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The Kooks - Listen

Domingo, 21.09.14

Depois de Junk Of the Heart (2011), os britânicos The Kooks estão de regresso aos discos com Listen, um novo álbum que chegou aos escaparates através do consórcio EMI/Virgin e que contou com a participação especial do produtor de hip hop Inflo e ainda com as presenças na produção de Luke Pritchard e Frasier T. Smith e de um novo baterista chamado Alexis Nunez.

Oriundos de Brighton, uma cidade inglesa com uma vida cultural bastante animada, os The Kooks são uma das bandas mais incomprendidas do cenário indie britânico e nunca forma levados demasiado a sério. Com tenra idade começaram a dar nas vistas, havendo mesmo quem os tivesse catalogado de boys band, um grupo de rapazes com um rosto particularmente laroca e que tendo uma boa máquina de produção para trás, tinham apenas que cantar, tocar e... encantar.

Na verdade, os The Kooks são trabalhadores árduos, sério, responsáveis e criativos. Se as três primeiras constações não podem merecer qualquer objeção de quem procurar inteirar-se sobre a carreira e o modus operandi da banda e for sério, já a questão da criatividade fica sempre, naturalmente, ao critério de cada um e da impressão que, neste caso, o cardápio sonoro do grupo lhe suscita. Mas, também aqui, há que ser coerente e sério e desbravar, sem concessões, uma já apreciável discografia, que, com este Listen, atinge o quarto tomo e que começou em grande, em 2006, com o excelente Inside In/Inside Out.

Muitas bandas rock são acusadas de deturpar a sua essência quando procuram encetar por uma sonoridade mais pop, mas essa procura de outros caminhos não tem sempre que resvalar para algo qualitativamente menor. A possibilidade de livre escolha por parte das bandas deve ser uma permissa obrigatória e, como sabemos, muitas vezes são as etiquetas que impôem os rumos a seguir, sejam convergentes ou divergentes com o percurso habitual. No caso de Listen, quem conhece o estilo desta banda, rapidamente irá notar que Luke Pritchard, o líder e principal criativo do grupo, procurou uma inflexão que deixa um pouco de lado as guitarras, para apostar em batucadas, palmas e na própria voz como mais um instrumento da banda, algo muito semelhante ao que, por exemplo, tUnE-yArDs costuma propôr, na verdade a primeira influência que me ocorreu assim que me debruçei na audição do disco, por muito absurda que ela possa ser ou parecer.

Assim, partindo desta permissa, aviso os mais incautos que ainda não escutaram estas onze canções, que Listen não contém riffs de guitarra vigorosos ou aquele punk dançante que costuma escutar-se nesta banda, mas é um trabalho diversificado, acessível, com melodias orelhudas e que foi alvo de uma produção aberta e notoriamente inspirada e que alargou bastante o espetro sonoro dos The Kooks, sem trair a identidade de um projeto que não falseia o desejo de se manter no seio das grandes bandas que atualmente mantêm vivo o indie rock alternativo britânico.

Basta escutar. logo na abertura, o coro gospel sintetizado de Around Town, a bateria marcante e a guitarra psicadélica, para tomarmos contacto com a ampla expressão de géneros e estilos que, numa bitola mais pop, os The Kooks pretendem abraçar, com uma louvável veia experimental. A seguir, o funk branco de Forgive & Forget leva-nos às pistas de dança dos anos oitenta, uma canção sobre uma discussão entre um casal dentro de um bar de londres e que poderia muito bem ter sido causada por uma cena de ciúmes provocada pelos olhares de desejo que um dos dois suscitou na plateia, enquanto abanva a anca ao som desta empolgante canção. Os teclados em cascata de Westside, o piano de See Me Now, os ruídos urbanos que introduzem It Was London, outra canção assente numa bateria claramente dançante e em guitarras a saber a funk, são outros momentos altos de um disco que vai surpreendendo à medida que escorre pelos nossos ouvidos e nos convida a abanar a anca, muitas vezes sem percebermos muito bem como ou porquê.

Para o final, a acústica e ensolarada Dreams, embelezada por arranjos que incluem ruídos do oceano e teclados que parecem de outro mundo, as palmas e o clima algo latino a pedir uma Tequilla (de) Sunrise e o momento pop por excelência do disco personificado na grandiosa Are We Electric, encerram um disco onde os The Kooks expandiram a sua paleta sonora, diversificaram o clima e abriram os olhos para um novo mundo que parece diverti-los imenso e onde, pelos vistos, se sentem igualmente confortáveis. Será um pouco injusto se este Listen não figurar em algumas listas dos melhores álbuns do ano. Espero que aprecies a sugestão...

The Kooks - Listen

01. Around Town

02. Forgive And Forget
03. Westside
04. See Me Now
05. It Was London
06. Bad Habit
07. Down
08. Dreams
09. Are We Electric
10. Sunrise
11. Sweet Emotion

 

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publicado por stipe07 às 21:48






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