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Sinkane - Mean Love

Segunda-feira, 08.09.14

Quase dois anos após o magnífico Mars, Sinkane está de regresso aos discos com Mean Love, o seu novo registo a solo, novamente com a chancela da insuspeita DFA Records de James Murphy. Extraordinário músico e compositor, oriundo de uma família de professores universitários e músicos do Sudão, Sinkane desembarcou nos Estados Unidos da América em 1989 como refugiado político e cresceu no Ohio a ouvir punkreggae, música eletronica e sons típicos da sua terra natal. Entretanto mudou-se para Brooklyn, em Nova Iorque, onde, antes de iniciar a carreira a solo, tocou com nomes tão importantes do universo indie como os Of Montreal, Yeasayer, ou Caribou e, nesta última década, tem-se debruçado a fundo sobre aquilo que vai escutando e acontecendo musicalmente ao redor, num bairro musicalmente tão efervescente como é Brooklyn, tendo já abordado espetros sonoros tão divergentes como o post rock ou a música de cariz mais erudito, mas nunca renegando as suas raízes africanas, sendo esse, muitas vezes, o elo de ligação privilegiado entre os diferentes géneros que remexe e onde se posiciona.


Se a sonoridade de Mars apontava, acima de tudo, para a sua origem nos povos sudaneses e as suas raízes músicais africanas, em Mean Love Sinkane olha com outra profundidade para aquilo que mais o seduz na música norte-americana e em especial na soul. Com a permanente parceria com os nomes de peso acima citados e, mais recentemente, tendo sido incumbido da direção musical de Atomic Bomb, de Willian Onyeabor, Sinkane acabou por se especializar num espetro sonoro que diz muito ao país que o acolheu. Desse modo, Mean Love é uma bela homenagem à soul que o adotou, mas onde não falta o R&B ou a bossa nova, por exemplo, para enriquecer ainda mais um quadro sonoro magnífico, feito de dez canções que merecem a nossa mais completa devoção. Sejamos, ou não, verdadeiros apreciadores deste universo musical, devemos olhar para Mean Love como uma jóia rara, já que seste disco é um paraíso soul em todos os sentidos e isso deve-se à sua sonoridade universal, dançante e, ao mesmo tempo, íntima e suave.

Ouve-se Mean Love com alguma descontração e somos atravessados por uma certa homogeneidade sonora, como se o alinhamento fosse um todo constituido pela soma de várias partes que pouco diferem entre si. No entanto, da pop luminosa e assente num jogo entre o orgânico, audível na percurssão das palmas e o sintético fornecido pelo efeito do teclado sintetizado em How We Be, ao afrobeat de New Name, passando pelo funk de Yacha, o meu tema preferido do disco, a pop melancólica de Hold Tight e de Son, a bossa nova que sustenta Moonstruck, o reggae que alimenta Young Trouble, o jazz e o blues de Mean Love, o tema homónimo, ou a implícita toada folk de Galley Boys, que se torna mais festiva devido ao efeito de sopros em Omdurman, Mean Love é uma verdadeira passerelle de uma diversidade incrivel de traços e tiques, uma mistura de sonoridades do passado com as ilimitadas possibilidades técnicas que o desenvolvimento tecnológico proporciona e disponibiliza aos produtores e compositores.

Como sempre, Gallab toca quase todos os instrumentos e não se fez rogado no uso de efeitos, quer nas batidas, quer nas guitarras, conseguindo soar, em simultâneo e de forma inteligente, sofisticado e descontraído, havendo no ambiente criado pelas canções um certo humor e boa disposição, numa atmosfera típica de um afável e acolhedor dia de verão.

Em Mean Love, Sinkane deitou-se numa nuvem feita com a melhor pop atual e operou mais um milagre sonoro; Tornou-se expansivo e luminoso, encheu essa nuvem com uma sonoridade eminentemente introspetiva, mas que não deixa de ser alegre, floral e perfumada e fê-lo sem grandes excessos e com um belíssimo acabamento açucarado, duas das permissas que justificam coerência e acerto na estratégia musical escolhida. Mean Love é um belíssimo disco, com um conteúdo grandioso e um desempenho formidável ao nível instrumental e da voz, um tratado musical leve, cuidado e que encanta, não sendo difícil ficarmos rendidos ao seu conteúdo. Espero que aprecies a sugestão... 

01. How We Be
02. New Name
03. Yacha
04. Young Trouble
05. Moonstruck
06. Mean Love
07. Hold Tight
08. Galley Boys
09. Son
10. Omdurman

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publicado por stipe07 às 22:25

Yes I'm Leaving - One

Segunda-feira, 08.09.14

Yes I'm Leaving - Slow Release

Billy, Boyer e Cook são os Yes I'm Leaving, um trio australiano oriundo de Sidney e que se prepara para conquistar um lugar ao sol no universo sonoro indie com Slow Release, um disco que irá chegar aos escaparates já a vinte e nove de setembro por intermédio da Homeless.

One é um dos avanços já conhecidos de Slow Release e, pela amostra, estes Yes I'm Leaving parecem exímios a remexer no rock alternativo dos anos noventa, principalmente no grunge e no rock de garagem e, com essa base sonora na bagagem, criar um som de marca e marcante que, algures entre Pavement e Smashing Pumpkins, numa espécie de encontro improvável entre Corgan e Malkmus, faz deste trio já um nome a ter em conta no último terço deste ano. No Bandcamp da banda podes escutar outros temas dos Yes I'm Leaving. Confere...

 

 

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publicado por stipe07 às 21:24






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