man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
Mazzy Star - Seasons of Your Day
Em 2011, os Mazzy Star, uma banda icónica no universo dadream pop surpreenderam o grande público com Common Burn e Lay Myself Down, duas novas canções depois de um longo hiato, com mais de uma década. Logo aí especulou-se que poderia vir um novo álbum a caminho, o que acabou por se confirmar já no passado mês de setembro. Seasons Of Your Day é o novo trabalho discográfico dos Mazzy Star, inclui essas duas canções no seu alinhamento e sucede a Among My Swan, um álbum editado há quase dezassete anos. A gravação de Seasons Of Your Day contou com o alinhamento original deste projeto e com as participações especiais de Hope Sandoval na escrita e produção, um habitual colaborador dos Massive Attack e também com David Roback, Bert Jansch e Colm Ó Cíosóig dos My Bloody Valentine. O disco foi gravado na Noruega e na Califórnia e viu a luz do dia por intermédio da Rhymes Of An Hour Records.
No início dos ano noventa, a expansão do rock alternativo e o surgimento do grunge levaram o fenómeno cultural musical a um novo patamar de desenvolvimento e, nessa época, os Mazzy Star tornaram-se num projeto que todas as editoras queriam ter no seu cardápio. She Hangs Brightly (1990) e So Tonight That I Might See (1993) cimentaram a posição dos Mazzy Star no universo mainstream, mas sem fazer deles um fenómeno à escala global, uma espécie de segredo mal guardado, mas que não deixava de ser um segredo e que cimentou muito do que hoje se escuta no campo da dream pop. O próprio fenómeno trip hop, que começava à época a dar cartas, por intermédio, principalmente, dos Massive Attack, foi mais uma distração que o grande público e os media tiveram e que os Mazzy Star aproveitaram, um pouco à imagem do que fariam uns Portishead anos depois, para criarem o seu nicho devoto de seguidores e conseguirem manter a sua identidade musical intacta sem terem de ceder e de se sujeitar às orientações da editora e às regras do mercado.
Esta integridade foi sempre uma imagem de marca dos Mazzy Star e a dream pop ganhou imenso com isso, já que a dupla pode trabalhar essa sobnoridade quase até à perfeição, com o suposto epílogo a suceder em 1996, com o excelente Among My Swan. Mas dezassete anos depois, Sandoval e Roback voltam a encontrar-se, não só para evocar a nostalgia de outros tempos com uma disco sequencial e que consolida a tal integridade, mas possivelmente para criar, com este Seasons Of Your Day, a melhor obra da discografia dos Mazzy Star.
Portanto, em 2013 os Mazzy Star voltam a apostar em letras carregadas de nostalgia e melancolia e em detalhes sonoros delicados e introspetivos que nos levam numa viagem algo sombria pelo mundo tímido, cuja estética sonora nomes hoje tão influentes da dream pop, como os Beach House ou Lotus Plaza, têm procurado recriar.
Seasons Of Your Day requer tempo, mas é um disco acessivel e que não defrauda minimamente os verdadeiros apreciadores da dream pop letárgica e melancólica. Da leveza que se instala em In The Kingdom, na abertura do disco, ao florescer melancólico que passeia por Does Someone Have Your Baby Now e Common Burn, dois temas que caberiam muito bem nos registos dos Mazzy Star da década de noventa, escuta-se uma obra eminentemente acústica, com um resultado final compacto, nos arranjos, nas vozes e no som, sendo tudo feito essencialmente com acordes timidos de cordas e sinteitzadores cheios de charme, conforme é apanágio da habitual estética sonora deste casal único no universo sonoro alternativo. Espero que aprecies a sugestão...
01. In The Kingdom
02. California
03. I’ve Gotta Stop
04. Does Someone Have Your Baby Now
05. Common Burn
06. Seasons Of Your Day
07. Flying Low
08. Sparrow
09. Spoon
10. Lay Myself Down
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Tame Impala - Elephant (The Flaming Lips version)
Os The Flaming Lips e os Tame Impala continuam a tocar e a gravar juntos. Depois da banda australiana ter participado em Heady Fwends, disco de colaborações que os The Flaming Lips editaram em 2012, andam atualmente em digressão conjunta e dão esta noite, em Los Angeles, o primeiros de três concertos previstos para a costa oeste dos Estados Unidos, nos próximos dias. Entretanto também têm estado em estúdio a gravar um EP conjunto, que será editado muito em breve. Esse trabalho será uma coleção de covers de uma banda a tocar temas da outra. Para já confere a fantástica versão de Elephant, um original, como todos sabemos, dos Tame Impala, by The Flaming Lips.
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Cosmo - Cosmo EP
Lançado no passado dia vinte e cinco de setembro, Cosmo é o EP homónimo de estreia do projeto a solo de Felix White com o mesmo nome, guitarrista dos The Maccabees. Este EP conta com algumas participações especiais, nomeadamente Florence Welch, Hugo White, irmão de Felix, Adam Day dos Lyrebirds, Jassie Ware e Jack Peñate! O EP foi gravado no estúdio dos Maccabees no sul de Londres e os videos das canções podem ser vistos no site do projeto.
O EP tem sete canções, com especial destaque para Midnight, a canção que conta com Florence Welsh na voz, um tema algo confuso ao início mas que depois evolui em múltiplas sobreposições de sons e arranjos variados. A música é, no mínimo, diferente das habituais propostas indie rock britânicas. Mas Yalla também merece uma audição atenta, um tema que teve direito a um excelente video. A propósito da conceção deste EP, de como ele surgiu e da forma como todo o processo de desenrolou, declarou Felix ao NME:
01. Neon Citied Sea
02. Yalla
03. Interlude
04. Swarm
05. Midnight
06. Measurement Of Moving On
07. Neon Citied Sea (Outro)
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Islands - Sky Mask
Canadiano e antigo membro dos Unicorns, Nicholas Thorburn é o grande mentor do projeto norte americano Islands e tem disco novo! O quinto trabalho do grupo chama-se Sky Mask e acaba de ver a luz do dia por intermédio da Manqué, a editora do próprio Nicholas. Sky Mask sucede ao ainda recente A Sleep & A Forgetting, disco que divulguei em 2012. Além de Nicholas, neste momentos os Islands são formados por Luc Laurent, Evan e Geordie Gordon.
Cada álbum novo dos Islands costuma representar uma mudança sonora em relação aos discos anteriores, mas este Sky Mask interrompe um pouco essa tendência já que o disco dá sequência a A Sleep & A Forgetting, mantendo, de algum modo, uma sonoridade simples, arcaica e acústica, mas com belíssimas músicas, bem trabalhadas e arranjadas.
Assim, Sky Mask começa logo com Wave Forms, um tema que todos temos escutado por aí num spot comercial e que apresenta com notável exatidão os cerca de quarenta minutos seguintes, assentes em belíssimas paisagens instrumentais que tanto abraçam momentos calmos como outros mais agitados, mas sempre adornados com uma manta de retalhos feita com vozes e sons que não obedecem a um conceito linear. O único aspeto realmente transversal às onze canções do disco é a límpidez da produção e o gosto pelo detalhe. Mesmo nos momentos mais sombrios, como em Death Drive, implicitamente não deixa de haver uma certa luminosidade e cor, presente não só na melancolia da letra, mas também na subtileza dos arranjos, muitos deles feitos com o piano, instrumentos de sopro e metais.
Cheio de temas imbuídos de uma forte componente orquestral, onde os sintetizadores também assumem um importante papel, nomeadamente na já citada Death Drive e em Of Corpse, Sky Mask também assume a tal heterogeneidade quando vai beber à indie folk. We’ll Do It So You Don’t Have To e Sad Middle são duas canções que devem ser descritas tendo como ponto de partida uma alta bitola qualitativa, no que respeita ao primor com que são interpretadas e à atmosfera leve e doce que ambas criam, como é apanágio de uma boa canção folk, independentemente da contemporaneidade da mesma.
Mais um excelente trabalho que vai enriquecer imenso o cardápio sonoro dos Islands, Ski Mask é exemplar na forma como chama a nossa atenção com canções que pintam um mundo ponderado, com um pano de fundo sonoro algo melancólico, mas também cheio de alegria e cor. Espero que aprecies a sugestão...
01. Wave Forms
02. Death Drive
03. Becoming the Gunship
04. Nil
05. Sad Middle
06. Hushed Tones
07. Here Here
08. Shotgun Vision
09. Of Corpse
10. We’ll Do It So You Don’t Have To
11. Winged Beat Drums
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The New Schwansteins - Premorse
No início deste ano dei a conhecer Mondegreen um álbum dos Plumerai, uma banda formada por formada por Eliza Brown (voz), Martin Newman (guitarras), James Newman (baixo) e Mickey Vershbow (bateria). Depois de Martin ter tido a amabilidade de me enviar um exemplar físico do disco fomos mantendo contacto e agora ele deu-e a conhecer os The New Schwansteins, um outro projeto em que ele participa juntamente com Suzanna Conrad, a primeira vocalista dos Plumerai. A primeira canção deste novo projeto também conta com a participação especial de Mickey Vershbow na bateria.
Lançado no passado dia treze de setembro, Premorse é então o primeiro single dos The New Schwansteins, um tema disponível para download, pelo preço que quiseres, no Bandcamp do projeto. Os Plumerai estão, neste momento, a trabalhar num novo registo de originais. Confere...
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Hellsongs - These Are Evil Times
Lançado pela Tapete Records no passado dia trinta de agosto, These Are Evil Times é o novo disco dos suecos Hellsongs, um grupo que passou por um período bastante conturbado quando, recentemente, precisou de um novo vocalista, mas que conseguiu voltar a encontrar uma nova voz e um novo rumo. Agora, com este novo disco, os Hellsongs tornam-se novamente numa referência do universo musical de Gotemburgo, a cidade natal de um grupo que também se divide por Hamburgo, na Alemanha.
Com My Engström Renman a tomar conta da voz, acompanhado por David Bäck e Finn Björnulfson, os Hellsongs perceberam que tinham de avançar definitivamente para este disco quando, depois de um concerto em Gotemburgo no lendário evento Sommarmelad Fiesta, perceberam que as peças estavam novamente encaixadas e também quando se proporcionou uma extensa digressão, na primavera e verão de 2011.
Foi muito feliz o momento em que o produtor Kalle Karlsson desafiou My, funcionária de um jardim de infância de Gotemburgo, a cantar para os Hellsongs, já que a sua voz é um dos principais atributos deste novo disco do grupo sueco e um verdadeiro upgrade para o grupo. Tal como o nome indica, These Are Evil Times é uma espécie de redenção, a porta de entrada para um novo mundo, mais alegre, otimista e feliz do que aquele em que os Hellsnogs viveram em determinado períodocomplicado e sombrio da sua existência. É um disco assente numa pop luminosa e cheia de deliciosos arranjos, com os singles Iron Man e Equality a liderar um alinhamento feito com dez canções, produzidas com impecável limpidez e um apreciável bom gosto.
Além dessas duas canções, que já tiveram direito a videos promocionais, destaco também a toada jazzística de A Silence So Loud e o piano que se escuta em Eyemaster e, no final do disco, em Music Took My Life.
Os suecos Hellsongs são o exemplo claro de uma banda que soube contornar adversidades e seguir em frente quando isso parecia imposível e, tendo em conta este These Are Evil Times, um coletivo que nos deixa sem adjetivos suficientemente claros para que possamos definir com exatidão a sua enorme qualidade sonora. Espero que aprecies a sugestão...
Iron Man
A Silence So Loud
Engel
Cold
Animal Army
Eyemaster
Equality
Oh, Rosseau!
Stand Up And Shout
Music Took My Life
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LUVV - Us
Os LUVV são Matt, Ben, Sam e Rich, uma nova banda de Cardiff, no País de Gales e que começa a ser notada no universo sonoro alternativo. De acordo com a própria banda que respondeu simpaticamente ao meu pedido de informações, dizem-se influenciados por nomes tão importantes como os Public Image Ltd, Joy Division, Wire, The Clash e Blitz, ou seja, por alguns dos projetos fundamentais do punk e do indie rock britânico dos últimos trinta anos.
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Carnivores - Pillow Talk (ft. Bradford Cox)
Bradford Cox é um músico bastante ativo e um dos mais inventivos do cenário alternativo. Quando não está a gravar com os Deerhunter ou os Atlas Sound, é bem possível que seja protagonista, através da sua participação, instrumental ou vocal,em outros projetos.
Hoje partilho a participação de Cox em Pillow Talk, uma canção dos Carnivores, uma banda de Atlanta. O resultado final foi gravado no passado dia seis de março durante as sessões de gravação de Second Impulse, o último álbum dos Carnivores. Pillow Talk é uma canção com o habitual charme lo fi, que Cox tanto aprecia e foi disponibilizada gratuitamente. Confere...
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Sugiro... XXXVIII
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Massive Attack vs Burial – Four Walls / Paradise Circus
Quando uma instituição da música eletrónica como os Massive Attack se junta a um artista em ascensão contínua como Will Bevan, aka Burial, só pode acontecer algo de mágico e significativo. Sem aviso prévio, estes dois nomes importantes colaboraram entre si e daí resultou um single com edição limitada e que, por isso, esgotou rapidamente. Falo de Four walls/Paradise circus, um vinil de doze polegadas, lançado via Vinyl Factory e Inhale Gold, que contém dois temas com o mesmo nome, uma em cada lado do mesmo.
O lado A, com Four Walls, resulta de um efetivo trabalho conjunto entre os Massive Attack e Burial; É um tema longo, mas que não satura, feito com doze minutos de um excelente trip hop, com a presença de Burial a conferir contornos algo sombrios e sinistros, feitos com camadas de efeitos sintéticos em cima de batidas lentas e esporádicas.
Já Paradise Circus é uma remistura de Burial para um dos destaques de Heligoland, o último disco dos Massive Attack e um dos melhores da carreira do grupo. Tanto uma canção com a outra escutam-se muito bem, principalmente com headphones, são extraordinárias para momentos de puro relaxamento e permitem-nos embarcar numa viagem profunda ao universo musical típico do trip hop e do cardápio sonoro, quer de Burial, quer dos Massive Attack. Espero que aprecies a sugestão...
01. Four Walls
02. Paradise Circus