man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Bear Hands - Distraction
Oriundos de Brooklyn, Nova iorque, os Bear Hands são Dylan Rau, Ted Feldman, Val Loper, TJ Orsche, uma banda norte americana que no passado dia dezoito de fevereiro editou o sempre difícil segundo disco. O álbum chama-se Distraction e viu a luz do dia por intermédio da Cantora Records, tendo sido produzido por Ted Feldman, o guitarrista da banda e misturado por James Brown (Foo Fighters, Nine Inch Nails).
Assim que comecei a escutar este disco achei logo que me soava a algo familiar e que seria um trabalho de fácil assimilação. Mas a verdade é que, poucos instantes depois, percebi que estava na presença de um trabalho influenciado não só pelas habituais camadas sonoras que compôem o rock alternativo, mas também cheio de tiques caraterísticos do pop punk, do eletropop e do rock clássico dos anos oitenta.
De facto, neste Distraction os Bear Hands demonstram uma interessante maturidade, quer como escritores de canções mas, principalmente, como criadores de melodias. Bone Digger destaca-se pela toada groove, pelo falsete de Rau, que depois se vai repetir na sombria Vile Iowa e pela forma como esta postura vocal se mistura com um sintetizador que parece ter sido ressuscitado após trinta anos de hibernação. Sleeping On The Floor contém os melhores ingredientes do chamado garage rock, uma canção que assenta numa densa parede melódica criada por excelentes loops de guitarra e também não posso deixar de falar da intrigante Bad Friend, um tema que cruza algumas das melhores caraterísticas do chamado alt-country com o rock mais progressivo.
Mas o meu grande destaque do álbum vai para Giants, o tema que me fez perceber que os Bear Hands têm algo de distinto, já que é uma canção que começa por apostar num certo hipnotismo algo sombrio, feito com sons sintéticos, para saltar logo para um rock algures entre MGMT e Public Enemy (confuso?) e que depois se estende num refrão épico e clássico e tipicamente pop. Esta canção acaba por ser uma excelente demonstração da abrangência sonora dos Bear Hands, num disco coeso, assente em texturas sonoras intrincadas e inteligentes, diferentes puzzles que dão substância às canções, com um ritmo variado que sabe aquela urgência do rock dos anos oitenta e que dá vida a letras que narram acontecimentos comuns, de forma inteligente
Hoje em dia, com a multiplicidade de propostas que diariamente chegam aos nossos ouvidos, frequentemente instala-se a confusão e são ténues as fronteiras entre aquilo que é indie ou pop, independentemente da fórmula ser eminentemente orgânica ou sintética. O foco acaba por se direcionar, no meu caso concreto, para a qualidade e para a capacidade que, independentemente do balizamento ou da rotulagem que esteja tentado a fazer, algns discos têm de transmitir sensações, sejam elas rudes, sinceras, emotivas, simples ou intrincadas. Os Bear Hands são de difícil catalogação, talvez ainda estejam à procura do rumo certo mas, quanto a mim, são bons e serão grandes se optarem sempre por esta miscelânia e heterogeneidade sonora que carateriza Distraction. Espero que aprecies a sugestão...
01. Moment Of Silence
02. Giants
03. Agora
04. Bone Digger
05. Vile Iowa
06. Bad Friend
07. The Bug
08. Peacekeeper
09. Sleeping On The Floor
10. Party Hats
11. Thought Wrong
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Oliver Wilde - On This Morning vs Play & Be Saved
Natural de Bristol, o cantor, produtor e compositor Oliver Wilde captou a atenção da imprensa musical especializada britânica quando lançou o ano passado A Brief Introduction To Unnatural Lightyears, o seu disco de estreia, rotulado como um verdadeiro tratado de pop psicadélica e que lhe valeu comparações com nomes tão relevanters como Mark Linkous ou Bradford Cox.
Cerca de um ano depois Oliver está de regresso com um novo disco intitulado Red Tide Opal In The Loose End Womb, um trabalho que verá a luz do dia a cinco de maio através da Howling Owl Records. On This Morning foi o primeiro avanço divulgado do disco e agora chegou a vez de Play & Be Saved. Falo de duas exuberantes canções, cheias de arranjos que, juntamente com a voz arrastada de Wilde, dão um cariz efervescente, melancólico e onírico a dois temas cheios de brilho e cor.
Por estas duas amostras, parece-me que Red Tide Opal In The Loose End Womb será uma das obras discográficas mais relevantes de 2014. Confere...