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In-Flight Safety – Conversationalist

Sexta-feira, 07.11.14

Oriundos de Halifax, na Nova Escócia, os canadianos In-Flight Safety foram fundados por John Mullane e Glen Nicholson e já andam há vários anos a orbitrar em redor do indie rock de cariz mais melódico. De anúncios televisivos a alguns prémios da indústria musical, é já assinalável o reconhecimento acumulado por um grupo que se estreou em 2006 com The Coast Is Clear e que até 2009, ano em que editaram We Are An Empire, My Dear, viveram o período mais aúreo de uma carreira que pretendem agora relançar com Conversationalist, o novo trabalho da carreira dos  In-Flight Safety e que viu a luz do dia no final de setembro.

Misturado por Gus Van Go, em Brooklyn, Nova Iorque, Conversationalist é resultado de um período longo de reflexão acerca do futuro de um projeto que após o segundo álbum sentiu viver numa espécie de beco sem saída e num vazio criativo, também por causa de algumas transformações pessoais na vida dos elementos da banda e de algumas saídas. O núcelo duro manteve-se, constituido pela dupla acima referida, que após ponderar individualmente, decidiu manter o projeto mas procurar novas direções sonoras e criar um disco que fosse genuíno  no que concerne ao ADN dos In-Flight Safety, mas também mais aventureiro e aberto. Assim, o alinhamento de dez canções tresanda à tal honestidade que estes canadianos quiseram tanto preservar e isso sente-se mesmo que não se conheça profundamente o cardápio sonoro restante. Mas o disco também exala uma apreciável veia experimentalista, com arranjos que fazem balançar os temas entre o indie rock luminoso e épico e aquela toada mais sensível e sombria, que o rock alternativo dos anos oitenta ajudou a disseminar e que as guitarras e a percurssão do baixo e da bateria de Stockholm ou Fight Night tão bem replicam.

De certo modo, parece que este disco tem instantes que tanto poderiam servir de banda sonora para a leitura de uma carta de amor verdadeiramente sentida que recebemos de alguém que desejamos ardentemente, como outros que serveriam para potenciar a nossa dor caso a missiva, com o mesmo remetente, tivesse um conteúdo completamente oposto, de anúncio de completa rejeição. Este exercicio de transposição do conteúdo de Conversationalist para a intimidade de quem o canta, também pode alargar o seu espetro para a própria realidade banda. A sonoridade das dez canções que compôem este alinhamento expôe alguns fantasmas estéticos que deverão ter acompanhado a carreira discográfica dos In-Flight Safety, que tantas vezes procuraram um equilíbrio nem sempre fácil entre o apelo comercial da indústria musical e a vontade de experimentar novos arranjos, técnicas e sonoridades.

Já agora, no que concerne a essa componente mais técnica, escuta-se as canções e percebe-se que houve um enorme cuidado com os detalhes, nomeadamente a forma como as diferentes camadas de instrumentos se foram acumulando em cada parcela do disco. Os arranjos incluem além de um abrangente arsenal de efeitos de cordas, algumas teclas e metais sintetizados quase sempre implícitos; Temas como Animals ou Destroy assentam em linhas de guitarra que se prendem facilmente ao nosso ouvido e nos convidam a dançar e a sorrir, mas há ali, em determinados efeitos que parecem planar ao longo dessas melódias, um certo sentimento nostálgico que nos remete para a reflexão pessoal, que, naturalmente, também é perdeitamente audível nos dois temas referidos que herdam alguns dos melhores detalhes do indie rock de há três décadas. O disco termina com um abraço sentido dos In-Flight Safety ao rock mais expansivo e até progressivo, em Firestarters, um tema que cresce à medida que se desenrola, um pouco à imagem do disco, como se fosse o climax, aquele momento em que, durante um concerto, a banda dá tudo o que tem no final e quando a última canção da noite termina as luzes desligam-se para o grupo nunca mais voltar.

Disco já com direito a um documentárioConversionalist conversa connosco porque tem o enorme atributo de ter belas músicas para ouvir enquanto se pensa na vida. É um disco sobre o amor e uma boa arma para fazer qualquer um entender que, definitivamente, uma história de amor não é feita só de momentos felizes, apesar de estar recheado de sensações positivas, plasmadas em canções expansivas e, ao mesmo tempo, imbuídas por um forte caráter intimista, como se quisessem obedecer ao nosso desejo de fuga, mas sem deixarmos de ter ao nosso lado uma cerveja bem fria e todos aqueles que mais amamos. Espero que aprecies a sugestão...

In-Flight Safety - Conversationalist

01. Before We Were Animals
02. Animals
03. Blue Flares
04. Stockholm
05. Destroy
06. Caution Horses
07. Tie A String
08. Crowd
09. Fight Night
10. Firestarters

 

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publicado por stipe07 às 13:29

Le Rug - Dudley

Sexta-feira, 07.11.14

Natural de Brooklyn, Nova Iorque, o guitarrista e cantor Ray Weiss é um dos destaques da Fleeting Youth Records, um nome importante do cenário indie punk local e que integrou projetos tão importantes como os Butter the Children, Red Dwarf ou Medics. A banda Le Rug é a sua nova aposta e Press Start (The Collection) a primeira coleção de canções que apresentou ao mundo, no passado dia dezassete de junho, por intermédio dessa etiqueta essencial para os amantes do rock e do punk, sedeada em Austin, no Texas.

Apesar deste novo projeto chamado Le Rug, Weiss tem tido um ano de 2014 complicado; Os Butter the Children separaram-se, o músico viu-se igualmente confrontado com o fim de uma relação amorosa, a luta permanente contra os sintomas de bipolaridade que sofre, contra algumas tendências suicidas e agora a solidão.

Todos estes contratempos não afetaram a enorme veia criativa do músico que passou uma temporada por Bangecoque, na Tailândia, onde acabou por compôr algumas canções. Por isso, os Le Rug, que também vão terminar a carreira em breve, segundo o que afirma Weiss, já têm pronto o seu segundo e último disco, o sucessor de Press Start (The Collection).

O novo trabalho dos Le Rug chama-se Swelling (My Own Worst Anime), será editado em formato digital e cassete, podendo ser já encomendado através da editora e parece ser um álbum que gira em redor de conceitos tão sombrios como a morte, o cinismo e as separações amorosas. Dudley é o primeiro avanço divulgado do disco, tendo sido também tornado público o respetivo video, que foi gravado em Banguecoque e realizado por Gary Boyle. A canção merece toda a nossa atenção a partir do momento em que usa letras simples e guitarras aditivas, além de misturar bem a voz sempre vincada de Weiss, com uma letra algo sensível e uma melodia particularmente acessivel.

Em breve voltarei aos Le Rug, para uma análise mais aprofundada de Swelling (My Own Worst Anime). Para já, confere então este primeiro avanço, disponibilizado para download gratuito pela editora...

 

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publicado por stipe07 às 13:00






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