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Imploding Stars - A Mountain and a Tree

Quinta-feira, 08.01.15

Nascidos nas Taipas, Guimarães, em 2011, os Imploding Stars são atualmente Jorge Cruz, Diogo, Élio, Filipe e Francisco, uma banda inserida no panorama do post-rock português. Depois do lançamento do primeiro EP, Young Route e muitos concertos em Portugal, Irlanda e Espanha, a banda sofreu algumas alterações até à atual formação. Em Fevereiro de 2014 mudam-se para Braga onde compõem e gravam o seu primeiro álbum, nos Bug Studios, um disco chamado A Mountain And A Tree, editado pelas mãos da também bracarense, Cosmic Burger, com oito temas que traduzem uma nova jornada no espaço e no tempo à procura da expressão melódica da natureza e dos sentimentos humanos, bem como a envolvência entre ambos e que poderia também muito bem ter sido num vulcão islandês, numa caverna sueca ou junto a um fjorde norueguês.

Mesmo estando abertos a experimentar, no futuro, outras sonoridades, a bitola sonora destes Imploding Stars andará sempre em redor do post rock com uma forte componente melódica, um aspeto essencial do ADN do grupo, bem patente em A Mountain And A Tree e que fará sempre parte da sua essência, como podes conferir na entrevista que o grupo concedeu ao blogue, transcrita abaixo.

Disco que deve ser escutado como se fosse uma história, uma viagem, que é contada no formato canção, A Mountain And A Tree aprecia-se do mesmo modo que abrimos um livro. E o alinhamento das oito canções obedece, de acordo com o que defendem os Imploding Stars, a essa permissa. Segundo eles, apreciar este álbum é quase como abrir um livro e realmente percebe-se a existência de uma linha sonora contínua já que, das guitarras que escorrem ao longo de todo o trabalho, passando pelos arranjos de cordas, pianos, efeitos e vozes, tudo se movimenta de forma sempre estratégica, como se cada mínima fração do projeto tivesse um motivo para se posicionar dessa forma. Ao mesmo tempo em que é possível absorver a obra como um todo, entregar-se aos pequenos detalhes que preenchem A Mountain And A Tree é outro resultado da mais pura satisfação, como se os Imploding Stars projetassem inúmeras possibilidades e aventuras ao ouvinte em cada canção, num resultado final que se assume como um álbum conceptual, que impressiona pela beleza utópica das composições, assim como as belas orquestrações, que vivem e respiram, lado a lado, com distorções e arranjos mais agressivos. 

No processo de criação deste álbum o grupo explorou ao máximo a relação sensorial humana e o som espacial, experimental, psicadélico, barulhento e melódico que este quarteto nos oferece atiça todos os nossos sentidos, provoca em nós reações físicas que dificilmente conseguimos disfarçar e, contendo belíssimas texturas, que não se desviam do cariz fortemente experimental que faz parte da tal essência do grupo, trespasssam sempre o nosso âmago, fechando-nos dentro de um mundo muito próprio, místico e grandioso, onde tudo flui de maneira hermética e acizentada, sempre sustentado por uma base instrumental plena de nuances variadas e harmonias magistrais, onde tudo se orienta de forma controlada, como se todos os protagonistas materiais, quer orgânicos, quer sintéticos, que debitam notas musicais, fossem agrupados, em suma, num bloco único de som.

Tentar explicar racionalmente o conteúdo formal e concreto desta viagem que os Imploding Stars nos propôem pode ser uma tarefa um tanto obsessiva e destrutiva, mesmo que este som algo bucólico, épico e melancólico, possa servir de banda sonora para um mundo paralelo cheio de seres fantásticos e criaturas sobrenaturais, já que a espécie de súmula de toda uma amálgama de elementos e referências sonoras que sustentam a obra, confere-lhe uma sensação um pouco dúbia e de difícil catalogação e assim deveras interessante de tentar deslindar. Se existem momentos em que somos conduzidos para lugares calmos e distantes, os quais conseguem ser alcançados muito por influência de uma voz que parece conversar connosco, nos instantes em que sobe o volume das canções e a bateria ganha uma maior relevância, expandem-se esses horizontes algo minimalistas e quando se eleva o volume dos instrumentos como um todo e temos aquela explosão que dá a cor e o brilho que nos fazem levitar, então esvai-se qualquer receio e torna-se firme a sensação que acabou de passar pelos nossos ouvidos algo muito bonito, denso e profundo e que, por tudo isso, deixou marcas muito positivas e sintomas claros de deslumbramento.

Algumas canções de A Mountain And A Tree soam a uma perfeição avassaladora e custa identificar um momento menos inspirado neste trabalho, o que faz do disco uma das grandes referências e coloca os Imploding Stars na lista dos grandes expoentes musicais do género no panorama musical, alcançando merecidamente esse estatuto graças ao rico cardápio instrumental que este grupo conseguiu alicerçar com esta estreia e, principalmente, pelo modo como sem abandonarem a sua essência, são bem sucedidos no seu esforço, às vezes eufórico, de provocar um intenso impacto lisérgico no ouvinte. Espero que aprecies a sugestão...

Unquiet Breeze

Awaken Forest

A Mountain And A Tree

Earthquake

Across Distant Seas

The Earth In The Sight Of Men

Beyond The Horizon

Beneath This Tired Ground

 

Os Imploding Stars nasceram nas Taipas, em Guimarães, em 2011, começaram a carreira com um EP, deram vários concertos por cá e lá fora, houve algumas mudanças no elenco e agora chegou finalmente o primeiro longa duração. Tem sido um percurso normal, ou conturbado? Há relatos de alguma indefinição em relação ao som pretendido que só se resolveu com o atual plantel…

Achamos que acaba por ser normal. Quando fazes uma banda e começas a querer levar as coisas para outro patamar as exigências são complexas e torna-se complicado. Tens de dedicar muito tempo, tens de ter tempo para dedicar, tens de ter um grupo de pessoas muito coeso que apesar de diferentes devem ter um rumo muito bem definido e coincidente entre si. Estas exigências acabam por levar muitas vezes a mudanças na formação da banda e até na sonoridade que a banda explora ao longo do tempo.

Achei bastante curioso e até algo inédito o vosso disco, tendo em conta o panorama nacional. A Mountain And A Tree foi incubado e gravado quase no meio do nada, nos Bug Studios, lá no alto de Braga, mas poderia muito bem ter sido num vulcão islandês, numa caverna sueca ou junto a um fjorde norueguês. É esse post rock, com fortes raízes no norte da Europa, com um forte pendor melódico que está definitivamente impregnado no ADN dos Imploding Stars, ou estão abertos a experimentar, no futuro, outras sonoridades?

É esse o post rock que queremos fazer essencialmente. Será essa a linha de pensamento que vamos seguir no futuro até porque é importante teres um sentido e um tacto muito próprio dentro do post rock que é, por si só, muito variado e complexo. Podemos explorar eventualmente coisas novas mas será sempre com a forte componente melódica que gostamos de impor.

Li que A Mountain And A Tree procura ser uma expressão melódica da natureza e dos sentimentos humanos, bem como a envolvência entre ambos. Estamos na presença de um álbum conceptual, que deve ser escutado como um todo, ou é possível extrair diferentes partes de um todo? A própria audição do alinhamento, com colagens entre as canções, dá uma ideia de continuidade e constante progressão.

É muito importante para nós que as pessoas ouçam o álbum como um todo porque, essencialmente, é assim que ele faz sentido para nós. Todo ele é, de certa forma, “colado” e o início e o fim do disco não foram feitos por acaso. É uma história, uma viagem, que deve ser contada dessa forma. Quase como abrires um livro. Quando vais ler um livro começas no início e acabas no fim porque é assim que deve ser. No nosso disco também podes usar uma ou duas músicas como uma sinopse e perceber o que poderá ser o conteúdo. A Earthquake foi escolhida como single por isso mesmo. No entanto queremos que seja um álbum conceptual, sim.

A ausência de voz e de letras é algo assumido e intrínseco aos Imploding Stars, acham que a vossa música tem mais sentido e aproxima-se mais da expressividade que pretendem apenas com a componente instrumental, ou haverá no futuro lugar para a contratação de um vocalista, ou que algum de vós tome conta do microfone?

Escolhemos que fosse assim e é assim que queremos continuar. Sem voz, agora e no futuro. Não que seja uma melhor ou pior opção, simplesmente gostamos que assim seja. Acreditamos que a ausência de voz dá uma maior liberdade para explorar as melodias e harmonias de guitarras e achamos que isso também nos dá alguma identidade própria. Para nós faz mais sentido assim.

Quais são, na verdade as vossas expectativas para A Mountain And A Tree? Querem que o disco vos leve até onde?

Em primeiro lugar queremos que as pessoas gostem dele. Que se identifiquem com as músicas, que sintam alguma coisa com o disco independentemente das circunstâncias. Depois queremos tocá-lo muito ao vivo, em Portugal e fora dele. E por fim queremos que seja um bom disco de estreia em todos os sentidos.

Além de ter apreciado a riqueza instrumental e também a criatividade com que selecionaram os arranjos, gostei particularmente do cenário melódico destas vossas novas canções, que achei particularmente bonito. Em que se inspiram para criar as melodias? Acontece tudo naturalmente e de forma espontânea em jam sessions conjuntas, ou as melodias são criadas individualmente, ou quase nota a nota, todos juntos, havendo um posterior processo de agregação?

A inspiração vem de vivências, cenários, imagens que dão origem a uma melodia base inicial que pode vir de qualquer um de nós. Pode ser mais simples ou mais complexa mas parte normalmente de uma guitarra e depois todos juntos vamos acrescentando quase em modo pergunta/resposta elementos ao tema. É um processo talvez pouco ortodoxo mas que acaba por ser interessante e muito imediato e cru. Depois vamos trabalhando estruturas e ligações mas acaba por ter aquela componente colectiva importante que depois faz com que todos tenhamos uma ligação muito pessoal aos temas.

Adorei o artwork de A Mountain And A Tree. A quem se devem os créditos e a ideia?

Rafael Lemos! Grande designer, fotógrafo e amigo (mais do que tudo!). O Rafa é família para nós e consegue ser das pessoas que mais entende aquilo que fazemos e como fazemos principalmente pela proximidade que tem com a banda. Quando pensamos em fazer a capa demos-lhe total liberdade porque sabíamos que iria ser perfeita e melhor do que alguma vez poderíamos pedir. E foi.

A banda tem um tema preferido ou que dê mais gozo tocar em A Mountain And A Tree?

A coisa que mais nos custa é não tocar alguma das músicas ao vivo quando temos de cortar o set! Como o disco é todo ele uma viagem, sentimos sempre ali um vazio quando temos de cortar. No entanto, se nos pedissem para escolher uma seria Beyond the horizon. É uma música baseada num riff simples mas que vai crescendo de tal forma que a intensidade com que a terminamos torna-se contagiante para nós.

Apenas em jeito de curiosidade e para terminar… Quais são as três bandas ou projetos atuais que mais admiram?

Não sabemos se a questão é para nacionais ou internacionais mas vamos falar dos portugueses porque o que é nacional é bom! Os The Quartet of Woah, PAUS e Memória de Peixe.

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publicado por stipe07 às 21:26

KRILL - Torturer

Quinta-feira, 08.01.15

Krill - A Distant Fist Unclenching

Oriundos de Boston, no Massachusetts, os Krill são um trio liderado por Jonah Furman e que tem vindo a construir uma sólida reputação no universo alternativo local, principalmente devido a Steve Hears Pile In Malden And Bursts Into Tears, um EP que viu a luz do dia no início do ano que agora terminou.

A dezassete de fevereiro vai chegar aos escaparates A Distant Fist Unclenching, o novo longa duração dos Krill através da Double Double Whammy/Exploding In Sound e Torturer é o primeiro avanço divulgado do trabalho. Confere o tema, o alinhamento do álbum e o EP anterior, disponível para audição no bandcamp dos Krill.

01 Phantom
02 Foot
03 Fly
04 Torturer
05 Tiger
06 Mom
07 Squirrels
08 Brain Problem
09 It Ends

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publicado por stipe07 às 13:27






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