man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Posse – Soft Opening
Lançado no passado dia quatro deste mês, Soft Opening é o novo disco dos Posse, um grupo formado por Paul Wittmann-Todd, Sacha Maxim e Jon Salzman, que nasceu em 2010 quando Paul e Sacha se conheceram num bar lésbico de Seattle, tendo o baterista Jon juntado-se pouco depois à dupla. Soft Opening viu a luz do dia através da Beating A Dead Horse Records, sucede a um álbum de estreia homónimo, foi gravado integralmente no sotão de Sacha e foi misturado por José Diaz Rohena e masterizado por Mell Dettmer.
Se a simplicidade de processos e uma evidente quimica estiveram na génese da formação dos Posse, basta ouvir Soft Opening para perceber que esses conceitos também fazem parte da identidade sonora da banda. Não há grandes segredos neste disco e essa é uma das suas principais virtudes, já que todas as canções assentam em linhas de guitarra bastante melódicas, onde os arranjos dessas cordas são dissolvidos em doses atmosféricas, mas expressivas e muito assertivas e também numa percurssão pouco variada mas marcante e aditiva. Esta receita instrumental, onde cada elemento tem o seu próprio espaço e existe um protagonismo equilibrado entre cordas e secção ritmíca, é simples, mas extremamente eficaz e perfeita para a voz algo discreta mas muito encantadora de Paul que, juntamente com Sacha, foram o núcleo duro dos Posse.
Delay pedals and 27 years of disappointmen é uma frase chamariz que os Posse utilizam para descrever a música que fazem e, na verdade, Soft Opening é um delicioso compêndio para os verdadeiros apreciadores de um indie rock feito com guitarras, que tanto é capaz de assumir uma toada épica e mais ampla, enriquecida por longos instrumentais, algo muito audível nas variações de intensidade de Shut Up, Talk e Zone, assim como aquele indie rock ligeiramente pop e implicitamente dançável, muito patente no início do disco, na convidativa sequência assegurada por Interesting Thing No. 2 e Afraid.
Estamos na presença de oito canções que contêm a produção algo psicadélica típica da década de oitenta e as transformações sonoras que o indie rock experimentou na década seguinte, para musicar letras que falam das típicas angústias de quem está a deixar para trás uma juventude que foi vivida num período de fortes duvidas existenciais e se prepara para abrir as portas da idade adulta e pede, como fica explícito em Zone, no fim do disco, que o deixem levar por diante esse processo evolutivo pessoal, sem intromissões e de acordo com os seus mais intímos desejos (Don't touch Me, I'm In My Zone). Espero que aprecies a sugestão...
01. Interesting Thing No. 2
02. Afraid
03. Talk
04. Shut Up
05. Jon
06. 2U
07. Cassandra B.
08. Zone