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Firekites - Closing Forever Sky

Segunda-feira, 06.10.14

Seis anos depois de The Bowery, o registo de estreia, os Firekites de Pegs Adams, Ben Howe, Tim Mcphee e Jason Tampake, um quarteto oriundo da Newcastle australiana, estão de regresso com mais sete belíssimas canções, contidas num novo disco chamado Closing Forever Sky e que viu a luz do dia por intermédio da etiqueta local Spunk Records.

Os acordes iniciais de Closing Forever Sky são perfeitos para percebermos o que nos espera nos próximos cerca de quarenta minutos. Aguarda-nos belíssimas letras entrelaçadas com deliciosos acordes e melodias minusiosamente construídas com diversas camadas de instrumentos. Os Firekites deixaram as guitarras, o baixo e a bateria seguirem a sua dinâmica natural e assumirem aquela faceta algo negra e obscura que carateriza um ambiente sonoro fortemente etéreo e melancólico, para criar um álbum tipicamente rock e esculpido com cordas ligas à eletricidade, mas com canções cheias de uma fragilidade incrivelmente sedutora e alicerçadas numa certa timidez que não é mais do que um assomo de elegância contida, uma exibição consciente de uma sapiência melódica.

A escrita deste quarteto oriundo dos antípodas carrega uma sobriedade sentimental que acaba por servir de contraponto a essa sonoridade algo sombria e, em alguns instantes, tipicamente lo-fi. Esta evidência desarma completamente os Firekites e além de os envolver numa intensa aúrea vincadamente orgânica e, por isso, fortemente sensual, despe-os de todo aquele mistério, tantas vezes artificial, que os poderia envolver, para mostrar, com ousadia, a verdadeira personalidade do agregado sentimental que carateriza os membros do grupo.

Em Closing Forever Sky ouve-se ecos da negrura de projectos recentes como Esben & the Witch. Ouve-se Cocteau Twins. Ouve-se Portishead e Massive Attack, não só no single homónimo, mas também no clima sussurrante e hipnótico de Somewhere Bright First. The Fallen, canção que recebe o alívio de uma guitarra acústica, que depois cresce e se deixa envolver num imenso arsenal de arranjos e detalhes, chega a parecer Radiohead, principalmente na forma como acomoda uma agradável melancolia nas teclas no imenso agregado sonoro que a sustenta. Mas a banda de Thom Yorke também dá uma mãozinha na distorção das guitarras que dá vida ao apogeu final da já referida Somewhere Bright First.

Todos estes exemplos mostram que os Firekites sabem a fórmula exata para temporizar, adicionar e remover pequenos sons e, como se as canções fossem um puzzle, construir, a partir de uma aparente amálgama de vários sons, uma peça sonora sólida.

Mas em Closing Forever Sky também ouve-se estranheza e ouve-se escuridão; Em Said Without A Song é difícil catalogar instrumentalmente a natureza tecnológica que sustenta o tema, mas o silêncio abosluto também está lá, bem no fundo, a ecoar ao longo da canção, como um manto que o cobre, mesmo que seja de forma quase inaudível... Um silêncio que, ao contrário da maior parte dos silêncios, é um silêncio que se escuta. Depois, em Antidote, ouve-se harmonias de vozes de outro planeta e surgem os The XX na guitarra e no baixo, de um modo que me despertou um curioso e muito pessoal desejo, que tantas vezes reprimo e que, ao vivenciá-lo neste caso concreto, me faz imaginar um vídeo para o tema, em que me junto ao grupo e abano as ancas enquanto desfilo num qualquer anúncio de moda.

Depois de um disco de estreia que obrigou a banda a emergir da solidão e a revelar-se sem restrições, Closing Forever Sky é um notório marco de libertação e de experimentação onde não terá havido um anseio por cumprir um caderno de encargos alheio, o que deu origem a um disco que nos agarra pelos colarinhos sem dó nem piedade e que nos suga para um universo pop feito com uma sonoridade tão preciosa, bela, silenciosa e estranha como a vastidão imensa e simultaneamente diversificada da paisagem e de um mundo completamente diferente do nosso, de onde estes Firekites são originários. Espero que aprecies a sugestão...

Firekites - Closing Forever Sky

01. Closing Forever Sky
02. Fallen
03. The Counting
04. Fifty Secrets
05. Somewhere Bright First
06. Said Without A Sound
07. Antidote

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publicado por stipe07 às 17:00

Speedy Ortiz - Doomsday

Segunda-feira, 06.10.14

Speedy Ortiz - "Doomsday"

A iniciativa LAMC, da autoria da etiqueta Famous Class, é uma homenagem da mesma a Ariel Panero, um antigo colaborador da editora que, enquanto esteve vivo, sempre tentou que algumas bandas conseguissem o justo reconhecimento e que tem um memorial em seu nome, o VH1 Save The Music, com as receitas de venda destes singles a reverterem integralmente para o mesmo, podendo ser adquiridos na plataforma Bandcamp.

Para cada single de 7" que é lançado, a Famous Class pede a um artista preferido que faculte um tema que nunca tenha editado e depois solicita ao mesmo que escolha uma banda nova e emergente que admire, para que contribua com uma canção para o lado b do single.

E o single mais recente a ser divulgado por esta iniciativa é da autoria dos Speedy Ortiz de Matt Robidoux (guitarra), Mike Falcone (bateria), Sadie Dupuis (guitarra, voz) e Darl Ferm (baixo), que, por sua vez, convidaram Chris Weisman para o lado b.

Doomsday é o nome da canção da banda de Northampton, um tema bastante melódico e algo emotivo e que aposta num som cheio de guitarras com raízes no rock alternativo da década de noventa. Chris Weisman contribui com um instante de pop acústica intitulado I Took It Off A Record. Confere...

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publicado por stipe07 às 13:36






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