man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Alt-J (∆) – This Is All Yours
Gwil Sainsbury, Joe Newman, Gus Unger-Hamilton e Thom Green conheceram-se na Universidade de Leeds em 2007. Gus estudava literatura inglesa e os outros três belas artes. No segundo ano de estudos, Joe tocou para Gwil várias canções que criou, com a ajuda da guitarra do pai e de alguns alucinogéneos; Gwil apreciou aquilo que ouviu e a dupla gravou de forma rudimentar várias canções, nascendo assim esta banda com um nome bastante peculiar. Alt-J (∆) pronuncia-se alt jay e o símbolo do delta é criado quando carregas e seguras a tecla alt do teu teclado e clicas J em seguida, num computador Mac. O símbolo é usado em equações matemáticas para representar mudanças e assenta que nem uma luva à banda que se estreou em junho de 2012 nos discos com An Awesome Wave, e que, pouco mais de dois anos depois e já sem o contributo de Gwil Sainsbury, está de regresso aos lançamentos com This Is All Yours, através da Infectious, um álbum que, além de não renegar a identidade sonora distinta da banda, ainda a eleva para um novo patamar de novos cenários e experiências instrumentais.
As treze canções de An Awesome Wave encaixavam indie, folk, hip-hop e electrónica, com noção de equilíbrio e um limbo perfeito; Eram canções que nos faziam descobrir a sua complexidade à medida que se escutava o alinhamento de forma viciante. A atmosfera dançante de Brezeblocks e de Fitzpleasure, misturava-se com músicas mais calmas e relaxantes como Something Good e Taro e, na verdade, talvez ainda estejamos todos demasiado conetados com essa doce recordação para aceitarmos com facilidade a nova vida deste (agora) trio que aposta num som mais esculpido e complexo, algo que nos obriga a um exercício maior na primeira percepção das novas composições, mas que eu recomendo vivamente e que asseguro ser altamente compensador.
Mais uma vez, os Alt-J (∆) têm como base insturmental o uso de sintetizadores e continuam a ser exímios na replicação de harmonias vocais belíssimas, mantendo-se aquela impressão de que as canções nasceram lentamente, como se tudo tivesse sido escrito e gravado ao longo de vários anos e artesanalmente. Mas, o grande motivo de verdadeira celebração relativamente ao conteúdo do sempre difícil segundo disco deste projeto de Leeds, certamente um dos mais excitantes do cenário indie atual, é a forma particularmente viva e espontânea com que celebram os ideais de charme e delicadeza; Eles ficam explícitos durante a viagem que o alinhamento de This Is All Yours nos permite fazer entre a pop ambiental contemporânea e o art-rock clássico, uma epopeia de treze canções onde se acumula um amplo referencial de elementos típicos desses dois universos sonoros e que se vão entrelaçando entre si de ofrma particularmente romântica e até, diria eu, objetivamente sensual.
Ao longo deste álbum abunda a sobreposição de texturas, sopros e composições jazzísticas contemplativas, uma paisagem imensa e ilimitada de possibilidades, um refúgio bucólico dentro da amálgama sonora que sustenta a música atual. Escuta-se a forte comoção latente de Hunger Of The Pine, o punk blues enérgico e libertário de Left Hand Free, o momento de maior excelência deste disco, a insanidade desconstrutiva em que alicerçam as camadas de sons que dão vida a The Gospel of John Hurt e a incontestável beleza e coerência dos detalhes orgânicos que nos fazem levitar na sequência final feita com Bloodfood Pt. II e Leaving Nara, para se conferir, num mesmo bloco autoral, os diferentes fragmentos que o grupo foi convocar a esses dois universos sonoros que o rodeia e com os quais se identifica, com um elevado índice de maturidade e firmeza, mostrando imenso bom gosto na forma como apostam nesta relação simbiótica, enquanto partem à descoberta de texturas sonoras.
Se An Awesome Wave tinha momentos que, como já referi, convidavam ao abanar de ancas explícito e propositado, este sucessor impressiona pelo seu teor altamente climático e soturno, mas simultaneamente épico, algo só possível devido à acertada escolha do arsenal instrumental que sustenta as canções. Além do já referido sintetizador, uma verdadeira orquestra de violinos, pianos, coros de vozes e instrumentos de sopro vários, reproduzem batidas e alguns componentes tribais, mas sempre com controle e suavidade. Ao confrontar-se com a saída de Gwil, para muitos o líder do projeto, o trio que manteve o barco à tona teve de arregaçar as mangas e, talvez liberto de uma certa formatação criativa bem balizada que esse músico impunha, dedicar-se de forma mais democrática à expansão do seu cardápio sonoro, com uma dose algo arriscada de experimentalismo, mas bem sucedida, feita de imensos detalhes e uma elevada subtileza.
Em equipa que ganha às vezes também se mexe e o som complexo e profundo dos Alt-J (∆) resistiu com solidez e de modo exemplar à mudança, já que This Is All Yours comprova que um dos predicados que poderemos, pelos vistos, esperar sempre deste coletivo britânico prende-se com a capacidade que tem em inovar e ser imprevisível em cada novo registo discográfico que apresenta. Exatidão e previsibilidade não são palavras que constem do dicionário dos Alt-J (∆) e este novo trabalho, naturalmente corajoso e muito complexo e encantador, ao ser desenvolvido dentro de uma ambientação essencialmente experimental, plasma mais uma completa reestruturação no que parecia ser o som já firmado na premissa original da banda. Espero que aprecies a sugestão...
01. Intro
02. Arrival In Nara
03. Nara
04. Every Other Freckle
05. Left Hand Free
06. Garden Of England
07. Choice Kingdom
08. Hunger Of The Pine
09. Warm Foothills
10. The Gospel Of John Hurt
11. Pusher
12. Bloodflood Pt. II
13. Leaving Nara
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Pedro Lucas - A Porta do Amor
Pedro Lucas nasceu em Lisboa em 1987. Toca com os Velhos desde os 19 anos. Entre 2009 e 2013 colaborou também, ao vivo ou em estúdio, com os Salto e com o Manuel Fúria, entre outros. Em 2011 lançou pela Optimus Discos Não há crianças em Las Vegas, um EP onde era vocalista, compositor e produtor, assinando como Lucas Bora-Bora.
Agora, depois de quinze pequenos concertos de apresentação, chegou o momento de Pedro Lucas divulgar A Porta do Amor, o seu mais recente single. Este tema antecede Águas Livres, o longa duração de estreia do músico, um disco gravado durante o ano de 2013 e produzido por Walter Benjamim e gravado entre Londres e Alvito, no Alentejo, num processo que, segundo o press release do lançamento deste tema, foi apelidado pelo Pedro de carinhosamente vagaroso e que, também por isso, será uma edição limitada, em formato livro, numerada e datada, toda desenhada e encadernada pelo próprio autor.
Ainda de acordo com a nota de imprensa, o disco reúne as melhores dez canções que Pedro Lucas foi compondo paralelamente à sua actividade com os Velhos (a sua banda), Nuno Lucas e outros amigos. No registo encontra-se uma ligação clara à herança da canção de língua portuguesa, tratada com um certo vagar brasileiro, narrativo por vezes, e com um espírito clássico: dos arranjos, do álbum completo, da balada sincera, das histórias de amor.
O vídeo desta canção foi realizado por Tomás Magalhães. Acompanhado por uma banda de amigos, Pedro Lucas apresentará o novo disco ao vivo na Casa Independente a 24 de Outubro, no Porto no Cinema Passos Manuel a 31 de Outubro e em Guimarães no Centro Cultural de Vila Flor a 1 de Novembro. O álbum estará à venda nos concertos estando também disponível nas plataformas digitais e para download na página oficial do músico. Confere...