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The Young – Chrome Cactus

Quarta-feira, 03.09.14

Lançado por intermédio da influente Matador Records no passado dia vinte e seis de agosto, Chrome Cactus é o novo trabalho dos The Young, uma banda norte americana, oriunda de Austin, no Texas profundo, formada pelo baterista Ryan Maloney, o baixista Lucas Wedon e pelos guitarristas Hans Zimmerman e Kyle Edwards. Chrome Cactus sucede a Dub Egg, o disco de estreia da banda, editado em maio de 2012.

Produzido por Tim Green (Nation of Ulysses, The Fucking Champs, Thee Evolution Revolution) e gravado nos estúdios Louder, localizados nos cumes da Sierra Nevada, em Grass Valley, na Califórnia, Chrome Cactus são pouco mais de trinta e oito minutos de um indie rock cheio de guitarras estridentes, um verdadeiro deleite para quem aprecia o revivalismo do rock progressivo e psicadélico, com uma forte componente experimental, que começou a fazer escola nas décadas de sessenta e de setenta.

Considerados já como uma das mais inovadoras bandas da Matador, pela forma como conjugam a tradicional tríade baixo, guitarra e bateria com a tecnologia e a eletrónica que hoje prolifera na música e que permite às bandas alargar o seu cardápio instrumental, os The Young presenteiam-nos com dez canções feitas de country, garage rock, blues e psicadelia. Neste segundo disco do grupo eles provam que sabem como dar vida a um som espacial, experimental, psicadélico, barulhento e melódico e permitem-nos aceder a uma outra dimensão musical com uma assumida pompa sinfónica e inconfundível. Chrome Cactus é um verdadeiro reafirmar de uma identidade sonora que apesar de, a espaços soar algo sombria e até sinistra, até pelo conteúdo lírico de algumas canções, consegue também ressoar uma pujança melódica a espaços assombrosa e capaz de encher de coragem e vigor os espíritos mais retraídos e pessimistas, algo que a voz segura e vibrante de Zimmerman amplia de forma notável.

O meu grande destaque deste disco é a elevadíssima dose de psicadelia em que assenta Metal Flake, o tema de abertura de Chrome Cactus, mas outros exemplos que merecem amplo destaque e audições repetidas são o blues de Mercy e a batida ácida e as guitarras de Apaches Throat, um tema cantado com uma voz em eco entrelaçada com uma guitarra plena de distorção, dois detalhes que conferem à canção um enigmático e sedutor cariz vintage. Já Ramona Cruz impressiona por inaugurar a sequência mais ruidosa do disco, uma canção que tem traços de post punk e blues, algo que Dressed In Black amplia, uma canção onde essa fúria se mantém, mas que agora abraça o noise rock, o rock alternativo e a psicadelia etérea que tomam também conta de Slow Death devido ao riff de guitarra esplendoroso que nela se escuta.

Em Chrome Cactus somos convidados a cerrar os punhos antes de sermos transportados para uma outra galáxia, que terá muito de etéreo, mas também uma imensa aúrea cinzenta, crua e visceral. Na verdade, ao escutarmos este trabalho verdadeiramente rugoso, mas também com algo de encantador e intemporal, mergulhamos num universo sonoro recheado de novas experimentações e renovações, ao mesmo tempo que percebemos que os The Young dominam a receita mais fiável que se pode encontrar no universo indie rock atual de cariz mais experimental e progressivo para, apostando numa sonoridade algo vintage e até bastante explorada nos dias de hoje, soarem tão poderosos, joviais e inventivos como soavam os percurssores deste género sonoro há três ou quatro décadas. Espero que aprecies a sugestão...

The Young - Chrome Cactus

01. Metal Flake
02. Cry Of Tin
03. Chrome Jamb
04. Moondog First Quarter
05. Apaches Throat
06. Mercy
07. Ramona Cruz
08. Dressed In Black
09. Slow Death
10. Blow The Scum Away

 

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publicado por stipe07 às 21:24

Dead Stars - Slumber

Quarta-feira, 03.09.14

Oriundos de Brooklyn, em Nova Iorque, os norte americanos Dead Stars são mais uma das minhas apostas para uma das bandas do ano, no que respeita ao fuzz rock, feito com guitarras cheias de distorção e ligadas à eletricidade, mas que não negligenciam uma forte componente melódica. Nostálgico e carregado de algumas das melhores caraterísticas do indie rock alternativo dos anos noventa, Slumber é o novo disco deste trio formado por Jeff, John e Jaye, um trabalho que viu a luz do dia por intermédio da Old Flame Records.

Com os ouvidos colados no passado, mas implacáveis na forma como soam atuais e revigorantes, os Dead Stars cantam sobre a dor, a saudade e os problemas típicos da juventude, com as vocalizações de Jeff, quase sempre melódicas e harmoniosas, a serem, frequentemente, o contraponto com a componente instrumental de cariz mais aspero e lo fi; Jeff mistura bem a sua voz com as letras e os arranjos das melodias e a guitarra que tem junto a si, o que faz com que o próprio som da banda ganhe em harmonia e delicadeza, apesar de, felizmente, o red line das guitarras ser uma componente essencial do cardápio sonoro dos Dead Stars.

Na verdade, ao cruzar as guitarras sujas às melodias de vozes, este trio replica fórmulas assertivas criadas e testadas ao longo de várias décadas e estabelecem, desse modo, um trabalho recheado pelo contraste, algo bem audível em Someone Else ou Older, por exemplo, dois temas com idêntica receita, a primeira mais elétrica e a segunda predominantemente acústica, mas que não deixam de ter profundos pontos de interseção, uma constância concetual que se repete mesmo quando tentam, a todo o custo, parecer grandes, quando não receiam abraçar uma toada mais shoegaze e pop em Dreaming To Forget ou Underwater, duas canções que deixam de lado os tais limites do rock caseiro e convertem-se em momentos de pura exaltação, em busca de um lugar no meio de outros gigantes da cena alternativa.

Slumber traz-nos à memória aquela fita magnética mais bem cuidada e onde guardámos os nossos clássicos preferidos que alimentaram os primordios do rock alternativo. Está aqui toda a nostalgia dessa época, canções que sabem a Teenage Fanclub, guitarras que fazem de Dinosaur Jr., Nirvana, Smashing Pumpkins (Walking Away), Foo Fighters (Crawl) e Pavement, sons que fluem livres de compromissos com uma estética própria, apenas com  o louvável intuíto de nos fazerem regressar ao passado e entregar-nos o que queremos ouvir: canções caseiras e perfumadas pelo passado, a navegarem numa espécie de meio termos entre o rock clássico, o shoegaze e a psicadelia.

No fundo, os Dead Stars acabam por ser a visão atual do que realmente foi o rock alternativo, as guitarras barulhentas e os sons melancólicos do início dos anos noventa, assim como todo o clima sentimental dessa época e as letras consistentes, que confortavam e destruiam o coração num mesmo verso. E o grande brilho deste disco é, ao ouvi-lo, ter-se a perceção das bandas que foram usadas como inspiração, não como plágio, mas em forma de homenagem. Uma homenagem tão bem feita que apreciá-la é tão gratificante como ouvir uma inovação musical da semana passada. Espero que aprecies a sugestão... 

Dead Stars - Slumber

01. Someone Else
02. Summer Bummer
03. Walking Away
04. Crawl
05. Daylight
06. Older
07. Never Knew You
08. Disappearing
09. Dreaming To Forget
10. Underwater
11. Wasted
12. Heal Over Time

 

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publicado por stipe07 às 18:14

Foxygen – Cosmic Vibrations

Quarta-feira, 03.09.14

Sam France e Jonathan Rado são a dupla por trás dos Foxygen, um projeto californiano, natural de Weslake Village, nos arredores de Los Angeles, apaixonado pela sonoridade pop e psicadélica dos anos sessenta e setenta, dois períodos localizados no tempo e que semearam grandes ideias e nos deram canções inesquecíveis, lançaram carreiras e ainda hoje são matéria prima de reflexão.

Depois de na primeira metade de 2013 terem atingido o estrelato com We Are The 21st Century Ambassadors of Peace & Magic, um disco produzido por Richard Swift e lançado pelo selo Jagjaguwar, o regresso está próximo com …And Star Power, um álbum que será editado a catorze de outubro pelo mesmo selo.

Cosmic Vibrations é um dos avanços já divulgados desse álbum e, pela amostra, persiste a sonoridade psicadélica sessentista vintage, fruto de um psicadelismo que, geração após geração, conquista e seduz, através de uma pop caleidoscópia que exala um intenso sentido de liberdade e prazer juvenil. Confere...

 

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publicado por stipe07 às 16:17






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