma, é coerente com o ideário que mais inspira Jesse e que o próprio justifica acima e também descreve a sua música que tanto vagueia pela pop de pendor mais comercial, como outras vertentes mais experimentais que não renegam o próprio blues e o jazz e que temas como All I See, um dos grandes destaques de Before The Storm, o último registo de originais do grupo, editado a nove de setembro de 2014 e produzido por Jeremy Black, claramente exemplifica.
Para gravar Before The Storm juntaram-se a Jesse Cafiero, Phil Pristia, Debbie Neigher, Andrew Paul Nelson e Kyle Kelly Yahner. Jesse compôs e escreveu todas as canções mas é preponderante a presença de todos estes músicos para o resultado final que faz uma súmula interessante e bem idealizada de todo o conteúdo que sustentou a pop nos últimos trinta anos, atráves de canções bem estruturadas, comandadas pela guitarra mas devidamente adocicadas com arranjos bem conseguidos e que não dispensam a vertente orgânica conferida não só pelas cordas mas também pela percussão, tudo envolto com uma pulsão rítmica que parece vir a caraterizar a personalidade deste projeto, que criou neste álbum um alinhamento consistente e carregado de referências assertivas.
Um dos detalhes mais interessantes deste disco é a fragilidade da voz refrescante e ternurenta do registo vocal de Jess, amiúde semelhante a um Tunde Adembimpe, como sucede em Stand Alone, mas que também é capaz de, em Close Your Eyes, se colar à delicadeza impar de um Sondre Lerche, uma prova bastante audível de uma notável fusão entre um notável recorte clássico e uma paleta colorida, leve, fresca e tranquila de paisagens sonoras, que não só encontram a sua riqueza no registo vocal, mas também nas janelas instrumentais e líricas que se abrem ao ouvinte que se predispõe a saborear com o preguiçoso deleite o sumo que cançoes como I Will Never Know ou No More Sound claramente exigem. Mas não posso também deixar de destacar a delicadeza de Time to Wait e o charme único de The Sinner, além dos arranjos envolventes e sofisticados e da sensibilidade melódica muito aprazível das cordas e da percurssão de Mirrors In The Maze. A audição cuidada do trompete com um ligeiro travo ao típico blues do outro lado do atlântico de Home e a grandiosa Back And Forth, canção que intercala uma excelente interpretação de Jesse com um trabalho habilidoso da restante banda, um tratado sonoro que traz sons modulados e camadas sonoras que dão à canção um clima espectral, são mais dois momentos altos deste trabalho.
Há um elevado teor experimental em Before The Storm, que plasma uma saudável incerteza, ironicamente reconfortante, relativamente ao que poderá reservar o futuro deste grupo nova iorquino, mas é natural a sensação de prazer que qualquer conhecedor profundo do indie rock atual sente ao escutar um trabalho que nos oferece uma coleção irrepreensível de canções capazes de nos transmitir sentimentos que são, frequentemente, um exclusivo dos cantos mais reconditos da nossa alma. Espero que aprecies a sugestão...
01. Stand Alone
02. All I See
03. No More Sound
04. Close Your Eyes
05. I Will Never Know
06. Mirrors In The Maze
07. Before The Storm
08. Home
09. Back And Forth
10. The Sinner
11. Time To Wait