man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Mink Mussel Creek – Mink Mussel Manticore
Oriundos de Perth, na austrália, os Mink Mussel Creek são atualmente Nick Allbrook (voz), Shiny Joe Ryan (guitarra), Steve Summerlin (baixo), Richard Ingham (sintetizadores) e Kevin Parker (bateria), uma banda de rock psicadélico formada por um grupo de amigos que há quase dez anos começou a fazer música e que começou por se distinguir por causa dos concertos, tendo, por exemplo, em 2007, dado mais de cem espetáculos ao vivo. Com várias alterações na formação desde o início e vivendo desde sempre à sombra do sucesso dos Pond e dos Tame Impala, viram sempre adiado o lançamento do disco de estreia, um trabalho chamado Mink Mussel Manticore que viu finalmente a luz do dia este ano por intermédio da Spinning Top Records.
Mink Mussel Manticore é uma obra que conta um pouco da história do já famoso cenário psicadélico australiano, com os já citados Pond e Tame Impala a liderarem o pelotão das bandas mais influentes desse universo sonoro e alguns membros destes dois projetos a aparecerem no plantel destes Mink Mussel Creek. Kevin Parker, o líder do Tame Impala, toma aqui conta da bateria, Nick Allbrook, antigo membro dos Tame Impala e vocalista do Pond, assume a voz e Joe Ryan, dos Pond, toca guitarra.
A história de Mink Mussel Manticore começa 2007, o tal ano em que deram imensos concertos e quando gravaram grande parte destas sete canções, que foram novamente trabalhadas em estúdio em 2011 e só agora viram a luz do dia. Disco mais áspero e robusto que os trabalhos dos Pond e dos Tame Impala, nos cinquenta minutos que estas sete canções duram, Mink Mussel Manticore é uma colcha de retalhos de sons psicadélicos, que tanto abraçam uma toada mais blues, como o garage rock, através de inéditos timbres de guitarra, ritmos pouco usuais e um imenso arsenal de efeitos com pedais que nos levam numa viagem verdadeiramente lisérgica e hipnótica.
Logo no início, They Dated Steadily é uma verdadeira jam session que ultrapassa os treze minutos de duração e abraça todos os universos sonoros acima citados, com a banda a delirar livremente durante a parte instrumental e a não ter receio de bater à porta da ténue fronteira que separa a psicadelia do rock progressivo. Daí em diante, o resto do disco serve-se da mesma receita, variando apenas a dose. Promising Quintet Rise To Power (Macho Peachu) impressiona pelo groove, Makeout Party Girls tem um tom declaradamente explosivo e ruidoso e consente o predominio do garage rock californiano, típico de nomes tão infleuntes como Ty Segal ou os Thee Oh Sees e Doesn't The Moon Look Good Tonight traz consigo aquele teor mais experimental típico dos Pond.
Tão inusitado e abrangente quanto o ser mitológico que dá nome ao álbum, já que a manticora é uma espécie de junção entre leão, tubarão, dragão e homem, Mink Mussel Manticore é um belíssimo disco de estreia de uma banda que, pelos vistos, existe apenas como um passatempo de outras duas consideradas já fundamentais, mas que tem todas as condições para coexistir com as mesmas, além de ter como grande vantagem possiblitar aos seus músicos experimentar e explorar diferentes sonoroidades que as exigências comerciais a que os Pond e os Tame Impala já estão sujeitos dificilmente permitem. Espero que aprecies a sugestão...
01. They Dated Steadily
02. Meeting Waterboy
03. Cat Love Power
04. Promising Quintet Rise To Power (Macho Peachu)
05. Makeout Party Girls
06. Hands Off the Mannequin, Charlie
07. Doesn’t the Moon Look Good Tonight
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Le Rug - Dipshit @ Birth Control
Natural de Brooklyn, Nova Iorque, o guitarrista e cantor Ray Weiss é um dos destaques da Fleeting Youth Records, um nome importante do cenário indie punk local e que integrou projetos tão importantes como os Butter the Children, Red Dwarf ou Medics. A banda Le Rug é a sua nova aposta e Press Start (The Collection) uma coleção de canções que apresentou ao mundo, no passado dia dezassete de junho, por intermédio dessa etiqueta essencial para os amantes do rock e do punk, sedeada em Austin, no Texas.
Apesar deste novo projeto chamado Le Rug, Weiss tem tido um ano de 2014 complicado; Os Butter the Children separaram-se, o músico viu-se igualmente confrontado com o fim de uma relação amorosa, a luta permanente contra os sintomas de bipolaridade que sofre, contra algumas tendências suicidas e agora a solidão.
Todos estes contratempos não afetaram a enorme veia criativa do músico que passou uma temporada por Bangecoque, na Tailândia, onde acabou por compôr algumas canções. Por isso, os Le Rug, que também vão terminar a carreira em breve, segundo o que afirma Weiss, já têm pronto o seu segundo e último disco, o sucessor de Press Start (The Collection).
O novo trabalho dos Le Rug chama-se Swelling (My Own Worst Anime) e será editado em formato digital e cassete a dois de dezembro, podendo ser já encomendado através da editora. Este parece ser um álbum que gira em redor de conceitos tão sombrios como a morte, o cinismo e as separações amorosas. Dudley foi o primeiro avanço divulgado do disco, tendo sido também tornado público o respetivo video, que foi gravado em Banguecoque e realizado por Gary Boyle. Agora, a pouco mais de uma semana do lançamento do álbum, Le Rug apresenta mais duas canções do alinhamento, Dipshit e Birth Control.
Se a frenética Dipshit é mais uma clara demonstração da capacidade poética de Weiss, especialmente quando a perca, o sentimento de derrota e frustração são o assunto dominante, já Birth Control dá vida ao tal desejo do músico de dizer adeus a uma vida que ultimanente lhe tem sido madrastra (I believe in birth control because the world is already full and everyone wants to die).
Em breve voltarei aos Le Rug para uma análise mais aprofundada de Swelling (My Own Worst Anime). Para já, confere mais estes dois avanços do disco, com Dipshit disponível para download gratuito.