man on the moon
music will provide the light you cannot resist! ou o relato de quem vive uma nova luz na sua vida ao som de algumas das melhores bandas de rock alternativo do planeta!
MINKS - Tides End
Sedeada em Brooklyn, Nova Iorque, a etiqueta Captured Tracks continua a dar a conhecer alguns dos projetos mais interessantes do cenário musical alternativo. Depois dos DIIV, Beach Fossils, Wild Nothing, The Soft Moon, Widowspeak, Blouse, Soft Metals, Holograms, Thieves Like Us, Heavenly Beat e Medicine, alguns nomes amplamente divulgados neste blogue e no meu topo das preferências, agora chega a vez de um casal chamado MINKS, liderado por Sean Kilfoyle. Tides End é o disco mais recente dos MINKS e viu a luz do dia a seis de agosto, sucedendo a By The Edge, o disco de estreia do grupo, editado em 2011.
Tides End foi composto e gravado num local isolado na costa leste dos Estados Unidos, não muito longe de Nova Iorque e junto ao oceano atlântico. O trabalho foi poduzido por Mark Verbos, um nome famoso no universo sonoro da música eletrónica, em especial na vertente do techno. Este álbum é uma assumida tentativa por parte dos MINKS de criar algo mais cru e direto do que o conteúdo sonoro de By The Edge, um trabalho que foi muito influenciado pelo shoegaze e pela chillwave. Seja como for, essa ruptura não é total e Tides End acaba por soar muito mais a uma progressão natural do que foi proposto na estreia, do que propriamente a uma inflexão relativamente ao conteúdo desse disco.
Logo na abertura, na eletropop de Romans, estão muito resentes as fortes reminiscências com a pop alternativa dos anos oitenta, feita com sintetizadores, uma percurssão leve mas vincada, uma guitarra luminosa e uma melodia etérea acentuada pelas vozes da dupla, uma importante âncora do ambiente sonoro que os MINKS querem recriar. Margot desloca os MINKS do local onde gravaram o álbum, já que faz-nos sonhar com Hollywood e com o glamour da costa oeste ou da Flórida, até porque é um tema que parece ter sido retirado de algumas das bandas sonoras de míticas séries de televisão de há três décadas. Mais à frente, Hold Me Now é uma canção com contornos mais terrenos, assombrada por memórias de vidas antigas e amores passados.
Mas dois dos meus destaques do álbum acabam por ser o baixo da excelente balada Playboys Of The Western World, um instrumento que, neste caso, ajuda imenso a dar vida à temática da canção relacionada com a normal atração da juventude pela decadência e as guitarras em reverb de Everything's Fine que, juntamente com o baixo vibrante, remetem-nos para um ambiente polido, mas com um brilho que não deixa nunca de ser algo sombrio e lo fi, apesar de essa ser uma caraterística do som dos MINKS cuja associação Kilfoyle não aprecia particularmente. As questões juvenis voltam a ser abordadas em Doomed and Cool, uma canção que ilustra a típica cena de uma uma normal conversa entre adolescente que partilham entre si angústias e receios, numa esquina qualquer dos subúrbios, sob um sol escaldante.
O single Painted Indian acaba por ser a canção que de algum modo interpreta uma maior ruptura com a estreia, já que além de ser o tema mais comercial do álbum, tem uma toada pop que nos remete facilmente para um mundo sonoro algures entre os R.E.M e os Smiths, o que é, sem dúvida, uma verdadeira novidade no conteúdo sonoro desta dupla norte americana.
Se o romantismo melancólico, sombrio e algo gótico de By The Edge fez com que os MINKS fossem apelidados de uma versão moderna dos Cure, em Tides End o casal desafia todas essas expetativas que foram criadas ao seu redor e cria um disco que funciona como um santuário que permite uma fuga das dores da realidade e explora com elevada subtileza e uma significativa dose de detalhe a tradicional canção pop, mostrando um lado mais luminoso e carregado de enormes e novas possibilidades, tão vastas como o horizonte infinito do mar que fica mesmo em frente ao local onde este álbum foi gravado. Espero que aprecies a sugestão...
02. Everything’s Fine
03. Margot
04. Playboys Of The Western World
05. Weekenders
06. Painted Indian
07. Hold Me Now
08. Doomed And Cool
09. Ark Of Life
10. Tides End
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Sivu - Over & Over
Sivu, um músico londrino, acaba de pôr em sentido alguns dos nomes mais relevantes do indie alternativo feito com uma pop climática, devido a Over & Over um novo tema incluido no mais recente EP do músico e que sucede a Bodies, outro EP que Sivu lançou há alguns meses e que anda a ser tocado durante uma digressão que irá até ao início de dezembro com os London Grammar e os Stornoway.
Com um interessante cardápio de arranjos dominados pelas cordas e pelos metais e uma produção algo épica, Over & Over é um extraordinário exemplar de pura delicadeza dentro do cenário sonoro que o músico procura replicar e que o sustenta. A canção desafia a postura vocal de Justin Vernon, abraça sem pedir licença a cândura dos The XX e serve-se de fragmentos sonoros que brilhariam com enorme subtileza na obra dos Fleet Foxes.
Esta indie pop introspetiva de excelente qualidade está disponível para download na página do cantor. Confere...