man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Joan As Police Woman - The Classic
Joan Wasser, que o mundo conhece como Joan As Police Woman e como a eterna namorada de Jeff Buckley, está de regresso aos discos com The Classic, um trabalho produzido pela própria Joan Wasser e por Tyler Wood, editado através da PIAS Recordings e que contou com a participação especial de um vasto leque de músicos, dos quais se destacam Joseph Arthur, Steve Bernstein, Oren Bloedow, Doug Wieselman e Reggie Watts, entre outros. Todas estas aparições enriquecem imenso Classic, quer ao nível instrumental, quer da voz, mas não posso deixar de destacar a presença de Reggie Watts no tema homónimo do disco, pelo modo como confere uma toada gospel incrível à canção.
Incubado na mente criativa de uma artista que já fez parte dos projetos Dambuilders, Those Bastard Souls e Mind Science Of The Mind e de ter cantado com Lou Reed, Antony & The Johnsons ou Rufus Wainwright, The Classic conquista-nos logo no início com Witness, Holy City e The Classic, três canções que nos colocam bem no centro do que melhor se pode encontrar na música negra norte americana e atestam definitivamente que Joan As Police Woman é uma das mais talentosas, vibrantes, originais e carismáticas escritoras de canções da atualidade e que a sua música pede e merece um ambiente especial e muito próprio para ser devidamente disfrutada.
Gravado quase na totalidade ao vivo, este trabalho que mistura então o indie rock, com alguns dos detalhes mais importantes do jazz, do funk, do R&B e da soul, prossegue sempre de forma sofisticada e com um esplendor e uma luminosidade incomuns, de algum modo expressas no artwork de um disco que vale ouro, como o tom dessa imagem.
Depois de um arranque de carreira em grande forma, com Real Life (2006) e To Survive (2008), nem em Cover (um disco de covers, como o nome indica, lançado em 2009), ou The Deep Field (2011) ela deu sequência a essa mestria inicial. Mas agora, em 2014 está de regresso a Joan As Police Woman intensa e apaixonante, que tanto expôe tristezas e receios e até ideias relacionadas com a própria morte (What Would You Do), como nos indica caminhos mais ou menos diretos para a felicidade (Stay), que pode até ser a carnal, fazendo tudo isso sempre de mãos dadas com aquela soul que vai buscar inspiração à motown. E, mesmo tendo em conta que a intimista Get Direct é uma das melhores canções do disco, fá-lo com aquela exuberância que antes o uso quase exclusivo do piano, como suporte do processo de construção melódica, de algum modo restringia, para agora, tendo optado por uma vasta miríade de instrumentos e coros, conseguir mostrar-se mais positivista, emotiva e até interessante, principalmente porque mostra ser capaz de se mover com à vontade por territórios sonoros mais diversificados, mantendo uma elevada bitola qualitativa nas suas composições. Esse tal piano, agora é muitas vezes subsituido por um orgão sintetizado, que dá ao som de Joan As Police Woman um travo mais masculino, alternativo e até psicadélico.
The Classic termina com a reggae Ask Me e damos por nós a lamentar porque, infelizmente e por razões do foro pessoal, Joan As Police Woman teve de cancelar alguns concertos que iria dar no nosso país durante este mês de novembro. Seja como for, isso não retira brilho a um disco que nos faz recuar musicalmente algumas décadas, de um modo cativante e tão intenso que é possivel imaginarmos que estamos num daqueles ambientes smokey dos bares de música ao vivo, enquanto escutamos este The Classic, que também não fica nada mal como banda sonora para usufruirmos de uma boa companhia de serão. Espero que aprecies a sugestão...
Witness
Holy City
The Classic
Good Together
Get Direct
What Would You Do
New Year’s Day
Shame
Stay
Ask Me
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American Wrestlers - I Can Do No Wrong
American Wrestlers é um projeto liderado por um escocês de identidade desconhecida e que vive atualmente nos Estados Unidos, no estado do Missouri. Tendo crescido em Glasgow, no país natal, mudou-se há alguns anos para Manchester, na vizinha Inglaterra, onde conheceu a sua futura esposa, com quem se mudou entretanto para o outro lado do Atlântico.
Nos Estados unidos começou a compôr e a gravar numa mesa Tascam de oito pistas e assim nasceram os American Wrestlers. Recentemente o projeto deu um grande passo em frente, ao assinar pela insuspeita Fat Possum. Esta etiqueta vai editar o single I Can Do No Wrong, a vinte e sete de janeiro do próximo ano, mas o mesmo encontra-se disponivel no bandcamp da banda, com a opção de o obteres gratuitamente ou doares um valor pelo mesmo.
A canção é uma peça sonora magnífica, principalmente por ser difícil de descrever. O ambiente sonoro que cria tem um teor lo fi algo futurista, devido à distorção e à orgânica do ruído em que assenta. Depois, alguns arranjos claramente jazzísticos e uma voz num registo em falsete com um certo reverb, acentuam o charme rugoso da mesma. Confere...