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My Autumn Empire – The Visitation

Terça-feira, 12.08.14

Natural do condado de Staffordshire, na Inglaterra, Benjamin Thomas Holton é a mente brilhante por trás do projeto My Autumn EmpireThe Visitation, um disco lançado no passado mês de abril, o seu mais recente trabalho, uma obra conceptual, inspirada em imagens televisivas, na complexidade das relações humanas e no imenso espaço sideral, tantas vezes o maior ponto de encontro de imensos dos nossos sonhos.

Cheio de harmonias vocais verdadeiramente sumptuosas, The Visitation é um belíssimo tratado de indie folk, um disco que transborda uma imensa sinceridade e onde Benjamim certamente compôs e criou aquilo que realmente quis. Pelo conteúdo lírico deste álbum percebe-se que My Autumn Empire deseja ardentemente espicaçar a mente de quem vive  permanentemente inquieto pela forma como tratamos este mundo, em dez letras que transbordam modernidade e uma sensação de quotidiano e normalidade, como se qualquer um de nós pudesse vestir a sua pele e viceversa, quando exalta o direito à individualidade de cada um, num mundo atual tão mecanizado e rotineiro.

Com um pé na folk e outro na pop e com a mente também a convergir para um certo experimentalismo, típico de quem não acredita em qualquer regra na busca pela perfeição, Benjamim entregou-se então à introspeção e refletiu sobre o mundo moderno, não poupando na materialização dos melhores atributos que guarda na sua bagagem sonora. Com momentos que apelam à folk pop melancólica mais negra e introspetiva, com ritmos e batidas feitos com detalhes da eletrónica e que mesmo acompanhados por uma variada secção de metais, não colocam em causa uma faceta algo acústica, que parece orientar o processo base da composição melódica do projeto, à medida que o disco escorre pelos nosso ouvidos, acabamos por conferir, acima de tudo, um misto de cordas impregnadas com uma altruísta beleza utópica, que se entrelaçam com algumas distorções e arranjos mais sintetizados. Assim, o que não falta mesmo neste álbum, são belas orquestrações que vivem e respiram lado a lado com relatos de um mundo tão perfeito como os nossos melhores sonhos, dez canções que parecem emergir de um sono profundo e que ao ganharem vida se convertem num portento de sensibilidade e optimismo, a transbordar de amor, o mesmo amor sincero e às vezes sofrido, com que todos nós contatamos pelo menos uma vez na vida.

Das guitarras que escorrem ao longo de todo o trabalho, passando pelos arranjos de cordas, pianos, efeitos e vozes, em The Visitation tudo se movimenta de forma sempre estratégica e sumptuosa, como se cada mínima fração do disco tivesse um motivo para se posicionar dessa forma. A constante sobreposição de texturas, sopros e composições contemplativas, criaram uma paisagem imensa e ilimitada de possibilidades, um refúgio bucólico dentro da amálgama sonora que sustenta a música atual e que tem também como trunfo maior uma escrita maravilhosa. Quando o disco chega ao fim ficamos com a sensação que acabou-nos de passar pelos ouvidos algo muito bonito, denso e profundo e que, por tudo isso, deixou marcas muito positivas e sintomas claros de deslumbramento perante a obra. Espero que aprecies a sugestão...  

My Autumn Empire - The Visitation

01. When You Crash Landed
02. Blue Coat
03. Where Has Everybody Gone
04. Summer Sound
05. Afternoon Transmission
06. It’s Around
07. Andrew
08. The People I Love
09. The Visitation
10. All In My Head

 

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publicado por stipe07 às 22:26

Ty Segall – Susie Thumb

Terça-feira, 12.08.14

Ty Segall

Ty Segall é o maior! Oriundo de São Francisco, na Califórnia, este norte americano é uma máquina de fazer discos. Não apenas trabalhos aleatórios, composições frias ou registos descartáveis, mas lançamentos de peso dentro da cena independente norte-americana. Dono de uma infinidade de projetos paralelos, cada um deles com vários álbuns lançados, é quando assume as guitarras na carreira a solo que este californiano alcança o melhor desempenho.

O novo álbum do músico chama-se Manipulator e vê a luz do dia já a vinte e oito deste mês, por intermédio da Drag City. O alinhamento do disco contém, imagine-se, dezassete canções e Susie Thumb é uma delas, o primeiro tema divulgado da rodela, um momento de pura exaltação indie, assente numa sonoridade ensolarada, com reminiscências algures na década de sessenta e no rock de garagem dos anos setenta, uma canção que surpreende pelas guitarras sujas e por uma melodia verdadeiramente aditiva. Confere...

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publicado por stipe07 às 19:44

Culture Experience 2014 - Entrevista You Can't Win, Charlie Brown

Terça-feira, 12.08.14

Como tenho revelado por cá, o Fusing Culture Experience é um evento cultural conhecido por juntar Música, Arte, Desporto e Gastronomia e que decorre na Figueira da Foz, com a edição deste ano a acontecer já nos dias 14, 15 e 16 de Agosto. Com um cartaz que, no campo musical, abarca alguns nomes da música nacional absolutamente obrigatórios, resolvi entrevistar algumas das bandas e projetos presentes, para aferir das suas expetativas para esta iniciativa e se há, eventualmente, alguma surpresa preparada.

Depois de ter entrevistado o David Santos, aka Noiserv, agora chegou a vez de partilhar convosco a conversa que mantive com Luis Costa, dos You Can't Win, Charlie Brown, a quem desde já agradeço, publicamente, a atenção e o carinho dispensados, assim como à Raquel Laíns, da Let's Start A Fire, por ter intermediado a minha solicitação... No final da entrevista poderás deliciar-te com a audição de Diffraction/Refraction, o fantástico último álbum da carreira dos You Can't Win, Charlie Brown.


Depois do sucesso alcançado em 2011 com Chromatic, o disco de estreia e a recriação ao vivo dos Velvet Underground, no final de 2012, os You Can’t Win, Charlie Brown regressaram há poucos meses aos lançamentos com Diffraction / Refraction. Como tem sido a aceitação deste trabalho pelo grande público?

Foi óptima, quer da parte dos media quer da parte do público. Tem havido um crescimento progressivo no interesse pela banda e isso deixa-nos muito contentes. Ainda há pouco tempo no NOS Alive tivemos direito aos primeiros cartazes feitos por fãs, e inclusive assinámos uma t-shirt feita em casa por uma fã.

 

A banda prepara-se para participar na próxima edição do  Fusing Culture Experience, um evento cultural conhecido por juntar Música, Arte, Desporto e Gastronomia, que decorre na Figueira da Foz nos dias 14, 15 e 16 de Agosto. Quais são as vossas expetativas para este concerto num evento que agrega alguns dos nomes fundamentais do universo musical indie nacional do momento?

Acho que acima de tudo a principal expectativa é de encontrar um bom ambiente , e isso é meio-caminho andado para ser um bom concerto. Da nossa experiência até agora, normalmente nestes festivais fora dos grandes centros urbanos é onde somos mais bem tratados, há um ambiente diferente e mais acolhedor comparativamente aos grandes festivais.

 

Confesso que o que mais me agradou na audição do álbum foi uma certa bipolaridade entre a riqueza dos arranjos e a subtileza com que eles surgiam nas músicas, muito de forma quase impercetível, conferindo à sonoridade geral de Diffraction / Refraction uma sensação, quanto a mim, enganadoramente, minimal. O ambiente sonoro que recriaram de forma exemplar em estúdio mantém-se nas versões ao vivo dos temas do vosso último álbum, ou vocês gostam de adicionar novos elementos ou transformar os temas, até de acordo com o ambiente onde vão tocar? Uma mesma canção tem diferentes arranjos ao vivo se for tocada numa pequena sala ou no palco do Fusing Culture Experience para milhares de fãs?

As versões ao vivo variam forçosamente em relação às de estúdio, pelo simples facto de que não conseguimos tocar todas as camadas que temos em álbum. Isso sempre foi uma premissa da nossa banda e acaba por tornar o processo de ensaiar para os concertos muito mais interessante, porque as músicas ganham uma dimensão diferente. Ainda assim, não mudamos os arranjos para cada concerto, não somos assim tão loucos! O que fazemos é simplesmente escolher as músicas que se adaptam melhor ao espaço onde vamos tocar.

 

Já há canções novas que poderão ser ouvidas no concerto?

Por acaso começámos esta semana a dar os primeiros passos de composição para o próximo álbum, mas ainda temos um caminho muito longo pela frente até ter algo de concreto.

 

Qual vos parece ser a importância para a música portuguesa este tipo de eventos como o Fusing Culture Experience?

É importante para descentralizar a cultura, que continua muito limitada às grandes cidades, e é também importante para as bandas nacionais terem eventos desta dimensão para tocar; os grandes festivais de verão estão normalmente restritos a nomes já consagrados e fazem falta alternativas para bandas de média dimensão tocarem.

 

Há algum elemento da banda que se arriscaria a participar noutras vertentes do evento, nomeadamente na gastronómica?

Só se for para comer.

 

Quais são os planos futuros dos You Can’t Win, Charlie Brown? Há algum regresso já programado ao estúdio, ou a banda vai continuar a dar concertos nos próximos tempos? E, já agora, depois do Fusing Culture Experience, onde podemos encontrar-vos ao vivo?

Estamos neste preciso momento a começar a trabalhar em ideias novas para um futuro álbum, mas ainda é muito cedo para fazermos planos concretos. Em paralelo queremos continuar a tocar e a mostrar o Diffraction / Refraction ao vivo, a próxima data será a 29 de Agosto no ZigurFest, em Lamego.

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publicado por stipe07 às 19:37






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