man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Wye Oak - Shriek
Já viu a luz do dia o novo disco da dupla de Baltimore Wye Oak formada por Jenn Wasner e Andy Stack. O quarto disco da carreira destes norte-americanos já algo veteranos no universo da folk e do indie rock chama-se Shriek, sucede a Civilian (2011) e foi editado no dia vinte e oito de Abril, por intermédio da Merge Records e da City Slang.
Numa dupla em que os dois maiores trunfos são a belíssima voz de Jenn e o magnífico trabalho instrumental de Andy, principalmente à frente das teclas, ficamos logo agarrados ao disco com Before, o tema de abertura, feito de uma melodia feita com um teclado que recuou no tempo uns trinta anos e ao qual vão sendo adicionados vários detalhes e elementos eletrónicos, incluindo o som da bateria. O tema homónimo segue a mesma toada e depois, ao sermos presenteados com a atmosfera simultaneamente íntima e vibrante do single The Tower, percebe-se o que Shriek tem que facilmente nos fascina, nada mais nada menos que uma coleção irrepreensível de sons inteligentes e solidamente construídos, que nos emergem em ambientes carregados de batidas e ritmos que, tomando como exemplo o potente baixo desta canção, poderão facilmente fazer-nos abanar a anca sem percebermos muito bem como e porquê.
E à medida que o disco avança e se percebe o alargado leque de influências que ditou o seu conteúdo, ficam claras as transições sonoras em que os Wye Oak apostam e nota-se a experimentação de diferentes estilos, onde também cabem ecos bem audíveis de post punk, synthpop e dance punk dos anos oitenta e a eletrónica sombria, bem exemplificados, por exemplo, em Glory.
Um teclado em espiral e melodicamente hipnótico, uma percussão minimal e alguns efeitos que nos transportam numa viagem rumo ao revivalismo dos anos oitenta, apimentado por um falsete afundado num colchão de sons eletrónicos e que satirizam essa eletrónica retro, feita com VHS, é outra nuance explícita do universo sonoro abarcado pelos Wye Oak em Shriek, nomeadamente em Sick Talk.
Shriek é um trabalho rico e arrojado, que aponta em diferentes direções sonoras e onde não há um único estilo que possa catalogar o cardápio sonoro apresentado, como é usual acontecer nos Wye Oak. O disco tem um fio condutor óbvio, assente em alguma da melhor synth pop contemporânea, mas uma das suas articularidades é conseguir, sem fugir muito desta bitola, engolabr diferentes aspetos e detalhes de outroas raízes musicais e tem até aquele charme típico do vagaroso e caliente ritmo latino, muito bem replicado quando os sintetizadores ao entrarem em ação compilam com música, história, cultura, saberes e tradições, num pacote sonoro cheio de groove e de paisagens sonoras que contam histórias que a voz de Jenn Wasner sabe, melhor do que ninguém, como encaixar. Espero que aprecies a sugestão...
01. Before
02. Shriek
03. The Tower
04. Glory
05. Sick Talk
06. Schools Of Eyes
07. Despicable Animal
08. Paradise
09. I Know The Law
10. Logic Of Color
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Coldplay - A Sky Full Of Stars
Os britânicos Coldplay de Chris Martin estão quase a regressar aos discos com Ghost Stories, o sexto álbum da carreira e, depois de Magic e Midnight, A Sky Full Of Stars é o mais recente avanço divulgado deste disco que será editado, via Parlophone, no próximo mês de maio.
Sonoramente, A Sky Full Of Stars destoa dos outros temas divulgados; Sendo um tema menos eletrónico, é o mais revivalista porque caminha em direção à atmosfera mais pop de Viva La Vida e Milo Xyloto, devido à primazia do piano e das cordas, mantendo, como é habitual, o cariz pop, épico e melancólico dos Coldplay. Confere...
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Sharon Van Etten - Every Time The Sun Comes Up
Sharon Van Etten anunciou há algum tempo o lançamento de Are We There, o seu novo e terceiro registo de originais, um disco produzido pela própria e por Stewart Lerman e que chegará às lojas a vinte e sete de maio por intermédio da Jagjaguwar.
Depois de já há quase dois meses ter sido divulgado Taking Chances, o primeiro single desse trabalho, agora chegou a vez de escutarmos Every Time The Sun Comes Up, a balada que encerra o disco e que, à semelhança de Taking Chances, demonstra que este novo trabalho de Sharon Van Etten estará cheio de letras que exploram as narrativas pessoais mais íntimas e dolorosas, decisões impossíveis, antecipação e resolução. Será, sem dúvida, uma colecção de canções de excepcional confidência e sublime generosidade que nos desafia a perdermo-nos nos confins da sua alma, nos seus desejos, memórias, perdas, medos e anseios. Confere...
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AUTOMAT - AUTOMAT
Uma pesquisa rápida pela internet mostra-nos que Automat foi um álbum de música eletrónica instrumental, cuja autoria e produção foi de dois músicos italianos, chamados Romano Musumarra e Claudio Gizzi. Esse disco foi gravado entre novembro e dezembro de 1977 e lançado no ano seguinte, pela EMI italiana e sob o selo da Harvest Records. Essa pesquisa mostra-nos também que os temas de Automat foram executados com o MCS70, um sintetizador analógico monofónico, desenhado, construído e programado pelo engenheiro italiano Mario Maggi e que Luciano Toroni foi o engenheiro de som do disco.
A análise ao álbum Automat que partilho com os leitores do meu blogue não se refere a este disco que, pelos vistos, foi um marco do cenário eletrónico que começava a florescer na década de setenta, mas antes de um trabalho editado no início de abril último, por um trio alemão com o mesmo nome. No entanto, aludi a esse disco feito na Itália há quase quarenta anos porque parece-me óbvio que Arbeit, Färber e Zeitblom, os Automat alemães, terão ouvido já esse disco e que o mesmo fará parte do cardápio sonoro que influenciou este trabalho.
Oriundos de Berlim, os Automat começaram este projeto em 2011 mas, só agora, três anos depois, chegou o disco de estreia, um homónimo lançado através da Bureau B e que conta com as colaborações especiais de Lydia Lunch, Genesis Breyer P-Orridge & Blixa Bargeld, nas vozes.
Começar a ouvir AUTOMAT é abraçar uma forte predisposição para encetar uma viagem única e de algum modo hipnótica por um universo sonoro que agrada profundamente a este trio e que é, certamente, dominado pela eletrónica. Ficamos, de certa forma, positivamente condenados a usufruir de um banquete com um cardápio eminentemente sintético, mas que não deixa de piscar o olho a alguns detalhes mais orgânicos.
Uma aparente ambivalência, mas que neste disco e neste trio soa como um todo complexo, mas coerente, fica logo patente em THF, o instrumental de abertura, quando um baixo encorpado e uma batida marcada e hipnótica se aliam a um conjunto de ritmos e sons que borbulham ao longo da canção e a pontuam, como se Berlim quisesse fugir da aparente rigidez maquinal que a batida pode suscitar, para procurar nos trópicos, um local caliente e soalheiro que a presença das congas ajuda a sobressair.
SXF já aponta numa outra direção, onde domina um teor ambiental denso e complexo, com um resultado atmosférico, mas que não deixa a canção cair numa perigosa letargia, já que há aqui sinais bem audíveis que apontam baterias também à punk dance. The Streets, Mount Tamalpais e AM Schlachtense mantêm esta embalagem feita com sintetizadores, num registo predominantemente grave e ligeiramente distorcido e que cria uma atmosfera sombria e visceral, mas agora com o aliciante das vozes engrandecerem o clima dos temas, que procura, a miúde, encostar-se um pouco ao reggae.
AUTOMAT é, em suma, a soma de várias partes, num disco com ecos bem audíveis de post punk, synthpop e dance punk dos anos oitenta. A produção é uma das mais valias já que, seja entre o processo dos primeiros arranjos, até à manipulação geral do álbum, tudo soa muito polido e nota-se a preocupação por cada mínimo detalhe, o que acaba por gerar num resultado muito homogéneo e que, de algum modo, ajuda a colocar de novo a dança de música da famosa escola alemã na linha da frente das referências fundamentais no género. Espero que aprecies a sugestão...
THF
SXF
THE STREETS (feat. Lydia Lunch)
MOUNT TAMALPAIS (feat. genesis breyer p-orridge)
TXF
AM SCHLACHTENSEE
GWW
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Metronomy - Love Letters
Editado no passado dia dez de março por intermédio da Because Music, Love Letters é o novo álbum dos britânicos Metronomy, um trabalho produzido por Joseph Mount, o líder do grupo e que sucede a The English Riviera, o terceiro disco desta banda, formada também por Oscar Cash, Gbenga Adelekan e Anna Prior e que, tendo sido editado em 2012, lançou definitivamente os Metronomy para a ribalta.
The English Riviera era uma colorida coleção de canções, que usavam a eletrónica como principal ferramenta na construção das mesmas, numa lógica sonora que tem feito escola desde a alvorada dos oitentas, mas com um elevado toque de modernidade. Disco carregado de temas com airplay fácil e que deram a volta ao mundo, levando os Metronomy a atingir um estrelato que talvez não tivesse sido imaginado na mente mais optimista de Mounth, The English Riviera tornou-se numa obra prima que, naturalmente, aumentou as responsabilidades dos Metronomy relativamente ao conteúdo do sucessor.
Em Love Letters os Metronomy resolveram infletir um pouco na fórmula bem sucedida do antecessor e optaram por propôr um alinhamento com um cariz sonoro mais introspetivo e orgânico, apesar de temas como o instrumental Boy Racers ou Reservoir terem ainda uma elevada componente sintética. Com menos sintetizadores e mais guitarras, Love Letters está cheio de excelentes momentos proporcionados pelas cordas acústicas e eletrificadas, que criam um ambiente menos dançante e mais psicadélico do que o proposto em The English Riviera.
Logo no tema de aberturta, em The Upsetter, somos claramente enredados no típico ambiente pop dominado pela viola acústica e, a partir daí, já não há como votlar atrás e não nos deixarmos seduzir pela atmosfera inundada de amor e paixão que o título do disco tão bem mostra e a capa cor de rosa, com uma imagem certamente influenciada pelo ambiente psicotrópico nascido do movimento flower power, tão bem reforça.
O single Love Letters, o tema homónimo do disco e já editado em formato single, acaba por ser a canção que melhor ilustra a demanda dos Metronomy por este ambiente de ressaca do que ficou para trás e de abertura a um novo universo musical e lírico, agora centrado nos relacionamentos amorosos e nos conflitos que tantas vezes provocam, além do sentimentos de deceção que invade cada um de nós quando o desfecho não é, tantas vezes, o mais esperado.
I’m Aquarius é outro single já editado de Love Letters, uma canção onde a banda esclarece os mais incautos que realmente não sente qualquer remorso por optar por novas atmosferas musicais em vez de seguir a fórmula bem sucedida do disco anterior (but I never paid attention to my charts. I can love it, I can leave it, cause I am aquarius, I’m not gonna say, I’m not gonna do). Este tema é essencial para perceber a identidade sonora do álbum já que, além dessa alusão à trajetória anterior dos Metronomy, também fala do final de uma relação que parecia certa e indestrutível, ou seja, é um tema que coloca e define o ideário global de Love Letters.
Outras canções que merecem audição atenta são Call Me ou The Most Immaculate Haircut, belas músicas, adornadas com leves detalhes psicadélicos e, por isso, bastante letárgicas, ou a ensolarada Month of Sundays o tema onde mais se destaca a belíssima voz da baterista Anna Prior. Até ao fim, a já referida The Reservoir surpreende pela divertida aúrea Lo-fi dançante, enquanto Joe canta e versa, mais uma vez, sobre o final de um relacionamento (You wish you never said that we drifted far, you wish we take a trip to the reservoir). Love Letters encerra com Never Wanted, uma canção bastante melódica e orgânica, nua e carregada de sentimento.
Love Letters não é certamente o disco com que sonharam todos os fãs que a banda angariou com The English Riviera e que desejavam uma repetição dessa fórmula bem sucedida. Neste trabalho optaram por produzir algo mais carregado de sentimento e melancolia, através de várias cartas de amor que, mais do que quererem impressionar-nos e arrebatar o nosso coração, pretendem desabafar connosco. Calmo e sereno, Love Letters é um belo tratado de indie pop que enriquece imenso o cardápio sonoro dos Metronomy. Espero que aprecies a sugestão...
01. The Upsetter
02. I’m Aquarius
03. Monstrous
04. Love Letters
05. Month Of Sundays
06. Boy Racers
07. Call Me
08. The Most Immaculate Haircut
09. Reservoir
10. Never Wanted
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Cloud Boat - Carmine
Naturais de Londres, os britânicos Cloud Boat são Sam e Tom, uma dupla de indie pop que se prepara para lançar Model Of You, no próximo verão, através da Apollo Records.
Carmine, o avanço divulgado de Model Of You, é uma canção assente numa voz grave, invasiva e visceral, a conferir um interessante colorido a um tema com uma toada eminentemente pop e com arranjos pensados para a criação de um ambiente épico e cheio de paisagens deslumbrantes.
Carmine está disponivel em tempo limitado na página oficial dos Cloud Boat. Confere...
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Band Of Skulls - Himalayan
No passado dia trinte e um de março chegou aos escaparates por intermédio da Electric Blues Records, Himalayan, o novo disco dos Band Of Skulls, uma banda britânica formada pelo trio Matthew Hayward, Russell Marsden e Emma Richardson, que vai já no seu terceiro álbum e que começa, finalmente, a conquistar uma rede mais vasta de seguidores. Himalayan foi produzido Nick Launay (Yeah Yeah Yeahs, Arcade Fire, Nick Cave and the Bad Seeds), sucede a Sweet Sour e, fazendo uma analogia com o nome, personifica uma escalada sonora e vertiginosa ao universo indie rock, cheio de aderenalina e com uma forte filosofia garageira, assente em linhas agressivas de guitarra e um baixo encorpado, detalhes bem audíveis ao longo de todo o disco e com particular ênfase no tema homónimo.
Os Band Of Skulls são um banda com imenso potencial criativo e neles não há segredos de monta nem grandes concessões a outro universo alternativo que não seja aquele que é sustentado por riffs de guitarra intensos que vão beber à herança da fonte do blues da década de setenta que, à época, os Black Sabbath eram um dos expoentes.
Disponível ainda para audição, Himalayan tem um início arrebatador, com Asleep At The Wheel, o single homónimo e Hoochie Coochie a oferecerem-nos pouco mais de dez minutos com a tal adrenalina auditiva.Esta agitação imensa, mas louvável, acalma com a balada Cold Sweat e o instante pop Nightmares, duas canções que comprovam a capacidade dos Band Of Skulls em abarcar outros espetros sonoros.
Esta vontade de abraçar e conjugar diferentes sub géneros do rock também é percetível, mais adiante, no rock com pitadas de blues de I Guess I Know You Fairly Well, um tema cuja introdução e solo parecem ser claramente influenciados pela lenda Jimi Hendrix e, pouco depois, I Feel Like Men, Nine Dead And One Dying tem esse mesmo blues, mas também alguns detalhes típicos do surf rock dos anos sessenta.
Toreador e Heaven's Key são duas canções interessantes por estarem aparentemente descomprometidas da ligação a uma influência em particular e, a encerrar o disco, Get Yourself Together deixa marcas pelo brilhante momento acústico que é.
Com momentos ruidosos, melancólicos, épicos e outros mais psicadélicos, mas, quase todos, consideravelmente melódicos, Himalayan é um disco que deve ser valorizado pela originalidade e por servir para provar, definitivamente uma identidade firme e coesa de uma banda que merece outra projeção. Espero que aprecies a sugestão...
Asleep At The Wheel
Himalayan
Hoochie Coochie
Cold Sweat
Nightmares
Brothers And Sisters
I Guess I Know You Fairly Well
You Are All That I Am Not
I Feel Like Ten Men, Nine Dead And One Dying
Toreador
Heaven’s Key
Get Yourself Together
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R.E.M. – Unplugged: The Complete 1991 And 2001 Sessions
Em setembro de 2011, num dia que recordo perfeitamente, os R.E.M. colocavam um comunicado no seu site em que diziam: As R.E.M., and as lifelong friends and co-conspirators, we have decided to call it a day as a band. We walk away with a great sense of gratitude, of finality, and of astonishment at all we have accomplished. To anyone who ever felt touched by our music, our deepest thanks for listening. Nesse dia terminava a carreira de uma das bandas mais importantes do rock alternativo das últimas três décadas, um nome fundamental e imprescindível para percebermos as principais caraterísticas que regem o indie rock da atualidade, uma banda marcante para a minha geração e que tantas vezes não teve o merecido reconhecimento.
Dois anos e meio depois do fim da carreira, os R.E.M. ainda têm surpresas para revelar; No passado dia dezanove de abril, no último Record Store Day, foi editado R.E.M. Unplugged 1991 2001 – The Complete Sessions, uma caixa com quatro discos de vinyl e que contém todas as músicas gravadas para as performances do grupo nos MTV Unplugged que a banda tocou em 1991 e 2001, incluindo onze temas que não foram para o ar. Já agora, os R.E.M. são, até hoje, a única banda a gravar dois MTV Unplugged.
No alinhamento desta caixa, que terá edição no formato CD em maio, é possível encontrar os principais sucessos de toda a carreira do grupo, com músicas do álbum Murmur, de 1983, até ao álbum Reveal, de 2001, além de várias covers, com destaque para Love Is All Around, um original dos Troggs.
No Record Store Day, o baixista Mike Mills esteve a autografar exemplares desta caixa no Bull Moose, uma loja de discos em Scarborough, no Maine. Espero que aprecies a sugestão...
01. Half A World Away
02. Disturbance At The Heron House
03. Radio Song
04. Low
05. Perfect Circle
06. Fall On Me
07. Belong
08. Love Is All Around
09. It’s The End Of The World As We Know It (And I Feel Fine)
10. Losing My Religion
11. Pop Song 89
12. Endgame
13. Fretless
14. Swan Swan H
15. Rotary 11
16. Get Up
17. World Leader Pretend
18. All The Way To Reno (You’re Gonna Be A Star)
19. Electrolite
20. At My Most Beautiful
21. Daysleeper
22. So. Central Rain (I’m Sorry)
23. Losing My Relion
24. Country Feedback
25. Cuyahoga
26. Imitation Of Life
27. Find The River
28. The One I LOve
29. Disappear
30. Beat A Drum
31. I’ve Been High
32. I’ll Take The Rain
33. Sad Professor
Get More: R.E.M., I've Been High (Unplugged), Music, More Music Videos
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Bruno Pernadas - How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge?
Com ampla formação musical (Escola do Hot-Club de Portugal e Escola Superior de Música de Lisboa), Bruno Pernadas é um músico versátil. Autor, arranjador e guitarrista nos projetos Julie & the Carjackers, When We Left Paris e Suzie´s Velvet, guitarrista no Real Combo Lisbonense e improvisador rodado, Bruno tem também composto e tocado em vários projectos de artes performativas. How Can We Be Joyful In a World Full of Knowledge? é o seu disco de estreia a solo. Composto e produzido pelo próprio, conta com a participação de vários músicos, entre os quais João Correia (Julie & the Carjackers, Tape Junk), Afonso Cabral (You Can’t Win, Charlie Brown), Francisca Cortesão (Minta & the Brook Trout, They’re Heading West) e Margarida Campelo (Julie & the Carjackers, Real Combo Lisbonense).
O sitio da Pataca Discos esclarece os mais incautos que How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge? é Folk, Jazz, Space Age-Pop, Exótica, Afro-beat, Rock Psicadélico, Electrónica e Ambient e, realmente, em How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge? o público contacta com uma variedade imensa de instrumentos de cordas, metais e sopro, além da percurssão. Dos violinos às guitarra e ao violoncelo, passando pelo trombone, trompete e flauta, Bruno Pernadas presenteia-nos com um amplo panorama de descobertas sonoras que faz com que o álbum seja uma espécie de exercício criativo nostálgico, mas sem descurar o efeito da novidade.
É impressionante a quantidade de detalhes que Bruno coloca a cirandar quase livremente por trás de cada uma das canções que transbordam do disco e ainda mais diversificado é o conjunto de ritmos, sons e incontáveis referências que borbulham enquanto se desenvolve o álbum. Sejam a pop agradável e nada descartável de Première, as pequenas transições pelo jazz e pela bossa nova em Huzoor, o samba e a blues em Ahhhhh, ou mesmo todo o clima caliente de Guitarras, tudo se ouve como se estivessemos a fazer um grande passeio por diferentes épocas, estilos e preferências musicais.
Assim que o disco começa somos rapidamente absorvido pelo mundo caleidoscópico de Pernadas, um universo cheio de cores e sons que nos causam tanto espanto como a interjeição que intitula o primeiro tema do alinhamento. Em Ahhhhh parece-me que Bruno procura mostrar como abre a sua boca para absorver todos os sons que o rodeiam e que, depois de serem devidamente processados no seu âmago, são novamente expelidos em música, como se a mesma fosse para si tão importante como o ar que respira e que Ahhhhh também pode claramente querer exemplificar. A canção leva-nos do típico ambiente folk nórdico, ao blues de Nashville feito com um subtil e enevoado acorde de uma guitarra elétrica que, adiante, inflete num arco írís de cordas e arranjos luminosos muito típicos da melhor tropicália de além mar, a sul do Equador.
A voz é um importante trunfo em How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowdlege?, quer devido ao registo vocal clássico, que se destaca amplamente não só no Ahhhhh do tema de abertura, mas, principalmente em Première, assim cono na enorme quantidade de samples que Bruno utiliza nas canções sendo, em algumas, o único registo vocal existente.
Após Guitarras, uma canção cujo nome define claramente o jogo instrumental e alegre desse instrumento, ao qual se junta uma espécie de solo de improvisação de xilofone, o ambiente criado em Pink Ponies Don't Fly on Jupiter e as batidas eletrónicas que se escutam, antecipam o que a melancólica dose dupla intitulada How Would It Be propôe-nos, no fundo uma segunda metade do disco em que domina um som essencialmente bucólico, épico e melancólico, que pode servir de banda sonora para um mundo paralelo cheio de seres fantásticos e criaturas sobrenaturais, que aterrarão um dia, algures em L.A., ao som do último tema do alinhamento.
Em suma, How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge? é uma coleção de excelentes canções, com uma toada ora tímida ora experimental, pontuadas por uma verdadeira mescla de influências que fazem deste trabalho um verdadeiro e feliz caldeirão sonoro. Se Bruno quis abarcar todo o conhecimento deste mundo no cosmos que é este seu How Can We Be Joyful In A World Full Of knowledge?, o que ele realmente conseguiu foi estabelecer um convívio saudável entre tudo o que é a música hoje como forma de arte, sem se especializar conscientemente em nenhum género e sem deixar que qualquer um deles se sobreponha verdadeiramente.
A música que se ouve aqui é uma harmoniosa chuva de conhecimento musical e espiritual de toda a espécie, de todos os tempos ou apenas de hoje e representa uma explosão de criatividade que nunca se descontrola nem perde o rumo, numa receita pouco clara e nada óbvia, mas com um resultado incrível e único.
Agradeço à Raquel Laíns e à Let's Start A Fire pelo envio do exemplar físico do disco que possibilitou a publicação deste crítica e espero que aprecies a sugestão...
01. Ahhhhh
02. Indian Interlude
03. Huzoor
04. Première
05. Guitarras
06. Pink Ponies Don’t Fly on Jupiter
07. How Would It Be 1
08. How Would it Be 2
09. L.A.
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Fuji Kureta - Zest for Life
Depois de See-Through, os turcos Fuji Kureta de Deniz Öztürk e do compositor Sahin Kureta, estão de regresso aos discos com Andrey, um trabalho que vai ver a luz do dia no próximo dia cinco de maio.
Os Fuji Kureta nasceram em 2008 em Istambul e são uma inovadora dupla de eletrónica, que impressiona pelas melodias suaves, mas bem vincadas e batidas incomuns, regadas com trip hop e jazz. Zest For Life, o primeiro avanço divulgado de Andrey, é uma música repleta de charme e sensualidade devido às melodias tocadas pelo teclado e à batida intermitente, que cria um ritmo hipnótico perfeito. Confere...