man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Booby Trap - Survival (inclui entrevista)
Os aveirenses Booby Trap, banda que divulguei no passado mês de abril, estão de regresso com um novo álbum, intitulado Survival, uma espécie de novo arranque, em termos de originais, de uma das míticas bandas da década de noventa do universo punk, rock e e trash metal hardcore nacional e que andava um pouco adormecida até terem dado dois concertos de comemoração em 2012 e terem editado a uma antologia com alguns dos melhores momentos de uma carreira que teve o ponto alto de 1993 a 1997.
Fazendo uma espécie de resenha da matéria já dada, recordo que os Booby Trap, de acordo com a sua biografia oficial, nasceram em 1993 na cidade de Aveiro e marcaram uma época com o seu som thrash metal/hardcore, apesar de misturarem outras influencias como o rock ou punk). Da sua formação original faziam parte Pedro Junqueiro (voz), Pedro Azevedo (guitarra), Miguel Santos (bateria) Nuno Barbosa (guitarra) e Ricardo Melo (baixo). Lançam a sua demo de estreia “Brutal Intervention”em 1994 e o split CD “Mosh It Up" em 1996 com as bandas brasileiras T.I.T. e Locus Horrendus entre várias outras aparições por diversas colectâneas.
Deram mais de uma centena de concertos, partilhando palcos com bandas de renome como Cruel Hate, Inkisição, Dorsal Atlantica, G.B.H., Cradle Of Filth, Gorefest, Grave, Hypocrisy, Moonspell, Primitive Reason, Hate Over Grown, Genocide, WC Noise, entre muitas outras. Os Booby Trap eram conhecidos por dar concertos muito poderosos em que a descarga de energia e a interacção com o público eram muito valorizadas. Tocaram em locais míticos do rock/metal em Portugal como o Johnny Guitar, Cave das Quimicas, Voz do Operario, C.T.S. De Celas ou o festival Penafiel Ultra Brutal. As suas letras mostravam uma forte opinião e critica de cariz social por entre laivos de humor negro.
Os Booby Trap foram pioneiros e deram a cara por um movimento musical desenvolvido na região que viria a ser conhecido a nível nacional como “Aveiro Connection. Após o seu prematuro desaparecimento em 1997, os seus elementos deram origem a varias outras bandas como Anger, Konk, Superego, Strange Airplane, Snowball e Wild Bull.
Editado no passado dia dezoito de novembro, Survival são mais oito canções do melhor crossover thrash que é feito por cá, um género musical que surgiu nos anos oitenta e que se define pela mistura entre o hardcore punk e o trash metal. Enquanto o trash metal nasceu quando parte da cena metal incorporou influências vindas do hardcore punk, o crossover thrash nasceu pelo caminho inverso, quando as bandas hardcore punk passaram a metalizar a sua música. Confere abaixo Survival na íntegra e a entrevista que os Booby Trap me concederam e espero que aprecies a sugestão...
Depois de uma outra vida musical nos anos noventa, quais são as expetativas para Survival e este novo fôlego dos Booby Trap?
- Primeiro que tudo queria agradecer esta oportunidade de dar a conhecer um pouco mais da actualidade dos Booby Trap, em relação a esta nova vida da banda, não é nada de muito diferente do que se passou connosco no passado, o que nos move é o prazer de tocar a nossa musica, somos apenas um grupo de amigos que se diverte a fazer musica e apresenta-la ao vivo, local onde realmente nos sentimos bem, somos essencialmente uma banda de palco, aí é que demonstramos o nosso verdadeiro ser.
Este novo álbum, Survival é fruto de um ano de trabalho, fomos escrevendo as músicas por entre os concertos que íamos dando e chegou uma altura em que era preciso regista-las para que pudessem chegar a um maior número de pessoas. Até agora as reações têm sido muito positivas, o que me leva a crer que este ano será rico em acontecimentos importantes para os Booby Trap.
Falem-nos um pouco do processo de gravação de Survival. Foi tudo gravado tentando manter o som debitado pelos instrumentos o mais genuíno possível ou houve um aturado trabalho de produção?
- O som que apresentamos no álbum é 100% Booby Trap, é preciso ter em atenção que o álbum foi totalmente gravado na nossa sala de ensaios convertida em estúdio e gravado com praticamente o mesmo material que nós usamos para ensaiar, é óbvio que teve bastante trabalho de produção mas ao contrário do que a maioria das bandas hoje em dia faz a nossa maior luta durante este processo foi precisamente para manter o som o mais fiel possível á nossa essência. O álbum foi totalmente gravado e produzido por nós, o que tornou tudo mais complicado e ao mesmo tempo mais satisfatório, uma vez que com o processo de aprendizagem vinha também o sentimento de conquista por cada etapa que conseguíamos concretizar.
Qual á a rotina habitual da banda? As letras e as melodias são criadas em conjunto, nomeadamente em jam sessions, ou há uma espécie de divisão do trabalho e depois é tudo misturado e cozinhado nos ensaios?
- As letras são na grande maioria escritas por mim sendo que ás vezes os outros elementos também surgem com uma ideia base a partir da qual eu desenvolvo depois o resto da letra, o engraçado é que depois de tantos anos sem trabalhar a minha parte criativa acabei por escrever perto de 100 letras neste ultimo ano e meio, ou seja, já tenho praticamente escritas as letras para os próximos 5 álbuns de Booby Trap…
Quanto ás musicas propriamente ditas não temos uma formula exata de escrita, podem surgir de uma jam nos ensaios assim como pode vir algum riff de casa, depois o desenvolvimento dessa ideia e a estrutura da musica é trabalhada em conjunto nos ensaios, algumas ficam definidas num único ensaio, outras arrastam-se por 4 ou 5 até chegarmos a um consenso sobre o estado final da musica, no entanto nenhuma musica está totalmente encerrada por nós até estar gravada, pode sempre surgir em qualquer altura alguma ideia que nós achemos enriquecedora para a musica e alterá-la.
Falando um pouco do conteúdo do álbum, Survival tem, na minha opinião, o poder catártico de provocar reações extremas e teve em mim um forte efeito persuasivo, que me fez sentir algo muito visceral e rugoso, mas simultaneamente aditivo. Quiseram que este disco tivesse o poder de provocar reações nas pessoas, quer sejam físicas ou mentais?
- Quando estamos no processo criativo não costumamos pensar nas emoções que as musicas possam causar aos ouvintes, a nossa primeira e única preocupação é que estejamos a gostar daquilo que estamos a tocar, toda e qualquer reacção que a nossa musica possa causar nos outros é simplesmente um bónus, não escondemos de ninguém o nosso lado agressivo, assim como não escondemos o nosso lado despreocupado, nem mesmo o nosso lado bem-disposto. Apesar disso dá-nos muito prazer ver as pessoas reagirem á nossa música, nada é pior do que causar indiferença.
Adorei o artwork de Survival. A quem se devem os créditos da ilustração e que significa?
- Todo o trabalho de artwork foi concebido e realizado pelo nosso grande amigo, Ricardo Miranda, o conceito do álbum anda á volta do nosso regresso ao mundo dos vivos, á essência dos Booby Trap, uma banda que vive acima de tudo da energia criada pelos seus elementos, anda á volta de quem só depende de si próprio para vencer na vida, de quem faz o que for preciso para sobreviver neste meio.
Estou viciado no tema Violence & Blood. E os Booby Trap, têm um tema preferido em Survival?
- Essa é difícil, no geral estamos todos muito satisfeitos com todas as músicas, é obvio que cada um terá as suas preferências mas no meu caso teriam que ser varias, a Survive, a Use Your Head e a Out To Die estarão no topo das minhas preferências.
O que vos move é apenas o universo punk, rock e trash metal hardcore, ou gostariam de experimentar outras sonoridades? Em suma, o que podemos esperar do futuro discográfico dos Booby Trap?
- Isso é sempre muito incerto de definir, se nos anos 90 a nossa sonoridade era essencialmente thrash e punk/hardcore neste novo registo o rock e o heavy metal ombreiam com estas influências base, por esta altura sentimo-nos mais á vontade em embarcar por outros estilos mas é certo que o nosso som base se manterá o thrash metal.
Acham que há em Portugal mercado para o vosso som, ou será que haverá algum preconceito por parte das editoras?
- Sem duvida que há espaço para este tipo de som em Portugal, o metal é inclusive o género musical fora dos circuitos mainstream que mais consumidores tem neste país mas, infelizmente as editoras (as grandes pelo menos) continuam a olhar de lado para o que se passa neste meio. Mas nem tudo é mau, de saudar as editoras independentes que mantêm isto a funcionar e depois ainda existem bandas como nós que gravam e lançam um álbum às próprias custas, hoje em dia não é tão difícil assim colocar um álbum a circular.
Como tem corrido a promoção do álbum? Há concertos marcados?
- A promoção tem sido feita essencialmente nas redes sociais, podem acompanhar-nos diariamente no Facebook (http://www.facebook.com/boobytrap.pt), podem também ouvir o novo álbum na íntegra na nossa página no Bandcamp (http://boobytrap-pt.bandcamp.com), quanto a concertos, estão neste momento a ser agendados alguns, vamos começar com um que será simultaneamente a comemoração do lançamento do álbum e depois se seguirão mais alguns por vários pontos do país, estamos no entanto abertos a convites, não se acanhem e contactem-nos, teremos o maior prazer em poder levar um pouco de nós aos quatro cantos de Portugal.
Apenas em jeito de curiosidade… Quais são as três bandas ou projetos atuais que mais admiram?
- Mais uma de difícil resposta pois todos na banda temos gostos muito diversificados, mais uma vez vou falar apenas por mim e referir os Anthrax, System Of A Down e os eternos Motorhead.
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Liars - Mess On A Mission
Os nova iorquinos Liars de Angus Andrew, Aaron Hemphill e Julian Gross, estão de regresso aos discos em 2014 com Mess, um trabalho que verá a luz do dia a vinte e quatro de março por intermédio da Mute Records. Depois de já terem andado muito virados para o rock, nas vertente noise e punk, neste novo disco este trio norte americano deverá manter-se num universo eminentemente eletrónico e experimental, na sequência de WIXIW, o último disco dos Liars, editado em 2012.
Mess On A Mission é o primeiro fio de lã a ser divulgado do colorido novelo que será Mess, um tema cheio de batidas, com uma base sonora bastante peculiar e climática, uma proposta ora banhada por um doce toque de psicadelia a preto e branco, ora consumida por um teor ambiental denso e complexo. Confere Mess On A Mission e o alinhamento de Mess...
- Mask Maker
- Vox Tuned D.E.D.
- I’m No Gold
- Pro Anti Anti
- Can’t Hear Well
- Mess On A Mission
- Darkslide
- Boyzone
- Dress Walker
- Perpetual Village
- Left Speaker Blown
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Protomartyr - Scum, Rise!
Naturais de Detroit, os norte americanos Protomartyr são Joe Casey (voz), Greg Ahee (guitarra), Alex Leonard (bateria) e Scott Davidson (baixo), todos eles antigos membros dos Butt Babies, excepto Casey. Está é uma banda com uma atitude tipicamente punk, que se prepara para lançar, a oito de abril próximo, Under Color Of Official Right, por intermédio da Hardly Art. Esse será o segundo disco do grupo e o primeiro nesta etiqueta; A banda tinha-se estreado em 2012 na etiqueta Urinal Cake com um disco intitulado No Passion All Technique e no ano passado editou Colpi Proibiti, mas através da X! Records.
Scum, Rise! é o primeiro avanço para Under Color Of Official Right e uma excelente amostra da típica sonoridade dos Protomartyr, uma banda famosa localmente por não dar grande importância à crítica ou aquilo que os outros acham da sua música, carregada de traços típicos de um post punk rugoso e áspero e cheio de energia e tensão. É um rock musculado e abrasivo, direto e incisivo, mas que não deixa de ser melodicamente harmonioso, uma sonoridade que irá certamente agradar a quem aprecia projetos mais conhecidos como os Iceage ou as Savages. Confere Scum, Rise! e outros temas dos Protomartyr...