man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Coves – Soft Friday
Formados pela dupla Beck Wood, a vocalista e John Ridgard, o guitarrista, os britânicos Coves são uma das novas sensações do cenário indie de terras de Sua Majestade, devido a Soft Friday, o disco de estreia, editado no passado dia trinta e um de março por intermédio da Nettwerk Music Group.
No início dos ano noventa a expansão do rock alternativo e o surgimento do grunge levaram o fenómeno cultural musical a um novo patamar de desenvolvimento e os Coves parecem apostados em tentar uma simbiose sonora que tenha uma forte componente nostálgica e que agregue ruídos, tiques e melodias de várias décadas. Da música pop dos anos sessenta e oitenta e do rock lo fi da década de noventa, passando pelo experimentalismo pop da primeira década do novo século, tudo funciona como um grande pano de fundo do trabalho dos Coves.
Soft Friday está impecavelmente produzido e envolto numa aúrea de mistério muito sedutora, através da feliz mistura entre guitarras e sintetizadores, que têm na componente melódica, eminentemente romântica e introspetiva, uma correspondência clara com letras sombrias e pouco otimistas, com a própria voz de Beck a acentuar todo este cenário algo sofrido.
A dupla personalidade também é característica do projeto, inscrita num estado sentimental indeciso, ora leve, ora devastado e bastante evidente, nomeadamente quando misturam o som sessentista com a dream pop da atualidade e o som progressivo algo que, por exemplo, Beatings claramente demonstra ao congregar inicialmente uma vasta riqueza instrumental com a produção retro e alguns arranjos tipicamente folk e depois, na reta final, ao deixar a distorção das guitarras tomar conta da canção.
O reforço desta abordagem heterogénea também se sente em Wake Up, canção assente numa eletrónica de cariz eminentemente rock, muitas vezes misturada com detalhes caraterísticos da pop, ou seja, feita com sons sintetizados, ressuscitados muitas vezes nos anos oitenta ou no trip-hop da década seguinte, misturados com guitarras com um apreciável nível de distorção e batidas e elementos da percussão que dão um certo travo obscuro ao clima geral.
O ponto alto do álbum chega com Cast A Shadow, uma bela melodia, com arranjos que dão à canção uma densidade particularmente rica e detalhada e, no fim, ficamos com a sensação que escutámos uma banda que tem uma capacidade impar para nos afundar num colchão de sons que satirizam a eletrónica retro e, simultaneamente, mostrar-nos algumas pistas em relação ao futuro próximo de parte da eletrónica. Espero que aprecies a sugestão...
01. Fall Out Of Love
02. Honeybee
03. Beatings
04. Last Desire
05. Let The Sun Go
06. No Ladder
07. Cast A Shadow
08. Fool For You
09. Bad Kick To The Heart
10. Wake Up