man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Maxïmo Park – Too Much Information
Lançado no passado dia dois de fevereiro por intermédio da V2 Records, Too Much Information é o quinto álbum dos ingleses Maxïmo Park, de Paul Smith, um dos nomes mais interessantes do cenário indie atual e líder de uma banda que quando surgiu foi considerada um novo fenómeno fundamental para o ressurgimento da herança post punk da década de oitenta e que, de disco, para disco, vem demonstrando um crescendo de maturidade e uma capacidade inata para apresentar novas propostas diversificadas sem se afastar do ADN que a carateriza.
Too Much Information são pouco mais de trinta minutos de um indie rock que usa as guitarras mas que, desta vez, dão a mão ao sintetizador no processo de criação melódica, uma unidade poucas vezes vista no grupo e que prova o tal processo mutante e que, no caso dos Maxïmo Park, parece natural e intrínseco à banda. Brain Cells, é a canção do disco que melhor esclarece esta nova nuance na carreira deste grupo inglês, um tema cheio de camadas de sons sintetizados, batidas e uma letra que fala da adição ao universo psicotrópico (I wanna try different this time).
Paul Smith é um caso à parte na capacidade de escrita e na sua capacidade lírica e poética, um compositor que parece possuir uma capacidade inteletual incomum e que quase sempre, se embrenha no lado mais obscuro do amor e a banda está disposta a acompanhá-lo na ousadia e na vontade de, disco após disco, incorporar novas ideias, estilos e sentimentos.
Com um vocalista cada vez mais a fazer juz ao ditado que fala da idade do vinho do porto e um toque sintético distinto, Too Much Information fala-nos ao coração e convida-nos à apropriação e à identificação com o conteúdo. A voz embriagada de Paul em Drinking Martinis poderia ser a de qualquer um de nós, numa noite em que demos asas a alguns dos nossos desejos mais mundanos e a balada Leave This Island, com o crescendo que a inflama e as questões que Paul coloca, com uma acidez sincera que o remete para Morrissey, e nos obrigam a refletir sobre algumas das nossas decisões e dúvidas, cabia bem no forte desejo de conforto que nos assalta quando algo amargo invade o nosso coração e ele clama por aconchego (Have you ever been compelled under a spell from a protagonist who knows you far too well? Are you going to tell me why there’s a backpack by the bedroom window? It’s a pack of lies).
As cordas não foram completamente postas de lado e em Give, Get, Take temos o momento mais orgânico de Too Much Information que ao abrir o disco ilude um pouco, algo que de algum modo se repete em Midnight On the Hill, uma outra balada qu tem no típico timbre amargurado de Paul e na sua interpretação emotiva os seus maiores trunfos (What happens next? I would like to know, funny how things come and go).
Até ao final do disco há que destacar a lúdica I Recognise the Light e o brilhantismo de Lydia, The Ink Will Never Dry, uma canção que apela fortemente à herança dos Smiths, no meio de riffs viajantes e da poesia em movimento escrita por Paul. Não há dúvida que ele é o típico frontman que se declara através do microfone e somente através do mesmo (Lydia, tell me how hard can it be? I don’t know about you but it feels good to me).
Menos intensos e ruidosos mas melodicamente mais maduros e assertivos e naturalmente bastante competentes, os Maxïmo Park mantêm em Too Much Information intata a capacidade de serem relevantes e de construirem, em conjunto, belas canções com uma forte tendência poética e com impacto musical e instrumental. Espero que aprecies a sugestão...
01. Give, Get, Take
02. Brain Cells
03. Leave This Island
04. Lydia, The Ink Will Never Dry
05. My Bloody Mind
06. Is It True
07. Drinking Martinis
08. I Recognise The Light
09. Midnight On The Hill
10. Her Name Was Audre
11. Where We’re Going
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Fear Of Men - Outrun Me
Os britânicos Fear of Men continuam a divulgar canções do seu novo longa duração, um disco intitulado Loom, que chegará às lojas no próximo dia vinte e dois de abril por intermédio da Kanine, um álbum que terá direito a uma edição de luxo em vinil no próximo Record Store Day.
Luna foi o primeiro single oficial retirado de Loom, uma canção que nos leva a salivar por Loom, tal é a beleza dos arranjos simultaneamente deslumbrantes e delicados da canção, ampliada pela cândura da voz de Jessica Weiss. Agora chegou a vez de Outrun Me, tema que segue a mesma receita e que confirma as minhas suspeitas... Loom poderá muito bem vir a ser um dos melhores álbuns de dream pop de 2014. Confere...