man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
The Band In Heaven – Caught In A Summer Swell
Conforme anunciei no início do último verão, os The Band In Heaven de Ates Isildak, Lauren Dwyer, Jay Tillman, Ryan Schemm e Ryan Bur, estrearam-se recentemente nos discos com Caught In A Summer Swell, um trabalho editado no passado dia dezassete de setembro por intermédio da Decades Records, uma etiqueta local.
Verdadeiros mestres do shoegaze, os The Band In Heaven apresentam em Caught In A Summer Swell dez canções, das quais se destacam o single Dandelion Wine, um tema que foi inspirado no livro com o mesmo nome da autoria de Ray Bradbury e publicado em 1957. Esse romance também inspirou o video da canção que ilustra uma animada festa de verão, que poderia muito bem ser algures em West Palm Beach, na Flórida, terra natal destes The Band In Heaven.
O rock psicadélico é, definitivamente, uma importante bitola dos The Band In Heaven, mas cruzado com aquela indie pop mais acústica e melancólica, mas luminosa algures entre os Pink Floyd das décadas de sessenta e setenta e uns mais contemporâneos Los Campesinos!, cruzados com a fase aúrea de uns Belle And Sebastian. Este cruzamento no mínimo peculiar parece resultar numa sonoridade algo complexa, mas a simplicidade de processos, aliada a um forte bom gosto melódico e apurado sentido de criatividade, são os grandes trunfos que estes The Band In Heaven escorrem o longo dos dez temas de Caught In A Summer Swell, além da interação única entre as vozes de Isildak e Dwyer.
Os The Band In Heaven servem-se de um cardápio instrumental bastante diversificado que prova que estamos na presença de uma banda que entra no estúdio de mente aberta e disposta a servir-se de tudo aquilo que é colocado ao dispôr para criar música, sejam instrumentos eletrónicos ou acústicos, para assim fazerem canções cheias de sons poderosos e tortuosos, sintetizadores flutuantes e vozes abafadas.
Num trabalho onde há uma constante perceção de alguma tensão e energia acumuladas, sempre à procura dos momentos certos para se irem soltando e aliviar um pouco a pressão (Disappear Here), algumas canções até podem parecer que puxam o registo para um universo mais amargurado, nomeadamente Summer Swell ou Tunnel Into Your Dreams, mas boa parte do álbum, principalmente nos seus momentos iniciais, é carregada de luz e vivacidade, o que resulta numa coleção de belos acertos sonoros e temas memoráveis; Does It Show, Music Television e Breaths são excelentes exemplos de canções cheias de vitalidade e alegria, composições puras, encantadoras e delicadas e cuja sonoridade vai do épico ao melancólico, mas sempre com uma vincada e profunda delicadeza.
Para uma estreia em grande não é preciso parecer demasiado complicado e criar sons e melodias intrincadas. Consegui-lo é ser agraciado pelo dom de se fazer a música que se quer e ser-se ouvido com particular devoção. Para que isso suceda a fórmula correcta é feita com uma quase pueril simplicidade, a melhor receita para demonstrar já uma formatação adulta, assim como a capacidade de, futuramente, reinventar, reformular ou simplesmente replicar o que de melhor têm alguns projetos bem sucedidos na área sonora em que esta banda se insere.
Caught In A Summer Swell termina com um violino e uma guitarra vibrantes, que juntas e conjugadas com uma percurssão intensa e visceral, criam um tema de despedida de um verão do qual já todos temos certamente saudades e este é, sem dúvida, um disco perfeito para guardar para o próximo, ou para, sendo escutado agora, trazer-nos um pouco daquela luz quente, num trabalho que faz uma espécie de simbiose entre a pop e o indie rock alternativo e experimental, temperado com variadas referências típicas do shoegaze e da psicadelia. Espero que aprecies a sugestão...
01. Dandelion Wine
02. Does It Show
03. Summer Swell
04. Fairweather Friends
05. Tunnel Into Your Dreams
06. Music Television
07. Breaths
08. Young And Dumb
09. Disappear Here
10. Farewell Summer
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Nomadic Firs - Mystic Color Faze (Bsides-Edits-Singles)
Nomadic Firs é Ryan Boos, um agricultor do Tennesse proprietário de uma pequena quinta com vários cães e casado com Holly. Mas também faz música Editou em maio de 2012 um disco e agora, ano e meio depois, regressa com uma coletânea chamada Mystic Color Faze (Bsides-Edits-Singles). Lavish Hush, disponível gratuitamente, foi o single de avanço desta coletânea que foi editada no passado dia vinte e nove de outubro e que encontramos no bandcamp do projeto. Mas há mais singles disponíveis gratuitamente; Mystic Color Faze, o tema homónimo e All For Love e In The Valley.
Mystic Color Faze (Bsides-Edits-Singles) é pois uma coleção de raridades, temas nunca antes editados, sons e algumas remisturas que são, de certa forma, o lado b de um projeto que explora diferentes tipos de ambientes e sonoridades. Da chillwave ao rock experimental, passando por outros momentos mais acústicos, Nomadic Firs contém no seu âmago uma fúria experimental que integra uma espantosa solidez de estruturas, é um continente que se desbrava num misto de euforia e contemplação. A poesia de Nomadic Firs é algo metafórica, o que faz dele alguém ao mesmo tempo próximo e distante da nossa realidade, capaz de atrair quem se predispõe a tentar entendê-lo para cenários complexos, mas repletos de sensações únicas e que só ele consegue transmitir.
As electrónicas são aqui um elemento estruturalmente marcante e a presença de outros instrumentos amplifica os contrastes e acrescenta cores a uma música que cativa e desafia. Mystic Color Faze (Bsides-Edits-Singles) é um daqueles raros discos que, chegados ao fim, nos compelem a regressar ao início e uma experiência rica em acontecimentos sonoros. Espero que aprecies a sugestão...
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Armada - Clássico (com Entrevista)
David Ferreira (guitarra elétrica, guitarra acústica e coros), David Pires (bateria, percussões e coros), Pedro da Rosa (voz, guitarra elétrica, teclas e trompete), João Miguel Matos (voz e baixo elétrico) e Ricardo Amaral (guitarra elétrica, guitarra slide e coros), são o núcleo duro que começou a gravar Clássico, o EP de estreia dos Armada, um conjunto de cinco canções editadas no passado dia vinte e cinco de novembro e que catapultam mais um novo grupo para a linha da frente do indie rock português, num ano fértil em novos projetos que prometem imenso. Estas cinco canções são uma espécie de preparação de terreno para a produção de um longa duração que verá a luz do dia já no próximo ano, conforme a banda confidenciou numa entrevista que me concedeu, transcrita abaixo.
Logo a abrir, Maria Guilhotina é a música que apresenta a sonoridade típica de um grupo que canta em português e que, dos Rolling Stones, aos Beatles, passando pelos Smiths, apostam num indie rock clássico, luminoso e vibrante, com travos de folk, mas que também não dispensa uma sonoridade urbana e clássica. É uma espécie de rock n'roll suave e ligeiro, bem disposto e divertido, que aposta em refrões orelhudos, simples mas eficazes. Os detalhes melódicos são feitos com uma guitarra que nunca se perde. Depois, Seguimos com Afinal e Má Rês, dois temas que não defraudam o espírito e a sonoridade do tema de abertura e depois Bandidos do Cais abana os espíritos mais incautos e desprevenidos e impressiona pela letra incisiva.
O final, com Sinceramente, atrai de novo a simplicidade com que as guitarras e os instrumentos de percussão parecem ganhar vida e uma personalidade muito própria nas mãos deste grupo de músicos que esbanjam criatividade e que têm no rock n'roll o veículo de eleição para conseguirem ser maiores e irem o mais longe possível. Como poderás perceber na entrevista abaixo, vontade e sonhos não lhes faltam! E quando a isso se alia uma incontestável competência, parece-me que o destino terá pouco a fazer para contrariar o futuro risonho que certamente está à espera dos Armada.
Termino realçando a importância da componente visual para os Armada que decidiram apresentar um vídeo para cada uma das cinco canções do EP e que pretendem, de algum modo, representar o que a Armada foi nestes últimos quatro anos, o resultado de uma série de mutações desde a banda punk sem aspirações de grandeza até à banda rock n’roll que não quer parar de crescer. Espero que aprecies a sugestão...
Maria Guilhotina
Afinal
Má Rês
Bandidos do Cais
Sinceramente
Os Armada começaram a carreira em 2009, por Lisboa, onde, de acordo com a vossa biografia, iam apresentado esporadicamente o vosso repertório. Como foram esses primeiros tempos? E já agora, que repertório era esse? Apenas originais ou também tocavam algumas covers?
Os primeiros tempos foram bastante divertidos e inconsequentes. Tocávamos em qualquer lado sem pensar sequer em receber um tostão! Éramos uma banda claramente punk, quer na atitude quer na sonoridade, o que chocou algumas pessoas que conheciam o Pedro dos Golpes e o David dos Pontos Negros, e que talvez esperariam uma sonoridade parecida a essas bandas. Tal como acontece hoje, produzia-se muito, talvez não com o cuidado com que se escreve hoje, mas sempre muito genuinamente e com muita urgência. Tocávamos apenas uma cover, que ainda tocamos hoje em dia e que é a Codinome Dinamite da banda brasileira Garotas Suecas. Fazemo-lo porque é uma canção cheia de groove que tivemos a oportunidade de gravar para o Projecto Visto.
É impressão minha ou há também uma grande componente cinéfila nos Armada? Digo isto porque já consta do vosso historial a curta metragem A Armada – Nos Bastidores da Verdade e o vídeo de Bandidos no Cais assumiu o desafio de usar imagens dos fãs captadas em concertos vossos e tratadas posteriormente.
A banda é e sempre foi vista como uma oportunidade de fazermos arte e de nos divertirmos pelo caminho. O que nos juntou foi a música, mas gostamos muito de produzir filmes, telediscos, sessões fotográficas e concertos. Em 2011 tivemos a ideia de escrever uma curta-metragem de ficção onde nos transformávamos em heróis caídos do hard rock da década de 70. Como muito pouca gente nos conhecia, chegou a acontecer recusarem-nos concertos porque pensavam que nos vestíamos com aquelas perucas e spandex. Quando estávamos a preparar o EP Clássico tivemos a ideia de fazer cinco telediscos para as cinco canções. Primeiro saiu a Sinceramente e depois a Bandidos do Cais, que foi gravada num concerto esgotado no Cais do Sodré. Na véspera ficámos sem realizador e desafiámos o Ricardo Oliveira para vir filmar. Como não queríamos arriscar ter pouco material, tendo em conta que tinha sido tudo combinado de véspera, pedimos às pessoas para filmarem com os telemóveis. O público aderiu em peso, o Ricardo montou tudo e gostámos muito do resultado final. Saiu recentemente o o teledisco para a canção Afinal, e sairá num futuro próximo o teledisco para a canção Má Rês, filmada no festival Vodafone Mexefest. Nada disto seria possível sem a ajuda do Telmo Vicente e do Ricardo Oliveira que são dois realizadores muito talentosos e que nos têm acompanhado e ajudado.
O processo de escolha de um novo guitarrista, no verão de 2012, foi algo peculiar. Podem falar um pouco disso?
Nesse verão o nosso antigo guitarrista Zé Pedro Baptista disse-nos que tinha entrado num mestrado em Londres e encorajou-nos a continuar. Como tínhamos um concerto na Festa do Avante em Setembro, fizemos audições para um novo guitarrista. Convidámos o Ricardo Amaral e o David Ferreira para fazerem um ensaio connosco. O Ricardo tocou na primeira hora e o David na segunda. Ficámos muito baralhados porque eles trouxeram abordagens à música muito diferentes e muito boas. A decisão foi clara para todos e convidámos os dois, mas não avisámos a cada um que o outro também ficaria. No ensaio seguinte eles cruzam-se e muito espantados perguntam “Se ainda estávamos em audições”. Daí foi começar a encontrar um equilíbrio entre as guitarras, uma vez que são três a marcar o ritmo e três a solar. Hoje percebemos que foi a melhor escolha possível.
Em relação à música, sou um grande apreciador do vosso estilo, deste indie rock clássico, luminoso e vibrante, com travos de folk, mas que também não dispensa uma sonoridade urbana e clássica. É este o género de música que mais apreciam?
A Armada teve três formações: A original que tinha quatro elementos, a que gravou este disco e a actual. Cada vez que houve uma alteração na banda, houve inevitavelmente mudanças na sonoridade, uma vez que funcionamos de maneira muito orgânica com as influências que cada um traz consigo. As canções normalmente começam na sala de ensaios com a confusão de todos a darem bocados de si para a canção. Fala-se do que se quer transmitir e começa-se a escrever. Muitas vezes tocamos as músicas ao vivo neste estado, para que possamos perceber se aquilo que queremos dizer é bem transmitido ao público. Depois vamos para o estúdio de produção e começamos a polir os arranjos e a caprichar nas letras. Só então é que reparamos em que “gaveta” é que podemos arrumar a música que fazemos. Estas cinco canções do Clássico soam a Rock Clássico e portanto foi fácil catalogá-las e baptizar o disco. O próximo disco já soará diferente, uma vez que saiu o David Pires e entrou o Nuno Canina. Quanto aos géneros de música que mais apreciamos, todos nós gostamos de música que seja bem-feita, ou que soe a verdade, em qualquer género.
Quais são as vossas expectativas para Clássico? Querem que este trabalho vos leve até onde?
Não criamos expectativas para nada. Como temos tanta coisa que queremos fazer, estamos sempre com a cabeça e o coração ocupados com o que iremos fazer a seguir. Sabemos bem onde queremos chegar e sabemos que isso acontecerá, não devido a um golpe de sorte ou a favores, mas devido a muito trabalho e persistência. Sabemos que isso irá acontecer pela simples razão de que não vamos parar.
Penso que a vossa sonoridade poderia ser bem sucedida nos países que abrem os braços ao chamado indie rock anglo-saxónico. Os Armada estão, de algum modo, a pensar numa internacionalização, ou é apenas Portugal importante para o futuro da vossa carreira?
Obrigado por pensares assim! O importante para nós é que aquilo que fizermos e a mensagem que cantarmos e tocarmos nas nossas músicas chegue às pessoas. Não nos importa onde ou de onde são essas pessoas. Gostaríamos muito de tocar fora do país, seja ao vivo, sejam as nossas canções, mas primeiro temos que conquistar o nosso bairro, depois a nossa cidade e depois o resto do país.
Adorei Sinceramente, uma espécie de Bohemian Rapsody dos Armada; E a banda, tem um tema preferido em Clássico?
As opiniões dividem-se justamente porque há canções que remetem imediatamente para determinado tipo de rock n’roll. Curiosamente a Sinceramente não é a preferida de nenhum de nós, mas somos suspeitos. A Maria Guilhotina é talvez a escolha mais consensual entre nós para a favorita do disco. É também a que mais gozo dá tocar ao vivo.
Não sou um purista e acho que há imensos projectos nacionais que se valorizam imenso por se expressarem também em inglês. Há alguma razão especial para cantarem apenas em português e a opção será para se manter?
Cantamos em Português porque é a língua mais natural para nós escrevermos. Nunca foi assunto que estivesse sujeito a debate porque foi uma escolha unânime. Temos a ideia maluca de reeditar este disco e os próximos noutras línguas, com letras adaptadas para editarmos noutros países. Seria um exercício que nos daria muito gozo fazer, embora não esteja no topo das prioridades. E talvez não seja uma ideia tão maluca assim porque os Beatles fizeram-no e não correu mal :)
O que vos move é apenas o rock ou gostariam no futuro de experimentar outras sonoridades? Em suma, o que podemos esperar do futuro discográfico dos Armada?
Não há propriamente um esforço estilístico para que soemos a Rock n’Roll. Este Ep saiu assim naturalmente. Com a entrada do Nuno Canina, começámos a escrever novas canções com mais viagens e mais experiências. Isto não invalida continuarmos a escrever canções com os riffs e refrãos de que nós gostamos muito. Para o próximo disco, a editar em 2014, escrevemos um disco com um conceito diferente, que conta uma história do princípio ao fim e que esperamos que consiga embalar quem o ouve na história que queremos contar.
Como vai decorrer a promoção de Clássico? Onde poderemos ver os Armada a tocar num futuro próximo?
A promoção do Clássico já começou com a edição de três telediscos. Faltam lançar os dois últimos que fecharam o ciclo “cinco canções, cinco telediscos”, ou seja, quisemos fazer singles de todas as canções.
Quanto a concertos, tocámos no Vodafone Mexefest um total de oito concertos. O palco foi o autocarro e divertimo-nos muito ao mesmo tempo que percebemos que conquistámos muitas pessoas. Na semana seguinte fizemos a festa de lançamento no Sabotage Club e oferecemos o disco a quem foi. Estava muita gente e estava uma onda muito descontraída e solta, com muita gente a cantar e a dançar. Foi perfeito.
Agora estamos a fechar algumas datas e a preparar tudo para entrar em estúdio já em Janeiro e gravar o nosso primeiro LP.
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The Deltahorse - The Deltahorse EP
Os The Deltahorse são uma multinacional do indie rock, já que são formados pelo berlinense Sash e por Dana Colley, uma saxofonista de Boston, nos Estados Unidos, que chegou a tocar esse instrumento com os Morphine.
A sonoridade dos Deltahorse assenta num baixo vibrante, numa guitarra luminosa e num saxofone cheio de groove, tudo muito bem temperado com uma voz peculiar. Eles próprios afirmam que a sua música inspira-se naqueles ambientes de final de noite de um bar, onde quem resta lá dentro é o dono, o barman e aqueles clientes que não têm mais para onde ir.
Hey Yuri é o primeiro single retirado de The Deltahorse, o trabalho de estreia destes The Deltahorse, editado no passado dia dezanove de novembro. A canção conta com a participações epsecial de TJ Eckleberg, um cantor e compositor natural de Sidney, na Austrália e assenta numa linha de baixo bem acompanhada pela voz de TJ, com os arranjos do saxofone de Colley a criarem um ambiente sombrio e sensual, muito à imagem do tipo de atmosfera que o grupo pretende criar.
O tema foi disponibilizado para download gratuito e no EP, além desta canção, podemos escutar mais três canções que reforçam a perceção de estarmos na presença de uma pequena coleção de canções perfeita para uma noite diferente, plena de aventura e diversão, na melhor companhia possível ou, em alternativa, com disponibilidade para encontrar alguém diferente e especial.
Assim, algures entre Bowie, Beck e os Morphine, os The Deltahorse são um novo grupo que se apresenta ao universo musical indie, como mais um projeto que prima pelo detalhe e pelo bom gosto e que merece garantidamente uma audição atenta. Confere...
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I Break Horses - Faith
Naturais de Estocolmo, os suecos I Break Horses são uma dupla formada por Maria Lindén e Fredrik Balck, que se juntou em 2008 e se estreou nos discos em 2011 com Hearts, por intermédio da reputada e insuspeita Bella Union. Agora, estarão de regresso em 2014 com um disco chamado Chiaroscuro e já se conhecem duas canções desse trabalho; Denial e o tema que sugiro, intitulado Faith, assente num sintetizador agudo e pujante e numa voz sintetizada, com uma tonalidade incrível e única.
O tema passa uma mensagem algo dramática, bem presente no video da canção recentemente divulgado, realizado por Magnus Härdner e que mostra cenas do quotidiano a preto e branco. Confere...
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Edge Of Tomorrow - Trailer 1
A Warner Bros. disponibilizou o primeiro trailer do novo filme de Doug Liman, uma das obras cinematográficas que aguardo com maior expetativa no próximo ano. Edge of Tomorrow coloca Tom Cruise de regresso ao género de ficção-cientifica, onde interpreta um militar assassinado em acção, numa batalha contra forças alienígenas. Contudo, poderá reviver e aprender com os erros, tornando-se numa máquina de guerra, orientada pela personagem de Emily Blunt.
Há quem diga que Edge of Tomorrow é uma versão futurista, e de ficção-científica, de Groundhog Day, um filme de culto com Bill Murray. O trailer não é assim tão comprometedor, mas uma das ferramentas em destaque é o CGI, aplicado nas cenas de acção. O elenco conta ainda com Bill Paxton, Laura Pulver e Jeremy Piven. Edge of Tomorrow estreia a seis de Junho de 2014.
O músico dos Snow Patrol, Johnny McDaid, escreveu a música que se escuta neste trailer; A canção chama-se This Is Not The End e foi editada pela Polar Patrol Recordings, com o nome do projeto de que faz parte este músico a chamar-se Fieldwork.
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Yellow Ostrich - Shades
Após mais de um ano em estúdio, os norte americanos Yellow Ostrich, de Alex Schaaf, Michael Tapper, Jared van Fleet e Zachary Rose, estão prestes a regressar aos discos com Cosmos, um trabalho que verá a luz do dia a vinte e cinco de fevereiro de 2014, por intermédio da Barsuk Records.
Shades é o primeiro single divulgado de Cosmos e, pela amostra, esse será um dos grandes discos do início do próximo ano. Desta vez os Yellow Ostrich deixaram soltar as rédeas, aumentaram o volume e viraram agulhas para o rock psicadélico, com esta canção a situar-nos algures entre os Tame Impala e os Temples, mas também a deliciar-nos com arranjos e detalhes que nos transportam para o indie rock alterantivo típico dos Radiohead e dos Coldplay. Confere...
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Turn Off Your Television - Save All The Liars
Naturais de Malmö, na Suécia, os Turn off your television são Jon Rinneby (voz, guitarra,...), Stellan Lofberg (baixo e harmónica) e Erik Willman (bateria e voz), um trio fortemente inspirado pela pop das décadas de sessenta, setenta e noventa e por nomes tão fundamentais como os Sparklehorse, Luna, Cracker ou os Grand Archives, com especial destaques para os primeiros. Apresentei-os na primavera de 2012 por causa do disco homónimo que lançaram na altura e agora, no final de 2013, estão de regresso com Save All The Liars, um novo registo de originais lançado no passado dia vinte e um de novembro e produzido pelo próprio Jon Rinneby, o líder do projeto.
O som dos Turn Off Your Television gira em torno de um folk rock bastante luminoso e, por isso, um pouco diferente da típica folk norte americana. A Suécia é um grande exportador de projetos musicais que apostam fortemente nesta pop feita com o dedilhar de uma guitarra e alguns efeitos sintetizados a compôr os arranjos e, seguindo essa linha de outros grupos escandinavos, a guitarra acústica assume aqui a primazia no processo de criação melódica de canções com um pendor algo lo-fi. Neste caso específico, tal fato torna-se natural por estarmos na presnça de uma banda que tem uma particular obsessão por microfones antigos e por instrumentos de cordas, nomeadamente guitarras antigas. Além disso, neste terceiro trabalho, os Turn Off Your Television, ao nível dos arranjos e dos detalhes, também focaram-se comn mais insistência no piano e nos teclados, o que, além de fortalecer o som típico do grupo, deu-lhe uma maior profundidade emocional e melancólica.
De acordo com o que o próprio Jon me confidenciou, a ideia por trás deste disco foi tentar fugir um pouco aquele rigor standard do conceito de álbum. Procuraram, acima de tudo, colocar um maior ênfase nas canções, independentemente da ideia de coerência no alinhamento, criando assim algo diversificado. De certa forma, houve aqui um cariz mais experimental e uma tentativa de deixar a música fluir livremente sem grandes constrangimentos e apresentá-la, desse modo, livre e de algum modo descomprometida, no conteúdo de Save All The Liars.
O resultado final acaba por transbordar essa honestidade e simplicidade de processos numa banda que procurou ser genuinamente criativa; São dez canções que fluem naturalmente em pouco mais de meia hora, muito influenciadas pelo conceito muito sueco de depressão, derivado do tempo frio que assola o país quase o ano inteiro e que faz com que este seja um povo algo individualista e muito virado para si próprio, mas que não deixa de o transmitir com invulgar harmonia e um elevado sentido de melancolia. Espero que aprecies a sugestão...
1. Save all the liars
2. Strange world
3. A writer's cramp
4. Broke millionairs
5. The toy poet
6. My little darkness of bright
7. Between the lines
8. Nothing
9. Running makes no sense at all
10. The loudness war
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The Soft Pack - Call It A Day
Acabado de disponibilizar gratuitamente pela Heavenly Recordings, Call It A Day é um dos singles retirados de Extinction, o disco de estreia dos The Soft Pack, uma banda de San Diego formada por Matt Lamkin, Matty McLoughlin, Dave Lantzman e Brian Hill e que começou por se chamar The Muslims.
Call It A Day é um excelente tema, com uma sonoridade muito vintage e, por isso, na ordem do dia, já que são pouco mais de três minutos que vivem muito de referências do passado, nomeadamente o garage rock dos anos sessenta e a psicadelia da década seguinte, com a voz inebriante de Matt Lamkin, o líder carismático deste grupo, a assumir o controle das operações. Confere...
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Heavenly Beat – Prominence
Heavenly Beat é o alter-ego de John Pena, baixista dos Beach Fossils e um nome bastante conhecido e respeitado no cenário musical independente e alternativo. O álbum de estreia do projeto, editado no dia catorze de Julho de 2012, chamava-se Talent e foi divulgado por cá. Agora, pouco maisde um ano desse trabalho, já chegou Prominence, o sempre difícil segundo disco dos Heavenly Beat, tendo sido lançado através da Captured Tracks no passado dia quinze de outubro. Acompanham Pena nos Heavenly Beat os músicos Andrew Mailliard e Chris Burke.
A homeopatia é uma ciência que apresenta soluções que levam o corpo humano a combater as substâncias necessárias à cura das doenças que nos invadem. É um trabalho apurado, que requer tempo, muito à imagem da música destes Heavenly Beat, que inicialmente se estranha, mas depois, com tempo, facilmente se entranha e provoca em nós sensações de prazer e bem estar. Isso acontece porque nos Heavenly Beat John Pena explora as intersecções entre a índie e a electrónica, numa mistura absolutamente tranquilizante.
Prominence prossegue onde os Heavelny Beat ficaram em Talent, já que tem uma sonoridade atmosférica, dominada pelo dedilhar das cordas e pelo sintetizador; Existe um discreto e peculiar cruzamento entre a chillwave e a bossa nova, mas os Heavenly Beat também brincam com alguns dos elementos mais suaves do jazz, do flamengo e do synth pop. O fluxo das canções é muito agradável relaxado e mesmo sensual.
Um dos grandes destaques de Prominence é, na minha opinião, Honest, uma canção com uma energia sexual bastante latente. Mas Desire acaba por ter também um inegável charme, festivo e viciante, assim como a forma como cresce Expectation, nomeadamente durante o minuto incial, feito com palmas de fundo e o esplendor de uma viola e um xilofone.
Em suma, e tal como o título indica, Prominence assenta muito em batidas paradisíacas, que nos fazem ter sempre a sensação que estamos a escutar o disco num local belo e tranquilizante, a tal escapadinha homeopática sugerida acima, mas que nunca nos deixa esquecer quem somos e o que desejamos da vida, já que estas canções também nos dão tranquilidade e força para lidar com uma realidade em permanente convulsão. Espero que aprecies a sugestão...
01. Lengths
02. Complete
03. Familiar
04. Expectation
05. Thin
06. Honest
07. Forever
08. Stable
09. Prominence