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Nothing – Guilty Of Everything

Sexta-feira, 21.11.14

Editado a quatro de março pela Relapse Records, uma editora importante para várias bandas que ainda procuram chegar a um lugar de relevo no universo sonoro alternativo e já com um catálogo bastante interessante, Guilty of Everything é o trabalho de estreia dos Nothing, uma banda de Filadélfia, que logo em Hymn To The Pillory, o primeiro tema deste disco, clarifica que deambula entre a dream pop nostálgica e o rock progressivo amplo e visceral.

Guilty Of Everything é o culminar de dois anos de intensa atividade do coletivo, que durante este período andou em digressão pela América do Norte, impressionando audiências com um som cativante e explosivo, sempre com fuzz nas guitarras e o nível de distorção no red line. Produzido por Jeff Zeigler, um profissional de nomeada que já trabalhou com Kurt Vile e os War On Drugs, entre outros, Guilty Of Everything traz até nós o melhor da herança do rock alternativo de finais do século passado, suportada por nomes tão fundamentais como os My Bloody Valentine ou os Smashing Pumpkins, só para citar algumas das influências mais declaradas do grupo.

Instrumentalmente muito rico, apesar da primazia das guitarras, este disco também conta com algumas sintetizações que conferem ao som dos Nothing uma toada muito rica e luminosa e um travo pop que ajuda a amenizar o cariz mais sombrio do rock que replicam e que em Bent Nail pisca o olho ao grunge e em Dig chega ao metal.

A voz é um dos detalhes mais assertivos do disco; Ela sopra na nossa mente e envolve-nos com uma toada emotiva e delicada, que faz o nosso espírito facilmente levitar, provocando, apesar do ruido sombrio das guitarras, um cocktail delicioso de boas sensações. Geralmente em reverb, numa postura claramente lo fi, ela é uma consequência lógica das opções sonoras do grupo e um elemento importante para criar o ambiente soturno e melancólico pretendido. Na já citada Dig acaba por carregar toda a compoente nostálgica com que os Nothing pretendem impregnar o seu ADN e no restante alinhamento nunca deixa de ser um fator decisivo para que se instale um certo charme vintage que busca o feliz encontro entre sonoridades que surgiram há décadas e se foram aperfeiçoando ao longo do tempo e ditando regras que hoje consagram as tendências mais atuais em que assenta o indie rock com um cariz fortemente nostálgico e contemplativo, mas também feito com os punhos cerrados e a apelar ao nosso lado mais selvagem e cru. Em Get Well a voz atinge o auge açucarado qualitativo, uma canção que ilustra o quanto certeiros e incisivos os Nothing conseguiram ser na replicação do ambiente sonoro que escolheram. Esta canção, conduzida por um baixo vibrante e uma guitarra carregada de fuzz e distorção, é um cenário idílico para quem, como eu, aprecia alguns dos detalhes básicos da melhor psicadelia.

Percebe-se que os Nothing têm no tal ADN bem vincada a vontade de experimentar e Guilty Of Everything, apesar da escuridão introspetiva que contém, respira por todos os poros uma enorme vitalidade, com melodias que fazem levitar quem se deixar envolver pelo assomo de elegância contida e pela sapiência melódica do seu conteúdo. Canções como Sumersault ou Beat Around The Bush transbordam uma aúrea algo mística e espiritual, reproduzidas por um grupo que sabe como nos forçar ao isolamento de forma direta, pura e bastante original. Este disco não é para ser escutado com um grupo de amigos num momento de diversão, mas solitariamente e num momento de recolhimento pessoal.

Logo na estreia os Nothing parecem ter balizado com notável exatidão o farol que querem para o seu percurso musical. Guilty Of Everything é um trabalho que de algum modo impressiona pelo bom gosto com que se cruzam vários estilos e dinâmicas sonoras, com o indie rock a servir de elemento aglutinador, de cerca de quarenta minutos de pura adrenalina sonora, uma viagem que nos remete para a gloriosa época do rock independente que reinou na transição entre as duas últimas décadas do século passado, um rock sem rodeios, medos ou concessões, com um espírito aberto e criativo. Os Nothing são, por isso, um nome a ter em conta no universo musical onde se inserem e estão no ponto e prontos a contrariar quem acha que já não há bandas à moda antiga e a fazer música de qualidade. Espero que aprecies a sugestão...

Nothing - Guilty Of Everything

01. Hymn To The Pillory
02. Dig
03. Bent Nail
04. Endlessly
05. Somersault
06. Get Well
07. Beat Around The Bush
08. B&E
09. Guilty Of Everything

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publicado por stipe07 às 21:37

Ghastly Menace - Closing

Sexta-feira, 21.11.14

Ghastly Menace - "Closing" (Stereogum Premiere)

Formados por Andy Schroeder (voz, bateria, teclado e guitarra), Chris Geick (voz, samples e sintetizador), Kody Nixon (baixo), Michael Heringhaus (guitarra e teclados) e Clint Weber (bateria), os norte americanos Ghastly Menace pretendem conquistar o universo sonoro alternativo com um indie rock orquestral, feito de uma dose extra de guitarras e versos simultaneamente épicos e acessíveis, com o acrescento de arranjos onde contrastam elementos acústicos e elétricos e que deitam por terra qualquer sintoma de monotonia e repetição ao longo da audição.

O disco de estreia deste coletivo de Chicago irá chegar aos escaparates no início do próximo ano através da etiqueta The Record Machine e Closing é o primeiro avanço divulgado do álbum, uma canção sobre aquilo que se sente quando há uma decisão a tomar e, apesar de muitas vezes haver um caminho óbvio, há sempre outras opções que podem ser ponderadas. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 13:33






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