man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
M185 – Everything Is Up
Austríacos de origem, os M185 são uma daquelas bandas indie que podem passar um pouco despercebidas por causa do país de origem, mas que merecem estar mais perto dos holofotes, muito por causa de Everything Is Up, o novo e terceiro registo deste coletivo de Viena formado por Heinz Wolf, Wolfram Leitner, Joerg Skischally, Roland Reiter e Alexander Diesenreiter e que chegou aos escaparates já a vinte e quatro de maio, através da Siluh Records.
Os M185 formaram-se em 2005 em pleno concerto dos Pixies e logo no ano seguinte mostraram ao que vinham, apregoando os genes dos post punk em Soundscape & Coincidences, um EP com temas apenas instrumentais. Três anos depois, chegou finalmente Transformers, o longa duração de estreia e com ele uma inflexão para o indie rock mais clássico, já com uma voz na maior parte das canções e com arranjos sintetizados a fazerem parte do habitual cardápio do coletivo.
Olhando para o alinhamento deste Everything Is Up, se Russell ainda tem algumas reminiscências do tal EP de estreia, já Soon, o primeiro single retirado do álbum, é um verdadeiro tratado de rock comercial, com forte apelo ao airplay, uma tema assente numa percurssão vibrante, uma melodia jovial e uma guitarra bastante melódica. Em Jump Cuts, a presença do baixo e de um piano implicitamente cru e hipnótico e a forma como a canção evolui e cresce, incute ao disco um certo charme e uma nova personalidade, um pouco mais afastada do rock de garagem que, por exemplo, ShShSh tão bem replica e aproxima os M185 perigosamente de uma saudável psicadelia. Lá mais para a frente, já a quase instrumental e visceral L.O.V.E. e Spring Thing, uma canção que sabe imenso a Interpol, transportam-nos para o epílogo, com guitarras em catadupa e teclados cheios de detalhes e efeitos inspirados, com a bonomia melancólica, mas nem por isso menos ruidosa de Shuggled a encerrar um cardápio que abona em favor de um grupo que parece movimentar-se com ligeireza entre diferentes espetros e nuances que só o rock permite.
Deixei propositadamente para o fim Mt. Plywood, um tema que se divide em três capitulos sonoramente distintos, devido ao cariz certamente conceptual desta sequência e porque comprova o tal balanço entre diferentes latitudes, dentro do indie rock; Se The Years é um típico instante de punk rock acelerado e visceral, já Flotsam, Jetsam destila um certo groove que tresanda novamente a uma psicadelia pop fortemente experimental, enquanto The Matter Of Time é um instrumental que desliza até ao krautrock. Esta é aquela fase do disco que mostra uns M185 no apogeu do seu estado de maturidade e mais arrojados do que nunca.
Everything Is Up é um marco decisivo num projeto que parece apostado em calcorrear novos territórios e comprova a entrada em grande estilo dos M185 na primeira divisão do campeonato indie e alternativo europeu, podendo até figurar em algumas listas dos melhores discos lançados este ano, dentro do género. Este é mais um daqueles álbuns que prova que se o rock estiver em boas mãos tem capacidade que sobra para se renovar e quantas vezes for necessário. Espero que aprecies a sugestão...
01. Russel
02. Soon
03. Jump Cuts
04. ShShSh
05. Mt. Plywood I (The Years)
06. Mt. Plywood II (Flotsam, Jetsam)
07. Mt. Plywood III (The Matter Of Time)
08. L.O.V.E.
09. Two-Tone Song (Out Of Here)
10. Spring Thing
11. Shuffled
12. What I Want
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Pontiak – Underneath Us Like A Snake
Os Pontiak, dos The Carney Brothers Lain, Van e Jennings Carney, três irmãos oriundos da Virginia rural e que têm no rock cru e experimental a pedra de toque das suas criações sonoras, lançaram no início do ano um excelente disco chamado Innocence. Agora, alguns meses depois, voltam à carga com Underneath Us Like A Snake, um novo tema, que será editado em formato vinil numa edição limitada a duzentos e cinquenta cópias, através da Revolve, uma editora nacional, sedeada em Guimarães e que parece apostada em assumir uma posição de destaque no universo sonoro indie e alternativo, não só por cá como a nível internacional.
A edição física do vinil verá a luz do dia a um de dezembro, mas pode ser já encomendada e terá como lado b o tema Colors Of The Limitless. Esta é uma edição que recomendo vivamente até porque nas duas canções os Pontiak voltam a afundar-se numa espiral psicadélica que os suga para um abismo feito com guitarras carregadas de fuzz e com o nível certo de distorção e uma percurssão vibrante e musculada. Confere...
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The Airborne Toxic Event – Wrong
Depois de Such Hot Blood, os norte americanos The Airborne Toxic Event, uma de uma banda de Los Angeles formada por Mikel Jollett (voz, guitarra, teclas), Steven Chen (guitarra, teclas), Noah Harmon (baixo, voz), Daren Taylor (bateria) e Anna Bulbrook (viola, teclas, tamborim, voz), estão de regresso aos discos com Dope Machines, o quarto trabalho da carreira do coletivo, ainda sem data de lançamento anunciada.
Wrong é o primeiro avanço divulgado de Dope Machines e, pelo sintetizador qe passeia livremente pela canção, ditando o rumo dos acontecimentos, a eletrónica terá um papel ainda mais preponderante no futuro deste coletivo. Confere...